O Programa Já É conta com o apoio de Citi Foundation, Demarest e Amadi Technology.

O Programa Já é: Educação e Equidade racial é dirigido a estudantes negros do 3º ano ou que já tenham concluído o ensino médio, com interesse em ingressar no ensino superior em diferentes áreas de conhecimento. O objetivo geral do Programa é fornecer bolsas de estudo em cursinho preparatório para o vestibular, orientação vocacional, suporte psicossocial e mentoria, por 12 meses para 100 (cem) jovens negros, de ambos os sexos, diferentes identidades de gênero, com idade entre 17 e 25 anos, residentes no município de São Paulo ou em municípios da região metropolitana, que tenham feito toda sua trajetória escolar em escolas públicas.

Os objetivos específicos do Programa são:  

  1. Potencializar o desenvolvimento saudável das e dos bolsistas, contribuindo com a construção/aprimoramento de conhecimentos e capacidades que lhes permitam empreender escolhas voluntárias para suas vidas, exercer o cuidado consigo e com as pessoas com quem se relacionam (habilidades individuais, afetivo-relacionais, familiares, comunitárias e organizacionais).  
  2. Promover atividades interpessoais e socioculturais entre bolsistas, familiares e atores estratégicos que atuam em diferentes áreas, incluindo funcionários das instituições parceiras.  

Como funciona?

Conheça todos os benefícios entregues aos jovens apoiados(as), apoiades

Bolsa de estudos em cursinho preparatório para o vestibular.

Atividades extras para ampliar habilidades socioemocionais e acadêmicas

Laptop e acesso à internet

Pagamento de despesas de transporte e alimentação

Condições para participação no Programa:
Todas as pessoas selecionadas serão avaliadas, periodicamente, por profissionais especializados em relação ao seu desempenho e performance no processo preparatório para o vestibular.
Condições para participação no Programa:
Todas as pessoas selecionadas deverão frequentar as atividades obrigatórias e apresentar relatórios periódicos de progresso
Condições para participação no Programa:
Caso haja alguma desistência, convocaremos os inscritos que estão na lista de espera.
Condições para participação no Programa:
Caso a frequência seja menor que aquela definida em contrato, a pessoa selecionada será desligada do Programa.
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Fique por dentro das NOVIDADES NOTÍCIAS NOTIFICAÇÕES do Programa Já É

Cronograma

JULHO A DEZEMBRO DE 2020

Atividade: Inscrições e processo seletivo

20 DE JANEIRO A 25 DE FEVEREIRO DE 2021

Atividade: Contato com equipe de jornalistas Perifa Connection para entrevistas.

16 DE FEVEREIRO DE 2021

Atividade: Reunião de Orientações Gerais com os(as) selecionados(as)

 Onde? Virtual

08 A 12 DE MARÇO DE 2021
(Manhã, tarde e noite com agendamento)

Atividade: Assinatura do contrato de bolsa e retirada dos benefícios.

Onde? Escritório do Fundo Baobá 


08 A 17 DE MARÇO DE 2021

Atividade: Matrícula no cursinho.

 Onde? Cursinho da Poli – Unidade escolhida.

18 DE MARÇO DE 2021

Atividade: Aula Inaugural – Fundo Baobá

Onde? Virtual

22 DE MARÇO DE 2021

Atividade: Início das aulas no cursinho.

Onde? Virtual

As atividades do programa vão de março de 2021 a janeiro de 2022.

Quem participa do Já É?

Das latinhas de tintas e dos sprays nas mãos ao Design Gráfico: O contato com o Hip-Hop e a cultura negra influenciaram os sonhos de Alan David Vieira

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Com o olhar atencioso de quem carrega a presença do Hip-Hop no seu cotidiano, Alan David Vieira, 20 anos, e morador da Vila Perus – um distrito localizado na zona noroeste de São Paulo que abriga 45 bairros e vilas no seu território –, destaca uma curiosidade a respeito da sua personalidade: a busca do conhecimento para compreender quem de fato é.

Uma das virtudes compartilhadas pelo jovem está no seu olhar curioso sobre as questões humanitárias e sociais, temáticas que envolvem sua arte e a exploração do seu lado Hip-Hop. São dois indicadores que revelam o seu desejo frequente pela liberdade de expressão.

Amante do gênero rap, um dos estilos musicais mais crescentes no Brasil, o jovem explica que o desejo de estudar  Design Gráfico surgiu pela paixão por um dos quatro elementos centrais da cultura de rua, o grafite. Das latinhas de tintas e dos sprays nas mãos para a criação de cards, layouts e artes através de softwares de design e fotos.

“Eu descobri que essa é uma forma de ser e viver livre, confiante e ainda descobrir quem sou. Eu, que não tenho emprego fixo, costumo dizer que meus trabalhos sempre serão mais do que apenas artes”, define.

Ainda na perspectiva da procura da sua identidade, Alan revela que o contato com o movimento negro repaginou os seus valores e a compreensão sobre a vida. Antes, com medo da repressão racial, o jovem não conhecia o formato natural do seu cabelo, pois mantinha o corte sempre curto para não sofrer com as opressões raciais no seu cotidiano. Agora, com o abraço dos valores negros em sua rotina, o estudante cultiva tranças twists; os cabelos trançados são parte da personalidade do jovem há 5 anos.

“Depois que conheci e vivi com mais embasamento os valores da cultura negra, eu me permiti me conhecer mais e deixar o meu cabelo crescer. Esse momento significou muito para a minha confiança pessoal e minha autoestima”, destaca.

Concedendo espaço para a ancestralidade nos seus conceitos de vida, Alan comenta que construiu a sua inspiração profissional em um amigo próximo, que conheceu  no campo da militância, uma parceria que também auxiliou e  fomentou os sonhos do jovem na área da criação de arte.

“Eu vejo o William André, do Afro Perifa, como uma pessoa espelho. Aquela pessoa que tu observas atentamente para aprender”, finaliza.

Jovem bolsista do ‘Já É’ quer desenvolver projeto para ajudar pessoas surdas: Ana Claudia sonha em se tornar psicóloga e oferecer terapia gratuita a pessoas com deficiência auditiva

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Quem olha para o currículo de Ana Claudia Rocha de Souza se impressiona com a vasta experiência da jovem, que tem apenas 21 anos e mora no Jardim Iracema, na Zona Norte de São Paulo. Já tendo feito curso sobre mercado financeiro e com experiências profissionais nas áreas de RH e de diversidade e inclusão, ela fala com entonação animada sobre a sua, até aqui breve — porém rica — trajetória. “Eu transpareço para as pessoas que consigo agarrar as oportunidades”. Apesar das conquistas, Ana ainda não realizou um dos seus maiores sonhos: entrar na universidade pública. Ela chegou a ingressar no curso de  psicologia em uma faculdade particular, porém, por falta de recursos financeiros, teve que abandonar.  Sendo uma dos 100 estudantes selecionados pela bolsa do “Programa Já É: Educação e Equidade Racial” para fazer curso pré-vestibular, a jovem enxerga na iniciativa um meio para conseguir driblar as dificuldades e continuar escrevendo a sua história de sucesso. “Quando conheci o Fundo Baobá vi como é incrível achar as coisas quando a gente precisa. Tentei estudar em casa no ano passado, depois que deixei o meu penúltimo emprego, mas logo fui admitida em outro lugar, acabei ficando cansada e aí foi mais difícil começar os estudos”, conta. Agora ela se vê novamente à caminho da tão sonhada formação em psicologia. A paixão pela profissão se explica, dentre outras coisas, pela relação de Ana com a sua irmã mais nova, que nasceu com deficiência auditiva. Lidar com a surdez dentro de casa fez com que a vestibulanda desenvolvesse a vontade de utilizar a sua futura profissão em prol da qualidade de vida de pessoas surdas.  “Como futura psicóloga, fico pensando o quanto eu poderia agregar na vida dessas pessoas porque hoje eu sei que quase não tem profissionais especializados nessa temática. Então eu gostaria muito de conseguir conciliar a minha carreira no mundo corporativo do RH a um projeto de terapia gratuito aos deficientes auditivos e também às pessoas da periferia”, planeja.  Outro lado que Ana gosta muito de enfatizar é a sua paixão pela luta antirracista. Durante a conversa para a produção dessa matéria, a jovem falava com entusiasmo todas as vezes em que citava questões relacionadas ao combate ao racismo. No dia anterior à entrevista, ela havia ganhado de uma colega de trabalho o livro “Quem Tem Medo do Feminismo Negro?”, da filósofa e escritora Djamila Ribeiro. “Tô doida pra ler. Eu gosto muito dessas pautas. Se tem uma coisa que eu gosto é de aprender mais sobre esse assunto (antirracismo) para poder argumentar melhor”, confessa.  Apesar da familiaridade com os estudos da área de humanas, Ana se encontrou com as questões étnico-raciais em um curso sobre mercado financeiro. Ironias da vida. A matemática das finanças deu resultados positivos. Durante o curso, a jovem conviveu com três africanos que a fizeram ter contato com as culturas de seus países.  “Essa experiência me fez pensar mais como uma pessoa negra. Eu sinto que as pessoas têm essa coisa de não conhecerem a nossa cultura e dificuldade em se reconhecer como negros”, avalia.  A sensibilidade adquirida a partir daí fez com que a vestibulanda ficasse sensível à questão da representatividade. No processo seletivo para as bolsas do programa Já É, ela se sentiu representada ao ver outra pessoa negra na mesa de seleção. Seja em um processo seletivo, atendendo aos funcionários do RH ou prestando atendimento aos pacientes com deficiência auditiva em seu futuro projeto, Ana “Já É” é uma vencedora. Ter uma trajetória de encher os olhos de qualquer um de esperança e ganhar a bolsa curso pré-vestibular do Fundo Baobá são só os primeiros passos de uma história que vai representar e incluir muitas mulheres, negras e periféricas.

As adversidades para ingressar na medicina: 

Por Katia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá pela Equidade Racial

A estudante Alice Silva Gomes, de 21 anos, tenta desde que terminou o ensino médio, em 2016, entrar na faculdade de medicina, um dos vestibulares mais concorridos do país

“Desde que terminei o ensino médio em 2016 preciso trabalhar e estudar, não consegui me dedicar apenas aos estudos”, conta

Ela concluiu o ensino médio integrado ao curso técnico de administração de empresas, na Etec SEBRAE, mas não teve interesse em seguir carreira nesta área. “Gosto de administração, o curso técnico me ajudou a ter um crescimento pessoal”.

Após o término do ensino médio, ela tenta há alguns anos prestar o vestibular para medicina. Em 2018, conseguiu bolsa integral para fisioterapia, numa universidade privada, não se identificou com o curso e decidiu trancar a matrícula  no primeiro semestre para se dedicar ao sonho.

“A graduação de fisioterapia é interessante, mas não era o que eu queria, resolvi abrir mão e focar na medicina”,comenta a jovem.

Alice descobriu a vontade de ser médica aos 10 anos, quando passou por uma cirurgia. Na época, a equipe médica foi atenciosa e acolhedora com a paciente. O médico conversou  com ela antes do procedimento para tranquilizá-la. A pequena Alice ficou encantada com o atendimento, e, após, a operação voltou ao hospital para contar ao médico que iria seguir essa área. Além disso, as aulas de biologia e química no ensino fundamental também foram importantes na decisão da carreira.

A jovem mora com os pais e uma tia, que está temporariamente na residência devido a um tratamento de saúde, no Jardim Vera Cruz, periferia da zona sul de São Paulo.

Ela conta que o irmão mais velho conseguiu um emprego em Guarulhos, cidade da Grande São Paulo, por isso precisou se mudar. Ela trabalha como operadora de atendimento via chat há 1 ano, neste período depandemia executa as tarefas em casa.

Os pais a incentivam nos estudos, mas temem que ela possa se  frustrar com a dificuldade do processo seletivo para ingressar em uma faculdade medicina. A mãe dela fez pedagogia e se formou aos 50 anos, mas, atualmente trabalha como doméstica, e o pai está desempregado.

Em busca do sonho de ingressar em medicina, ela se matriculou em um curso preparatório para o vestibulra, mas teve que desistir, pois, na época trabalhava com escala de atendimento durante seis dias semana. “Era puxado e não dava para conciliar os dois”,explica.

Alice já faz planos na carreira como médica, ela pretende ser cardiologista porque lidou com duas pessoas importantes da sua vida em tratamento cardíaco. Um dos parentes chegou a falecer, desde então ela faz pesquisas sobre a especialidade e busca aprender mais sobre a estrutura do coração.

Selecionada para a bolsa de estudos do programa Já É, do Fundo Baobá de Equidade Racial, ela vê nessa oportunidade a chance de fazer a faculdade tão sonhada. Sabe das barreiras que irá enfrentar, mas planejaestudar aos fins de semana e se dedicar às disciplinas. “Será um grande desafio, mas vou me empenhar com a intenção de conquistar meus objetivos”, afirma.

“Meu intuito é ingressar no curso de medicina, e ser referência para outras pessoas negras. Isso vai significar motivo de orgulho e satisfação pela minha caminhada”, conta.

Muita energia para ajudar os nossos: Seja no meio jurídico ou no meio estético, Julia quer se dedicar a ajudar os pretos e pobres.

