Baobá – Fundo para Equidade Racial destaca a urgência da escuta ativa, descentralização e justiça racial no 13º Congresso do GIFE 

Baobá - Fundo para Equidade Racial

28 de maio de 2025

A participação do Baobá – Fundo para Equidade Racial no 13º Congresso GIFE (Grupo de Indústrias, Fundações e Empresas) foi marcada por contribuições potentes, alinhadas ao tema central do evento: “Desconcentrar poder, conhecimento e riquezas”. Em três dias de atividades e painéis, celebramos encontros e reencontros. O Baobá celebrou reencontros importantes e reafirmamos nosso compromisso com a filantropia centrada nas vozes dos territórios e na promoção da equidade racial como caminho para a transformação concreta da sociedade brasileira. O congresso foi realizado de 7 a 9 de maio, em Fortaleza, no Ceará, a primeira vez fora da cidade de São Paulo.

Descentralização como estratégia de impacto na filantropia brasileira

Na plenária de encerramento, o diretor-executivo do Fundo Baobá e conselheiro do GIFE, Giovanni Harvey, fez um chamado incisivo à mudança estrutural no setor: “A filantropia ainda é muito mais pautada nas necessidades de quem doa do que nas necessidades de quem recebe”, afirmou. Sua fala provocou uma reflexão coletiva sobre o legado que o Investimento Social Privado (ISP) pretende deixar para os próximos 30 anos, destacando a importância de metas reais e a construção de pontes sólidas entre a filantropia, o ISP e a sociedade civil.

O papel das organizações negras no fortalecimento do Investimento Social Privado

Tainá Medeiros, coordenadora de Projetos do Baobá, destacou dois temas estratégicos do congresso que reforçam as palavras de Giovanni: “A necessidade de ampliar o apoio da filantropia e do ISP no fortalecimento institucional das organizações da sociedade civil, tema para o qual o Fundo Baobá já vem dedicando especial atenção nas suas estratégias programáticas há alguns anos, e os persistentes desafios de acesso a recursos enfrentados por organizações negras. Essa convergência confirma o que nossa atuação já demonstra: a equidade racial deve ser central na agenda do presente e do futuro da filantropia e do ISP no Brasil”, disse.

Para Janaina Barbosa, gerente de Comunicação e Mobilização de Recursos do Fundo, o congresso foi uma reafirmação do potencial da filantropia construída de forma colaborativa: “Esse encontro reforçou o poder da filantropia quando construída coletivamente. Ver diferentes atores – organizações, lideranças, especialistas e investidores – em diálogo é um lembrete de que a transformação exige mais do que recursos: precisa de escuta, confiança e compromisso com justiça social. O legado que fica para mim é a força da ação conjunta”, disse.

A regionalização do congresso também foi celebrada pela gerente de Articulação Social do Fundo Baobá, Caroline Almeida, que destacou o impacto da escolha de Fortaleza como sede do evento: “O congresso abordou um tema relevante e desafiador, especialmente para reflexão no ecossistema de associados do GIFE. A realização no Nordeste foi uma decisão acertada e um passo importante rumo à descentralização. A escolha de Fortaleza ampliou a diversidade de vozes e experiências, promovendo a articulação de um público mais plural. Espero que o Investimento Social Privado seja positivamente influenciado pelas demandas reais que emergiram das mesas do congresso”, afirmou Caroline.

Protagonismo e reconhecimento de lideranças apoiadas pelo Baobá

Também da equipe do Baobá, a assistente executiva Juliana Vargem compartilhou a emoção de ver donatários do Baobá ocupando espaços de protagonismo no evento: “Participar do 13º Congresso GIFE, realizado na região Nordeste, foi uma experiência especial. Além de ampliar conexões com diversas organizações e fortalecer nossa rede de atuação, fiquei particularmente feliz e emocionada ao ver nossos donatários em posições de destaque ao longo do evento. Foi um reconhecimento importante do trabalho que realizamos juntos e um momento de grande orgulho para nossa instituição”, enfatizou.

Juliana Vargem se referiu a nomes como Dandara Rudsan, que fez parte do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco (2019/2023); Nina Dahora, da iniciativa UX para Minas Pretas; Luiz Claudio e Veronica Lopes, do IOB, apoiados pelo edital Educação em Tecnologia (2023); e Aline Braúna, uma das selecionadas no edital Primeira Infância (2020). As iniciativas são exemplo, na prática, do impacto da filantropia negra em fomentar lideranças e soluções inovadoras em seus territórios. Esses momentos reforçaram a importância da escuta ativa, do reconhecimento das potências locais e da centralidade do enfrentamento ao racismo nas agendas do Investimento Social Privado.

Marcha das Mulheres Negras: mobilização como ferramenta de justiça racial

Em comunhão com ações que estão no calendário do Fundo Baobá, o congresso discutiu também a Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá no mês de novembro, em Brasília (DF). Naiara Leite, da Odara, Instituto da Mulher Negra, faz parte do Comitê Nacional da Marcha e fez um chamamento para que a sociedade civil e o Investimento Social Privado encarem a Marcha como uma ferramenta do processo de combate às injustiças. “Não tem democracia, não tem vida e não tem território nesse país a ser pensado se o debate do enfrentamento ao racismo não for central”, disse.

Reforma Tributária e captação de recursos para OSCs: o que vem pela frente

A gerente de Operações do Baobá, Hebe Silva, enxergou o congresso como um momento de enriquecimento profissional, por conta da forma como os temas foram abordados. “O evento abordou temas que nos fazem aprimorar profissionalmente e contribuem com a gestão e processos decisórios da filantropia, provocando reflexões e elevando a importância de atender demandas efetivas aos beneficiários dos recursos aportados. Destaco a roda de conversa com Nailton Cazumbá, sobre os impactos da Reforma Tributária nas OSCs e ISP, onde ele chamou atenção para a necessidade de rever as estratégias de captação de recursos com as mudanças que estão por vir.”

O 13º Congresso GIFE foi, portanto, um espaço essencial para reafirmar que a transformação social só será possível com a desconcentração real de recursos e com a inclusão das vozes historicamente silenciadas nos processos de tomada de decisão. O Baobá – Fundo para Equidade Racial segue comprometido com esse caminho.

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