Rede Comuá realiza atividades de enfrentamento às mudanças climáticas no mês da filantropia que transforma

A Rede Comuá, da qual o Fundo Baobá é parte, faz um chamado em setembro: existem caminhos possíveis para o financiamento de soluções climáticas locais. Neste ano, destaca-se a atuação das organizações da filantropia comunitária e de justiça socioambiental no financiamento, desenvolvimento e/ou cocriação destas soluções.

Como parte da programação do Mês da Filantropia que Transforma 2024, foi realizado o lançamento da “Iniciativa Comuá pelo Clima: financiamento de soluções climáticas locais”, que traça o perfil da atuação dos membros da Rede nessa agenda, de modo interseccional, e destaca ações e iniciativas desenvolvidas e financiadas na área de filantropia e clima.

O levantamento tem potencial para se tornar uma referência para o campo da filantropia, contribuindo para incidir na construção de agendas e no desenvolvimento de estratégias de financiamento para organizações e grupos da sociedade civil que atuam na linha de frente. Além de ser imprescindível para o enfrentamento da crise climática, o foco local é que traz a perspectiva da exclusão e das injustiças sociais. As mudanças climáticas em curso no planeta afetam todos os territórios, grupos e comunidades. Mas não da mesma forma. Minorias políticas como comunidades indígenas, negras, quilombolas, LGBTQIAPN+, mulheres, agricultores e agricultoras familiares e populações de territórios periféricos urbanos, atravessados pelas desigualdades sociais e econômicas, são atingidas de modo mais extremo pelos efeitos da crise climática.

Apesar disso, esses grupos não têm lugar garantido em fóruns de tomadas de decisão relativas à definição dos projetos e de políticas públicas que os afetam diretamente. Sua presença em agendas de financiamento climático também está aquém do necessário. Mesmo sendo os que menos contribuem para o agravamento do aquecimento global e, em muitos casos, os que mais atuam na conservação e na preservação do meio ambiente, grupos racializados estão entre os mais prejudicados pela mudança do clima, segundo pesquisa realizada pelo geógrafo Diosmar Filho para a Associação de Pesquisa Iyaleta.

Pensar o clima a partir de uma perspectiva de proteção e promoção dos direitos humanos é fundamental, especialmente se tiverem como foco estratégias de mitigação, adaptação e financiamento climático para a redução da pobreza e o fortalecimento dos direitos. Atualmente, porém, essa não é a realidade. Mesmo considerando-se uma perspectiva mais ampla, que vai além da questão climática, a filantropia tradicional ainda destina poucos recursos para grupos racializados. No Brasil, segundo dados da última edição do Censo GIFE, as organizações do investimento social privado (ISP) têm perfil majoritariamente executor de projetos e menos doador para outras organizações da sociedade civil. De acordo com o Censo, o montante de recursos financeiros para áreas de preservação ambiental no período 2022-2023 foi de 13% do investimento realizado. O percentual menor era destinado às comunidades remanescentes de quilombos (10%), terras indígenas (7%) e assentamentos (3%).

O Baobá – Fundo para Equidade Racial é um dos membros da Rede Comuá e participou em uma das etapas do processo de formalização da Rede que teve início em 2022, quando completou 11 anos de atuação. A Rede busca fortalecer a capacidade de atuação conjunta dos seus membros potencializando seu papel nos processos de transformação social, e o Fundo Baobá considera a plataforma é importante, pois apoiar financeiramente iniciativas da sociedade civil lideradas por minorias políticas é uma estratégia crucial para promover e construir agendas focadas no reconhecimento e na defesa de direitos.

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