Por Bruno Sousa, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
“Uma mulher capoeirista e cheia de energia”, é assim que Ana Júlia Melo de Lucas se define. Cria da Vila das Belezas, periferia da zona sul de São Paulo, ela deseja atuar em áreas muito distintas, mas com o mesmo objetivo: ajudar os pretos e pobres. Para isso, ela sonha com a carreira de defensora pública e também de especialista em estética negra. Por não acreditar no sistema de justiça nem nos padrões eurocêntricos de beleza, Julia pretende fazer da graduação seu passaporte para transformar a sociedade. Ela mora com mais 9 pessoas em uma casa na zona sul paulistana, entre elas seus pais, tios e avós. A realidade de casas superlotadas faz parte da rotina das periferias brasileiras e foi intensificada pela pandemia. Segundo Julia, foi muito difícil se concentrar nos estudos nesse período. “Estudando em casa a gente fica aberto a qualquer coisa, meus pais me chamavam e eu tinha que ajudar”. Ela que estava no último ano do ensino médio em 2020, quando foi decretado o fechamento das escolas,  sentiu o impacto da defasagem nos três meses que ficou sem aulas até que as atividades remotas começassem.  Julia prestou o Enem recentemente, e contando apenas com o celular para os estudos, sentiu muitas dificuldades. Segundo ela, boa parte do conteúdo da prova não tinha sido passada no seu ensino médio.  Estudar só pelo celular foi horrível, pelo menos dentro do colégio eu sabia que eu estava lá para estudar. Nas aulas online o acesso com os professores era horrível, não era só eu, tinha mais dezenas de alunos querendo falar, com um professor só, em uma aula de 45 minutos no meet, travava, dava interferência.” Apesar das dificuldades para o acesso à graduação, Julia tem em mente não um, mas dois cursos. Direito e Estética. O primeiro é um desejo que vem de cedo, ela queria ser Juíza, mas ao crescer e entender melhor a sociedade, ela repensou qual seria a sua atuação dentro do direito.  “Eu queria ser juíza, mas não acho que a justiça do Brasil se aplica de forma igual a todas as pessoas. Existe uma grande diferença quando quem senta no tribunal é preto e pobre, e isso foi me desmotivando. Eu não quero estudar por anos pra continuar condenando essas pessoas. Eu sei que muitos erraram, mas existe todo um contexto por trás disso que tem de ser levado em conta. Então prefiro defender quem não tem condição. Eu sempre gostei de defender as pessoas, e ter a oportunidade de defender os meus, os pobres e os negros, vou fazer com muito gosto”  Indo um passo de cada vez, ela também pretende fazer uma graduação em Estética e Cosmética após se consolidar como defensora pública. Sempre com o desejo de cuidar das pessoas, ela acredita que o campo evoluiu, mas precisa de mais profissionais negros.  “Eu sempre gostei muito de me cuidar, da minha pele, de cuidar das pessoas. E sempre tive o desejo de me especializar em pele negra. Por mais que hoje tenham mais clínicas e produtos especializados em pele negra, ainda sabemos que são poucos. A grande maioria ainda privilegia a pele branca.” E quando perguntada sobre o que espera para o seu futuro próximo, Julia foi enfática e solidária como de costume. “Me imagino atuando como Defensora e trabalhando muito, pois quero ajudar as pessoas e poder dizer que ajudei mais um”. Ubuntu!

Sem deixar a peteca cair: Uma Jovem  que,  apesar da pressão, não se deixa abalar pela insegurança. 

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Ana Maria tem apenas 18 anos, mas sente o peso de cada uma de suas escolhas em suas costas. A moradora de Jardim Arpoador, na zona oeste de São Paulo, ainda não decidiu qual carreira seguir e sente uma grande pressão interna quando o assunto está relacionado aos  estudos e a escolha da profissão.  Ana mora com os  pais e o  irmão mais novo. A jovem diz que sempre pensou e ainda pensa em sua vida profissional. Apesar da pouca idade, ela demonstra muita perseverança.  “Eu estudei a vida toda em escolas públicas e sempre gostei de fazer em paralelo algum curso, porque eu sempre foquei muito no mercado de trabalho”. A jovem já participou de uma ONG e de um curso de formação humana. Foi por meio dos colegas que fez nesses lugares que ela  ficou sabendo do programa Já É.  Segundo ela, a iniciativa é uma grande oportunidade, pois nunca teve condições financeiras para custear um cursinho pré-vestibular. O seu maior sonho é ingressar em uma universidade pública. “Eu acho que quando a gente entra numa faculdade, a gente não impacta só a nossa vida , mas também as pessoas ao nosso redor”, diz.  A jovem acredita que ao ocupar o ambiente acadêmico terá mais oportunidades em sua vida. Para ela estar neste ambiente significa ter uma chance de mudança, não apenas da  sua vida, mas da realidade em que está inserida.   Ana Maria sente grande identificação com as ciências contábeis  e administração, mas diz que esse seu jeito indeciso — e muito focado — às vezes lhe prejudica. De acordo com a jovem do Jardim Arpoador, é normal que uma ideia domine os seus pensamentos e outras atividades sejam colocadas em segundo plano. No fim, ela sabe que tudo valerá a pena em prol da realização do sonho. “O que me move são  tanto as motivações pessoais, quanto a independência, a construção de carreira e a minha família.  familiares.E quero  me formar  e conseguir falar: ‘ó meus pais, eu  consegui”.

Foco nas oportunidades é com ela mesma: Angela quer potencializar ao máximo o retorno que pode dar ao esforço que seus pais têm feito para que ela se dedique aos estudos

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

O Brasil só ganha por esperar essa futura jurista! Ângela Silva é filha de seu João Carlos e dona Janaína e tem seis irmãos. Desde sempre esteve muito empenhada em suas próprias conquistas. Principalmente com o apoio da família e incentivo de Cristiane,  sua professora de biologia no último ano do ensino fundamental, que a estimulava muito na disputa por vagas em escolas públicas e técnicas para dar continuidade aos estudos da melhor forma possível. Foi ela quem incentivou não só Ângela, mas muitos outros jovens estudantes a perseguir e trilhar caminhos diferentes para si. Se hoje a jovem está quase formada como técnica em serviços públicos na ETEC Carolina Carinhato Sampaio, zona sul de São Paulo, tem um dedinho dela também. 

Por ora, o maior objetivo dessa leonina de 17 anos é iniciar a graduação em Direito. Ela sonha em poder atuar na diminuição das injustiças que nos rondam por todos os lados, além de dar ainda mais orgulho pros seus pais, que nunca a limitaram em suas escolhas e ações. Muito pelo contrário, chegam junto e dão todo o suporte que ela precisa e ainda vai precisar.

A vontade de ser jurista veio por intermédio do curso técnico. Ela nos contou que Serviços Públicos não era exatamente o que ela queria cursar, a primeira opção era Serviços Jurídicos, mas foi nesse meio que teve aulas de Direito Administrativo. “Eu fiquei apaixonada por Direito. Comecei a pesquisar sobre e realmente me interessei e tive certeza de que queria cursar isso”, afirma. Apesar do sonho, Ângela está ciente do cenário que deve enfrentar: “É uma profissão elitista e eu sei que a maioria das pessoas que cursam geralmente são classe média alta, então eu vejo como um espaço que eu devo ocupar.”

Com o Programa Já É, a possibilidade de se tornar a primeira pessoa de sua família a entrar numa universidade pública fica cada vez mais real. É a oportunidade de trilhar novos caminhos para seus familiares e para si mesma. “Eu fico pensando que depois eu vou ter a minha família, o meu filho, filha, e vai ser diferente. Penso no exemplo que vou dar para o meu irmão que tem sete aninhos e que pra ele eu sou um exemplo. Eu penso em poder ajudar ele também pra ele passar em uma faculdade”, reflete.

Estudante de humanas, confessa que nem sempre alcança as maiores notas em outras matérias fora dessa área, mas que está sempre na média. Aprender é tipo um hábito e ela está sempre querendo mais. Durante a pandemia a jovem começou a fazer curso de inglês, francês e História da Arte! Ângela se empenha em nunca estar parada, está sempre atenta e na ativa. “Quero saber tirar bom proveito de tudo o que eles [seus pais] puderam me oferecer, mesmo em meio a dificuldade. Todo apoio de uma coisa que nem eles mesmo tiveram”, comenta ela. 

A vida pelas artes: Do extremo leste de São Paula, Anna deseja cursar moda, ver a vida pelas lentes das câmeras fotográficas e devolver o conhecimento adquirido para a sua comunidade

Por Kátia Flora, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

“A moda é minha identidade”, diz a estudante Anna Beatriz da Silva Garcia, de 19 anos, que se define estilosa. Moradora do Itaim Paulista, periferia da zona leste de São Paulo, ela almeja atuar na área de produção audiovisual como fotógrafa e ser professora de ballet para jovens da ONG (Organização Não Governamental) em que colabora junto aos familiares.
Ela pretende estudar moda em alguma universidade pública, por influência do curso técnico de produção audiovisual que cursou durante o ensino médio no Instituto Federal de São Paulo, campus São Miguel Paulista, localizado próximo de onde mora.
A estudante está no último ano, por conta da permanência das escolas fechadas e das aulas remotas, ela sabe que terá dificuldades no aprendizado. “Neste ano vou fazer o TCC (Trabalho de Conclusão do Curso), será puxado, mas vou conciliar bem a rotina de estudos”, afirma.
Anna Beatriz é filha única e mora com os pais, ambos professores aposentados. Eles incentivam a filha nos estudos e na leitura de autores negros, como Chimamanda Ngozi Adichie, Lázaro Ramos e Carlos Eduardo Dias Machado, amigo da família.
A jovem trabalha com a mãe, auxiliando nas tarefas do restaurante da família. Ela conta que cuida da montagem dos pratos e da publicação das imagens nas redes sociais. Segundo ela, os pais sempre apoiaram suas escolhas, por exemplo, quando decidiu aos 6 anos dançar ballet clássico contemporâneo. Na mesma época, a menina também queria fazer circo, porque admirava os figurinos circenses e o jeito diferente dos palhaços se vestirem.
“Sempre fui incentivada pela família na área das artes. Consigo me expressar tanto na dança como na fotografia que sou apaixonada”.
Após 8 anos de curso, Anna se formou em ballet clássico e conta que tem o propósito de dar aulas aos jovens da região, na Associação Esportiva Cultural 100ZALA, onde seus tios e amigos desenvolvem projetos sociais. Segundo ela, o projeto “é uma coisa bem familiar’.
Prestes a começar o curso preparatório do Programa Já Él, a estudante tem metas definidas em mente, cursar moda com o foco em fotografia na USP-Leste, que fica localizada próxima da sua casa.
Empenhada na carreira que deseja seguir, ela acompanha nas redes sociais fotógrafas negras e estilistas com o intuito de saber a trajetória de vida, rotina diária e assim se preparar para o mercado de trabalho. Mas, também conta que, infelizmente, têm poucas referências de profissionais negros na área. Mesmo assim não desanima, ela quer alcançar seus objetivos e conquistar seu espaço. Depois dos primeiro passos, que são o vestibular e a conclusão da graduação, a jovem tem planos de fazer cursos fora do país.

 Seguir em frente: Antônio Gustavo gosta de dizer que a profissão escolhida o encontrou.

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Idade não serve como parâmetro para saber quem batalha mais no dia a dia. Antônio Gustavo Ribeiro da Silva, de 19 anos, é um exemplo. O  jovem enfrentou diversas tempestades, mas se manteve forte, confiante e criando outras possibilidades.

Antônio nasceu em Mombaça, uma cidade no interior do Ceará com 43.858 habitantes. Morava com os avós e quando ambos faleceram, o jovem se mudou para São Paulo e passou a viver com a mãe. “Lá a cidade era bem pacata, a vida cotidiana era bem simples, estudava e ia para igreja. Depois que perdi a minha base, eu vim para cá e conheci essa cidade, nunca vou encontrar um lugar assim que tenha essa rotina e facilidade de tudo. Foi um baque no começo, mas agora estou acostumado a sair de manhã com frio, quando volto à noite estar com calor”, brinca. 

Por algumas ideias conflitantes com a genitora, decidiu sair de casa aos 17 anos. Hoje em dia, mora com o cachorro, Luís Eduardo.“Moro sozinho no mesmo quintal que uma tia, em casas separadas, mas o que ela pode fazer para me ajudar, ela faz. […] Eu faço alguns trabalhos informais para manter as outras despesas, esse ano apliquei as provas do ENEM e também sou voluntário para testes de vacina, como a da dengue”, comenta.

Quando chegou a São Paulo, o morador do Jardim Itapura, zona Sul de São Paulo, foi contratado como Jovem Aprendiz na Corregedoria Geral da Justiça. A experiência foi decisiva para que descobrisse o que cursar no ensino superior.  “Sempre fui muito curioso, perguntava o motivo para fazer determinada tarefa e assim fui criando mais afinidade pelo Direito. Costumo dizer que foi ele quem me achou. […] Também tive uma gestora que me incentivou muito e foi ela quem me mostrou o caminho para universidade”, diz o jovem. 

Antônio não é um tipo de pessoa que faz planos e gosta de sonhar, mas tem por objetivo obter uma vida estável e ter sucesso na carreira que irá desempenhar. “Desde criança nunca criei muitos sonhos, ou fui de sonhar, acho que por conta da criação. Mas hoje eu penso em terminar a faculdade, me especializar, exercer a profissão e depois prestar concurso para magistratura. Na verdade, pode ser magistratura, procuradoria ou algum cargo em que eu esteja bem e feliz.”, concluiu.

Enfermeiros e médicos inspiram jovem ao cuidarem de sua avó: A avó de Barbara Oliveira sofria de esclerose lateral amiotrófica, uma doença rara e degenerativa

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Barbara Oliveira Guimarães, de 23 anos, mora no bairro de Cachoeirinha (Zona Norte de São Paulo) e sempre admirou os profissionais da saúde. Isso porque durante um período de sua vida, Guimarães passou a receber médicos e enfermeiros em sua residência. O motivo era a condição rara e degenerativa de sua avó, portadora de esclerose lateral amiotrófica.  Ao ver o afeto e dedicação dos profissionais, ela decidiu cursar Enfermagem. “Todo aquele cuidado foi essencial na minha vida, fez toda a diferença. Entendi que era isso que eu queria: ajudar as pessoas através da minha profissão”, conta. Guimarães acredita que, mesmo morando em um país tão corrupto e desigual, ainda assim ela vê potencial em si mesma.  A jovem, que atualmente mora com sua mãe, irmã e sobrinha recém-nascida, deseja conquistar seu espaço na sociedade, e estuda em casa para alcançar seu objetivo de se tornar enfermeira. Apesar do seu foco, a estudante enfrenta alguns problemas estruturais, pois a falta de privacidade em uma casa pequena com muitas pessoas e pouco silêncio, dificulta sua rotina de estudos. “Eu também tenho dificuldade em aprender algumas coisas sozinha, então fica bem complicado”, diz.  Foi através do Fundo Baobá que Guimarães se sentiu mais próxima do seu objetivo. Ela conheceu o projeto através do grupo Fórum da Consciência Negra, do qual participa. O link chegou em meio aos posts, e a estudante se interessou. “Confesso que no começo fui pessimista, achei que não passaria, mas fiquei surpreendida com a notícia boa”, diz. “Eu sinceramente não consigo me ver fazendo outra coisa. Já pensei em mudar para outras profissões, mas nada me chama atenção. Acredito que estou no caminho certo”, conclui.

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Em constante movimento: os sonhos e metas de Bianca Paixão da Silva: A busca pela tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda 

“Eu não consigo ficar parada, eu preciso estar sempre fazendo alguma coisa”, brinca Bianca Paixão da Silva, de 24 anos, ao comentar sobre sua rotina agitada. Moradora do bairro Jardim Princesa, Zona Norte de São Paulo, a jovem concilia a rotina de estudos com os expedientes longos de trabalho desde os 16 anos de idade. Sempre pronta para ajudar, a auxiliar de SAC explica que o projeto do Fundo Baobá possibilita a mudança de realidade das pessoas de origem periférica e negra.  “Ser uma garota de periferia mostra como o mundo é diferente em outras partes da cidade e em outras áreas, como no mercado de trabalho. Desde cedo, eu sempre lidei com a situação de ser a única negra nos ambientes que frequento”, analisa.  Em busca de conquistar a tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda, Bianca conta que a diversidade existente dentro da área e no mundo da comunicação é o que mais a encanta, já que, segundo a jovem, aprender de tudo um pouco é o que a mantém em movimento. “Eu estudei Marketing por um tempo, tranquei e depois finalizei o curso. É uma área um pouco mais ‘engessada’ do que a Publicidade e Propaganda. Nesta eu posso trabalhar em fotografia, em criação de conteúdos e artes e muito mais. Essa pluralidade nas escolhas representa muito quem sou”, comenta.  A determinação de Bianca nos estudos também a possibilitou adquirir conhecimento sobre as causas sociais e raciais do Brasil. A jovem desabafa que o racismo estrutural no país fez uma parcela da população ser contra ações afirmativas para a população negra. “Por muito tempo eu fui bolsista na escola, mas não podia revelar que entrei por cotas, pois muita gente era contra. É mais uma das situações constrangedoras que negros passam. Uma vez tive que mudar o meu cabelo para trabalhar, tive que tirar as minhas tranças. Outra vez entrei em uma loja e me senti incomodada por ser o tempo inteiro perseguida…”, desabafa.  A jovem destaca a sua determinação e vontade em compreender as temáticas raciais brasileiras mais a fundo para poder auxiliar nos debates e movimentos sobre o tema. A partir do ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, e a convivência com outros estudantes que passaram por situações parecidas, ela acredita que enxergará esses assuntos com mais embasamento do que antes.  

Estudante sonha em se formar e trabalho com astronomia: Após passar por dificuldades para estudar no ano passado, Breno Oliveira Ribeiro está ansioso para o início do cursinho

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Breno Oliveira Ribeiro, de 17 anos, já teve vontade de utilizar a sua voz grave e promissora para se tornar cantor, mas desde que descobriu a astronomia não pensa em outra coisa. Com familiaridade às matérias de exatas como matemática e física, o jovem, que mora no Jardim Aracati, na Zona Sul de São Paulo, não precisa de telescópio para enxergar os seus objetivos. “Eu gostaria muito de estudar sobre o universo e essas coisas. Quem sabe me tornar um físico ou um astrônomo”, afirma. O programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’ do Fundo Baobá selecionou Breno para receber uma bolsa de estudos em um cursinho pré-vestibular e dar o pontapé inicial para começar o tão sonhado ensino superior. O jovem considera que a oportunidade é bem oportuna para quem, assim como ele, enxerga limitações em um ensino feito integralmente em escolas públicas. “Fiquei muito feliz com a bolsa porque é uma oportunidade de estudar mais e de ter um futuro mais promissor”, avalia.  Quem falou sobre o programa para Breno foi o seu irmão, que durante a pandemia está na casa onde o vestibulando mora com sua mãe. Cursando o último ano do ensino médio, o estudante fez pela primeira vez o Enem no ano passado para entender como funciona a prova. O teste foi necessário por conta das dificuldades que encontrou em 2020 para estudar em casa por conta do isolamento social. Para enfrentar os contratempos, o estudante tem tido muita expectativa no suporte que será oferecido pela bolsa do Fundo Baobá. Antes mesmo de começar o preparatório, ele tem planejado os próximos passos. “Eu não quero fazer necessariamente astronomia. Pesquisando sobre os cursos, acho que uma possibilidade seria fazer física e depois uma pós-graduação para ser astrônomo. A formação em física vindo  primeiro me dará mais opções de caminho para seguir”, conta. Tendo sua identidade de gênero como um homem trans, o estudante considera essencial a oportunidade do ‘Já É’ para pessoas LGBTQIA+ e outras populações minorizadas. “Ter contato com diversidade, seja sexual, de raça, de lugares, de culturas e de pessoas com deficiência na universidade é muito importante para conhecer novos olhares sobre a vida”, avalia. Seja conscientemente ou não, essa visão de mundo do tímido Breno é que o faz se identificar e querer trabalhar com as estrelas. Afinal, ele já tem demonstrado maturidade e futuro brilhantes em nossa sociedade.

Por Anna Laura Moura, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Estudante se aproxima cada vez mais do sonho do diploma universitário: Carlos Eduardo Cerqueira almeja formação na área do Mercado Financeiro

Morador do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, Carlos Eduardo Cerqueira, de 19 anos, sonha com o diploma em uma boa universidade. “Acredito que a Educação é o único canal para mudar a vida de alguém”, conta. Carlos estava procurando oportunidades de curso pré-vestibular e foi através de um amigo que ele descobriu o edital Já É, do Fundo Baobá. “Achei muito importante colaborar com a equidade racial, de classe e gênero”, diz. O estudante ainda não decidiu qual curso quer, mas se interessa bastante pela área de finanças e conta com o apoio da mãe das irmãs. Carlos frequentou um fonoaudiólogo durante bons anos de sua vida, pois sua dicção o atrapalhava. Além disso, quando era mais jovem tomou alguns hormônios na infância, por ser muito mais baixo do que a estatura esperada.  Tais situações desencadeavam comentários na escola, mas segundo o jovem, ele as superou. “Eu amadureci conforme fui ficando mais velho. Fui aprovado em programas sociais como a Associação Obra do Berço, onde aprendi muito com os educadores”, revela.  Cerqueira acredita que a iniciativa do Fundo Baobá é uma oportunidade para ele chegar mais perto do seu sonho. “O caminho para chegar onde eu quero é através da Educação”, afirma. 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos Gino: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida.  Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE).  “Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa.  Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior. “Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa.  Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

Dos cartoons ao desing gráfico: Caroline pretende trabalhar na área de informática e também como professora de dança, um sonho da infância

Por Katia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

O gosto da jovem Caroline Vitória Rocha dos Santos, de 17 anos, por desenhos animados da TV mudou de plataforma, ganhou ares ainda maiores e foi parar na tela do tablet emprestado pela tia, em que a garota expõe o seu talento e amor por tecnologia.

Durante a inscrição para o curso técnico integrado ao ensino médio na Etec Paulista, Vitória se candidatou para uma vaga no curso de informática, não passou, mas ficou na lista de espera para a segunda chamada do curso de meio ambiente.

A jovem ingressou no curso, mas conta que sempre buscava uma forma de lidar com a tecnologia e a criatividade. “Nos trabalhos escolares, eu dava um jeito de colocar slides. Quero me aprofundar nessa área crescer profissionalmente”, contou empolgada.

Ela concluiu o técnico de meio ambiente no final de 2020, ano em que teve dificuldades para assimilar as disciplinas devido ao distanciamento social causado pelo coronavírus.

Por um bom tempo teve que estudar e fazer as atividades pelo celular. “Foi complicado e difícil a adaptação de estudar pela tela do telefone móvel. Ainda mais longe das orientações dos professores, que uma vez por semana direcionavam as aulas para a preparação do TCC (Trabalho de Conclusão do Curso) e reuniões com os colegas do grupo”, explica.

Vendo as dificuldades da filha, o pai de Vitória comprou um notebook para a garota fazer as apresentações dos slides com mais facilidade. O equipamento, no entanto, era dividido com o pai nos momentos em que ele precisou trabalhar de casa.

A rotina de estudos era puxada, acordava às 05h da manhã para realizar as tarefas da escola e à tarde ajudava a mãe nos afazeres domésticos. “Nesse horário era bem tranquilo para compreender as matérias, pois, onde eu moro o vizinho coloca o som no último volume e tem barulho das motos na rua, isso atrapalhava meu rendimento”.

Caroline é filha única e mora com os pais no Jardim Carumbé, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. A jovem conta com o incentivo dos pais que cursaram o ensino superior. A mãe, Estela Rocha dos Santos, de 33 anos, cursou administração de empresas, mas trabalha em casa fazendo tranças, e o pai, André Luiz Amário dos Santos, de 41 anos, é formado em contabilidade.

Apesar de não morarem na mesma casa, a jovem ainda conta com a inspiração na avó Marisa Matheus, de 63 anos, que terminou a graduação de sociologia na terceira idade. Ativista de movimento negro, ela foi a responsável por indicar à neta a abertura de vagas do Programa Já É.

A jovem se inspira na avó, com que aprendeu a dançar samba-rock, aos 8 anos. “Era muito bacana nos fins de semana ver a garagem cheia de gente dançando, meu pai também participava. Isso ajudou jovens do bairro a conhecerem a arte através da dança”, conta.

Caroline está animada com a oportunidade de fazer um curso preparatório para o vestibular. Ela pretende cursar designer gráfico e, na sequência, estudar dança.
“É uma realização após ter passado vários desafios para a conclusão do ensino médio. Quero dar o meu melhor”, finaliza.

O interesse pela biologia na pandemia  Clarissa Beatriz tem o objetivo de cursar biologia e conviver com a natureza

Por Katia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Os avanços da ciência com as vacinas durante a pandemia do novo coronavírus despertaram os interesses da estudante Clarissa Beatriz da Costa Bulling, de 18 anos, que pretende cursar Biologia. Ela ficou acompanhando todas as notícias sobre a preparação dos insumos e a eficácia dos imunizantes no país. “É isso que eu quero seguir no futuro, fazer parte desse meio cientifico”, diz toda orgulhosa.

A vontade de se aperfeiçoar nesta área surgiu no início de 2020, quando viajou com a mãe e o irmão para Manaus. Ao conhecer a cidade, ela se encantou com as florestas, rios e plantas do local. Assim que retornou, fez o terceiro ano do ensino médio e se dedicou às disciplinas de biologia e ciências. Clarissa mora com a mãe e o irmão mais novo no bairro Monte Azul, na Zona Sul de São Paulo. Residem numa casa alugada de cinco cômodos, onde divide o quarto com o irmão e tem um espaço para guardar os livros e estudar.

Como estava na pandemia e as aulas eram remotas, teve dificuldades com acesso à internet e precisou ir à casa da tia em Interlagos, no extremo Sul da cidade, para entregar trabalhos e fazer provas.”Cheguei a perder atividades, pois fiquei sem internet por problemas financeiros. Foi um desafio estudar na pandemia”, relata. A jovem chegou a fazer um cronograma de conteúdos das disciplinas onde divide, por semana, o que vai aprender.

Agora está na expectativa para o inicio do curso pré-vestibular do Programa Já É para jovens negros. Foi sua mãe, Renata Beatriz da Costa, 47 anos, que soube do projeto, quando foi funcionária da biblioteca na Fábrica de Cultura do Jardim São Luís, e incentivou a filha a se inscrever. Quando recebeu a informação de que havia sido selecionada, ficou radiante por saber que terá um suporte e apoio dos professores para assimilar os conteúdos. “Vou me dedicar ao máximo e espero que eu consiga absorver todas as matérias do curso,”diz.

Renata é uma mãe que apoia os filhos na escolha da carreira e incentiva o hábito de ler. Como sua profissão envolve arte, chegou a fazer rodas de leitura na garagem da sua casa, reunindo crianças e jovens da vizinhança, mas a pandemia a fez encerrar as atividades.”Era muito bacana quando os vizinhos vinham à minha residência e gostavam de ouvir as histórias, teve até debate sobre o autor Machado de Assis”, comenta.

Com o auxílio da família, Clarissa quer conquistar seus objetivos. Neste ano ela pretende focar nos estudos porque planeja entrar na Universidade de São Paulo (USP), cursar biologia e aprender mais sobre as florestas. “Quero conviver com a natureza, isso é tudo pra mim”.

A persistência como caminho de sucesso: Determinado, Eduardo Silva de Souza busca o autoconhecimento para atingir os objetivos com o maior êxito possível

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial
Extremamente metódico, cirúrgico e bem locado, o jovem Eduardo Silva de Souza, de 17 anos, sabe muito bem o que quer. Mas não apenas para hoje, decidido, já planejou a vida toda e traçou como conseguir cada objetivo. Morador do Capão Redondo, distrito pertencente à subprefeitura do Campo Limpo, na região Sudoeste do município de São Paulo, o objetivo de Eduardo é estudar economia. Ele conta que o desejo de fazer o curso vem da qualidade de administrar: “Eu sempre quis saber como o dinheiro funciona”. O jovem relata ainda que sempre gostou de estudar. “Quando você quer aprender, você aprende em qualquer lugar, quem faz a escola é o aluno”, diz. Atualmente, Eduardo, que cursa o terceiro ano do ensino médio, sofre com o afastamento da escola: “Não conseguia aprender com as aulas online, mas, quando era para fazer as atividades, eu estudava e conseguia entender as matérias”, explica o jovem. Hoje, sua atividade favorita é malhar, ele adora ir à academia. De poucos amigos, apenas dois, Eduardo diz que está começando a entrar na crise dos 18, o que o tornou mais seletivo com as amizades. O adolescente, que divide o lar com os pais e a irmã, conta que todos trabalham muito e nunca sobra tempo para conversar. “Minha mãe é quem tem mais tempo, mas ainda é pouco. Meu pai trabalha muito e minha irmã [mais velha] vi um pouco mais por conta da pandemia”, explica. Eduardo relata que no futuro quer ter uma família, com filhos e esposa. Contudo, entende que para ter uma “vida boa”, precisa estudar e ter estabilidade física e mental. O jovem aponta ainda que precisa resolver “problemas psicológicos” como os que, segundo ele, afetam a sua voz. Determinado, afirma: “Sei aonde eu quero ir e estou disposto a fazer por onde [para chegar ao objetivo]”, o jovem também acredita que o caminho para o sucesso está no autoconhecimento. “Evoluir e se conhecer, saber o que você quer fazer para fazer bem feito”, expressa.

Os desafios para cursar medicina 

 Emily Tauany deseja  ser médica desde a adolescência, quando tinha aulas de biologia e ciências, e adorava ver o corpo humano 

Por Kátia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

O sonho de cursar medicina em uma universidade pública tem muitos desafios e uma rotina intensa de estudos. Emily Tauany Souza Andrade Pereira, 19 anos, conhece bem esse ritmo. Ela fez o ENEM em 2019, após ter concluído o ensino médio no ano anterior, teve nota alta na redação e, no ano passado, conseguiu uma vaga de odontologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na terceira chamada do SISU (Sistema de Seleção Unificada) para cursar no segundo semestre. Apesar de ter ficado surpresa e feliz, ela desistiu da graduação porque era integral, em outro Estado e não teria tempo para focar nos estudos da profissão que realmente almeja, a medicina.

A vontade de ser médica surgiu quando estava no ensino fundamental, durante as aulas de biologia e ciências. “Me apaixonei pela profissão que estuda o corpo humano, é fascinante!”, disse animada.

A jovem tem o apoio da mãe, Marinalva Juvina de Souza, 52 anos, e dos três irmãos. Em 2018, quando estava no último ano do ensino médio, seu pai faleceu. Na época ela estudava na escola pública de manhã e à tarde na ETEC Guaracy Silveira, em Pinheiros, o curso de edificações que seu pai a incentivou a fazer. Emily mora no Parque Fernanda, região do Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, com a família e é a sua mãe, pensionista, que mantém as despesas da casa. 

Atualmente é jovem aprendiz em uma instituição bancária, onde trabalha seis horas por dia. O contrato será encerrado no mês de março deste ano e assim a estudante terá mais tempo para se dedicar às disciplinas. 

Como sempre é antenada nas redes sociais e acompanha páginas de vestibulares, viu uma postagem sobre o Programa Já É e resolveu se inscrever no projeto. Foi aprovada e está feliz pela oportunidade de ter ajuda de professores para as provas do fim do ano. “É a primeira vez que vou fazer um curso preparatório, quero me dedicar ao máximo”, disse com entusiasmo. 

Seu desejo  pela área de saúde é tão intenso que ela até sabe qual especialização quer seguir: cirurgiã torácica. A jovem acompanha alguns médicos no Instagram que mostram a rotina da profissão e o dia a dia nos hospitais. Dentre esses médicos, há apenas uma mulher negra, que é especialista em dermatologia. “Nesta especialidade que pretendo fazer, vejo muitos homens brancos, não tem referência de negros. Infelizmente a medicina é muito elista”, lamenta.

Para ela, o Prouni (Programa Universidade para Todos) e a Lei de Cotas está ajudando os jovens negros a entrar na faculdade, mas ainda tem muito o que melhorar. Emily acredita que o governo deveria investir em uma educação igualitária.”Vejo nas universidades a baixa porcentagem de negros e afrodescentes nos cursos mais disputados”, relata. 

Na busca de concretizar seu sonho, a estudante pretende se empenhar bastante neste ano e prestar os vestibulares da capital. “Vou tentar as provas da USP, Unicamp e Unifesp, quero me focar por aqui. Penso em ser uma ótima médica e ajudar as pessoas”.

Erick roteiriza sua vida baseado na própria ancestralidade

Inspirado na própria família, Eric canta, cozinha e se preocupa em contribuir com a melhor do mundo e das pessoas.

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Erick tem 18 anos e terminou o Ensino Médio no início de 2021. Seu último ano escolar foi atravessado pelo Coronavírus, que desestabilizou todo seu processo de preparação para o vestibular. O jovem não chegou a fazer a prova do Enem tanto por conta dos riscos que envolviam ir para o local de realização da prova, como pela avaliação de que seu processo de aprendizagem foi completamente desestimulado. “Esse ano eu aprendi praticamente nada”, conta sobre 2020.

Antes da pandemia, quando as aulas presenciais aconteciam regularmente, o jovem tinha aulas de música e capoeira através do Projeto Gol de Letra, atividades que ocupavam o segundo turno do dia dos alunos na Escola Estadual Professor Leonidas Paiva, na Zona Norte de São Paulo. A metodologia de inserção de atividades extra disciplinares após as aulas das disciplinas convencionais agradava bastante Erick, pois ele sentiu que nessa proposta havia um forte objetivo de ensino para além da escola.

Embora não se saísse bem em todas as matérias, Erick considera que os professores e o ambiente escolar eram muito solícitos para a reparação das dificuldades que surgiam. Ele lamenta bastante a interrupção das aulas regulares em 2020, mas não desanimou para correr atrás dos seus objetivos.

Filho de pais artistas, mãe cantora de rap, pai cantor de samba e capoeira, Erick conta em tom de brincadeira que, na verdade, sua mãe, dona Luciana, é sua irmã. Ele mora com ela e a avó em Jardim Felicidade, na zona norte de São Paulo, e cultivam uma relação familiar bem respeitosa entre eles. 

Neto de cozinheiros, a comida também tem terreno fértil no imaginário de futuro desse jovem. Já está tudo traçado: Erick vai cursar gastronomia ou nutrição para realizar o sonho de abrir um restaurante que também pretende transformar em  uma escola profissionalizante para ex-presidiários desenvolverem habilidades e serem reinseridos na sociedade.

A música está no meio de tudo isso como propulsora. A ideia é fazer grana com a carreira de trapper, que já foi iniciada. Seguindo os passos dos pais, Erick também canta e compõe. Tem um grupo de trap com os amigos que em breve todo mundo vai estar ouvindo falar. O Programa Já É, nesse caso, simboliza um passo à frente para construir esse futuro que já foi muito bem pensado!

Nenhuma dificuldade pode adiar o que Flávia tem a mostrar ao mundo

Depois de aprender a lidar com  déficit de atenção, hiperatividade, uma limitação motora e esquecer da ideia de que a faculdade não é feita para pessoas como ela, Flávia se sente pronta para o próximo passo

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Lá em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo, Flávia Martins todo dia cria suas pequenas revoluções. Aos 25 anos, ela vive uma maratona de obstáculos até atingir os seus objetivos. O primeiro foi aprender a tocar violino, aos quatro anos de idade ela pediu para sua mãe, que a negou até seus 14 anos, quando então permitiu que ela tivesse aulas. A genitora até tentou desestimular Flávia, mas a menina foi teimosa e hoje dá aulas de violino.

A caminhada não foi fácil. Com seis meses de aula, Flávia precisou interromper o aprendizado que tanto desejou . Os motivos: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Frouxidão Ligamentar – doença em que os ligamentos do corpo são mais afastados  que o convencional, muito comum em esportistas e artistas circenses; atividades muito diferentes das praticadas pela jovem violinista.  

Aos 14 anos, os dois braços de Flávia se deslocaram e, com o tempo, a jovem tornou- se uma pessoa com deficiência. Ela perdeu o movimento dos braços e passou a depender das pessoas até para as atividades mais simples, como escrever e pentear o cabelo. “Eu fazia progressiva, então, não fazer chapinha toda manhã na minha franja era uma coisa muito complicada”, brinca.

Até finalizar o Ensino Médio, Flávia passou por sete escolas tentando encontrar alguma que a tratasse humanamente. Entretanto, ela conta que o tratamento que os estudantes com deficiência recebiam seguia sempre o mesmo padrão de descuido. 

“Eu estudei com surdos na mesma sala, eles eram muito ignorados. Aí estudei com cadeirantes, estudei com todos os perfis e vi que era unânime”, afirma.  “Era como se as  escolas simplesmente falassem ‘você é um dejeto, você não devia estar aqui, você no máximo vai para uma escola especial se você tiver dinheiro’; e eu pensava: cadê a inclusão?”.

Dentro de casa, o desestímulo continuava. A relação de Flávia com a família não é muito saudável. Filha de pai ausente, durante a infância, juventude e até mesmo no início da vida adulta, ela teve de lidar com o desestímulo constante da mãe em relação aos seus sonhos.

 Flávia buscou tratamento para o TDAH muito tardiamente, pois não encontrava apoio em casa quando o assunto era a escola. “Eu não conseguia pegar um ônibus sozinha. Tudo era muito desastroso e dificultoso”, conta. Dessa forma, a doença  acabou se tornando mais um obstáculo entre Flávia e seu sonho: o violino. 

Mas, aos 19 anos, depois de um tempo em tratamento e com a recuperação parcial da mobilidade dos braços, Flávia pôde retomar seus estudos com o instrumento,  por meio de   aulas gratuitas oferecidas por uma Igreja Católica do bairro. “Eu ainda tenho bastante dificuldade e dor. Não pude fazer a cirurgia que colocaria os braços no lugar porque seria de alto risco e sem garantias. Eu toco com algumas dificuldades, mas toco”, afirma.

Antes de tudo isso acontecer, Flávia já despertava para questionar as desordens sociais, como as que lhe afetaram por meio do capacitismo. Aos 10 anos de idade, ela começou a instigar o debate sobre adultização e fetichização infantil na escola. Fez até uma palestra para as crianças de sua turma! Aos 12, começou a escrever poesia. Estudos e interesse que fizeram despertar na jovem, também, a paixão pelas ciências sociais.

 A defesa dos Direitos Humanos atravessou a sua percepção de mundo muito cedo, o que foi importante para que ela tivesse o entendimento de que não deveria  se culpar pelo tratamento desumano que recebeu quando sua limitação motora passou a tomar conta de boa parte de sua vida. 

Ainda hoje, Flávia se sente entrelaçada com as duas áreas que tocam o seu coração: a  música e as  ciências  sociais. Mas ainda há tempo para decidir pelo que vai optar. Hoje ela trabalha no  Recanto Nossa Senhora de Lurdes, entidade filantrópica voltada ao atendimento de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, ensinando violino e toca na Orquestra de Cordas Alberto Nepomuceno, composta majoritariamente por musicistas negros e LGBTQIA+ — diferente das orquestras de médio e grande porte tradicionais.

Aos 25 anos, Flávia se sente pronta para enfrentar mais esse desafio que é o de ingressar na universidade. Até aqui não foi fácil, o que a deixa  insegura sobre como vai se desenrolar neste espaço. Mas não há nada que a faça voltar a achar que a universidade não é para gente como ela, afinal, para gente como ela está reservado o mundo todo!

Fome de bola, sede de diploma: Estudante da zona sul de São Paulo alia desejo de ser jogador com busca por diploma universitário

Por Pedro Ribeiro, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá pela Igualdade Racial
Gabriel Lima Viana Silva, de 19 anos, mora no Capão Redondo, bairro da zona sul de São Paulo. Desde os oito anos ele carrega o sonho de ser jogador de futebol, mas por incentivo do pai, ele decidiu priorizar o ensino superior.  “Meu pai sempre me ajudou muito e eu sempre fui muito centrado, tanto nos estudos quanto no futebol. Desde o início, meu pai me influencia bastante e pega no meu pé para que eu faça uma faculdade e tenha uma profissão. É aquele lance de querer dar ao filho o que ele não teve”, diz o jovem.  Gabriel ressalta que, apesar de ele não ter recebido incentivo dos amigos e nem do local onde mora para buscar um diploma, não faltou apoio dos pais. Isso se repetiu também no futebol e ele soube lidar bem com algumas situações. “A gente sabe das tantas desilusões na área e meu pai foi bem realista comigo. Isso me ajudou a não criar aquela expectativa enorme nem ficar dependente daquilo. Mas ainda assim, ano passado eu joguei nas categorias de base (sub-20) do Rio Claro. Fiquei dois meses lá. É um sonho que eu ainda tenho, mas a gente sabe que nem sempre o que conta é a habilidade e sim o patrocínio”, afirma. Ele terminou o ensino médio em 2020, durante a pandemia, e diz que a experiência foi um choque de realidade. “Toda vez que a gente atribui alguma coisa relacionada à internet a gente pensa em algo utópico, fora de padrão, só que na prática a gente vê que não é assim que funciona. A acessibilidade de quem mora na periferia é bem difícil. Por mais que nós tenhamos internet fixa dentro de casa, muitas vezes ela é instável. Então não é toda vez que a gente consegue ter acesso às aulas, ao material do curso”.  Gabriel conta que também sofreu com o ensino à distância quando fez curso técnico na rede estadual. “Fiz também uma parte EAD e foi uma dificuldade enorme. Se eu tive dificuldade lá, onde o investimento é maior, imagina quando eu saí e fui para uma escola pública comum?” Ele se matriculou no curso técnico de eletrônica por vontade dos pais e também pela vantagem de sair do ensino médio com um certificado profissional. Com o tempo ele viu que o curso não era o que ele gostaria de seguir como profissão. “Eu frequentava as aulas técnicas e ficava com um ponto de interrogação na cabeça. Por mais que eu me esforçasse, a dificuldade era enorme. Eu reconheço que eu tenho essa limitação na parte de exatas”. Aliado das causas sociais e ex-integrante de um partido político, Gabriel busca uma vaga no curso de ciências sociais em uma universidade pública. Ele foi um dos estudantes que prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2020 e disse que realizar a prova foi um “caos”. Sobre a avaliação, ele acredita que foi mediano, mas que conseguirá ingressar na faculdade pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada) no ano que vem . O jovem jogador espera que o cursinho oferecido pela bolsa do Fundo Baobá o ajude a alcançar um nível melhor nos próximos vestibulares. “Espero estar cada vez mais preparado. Essa é a meta”. 

Os estudos como ponte de transformação: Uma menina que sonha em mudar seu mundo 

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Geovana é a mistura da doçura de uma jovem menina com a determinação de quem sabe muito bem o que quer para si e que pretende conquistar através da universidade: “Buscar um futuro melhor não só para mim mas para a minha família”. 

Com 17 anos, ela se descreve como uma leonina indecisa, alegre, extrovertida, que gosta de conversar e, ao mesmo tempo, é reservada . A moradora da comunidade do 1010, na Zona Oeste de São Paulo, apesar da pouca idade , transparece maturidade, foco e determinação. Aos seus 12 anos se deparou com a perda da infância  ao ficar responsável pelas tarefas da casa e pelos irmãos mais novos devido às necessidades de sua mãe, com quem não mora mais. 

Hoje, morando com seu pai e sua madrasta, consegue aproveitar  a adolescência e focar no que mais importa para ela: seus estudos.   A jovem considera a comunidade em que vive um ambiente tranquilo. Segundo ela, está vivendo uma fase feliz da sua vida, principalmente,  por poder contar com o apoio de sua família ao seu objetivo. 

A adolescente determinada é  encantada e motivada pelo desejo de melhorar as condições financeiras de seu ciclo familiar, sempre ressaltando sua gratidão pelo momento em que vive e pelas oportunidades que teve. A jovem conta que sempre ouviu que “o estudo muda vidas”. Ela descreve o pré-vestibular como a única oportunidade de construção e mudança em sua vida e que, mesmo assim, se sente tranquila devido ao suporte psicológico que irá receber durante o período de estudo. 

O foco e a obstinação que moldam a personalidade da jovem  surgem a partir de suas grandes referências, que são mulheres negras, assim como ela.  A garota sonhadora se espelha em sua prima, de trajetória inspiradora no meio acadêmico, ela é formada em biologia, mestre e doutora em saúde pública – e sua tia Samara “pela mulher forte que ela é”. Além das mulheres inspiradoras que possui em sua família, Geovana tem grande admiração pela cantora Iza. 

Segundo a leonina,  a sua negritude é um fator importante no processo de preparação e acesso ao ensino superior, pois  acredita que uma menina branca da mesma idade, provavelmente, teria mais oportunidades disponíveis do que as que ela tem atualmente. 

No entanto, as possíveis injustiças não são capazes de freá-la, pelo contrário, ela ressignifica as barreiras raciais em motivação para ir em busca dos seus objetivos. “Me dá um pouquinho mais de gás para seguir em frente, não desistir, e até ser melhor. Estudar mais, aprender mais. Me dedicar mais, fazer melhor, conseguir melhorar, aprender, se precisar fazer de novo, fazer. “

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

A coragem que constrói um sonho: a determinação de ingressar no Ensino Superior de Geovana da Silva Melo: A jovem busca uma vaga em uma universidade para cursar administração

A definição mais adequada da palavra “coragem” detalha que a expressão significa firmeza de espírito diante de situações ou momentos difíceis que abalam emocionalmente o quadro psicológico de uma pessoa. Do gênero feminino, a palavra define a rotina de quem não desistiu de reverter os preconceitos  idealizados sobre os corpos negros.  É com essa determinação visível em seus olhos e também no seu livro de cabeceira Coragem, de Rose McGowan, que Geovana da Silva Melo, de 22 anos,  moradora de Osasco, expressa o sentimento de ingressar em uma universidade para combater uma realidade imposta por outros sobre o futuro de jovens afrodescendentes. E para concretizar em realidade os seus desejos, a jovem possuía uma agenda de estudos que exigia sua saída de casa às 6h e  retorno às 20h.  “É muito difícil ser taxado como alguém que não conseguirá entrar em uma universidade. E esta realidade está sendo redobrada com as mudanças nos Exames Nacionais de Ensino Médio (ENEM)… o conteúdo da prova deste ano foi mais elitizado do que de outras edições. Existem mais oportunidades para as pessoas brancas, que estão mais conceituadas nas classes econômicas do Brasil”, desabafa. Na busca do seu sonho, Geovana comenta que  estuda em cursinhos populares e  presta as provas do ENEM há bastante tempo. A jovem possui a meta de estudar administração, com ênfase em  gestão de pessoas. No início deste ano, ela foi aprovada com bolsa integral de estudos  do Prouni, mas viu o sentimento de felicidade ser transformado em um momento de frustração, pois, de acordo com ela, os documentos não foram aceitos. “Apresentei a documentação completa e dentro dos prazos solicitados, mas, mesmo assim, o resultado foi negativo. Eu fiquei decepcionada demais, mas ainda não desisti de ingressar em uma faculdade. Eu vou entrar!”, declara.

Sede insaciável de conhecimento impulsiona sonhos de jovem de Franco da Rocha: A inquietação nos estudos influencia o cotidiano de Giovanna Oliveira Correia da Silva

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Poucos conceitos definem tão bem a vontade e o espírito de uma pessoa jovem como a palavra “inquietação”. Nesta etapa da vida, a curiosidade é uma amiga íntima que revela a pluralidade do mundo e explora a personalidade de cada um. É com esse olhar inquieto que Giovanna Oliveira Correia da Silva, de 17 anos, destaca seu gosto pela leitura, música, arte e a dedicação frenética aos estudos. “Eu sei que sou muito nova, mas pretendo estudar muitas áreas ainda! Eu quero cursar Publicidade e Propaganda, depois Letras e me aperfeiçoar em inglês. Acredito que são cursos e profissões que exploram o que tem de melhor no mundo”, explica. Moradora da Região Metropolitana de São Paulo, em Franco Rocha, Giovanna convive com os pais em um ambiente familiar tranquilo, como ela mesma  define. A tranquilidade do lar possibilitou uma rotina saudável de estudos diários. Ela afirma que a estratégia de estudos que organizou é importantíssima, pois será a primeira vez que vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Eu estudo mais ou menos 3 horas por dia. Quero me sentir preparada para iniciar a minha trajetória no ensino superior”, comenta. Para Giovanna, a oportunidade de ingressar no projeto do Fundo Baobá representa mais do que apenas a preparação para o vestibular , mas também, a possibilidade de construir uma ponte entre os sonhos e a realidade. A jovem garante que não possui medo de se arriscar e dará tudo de si para conquistar a tão sonhada vaga na universidade . “As minhas expectativas com o curso são grandes! Enxergo como uma chance de conquistar tudo que desejo”, finaliza.

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Entre trajetos de ônibus e livros: a dedicação para ingressar no mundo acadêmico: Da Zona Leste de São Paulo aos sonhos de cursar administração e conquistar liberdade financeira e de expressão 

Com a precisão de quem mantém a leitura e os estudos nas páginas de livros enquanto encara a rotina turbulenta da superlotação dos coletivos urbanos da zona leste de São Paulo, Gustavo Jesus Soares, de 17 anos e morador da Vila Yolanda II, enxerga o conhecimento e a disciplina como rotas essenciais para alcançar os seus objetivos: autonomia financeira e de expressão.  De maneira calma e atenciosa, o jovem explica que esse sentimento que prioriza a busca pela liberdade no ser e no pensar sempre influenciou suas decisões e os caminhos a seguir. A sua força de vontade e a maneira de relacionar-se com o mundo são qualidades compartilhadas entre familiares. Gustavo convive na companhia dos seus pais que o incentivam na concentração dos estudos e metas.   Nesta perspectiva de independência pessoal, Gustavo, que atuou como atleta da “Guerreiros da Cidade Tiradentes” por 4 anos – uma equipe de basquete formada por jovens periféricos, desenvolvida a partir do projeto social ministrado pela educadora Fernanda M. Matheus –, revela que associou os valores do esporte ao dos estudos.  “Eu sempre fui uma pessoa calma e de paz. E com o esporte, eu aprendi a conciliar a disciplina e foco nos meus objetivos, nos estudos e também na maneira como eu levo a vida. Eu costumo dizer para os meus amigos, familiares e os conhecidos que somente com o estudo conseguimos alcançar nossas metas”, explica Gustavo.  Para ele, a determinação sempre foi uma companhia íntima em todas suas conquistas. E, de acordo com Gustavo, ela faz parte do seu planejamento para realizar o seu sonho de estudar o curso de administração em uma universidade e alcançar a estabilidade financeira. Segundo o jovem, é fundamental andar lado a lado com ela, pois o cotidiano agitado que possui, em que precisa conciliar os horários do estágio com os estudos, exige esse foco.  “Para chegar até onde trabalho, preciso sair de casa muito cedo por causa do trânsito e a demora para realizar o trajeto. É mais ou menos uma hora e trinta minutos de deslocamento. Porém, mesmo com essa demanda, eu encontrei um jeito de estudar e não perder o foco com meus objetivos. Durante o trajeto do ônibus, eu coloco a leitura em dia de temas importantes”, finaliza.  Com essa força de vontade em conquistar suas metas, Gustavo acredita que o ingresso no projeto do Fundo Baobá auxiliará – e muito – na compreensão dos valores do movimento negro, pois no curso ele conhecerá jovens que compartilham o mesmo sonho.  

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

Por Bruno Sousa, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo. A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica.  Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz. A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

A estudante Isabella sonha em cursar psicologia e montar seu próprio consultório: Ela quer trabalhar com adolescentes que sofrem de ansiedade e depressão

Por Katia Flora, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Para um jovem que termina o ensino médio, outros desafios começam a aparecer: pensar na carreira que deseja seguir e pesquisar qual curso tem mais aptidão. Muitos quando criança têm um sonho em exercer alguma profissão, mas quando crescem e vão para a escola, outras possibilidades se abrem.

A estudante Isabella Alcântara dos Santos, 17 anos, teve essa experiência. Na infância ela dizia aos pais que seria médica, tanto que eles fizeram um “projeto medicina”, que constava em guardar dinheiro para ela fazer faculdade. Mas, como não tinha conhecimento da profissão, no primeiro ano do ensino médio a jovem começou a buscar informações, viu que tem mais afinidade com a psicologia. “Eu vi outros cursos também, pesquisei mais e fui ver o que seria bom pra minha carreira. Entre conversas com meus pais decidi que quero outra profissão”, comenta.

Santos mora com os pais e mais um irmão caçula na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Ela é bem dedicada aos estudos e no ano passado, durante a pandemia, reservava parte do dia para pesquisa dos trabalhos escolares e cursos online. Divide o quarto com o irmão,ainda assim, tem tranquilidade para manter a rotina de aprendizado.

A mãe Lidiane Alcântara,41, que trabalha com marketing digital, e o pai André Luiz Pereira dos Santos,45 anos,técnico de TI (Tecnologia da Informação), incentivam muito os filhos na escola. Foi Lidiane quem indicou para a filha fazer a inscrição no Programa Já É, do Fundo Baobá. “Eu prezo muito pelos estudos, a única coisa que vamos deixar são os estudos, uma bandeira muito forte na minha casa”, ressalta.

Alcântara diz que agora estão poupando dinheiro para o “projeto psicologia”, devido a filha escolher mudar de área. Ela tem amigos psicólogos, pediu que eles explicassem para a jovem a importância dessa profissão. “A Isabella fez testes vocacionais online, indicavam para contabilidade e psicologia. Como gosta de ajudar pessoas, quer investir nessa área da saúde e montar seu próprio negócio”.

Isabella está muito feliz por ser a primeira da família a fazer um curso pré vestibular e quer estimular o irmão a seguir o mesmo caminho. “Vejo como uma coisa muito boa, para realizar meu sonho de entrar na USP (Universidade de São Paulo)”, diz empolgada.

Como no ano passado as aulas do terceiro ano foram online por causa da pandemia da Covid-19, o aprendizado da jovem nas matérias foi afetado. Neste ano ela está focada em vídeo aulas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), separa prova dos anos anteriores e estuda para avaliação no fim de 2021. Ela sabe das dificuldades e desafios por vaga numa das faculdades mais concorridas do país, e também do racismo estrutural. Apesar disso, Isabella sonha alto e almeja conquistar seus objetivos.”Para quem mora na periferia, as dificuldades são muitas, mas não olho pra isso e sim pra onde quero chegar. Penso em abrir meu consultório para atender adolescentes que sofrem com depressão e ansiedade. Eles precisam de cuidado e atenção”.

Criada para ensinar crianças: Para Izabel, de 23 anos, o amor pela educação vai muito além do ato de ensinar

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

“É meio difícil falar da gente, deveria ser mais fácil, mas não é”, foi a primeira frase dita por Izabel dos Santos Neimeir, de 23 anos, na entrevista com equipe do PerifaConnection. Apesar da fala, não é complicado para quem ouve perceber a doçura, calma e paciência que a jovem carrega no modo de conduzir a conversa e falar sobre a própria vida.

Izabel Neimeir vive no bairro Baronesa, região periférica da cidade de Osasco, com o marido Natan da Silva. Membra de uma família grande, com 9 irmãos, a jovem  é muito ligada aos parentes. “Acho que sem a minha família, o meu trabalho e a igreja, faltaria um pedaço importante de mim”, afirma. 

O zelo e o cuidado com o próximo sempre estiveram presentes em sua formação. A primeira pessoa de quem cuidou foi a avó, que precisou de ajuda em decorrência de problemas de saúde. Atualmente, Izabel exerce, informalmente, a função de cuidadora de idosos. O Sr. Valdivino, de 86 anos, é a pessoa que recebe diariamente atenção e afeto da jovem. 

A juventude em Osasco foi marcada pela criação na Igreja Presbiteriana, por influência da mãe. É no centro religioso onde ela desempenha a tarefa de evangelizadora das crianças da comunidade. E foi exercendo a função de orientadora religiosa que ela descobriu a sua vocação: ser professora. 

Emocionada ao falar da profissão dos sonhos, a jovem acredita que a educação vai além da grade curricular obrigatória das escolas. Segundo ela, trata-se de partilhar ensinamentos, como amor, carinho e respeito. “Eu tive professores que me ensinaram coisas que trago até hoje, coisas muito valiosas e valores para a vida. […] É por isso que quero fazer pedagogia”, pontua.

Para além da profissão que brilha os olhos da jovem de Osasco, a educação é a porta de entrada para a realização do sonho de garantir uma vida financeira estável para ela e seus futuros filhos.

“Os estudos abrem as portas para nós, uma das maiores carências das famílias que a gente acompanha na comunidade é justamente essa financeira, porque eles não conseguem trabalhos melhores para sustentar as famílias […] Quero trabalhar para ter uma vida estável, talvez um dia ter filhos e que eles não passem pelas mesmas necessidades que eu passei. Isso é o que mais mexe comigo e que me traz para sonhar em ter algo no futuro”, finaliza.

O importante é aproveitar as travessias: Seja de casa para o centro ou para uma universidade, Jakeline acredita que importante mesmo é estar atenta às oportunidades que cada momento oferece.

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Para quem mora longe do centro de São Paulo, toda passagem tem que ser bem aproveitada. Quem afirma isso é Jakeline Souza, de 21 anos, que mora em Itapevi, Região Metropolitana do estado, e aproveita toda a travessia à capital para fazer o máximo de coisas possíveis. Foi numa dessas que acabou participando de uma oficina de teatro no Tendal da Lapa, com uma companhia que estava fazendo um teste secreto com os participantes. Ela chegou lá para aprender e saiu com uma personagem a ser interpretada. Isso que é aproveitar as passagens!

Jakeline conta que durante a vida escolar, toda cursada em escola pública nunca se ligou muito nas matérias de artes. Ela credita seu desinteresse à falta de estrutura oferecida para que os professores pudessem ofertar mais do que as aulas de desenho. Durante a escola, o que a pegou mesmo foi o movimento estudantil secundarista. Durante o Ensino Médio, Jake participava do Grêmio Escolar e representou seu colégio no 41º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES), em 2015. Foi uma experiência que lhe trouxe um aprendizado.  “A escola foi feita para os alunos e os alunos têm o poder de mudar as coisas. E o quanto isso causa medo,” contou com muito entusiasmo. “Quando os alunos começam a entender o quanto isso desestabiliza as estruturas  conservadoras, é o momento em que a gente ganha uma potência muito grande”, finaliza.

Essa vivência foi tão marcante que mexeu até com o seu entendimento sobre si própria. “Quando eu comecei a ter esse contato com movimentos sociais, eu comecei a ter outras questões. Como entender que por muito tempo eu estava sempre tentando me esconder. Eu sempre fui me colocando num lugar onde eu achava que sempre tinha que ficar escondida”, comenta Jake. Essa é uma das dimensões mais cruéis do racismo, a que impede com que as pessoas negras tenham acesso às suas próprias potências. 

A jovem conta que, embora hoje sinta que está pronta para essa disputa do vestibular, antes não identificava a universidade como uma possibilidade. “Quando eu comecei a ir para os movimentos sociais, eu comecei a pensar ‘Caramba! Eu posso falar, eu posso ser ouvida, eu posso estar à frente das coisas!’. E aí eu comecei a fazer teatro na busca de me expressar. Eu não quero me esconder. Eu quero estar à frente”, decidiu.

E, embora não vendo esse espaço como um “lugar para ela”, ainda tentou se preparar para fazer as provas. Participou de um cursinho popular por um tempo, mas a pouca frequência das aulas (apenas aos sábados) somada à dificuldade de estudar em casa por conta dos barulhos dos ambientes interno e externo de onde mora, a fez desanimar. Em sua família, três primas já cursam o ensino superior, mas todas na rede privada. “Eu quero ser essa pessoa que vai mostrar que é possível, sabe?! Que a universidade pública é para a gente”, afirma.

Esse sonho ficou em stand by quando ela começou a atuar com a Companhia Lúdica, a que fez o teste secreto que a selecionou. Trabalhando e vendo esses empecilhos na preparação para o vestibular, Jakeline ficou dedicada à companhia por pouco mais de um ano. Hoje em dia ela atua com o Grupo Independente de Dança e Teatro Corpo-Molde e se inscreveu no Programa Já É para poder cursar Artes Cênicas .

Durante toda essa travessia entre se descobrir potente e se preparar para entrar numa universidade, Jakeline aproveitou cada paisagem. Tendo o suporte de seus pais, a jovem viveu e sentiu o que cada episódio desde o fim do Ensino Médio tinha para lhe ensinar. Aos 21 anos e com uma bagagem artística já iniciada, ela se sente pronta para entender o que essa passagem pelo curso superior tem a oferecer para as suas próximas travessias.

“Não tenhamos medo do futuro, o nosso próximo melhor momento está lá”: Sem dar muita bola para as pressões da sociedade, João dita seu próprio ritmo para ser feliz.

Por Bruno Sousa, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
As pressões sobre futuro, carreira e sucesso, comuns em nossa sociedade, não afetam tanto João Pedro Araujo da Silva. Hoje, aos 23 anos, o jovem morador do Grajaú, Zona Sul de São Paulo, almeja a carreira na psicologia para ajudar as pessoas, principalmente as crianças e adolescentes de escolas públicas. “Eu moro no Grajaú, de onde vem o Criolo”, foi assim, orgulhoso, que João traçou uma referência sobre o lugar onde nasceu com o cantor. No distrito mais populoso de São Paulo, o jovem divide a casa com sua mãe e tia, ambas vindas da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. “Aqui é muito grande, lá pro final, já fazendo divisa com outros estados, têm até aldeia indigena”, disse sobre a região onde mora. João segue uma dinamica um pouco diferente da maioria dos jovens negros de periferia, que muitas vezes são os primeiros da família a entrar na graduação e sentem essa pressão. Sua mãe, Margarida Araújo, é formada em letras, mas não exerce a profissão há muito tempo, se dedicando a casa e ao seu brechó no Grajaú. “A influência da minha mãe na graduação não teve um peso na minha decisão, ela não é de me pressionar. Ela sabe que tem muita gente que fez faculdade e tá desempregado”, conta. João concluiu o ensino médio há bastante tempo, sete anos mais precisamente, mas só decidiu prestar o vestibular agora. “Eu só vou quando tiver certeza do que quero fazer”, afirma. No meio de sua descoberta pessoal, a vontade de ajudar os outros se sobressaiu, foi aí que a Psicologia fez brilhar os seus olhos.  “Eu sou muito empático, eu gosto de ver as pessoas bem, não gosto de ver as pessoas ao meu redor se sentindo mal. A psicologia pra mim é meio que a minha missão aqui na terra, acho que com ela eu ajudaria muita gente mesmo a passar por situações difíceis que às vezes elas não sabem como ou não tem condições de agir, ainda mais com essa doença do século que é a depressão e todas as outras doenças que vêm atreladas a ela”, reflete. Se descrevendo como uma pessoa que gosta de desafios, João tem como meta ingressar na Universidade de São Paulo (USP) esse ano. Mesmo sendo um campo onde a maioria dos profissionais são brancos, ele não acredita que na psicologia a questão racial deve ter um papel unificador. “Eu enxergo a psicologia de uma forma geral, entendo que é normal a gente querer prezar mais pelos negros, mas se a gente ficar colocando essas barreiras, nunca vamos mudar a cabeça, temos que ver todos como um igual. Por mais que muita gente não veja como igual, temos que começar a mostrar que só a pele é diferente, o sangue é a mesma coisa.” João tem como sonho colocar pelo menos um psicólogo em todas as escolas públicas do país para que os alunos tenham “nem que seja uma sessãozinha de 10 minutos”, como disse, se referindo a uma orientação profissional. Para ele, muitos jovens acabam cometendo erros por necessitarem de atenção e orientação, que às vezes não recebem em casa. “Isso ajudaria demais as pessoas, pois é na infância e adolescência que a gente está formando a mente. E se a gente ajudar esses adolescentes e crianças a ter uma mente boa, quem sabe a gente não consegue mudar esse país, né? Tem que começar da gente, é da gente pra frente”, diz.

Uma voz, um violão e uma mala cheia de sonhos: A história de um menino que foi do Ceará para São Paulo tendo a música como motivação 

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

O músico que há 3 anos deixou Milhã, cidade a cerca de 300 km de Fortaleza, para viver do seu sonho de cursar licenciatura em música, sem nunca esquecer suas raízes. João Gabriel é a personificação do que é ter um propósito de vida.

João sem música é como futebol sem bola: não funciona. Sua paixão hoje faz parte do seu objetivo de vida. O jovem de 20 anos que vive no Bairro do Limão, área periférica da na Zona Norte de São Paulo, deixou seu estado natal em busca de recursos para materializar seus desejos. Diferente de alguns músicos, ele diz não sonhar com fama ou com holofotes: “Pretendo entrar na faculdade de música para fazer licenciatura e poder levar o ensino da música a mais pessoas que não tiveram ou que não têm as mesmas oportunidades que eu tive com ela.”

O músico conta que jamais acreditou realmente na possibilidade de algum dia viver da música e construir sua caminhada em torno dela, no entanto, percebeu que em São Paulo existem mais oportunidades e portas abertas para ajudá-lo: “Aqui encontra-se muito mais fácil um projeto social, como o Baobá, que auxiliam pretos e pobres, moradores da periferia e base da pirâmide social, por meio da educação e fazendo um papel o qual o Estado não faz” 

O jovem fala com carinho da mãe, que segue apoiando, lá do Ceará, a sua trajetória dentro do meio artístico, como sempre fez. Além dela, sempre contou com o apoio de sua irmã, que o acolheu em seus primeiros meses na cidade grande, onde também conseguiu um emprego em uma loja de instrumentos. Seu pai vive em São Paulo e desde então eles vêm construindo uma relação mais sólida um com o outro. 

João mostra seu talento nas redes sociais com interpretações em voz e violão de suas músicas preferidas como Nossa Canção de Luiz Ayrão, Cotidiano de Chico Buarque e Universo ao Meu Redor de Marisa Monte, em que  diz na legenda: “Essa música me inspira demais, espero que inspire você também.” 

O cantor também passou a reconhecer sua negritude após ir embora do Nordeste. “Eu to aprendendo agora a ser negro”, diz. De acordo com o artista, ele costumava naturalizar o preconceito, mas hoje em dia consegue notar a discriminação nos detalhes e busca cada vez mais aprender sobre. Em seu Instagram, mostra seu “black power” em uma foto com a legenda: “Tanto lhe escondi e agora faz sentir-me tão bem”. 

É através da arte e do ensino que João pretende mudar seu mundo e das pessoas ao seu redor. Seu objetivo é ter uma situação financeira estável para ajudar sua família a partir  do seu sonho de mudar vidas ensinando música. Segundo ele, “só a educação e a cultura são ferramentas que podem ser usadas para criar uma sociedade que corra atrás de seus direitos”. 

A vida é sobre aceitar novos desafios

Joselaine Romão Soares, de 25 anos, precisou fazer uma graduação e diversos cursos para descobrir o que fazia o coração bater mais forte

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Alguns projetos só acontecem quando você está disposto a sair da zona de conforto, Joselaine Romão Soares, de 25 anos, parece ter entendido muito bem esta ideia.

A jovem vive em Carapicuíba, município da Região Metropolitana de São Paulo, com o marido Thiago. Vinda de uma família de pais religiosos, desde muito nova mostrou-se destemida e não tinha medo de expressar os seus pensamentos.

“Não posso mentir que teve um dedo do meu pai, que era pastor, no meu descobrimento como feminista. Em alguns estudos que nós fazíamos da bíblia, ele falava sobre os Hebreus e a importância de nos reconhecermos como negros, que deveríamos valorizar nossos traços. Por causa disso, decidi assumir meu cabelo e, nesse processo de aprender sobre os cuidados, tive o meu primeiro contato com o feminismo”, conta.

Joselaine é formada em Administração, mas sempre soube que não gostaria de exercer a profissão, então, decidiu arriscar-se em vários cursos até descobrir aquilo que a deixava feliz.

“Eu escolhi Administração porque na época trabalhava com Jovem Aprendiz e não queria perder meu emprego. Mas eu sabia que não gostava dessa parte e fui mesmo assim, depois eu fui desligada da empresa e comecei a trabalhar como operadora de telemarketing. Foi nesse momento que comecei a fazer vários cursos, desde desenho técnico, costureira até mesmo cuidadora de idosos. Depois fui estudar web design e descobri o mundo da programação”, comenta.

A oportunidade fez com que ela sentisse vontade de ingressar em uma segunda graduação, dessa vez na área de tecnologia com o curso de Engenharia de Software.

Atualmente, a jovem trabalha como desenvolvedora de front-end [área responsável pela parte visual com a qual o usuário interage]. Além do emprego formal, Joselaine divide seu tempo fazendo ilustrações por encomendas.

A jovem de Carapicuíba sonha em ser empreendedora e ter os desenhos como principal fonte de renda. “Eu sonhava em ter um trabalho registrado, mas comecei a visar trabalhar para mim, como ilustradora. Eu me dedico diariamente a isso, à ilustração e ao desenho para aprender mais. Desejo muito ser uma boa profissional e ter o reconhecimento por isso”, relata.

Abrindo alas para quem vem depois: Joyce é a primeira de sua família a tentar a graduação e quer abrir caminho para os seus irmãos mais novos.

Por Bruno Sousa, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Ser um exemplo para os seus irmãos. Essa é a responsabilidade que Joyce Cristina Nogueira, de apenas 20 anos, assumiu desde cedo. Em busca de uma vida financeira melhor, a jovem, que teve uma infância difícil em Diadema, município do estado de São Paulo, enxerga nos estudos a chance de realizar seu sonho e inspirar sua família.  Vinda de uma família muito pobre, Joyce perdeu seu pai aos 10 anos e viu sua mãe criar sozinha mais seis irmãos, três biológicos e três adotivos. Todos moravam em uma pequena casa de madeira de 14m² em Jardim Novo Pantanal, periferia da Zona Sul de São Paulo, e que foi erguida graças a ajuda da comunidade que se juntou para comprar o pequeno terreno. A região, por ser  fronteira com o município de Diadema, garantiu em 2017 que Joyce e sua família ganhassem do prefeito da cidade o material para construir sua casa de alvenaria. A família ainda continua por lá, mas em 2019 Joyce saiu de casa e foi morar com a sua namorada, Andressa, que também tem 20 anos. A jovem concluiu o ensino médio em 2018 e desde então conciliava o trabalho com os estudos em casa, até a metade de 2020, quando, por conta da pandemia, ela foi demitida do seu emprego como personal shopper na empresa de delivery Rappi. Desde então, ela tem se dedicado aos estudos para o vestibular. “Como a minha namorada consegue manter a casa com o trabalho dela e a gente tem ajuda das nossas mães, eu to podendo focar só nos estudos”, diz. Dedicada a ingressar em breve na graduação, Joyce tem como meta a Universidade de São Paulo (USP) – universidade dos seus sonhos – e cursar Relações Internacionais. “Eu escolhi RI pela relação que tem com Geopolítica, e eu sou apaixonada por geopolítica. Só que eu não me via fazendo geografia. Eu gosto muito dessa parte empresarial, administração, aí eu encontrei dentro de RI um meio termo entre a geopolítica e essa parte empresarial”, explica. Joyce já quebrou barreiras sendo a primeira de toda sua família a prestar um vestibular, e desde pequena ela sonha com a universidade. “Quando eu estava na sétima série, meu professor levou a turma para conhecer a USP. Foi uma tarde em que a gente caminhou pela universidade e eu me apaixonei desde o primeiro momento, e desde lá eu venho falando que é onde eu vou estudar”, conta. Segundo ela, a luta não é apenas por uma melhora financeira e nem por um curso, é principalmente para inspirar seus irmãos a sonharem com algo maior e saber que podem alcançar. “Eu sempre quis ser o melhor exemplo possível para eles, então é também um peso. Mas eu fico muito orgulhosa, porque eu sei que se eu conseguir estudar e ter uma vida melhor eu vou construir uma vida melhor pra minha família”.

Há esperança no Capão: estudante se inspira em professor para cursar biologia: Julia Camile decidiu ser bióloga no Ensino Fundamental

Por Anna Laura Moura, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
O amadurecimento bateu na porta de Julia Camile da Silva Santos, de 17 anos, bem antes da hora. Moradora de Capão Redondo (São Paulo), a estudante frequentou o ensino público durante toda a sua vida e, segundo ela, sua infância foi boa, “apesar de curta”. No âmbito profissional,  Julia quer seguir os passos do seu ex-professor de Biologia, José Pedro, que a influenciou a tornar-se bióloga com foco na área de zoologia. “Conheço ele desde o 6º  ano do ensino fundamental, e nunca vi alguém tão apaixonado pelo que faz”, conta com o entusiasmo de quem quer seguir os mesmos passos. Após o divórcio de seus pais, quando ela tinha 5 anos, a relação com a mãe Carla Patrícia Souza, de 38 anos, ficou estremecida. Segundo Julia, a convivência já era conflituosa, mas se agravou após a separação.  “Eu precisei amadurecer muito cedo, porque sempre fui julgada pelos meus parentes. Senti que precisava provar a eles que eu poderia sim, ter um bom futuro”, conta a jovem.  Julia  cresceu sem pedir ajuda a ninguém. Aos oito anos, já realizava as tarefas domésticas e, em decorrência das obrigações, julga ter perdido  boa parte da sua infância. “Poderia ter me divertido mais, mas precisei amadurecer”, explica.  Aos 13, Julia  foi expulsa de casa pelo padrasto durante uma discussão sobre o seu relacionamento com um ex-namorado, onde enfatiza que não tinha o apoio da família. Mesmo não tendo sido expulsa definitivamente – ela retornou dias depois – naquele momento a estudante percebeu que estava por si só. “Depois dessa situação, me vi decepcionada e percebi que precisava me virar sozinha”. Já aos 15 anos, partiu dela a decisão de deixar a casa da mãe definitivamente, e agora mora com o pai.  Seu pai, João Joaquim dos Santos, de 47 anos, é sua maior inspiração. “Ele veio para São Paulo aos 16 anos para construir sua vida, e sempre conquistou tudo por mérito próprio”, diz a estudante.  Julia Camille atualmente trabalha como estagiária em um escritório de  advocacia, na área de finanças. Ela está no terceiro ano do Ensino Médio e vê na iniciativa do Fundo Baobá uma grande oportunidade de crescer profissionalmente. “O edital me abriu portas e hoje enxergo o potencial que antes eu achava que não tinha. Hoje vejo novas perspectivas”, conclui. 

Racismo do cotidiano não impediu jovem de 18 de seguir seu próprio caminho: Julia Firmino não se abateu ao ouvir, de seus colegas, que o curso técnico em Edificações não “servia” para a estudante.

Por Anna Laura Moura, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Apesar da pouca idade, Julia Firmino Gabriel,  18 anos, moradora de Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, sabe muito bem o que quer. “Minha mãe sempre me ajudou recomendando diversos cursos para vestibular, e foi através dela que conheci o Fundo Baobá”, conta a jovem que mora com as irmãs.

Julia terminou o ensino médio integrado ao curso técnico de edificações no ano passado. A formação técnica foi importante para a jovem adquirir conhecimento na área e despertar o desejo de cursar arquitetura na universidade, mas o caminho doloroso, por conta do embate diário com o racismo.

A estudante sofreu uma série de ataques racistas de seus colegas de turma que a julgavam incapaz de finalizar o curso técnico. “Diziam que eu deveria procurar algo mais fácil, e eu tenho certeza que pensavam dessa forma porque sou preta”, afirma. O fato de ser muito tímida, também dificultava a relação com seus colegas. 

Apesar disso, Julia não se abateu, porque teve a família como esteio para seguir trilhando o caminho rumo ao seu sonho. “Nossa situação é apertada, pois minha mãe criou eu e meus cinco irmãos sozinha, mas sempre recebi apoio em todas as minhas decisões”, conta. “Eu sempre soube que passaria por isso (racismo). Desde pequena fui bem instruída sobre o tema”.

A base familiar sustentou a jovem, mas não impediu que ela vivesse  momentos de insegurança e decepção. “Nunca imaginei que as pessoas poderiam ser tão ruins dessa forma”, conta. Contudo, ela assumiu sua personalidade, seu cabelo e seus traços, e foi à luta. “O edital Já É foi importante para eu entender que, independentemente da minha cor, sou capaz de qualquer coisa”, conclui.

Focada, o único caminho possível para Karina é o do sucesso

 
Por Tâmara Santos, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Filha do seu José Leal e da dona Maria Aparecida, Karina Leal de Souza, de 17 anos, sonha em cursar arquitetura e urbanismo em uma faculdade pública. A jovem é moradora do Parque São Luís, zona sul da capital de São Paulo, onde nasceu e cresceu.

Atualmente, Karina cursa o terceiro ano do ensino médio na Etec Carolina Carinhato Sampaio. Em 2020, por conta da pandemia do Covid-19, ela teve que estudar a distância. “Eu moro em um prédio. Aqui fora sempre fica umas crianças brincando, o apartamento é pequeno. Sempre passa alguém, sempre tem alguém comentando algo, fico com muita dificuldade para estudar”, conta.

A jovem relata ainda que a bolsa de estudos do Programa Já É é uma oportunidade de repor o conteúdo perdido. “Meu objetivo é me esforçar bastante para recuperar a matéria perdida em 2020”, afirma Karina, que tem dificuldades em organizar as matérias e o curso pré-vestibular, também ajudará nesta questão.

No apartamento pequeno, no Parque São Luís, moram os pais de Karina, a jovem e sua irmã, Melissa, de 15 anos. “Às vezes, meus pais não entendem o que eu estou passando. A minha irmã é minha confidente, que compreende o que está vivendo e compartilha experiências comigo”, relata. Porém, essa falta de sintonia, não vai muito longe, já que seus  pais são os seus maiores incentivadores e é para eles que dedica as suas conquistas.

Focada e determinada, conta que está com o coração fechado. “Toda concentração vai para os estudos”, diz Karina. Bem sociável, ela relata que tem muitos amigos. A jovem não foge à regra daqueles que pretendem cursar arquitetura e ama desenhar, mas este não é seu único hobby. A estudante também ama ler e os livros sobre fantasia e distopia são os seus favoritos. Nas horas vagas, ela que tem 1,64m gosta de jogar basquete. “Tem posições que eu consigo jogar com a minha altura”, afirma.

Precavida, faz curso técnico de administração, “uma carta na manga”, como relatou. A jovem que sonha em viajar o mundo e fazer intercâmbios, exercita o inglês através da música pop norte-americana. Além deste idioma, compreende um pouco de espanhol e está estudando francês através de aplicativos gratuitos.

Para conceder esta entrevista, a jovem estava cheia de medo. “Ah! Eu nunca dei entrevistas, fiquei com medo”, expressou. Porém, quando se trata da sua carreira de sucesso, ela conta que estará pronta para os holofotes. Karina sonha em consolidar a carreira de arquitetura e em janeiro de 2022 ela se vê dando o pontapé inicial para concretizar esse sonho. “Em janeiro, eu vou estar em uma faculdade pública”, afirma.

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Por Bruno Sousa, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

A trilha das exatas: Estudante sonha em cursar engenharia civil na USP e montar seu próprio negócio

Por Katia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Kenya Cristina de Santana tem 17 anos e mora na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, com a mãe e os dois irmãos mais velhos. Ela sonha em ser engenheira civil. O desejo pela área começou na época em que estava no ensino fundamental, porque tinha um bom desempenha nas aulas de matemática.”Gosto de mexer com cálculos e desenhos. Tenho afinidade com exatas”.

Ela está cursando o último ano do ensino médio na Escola Estadual Mariuma Buazar Mauad, perto de onde mora. Por enquanto as aulas são online, assim que as escolas forem liberadas para o retorno, ela vai estudar à noite. Ela começou a trabalhar como operadora de atendimento.

No ano passado, a jovem teve dificuldades no aprendizado das matérias pelo sistema remot. Ela sofreu com complicações na rede de internet, qe, como em vários bairros periféricos, sempre travava. Por conta disso ela deixou de aprender alguns conteúdos. Sua mãe precisou alterar a velocidade da internet contratando um novo plano para auxiliar nas atividades.

Os pais da jovem são professores e esperavam que ela seguisse a mesma profissão, mas estão animados pela opção da filha, especialmente por ela ser a única da casa a fazer um curso preparatório para o vestibular.

Os irmãos mais velhos são DJs e não concluíram o ensino médio. Mas apoiam a mais nova, que está determinada em fazer a graduação de engenharia civil. Ela deseja de ingressar na USP (Universidade de São Paulo), sabe dos obstáculos para alcançar sua meta, que envolvem o vestibular e a permanência em um curso majoritariamente masculino, com poucas mulheres negras no mercado.

Mas ela não abando o seu objetivo que é dar orgulho aos pais e ser referência para outras pessoas que desejam alcançar um sonho. “Se eu me empenhar bastante vou conseguir realizar meus propósitos de vida”, afirma.

A  jovem também tem planos de fazer pós-graduação em arquitetura e montar seu próprio negócio. “Será uma conquista pra mim ter minha independência financeira”.

Reaja com amor: Kerollyn Alves aprendeu que a única forma de responder ao mal é tendo empatia

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

“Eu quero fazer a diferença na vida das pessoas”, é o que diz Kerollyn Silva Alves, de 24 anos, e moradora do Grajaú, bairro localizado na zona Sul de São Paulo, considerado com um dos distritos mais populosos da capital.

A jovem mora com os avós e conta que sempre foi muito próxima a eles. “Meus pais me tiveram muito novos e algumas responsabilidades sempre ficavam para os pais deles. Por ser desde sempre muito apegada aos meus avós, resolvi morar com eles”, comenta. 

Apesar de ser muito comunicativa e alegre no modo de falar, Kerollyn diz que na infância nem sempre foi assim. “Na escola, eu era muito isolada por ser negra. Então eu parei de estudar, repeti várias vezes devido ao bullying e piadas desnecessárias. Depois de muito tempo, resolvi retomar e fiz supletivo. Foi quando eu passei a entender mais sobre as coisas, ser mais empoderada e ter consciência de quem eu era”, relata.

Mesmo com os traumas, a jovem encontrou forças nos professores do supletivo que a incentivaram, e sonha em fazer uma faculdade. “Quero voltar para os estudos o quanto antes, porque já perdi muito tempo da minha vida com medo de frequentar esses lugares. Mas eu sinto que estou preparada e determinada a continuar”, fala. 

Kerollyn pensa em cursar Pedagogia ou Sociologia para ajudar o próximo. “Gosto muito das duas áreas, ainda estou tentando descobrir qual seria melhor para mim, mas quero trabalhar com pessoas, é uma coisa que combina comigo, quero fazer a diferença na vida delas”. 

Entretanto, não pensa em se restringir apenas à área em que estiver graduada. “Eu gosto muito de moda e de desenhar, penso muito em ter uma loja de roupa ou brechó. Quero sempre buscar mais conhecimento para trabalhar em várias áreas, não só pelo dinheiro, mas também pelo hobby. Fazer as coisas pelo fato de ser boa, crescer e assim ajudar outras pessoas pretas e LGBTQIA+.”

Dentre muitos planos, a jovem do Grajaú almeja ter uma vida estável financeiramente por meio do sucesso profissional. “Não quero ser rica, quero ter o básico para tirar férias quando quiser ou ter um tênis legal. Também sonho em aprender e levar ensinamento a outras pessoas como eu, poder mostrar que elas também são capazes”, conclui. 

Se você pode sonhar, deve realizar: Sem nunca desanimar, ela enfrenta obstáculos, sempre aproveitando todas as oportunidades

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Do Sul ao Leste, Ketlen Leandra Carvalho saiu de Interlagos para viver em São Miguel Paulista. Com 24 anos de idade, a jovem coleciona histórias de superação. Cheia de sonhos, o que almeja é ver pretos como ela no poder.

Aos 16 anos de idade, Kelten saiu de casa para morar com o parceiro. A relação durou três anos. Há pouco mais de um ano, conheceu o Luiz Felipe, com quem, após três meses de namoro, casou-se de novo.

Devoradora de biografias, conta que já leu várias, entre elas a de Elza Soares, Michelle Obama, MV Bill, Falcão e Ferréz. Dedicada, sua atividade favorita é arrumar a casa e ver tudo limpo.

Sem emprego fixo, a jovem faz freelancer em uma loja de móveis usados. O horário é pesado, das 8h às 18h, de segunda a sexta. No local, ela ainda faz reciclagem. Após o turno de trabalho externo, tem o trabalho do lar.

Sem muita proximidade com a família, conta que não tem muito contato com o pais e fala esporadicamente com as irmãs. Em relação à mãe, ela conta  que antes de sair de casa eram próximas, mas depois se distanciaram. Durante a pandemia da Covid- 19, Ketlen perdeu a mãe, que tinha um quadro de saúde delicado e. após alguns episódios de convulsões, teve um derrame cerebral do qual não resistiu.

Atualmente, seu melhor e único amigo é o esposo. Insegura, conta que já se inscreveu e deixou de fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por acreditar que não estava preparada o suficiente. 

“Eu fiz dois meses de curso pré-vestibular e quando eu peguei o material de estudos percebi que tinha muito conteúdo que eu nunca tinha visto”, conta a jovem, que saiu do curso porque ganhou uma bolsa de estudos da Universidade Zumbi dos Palmares.

A bolsa dava direito a duas opções de curso: administração ou tecnologia da informação. Ela escolheu administração, contudo, quando foi preciso realizar a rematrícula, não teve condições financeiras. Além disso, conta que o custo com o transporte pesava e que infelizmente era a “comida ou os estudos”.  

Mas esse não foi o único curso que tentou fazer, cursou dois semestres de pedagogia, mas trancou. “Esse eu não gostei mesmo, revela. Questionada sobre outras possibilidades de graduação, conta que já pensou em “gastronomia e enfermagem”.

Ketlen tem como o maior sonho ter uma vida boa nas áreas financeira e profissional. Otimista, daqui um ano se vê dando continuidade ao curso de administração e estagiando na área.

Estudante atravessa as mazelas do racismo e
decide estudar Letras na USP: 
Larissa Araújo se apoia na relação amorosa com  a mãe para fortalecer seu sonho

Por Anna Laura Moura, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Larissa Araújo Aniceto, de 22 anos, mora no Jardim São Luís, zona sul de São Paulo, e sonha em cursar letras na Universidade de São Paulo (USP). Ela conheceu o Fundo BAOBÁ por meio de um amigo preto e ativista, e decidiu se inscrever porque os princípios do edital estão muito alinhados ao que ela acredita ser o correto. “A equidade racial é uma das minhas maiores buscas”, explica.

A família é a sua base, tendo a mãe como um de seus maiores alicerces. “Temos uma relação de muito amor e cumplicidade pautada no respeito”, conta. Mas as inspirações da estudante vão além: Raquel Maia, ex-CEO da Pandora, e Luiza Trajano, da Magazine Luiza, ambas mulheres de negócios, são o espelho da jovem. 

Apesar da fortaleza familiar e boas inspirações profissionais, nem sempre Larissa viveu experiências agradáveis. A estudante conta que sempre frequentou espaços onde existiam pessoas mais privilegiadas economicamente e, como consequência, viveu situações de exclusão, ora por causa de sua cor, ora por causa de sua classe social. “A forma como eu, preta e periférica, me portava gerava incômodo nos outros e o tratamento comigo era diferente”, relata Larissa. 

Essas e outras vivências despertaram em Larissa a sensação de que boa parte das suas experiências foram pautadas no racismo. Porém, a jovem soube passar por cima valorizando mais sua autoestima, desenvolvendo segurança e equilíbrio emocional. 

“Tudo isso serviu para me fortalecer e me gerou amadurecimento, apesar de todo o contexto”, conta. “Busquei, portanto, cuidar da minha saúde mental e frequentar espaços com pessoas iguais a mim”, diz.

A inspiração para cursar Letras surgiu daí. A jovem acredita que é na sala de aula a origem  de toda a mudança social. “Eu acredito muito na educação e na forma como ela pode transformar vidas. Me vejo em uma sala de aula ajudando pessoas com o mesmo histórico que eu, quero impactá-las de forma positiva”, explica. Larissa pretende se especializar na área infanto-juvenil. 

Foi no Fundo Baobá que a estudante se viu representada, e enxergou no edital a possibilidade de se aproximar ainda mais do seu sonho de atuar com adolescentes e jovens, público que ela mais se identifica. “Eu busco a equidade racial dentro da minha carreira, e me sinto cada vez mais perto de realizar esse objetivo”, concluiu. 

“O meu objetivo maior é marcar  vidas”: Uma menina que reconheceu sua negritude e agora, por meio da pedagogia, pretende ser instrumento de mudança. 

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

“Assim como a minha professora marcou a minha vida, eu quero fazer isso com outras crianças, sabe? Marcar a vida delas. Principalmente meninas negras e meninos negros”. É assim que  a moradora de Diadema descreve seu sonho . A menina deixada pela mãe na infância, dedica ao seu pai e à  sua avó todo o seu esforço para se tornar  uma profissional da educação. 

Ariana, negra e crespa. Laysa Stefani, de 18 anos, conta que se reconheceu como pessoa negra de forma não muito positiva durante o ensino fundamental 2. Ela, que sempre gostou muito de conversar e se comunicar, reconheceu em sua pele o motivo que a fazia não ser escutada: “ eu pensava: ‘meu Deus, por que acontece isso?’ Então, foi aí que eu percebi, caraca, eu sou negra.  Dá aquele choque.”

Anos depois, a experiência da jovem com a sua negritude melhorou  no momento em que foi aprovada na ETEC Lauro Gomes onde, atualmente, cursa o 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico de administração. 

“Eu via as meninas com o black extremamente armado andando pelo corredor, sem ligar pra nada e eu pensei: ‘é isso que eu quero pra minha vida.’” Foi neste processo de autoconhecimento que  ela decidiu que queria ser referência de autoestima e superação para os seus alunos

A trajetória da estudante não se inicia de forma fácil: sua mãe biológica decidiu ir embora muito cedo, deixando-a sob os cuidados do pai e da avó. Hoje em dia, esse acontecimento não a entristece, ao contrário, ela ressignifica esse sentimento por carinho e gratidão pela avó, que é quem considera como mãe e é a quem dedica todo o seu esforço. “Me inspiro mesmo é na minha avó, mesmo ela não tendo ensino superior.  Eu acho que o fato de eu ir  atrás dos meus sonhos e conquistar o que eu quero é um jeito de agradecê-la  por tudo o que ela fez por mim”, afirma.

Atualmente, Laysa sonha em ser professora na educação infantil da rede municipal de ensino. Ela almeja ocupar uma vaga  na universidade pública, no curso de pedagogia, para capacitá-la para esse momento. A jovem acredita que o seu sonho será realizado no momento em que pisar em uma sala de aula com o título de pedagoga.  

 “Eu quero falar, quero ser um exemplo para eles verem que vão passar por coisas difíceis. Vão passar por coisas e situações em que vão pensar em desistir,  mas não o vão fazer, porque se eu consegui, eu acho que outras pessoas conseguem. Eu acho que o meu objetivo maior mesmo é marcar  vidas.”

O próximo passo a ser dado: Embora a finalização do Ensino Médio não tendo sido da melhor forma para Lívia Estanislau, por conta da pandemia, a moradora da periferia da Zona Sul de São Paulo traça um caminho rumo ao sucesso

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Lívia Estanislau é uma jovem de 19 anos que vem do Grajaú. A filha caçula de Alexandre e Luciana Estanislau terminou o ensino médio em meio à pandemia. Ela conta que foi desafiador estudar em um ano atípico, que exigiu mais esforço e atenção dos estudantes, devido ao formato de educação à distância (EAD). 

São muitas as questões que envolvem o sistema EAD e, por conta das suas limitações e do período de adaptação necessário, a jovem acabou não realizando a prova do Enem. Entretanto, desse ano não passa, pois ela é uma das selecionadas do Já É e vai receber todo suporte que precisa para se preparar bem para o vestibular. Aluna tranquila, Lívia se dava bem com professores e colegas de turma. Sempre estudou em escola pública e contou com  seus pais por perto acompanhando o seu desempenho. Hoje, prestes a decidir qual profissão pretende seguir, escolhe entre psicologia e moda para dar continuidade aos  estudos. 

A indecisão sobre o  curso superior em  duas áreas diferentes ocorre por causa de duas motivações importantes para a jovem. Lívia desenha muito bem e seus amigos e familiares sempre indicaram o curso de moda para que ela possa dar vida às suas criações. 

Mas a psicologia também chama a sua atenção. A convivência com parentes com depressão  despertou na jovem o interesse pela mente humana e se tornou uma opção de curso. Opção, inclusive, que está quase ganhando essa disputa.

Seja qual for a escolha final de Lívia, sua família já está dando todo o suporte para o seu ingresso na universidade. O Já É vem para impulsionar ainda mais essa jovem que tem muito a oferecer ao mundo. Seja como psicóloga ou designer de moda, o futuro já está bem aí na porta.

Jovem deseja conscientizar pessoas sobre a causa LGBTQIA+: A vestibulanda Lucca Catherine Ferreira, uma mulher trans, deseja cursar ciências sociais

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Assim que terminou o ensino médio, em 2016, Lucca Catherine Ferreira dos Santos, que mora no bairro de Americanópolis, na Zona Sul de São Paulo, fez pela primeira vez o vestibular. Na época, com 17 anos, a estudante não obteve a nota necessária para ingressar no curso superior. Sem desistir, ela tentou outras vezes e chegou a ficar a poucos pontos para entrar em uma universidade pública. Apesar das dificuldades, Lucca persistiu, se inscreveu e foi selecionada no programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’. 

Atualmente com 22 anos, a jovem entende o significado da palavra resistir. Se engana quem a define pela voz calma e pelo sorriso tímido revelado entre uma fala e outra. Negra, mulher trans e periférica, Lucca tem uma grande história de resistência. “Estar em uma universidade mostrando que a gente (pessoas trans) não é só estereótipos. Somos inteligência, conhecimento e capazes de mais. E provar esse tipo de força de não ser cis no mundo cis faz a gente adquirir experiências, como quando nos tratam com o nome errado, nos expulsam do banheiro e nos agridem na rua. Então a gente pode levar para a universidade essa interseccionalidade que as pessoas ainda não entendem”, pontua.

Entre os cursos que têm como opção para fazer depois de passar no vestibular está o de ciências sociais. “Quando eu tive contato com ciências sociais, feminismo e transativismo e outras formas de luta, eu entendi que esse curso talvez fosse um caminho para mim”, lembra.

Para alcançar o seu objetivo de ingressar no ensino superior, a jovem teve ajuda de um amigo para realizar a inscrição no programa ‘Já É’. “Quando recebi a notícia que tinha sido aprovada, eu fiquei muito feliz”, lembra.

Ao ser questionada como se enxerga daqui a alguns anos trabalhando na área de ciências sociais, a vestibulanda diz que deseja “poder ajudar a expandir o conhecimento das pessoas sobre questões sociais da melhor forma possível”, afirma. A força de Lucca é uma inspiração para todas, todos e todes. 

Conhecer o mundo: Viajar para vários países é um sonho de vida do jovem Luiz Felipe Motta da Silva 

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Luiz Felipe Motta da Silva, de 18 anos, ainda não viajou pelo mundo inteiro, mas está na lista de prioridades para o futuro. A vida do jovem vai além dos limites de Interlagos, bairro localizado no extremo da zona sul da cidade de São Paulo, onde mora com os pais e seus 4 irmãos.

A experiência do ensino médio integrado ao técnico de nutrição foi importante para que o jovem descobrisse o gosto que ele tinha pela área da saúde. Mas, durante a pandemia, o amor pela Medicina falou mais alto e Luiz decidiu que não queria ser nutricionista.

“Eu já pensei em vários cursos, Biomedicina, Enfermagem, Biologia. Mas aceitei que Medicina é algo que eu quero muito e estou disposto a tentar passar, mesmo que eu fique alguns anos tentando”, conta.

Por amar praticar esportes, como vôlei, Felipe gostaria de seguir uma especialização que trabalhe diretamente com atletas. Porém, ele diz estar aberto a conhecer outras áreas da Medicina até definir o que seguir.

Luiz conta que tinha o plano de fazer intercâmbio durante o ensino médio no exterior, mas por alguns problemas, não deu certo. Agora ele pretende realizar esse sonho antigo durante a faculdade. 

“Fico triste até hoje por não ter ido para os Estados Unidos, mas quero tentar fazer um semestre da faculdade fora do país. Eu quero muito viajar e conhecer outros lugares. Meu destino dos sonhos é ir pra Cidade do Cabo, na África do Sul, eu vi que eles falam vários idiomas e quero aprender mais inglês com eles”, diz.

Mesmo que o morador de Interlagos não saia em breve de São Paulo para estudar em outros país, Felipe almeja mudar de estado o quanto antes. “Todos os meus amigos foram embora e eu fiquei sozinho aqui. Quero muito ir também e ter a experiência de morar sozinho. Eu fico vendo alguns conteúdos sobre a república que a UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais] oferece e sonho muito em ir para lá”, conta.

O Sonho de uma jovem negra de ser médica pediatra: A estudante Luiza Firmino gosta de medicina e quer seguir na área como pediatra

Por Kátia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Os livros de literatura são elementos fundamentais para uma jovem que pretende prestar o vestibular da universidade mais concorrida do país, a USP, ainda mais quando a sua mãe é professora do ensino fundamental e a incentiva a ler alguns autores.

 Luiza Firmino Gabriel, 18 anos, é admiradora das obras do escritor negro brasileiro Joaquim Maria Machado de Assis, mais conhecido como Machado de Assis. Ela afirma ter lido muitos contos de sua autoria no ano passado, quando estava no terceiro ano do ensino médio.

“O único preto que li foi Machado de Assis, gosto dos contos que ele escreveu. Além dele, o José de Alencar também tem contos incríveis”, enfatiza a estudante.

No ano passado Luiza teve dificuldades para absorver as matérias, por conta do estudo a distância ocasionado pela pandemia. Mesmo com tantas adversidades, terminou o ensino médio, e tentou fazer o cursinho pré-vestibular da Fieb, em Barueri, cidade onde mora, mas não conseguiu dar andamento devido o distanciamento social imposto pelo novo coronavírus. 

“Entrei no meio da pandemia, estava muito puxado conciliar o terceiro ano com o cursinho. Resolvi focar nos estudos, terminar meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e vou me preparar agora”,comenta. 

Luiza conta que a mãe fez a inscrição dela e da irmã gêmea, Julia Firmino Gabriel, no Programa Já É. Ela se interessou já no primeiro momento pelo projeto, especialmente por ser destinado a jovens pretos e pardos. “Eu fiquei interessada para estudar nesse ambiente, e achei boa a oportunidade”, conta.

Ela pretende cursar medicina na USP, um dos vestibulares mais concorridos do país. Ela se prepara assistindo alguns vídeos no Youtube de redação e outras disciplinas em que se sente defasada, com o foco no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) — antes de começarem as aulas do curso preparatório. 

“Será uma conquista muito grande para uma jovem negra ser médica pediatra. A Thelma Assis (a Thelminha do BBB 20) é a minha inspiração, assim como a enfermeira negra Mônica Calazans, que foi a primeira a tomar a vacina em São Paulo”,enfatiza.

A jovem gosta de assistir telejornais e fica focada quando o assunto são as vacinas da covid-19, ou o trabalho dos médicos para salvar os pacientes infectados.”Os profissionais da saúde são heróis, arriscam suas vidas e fazem o possível para evitar mortes, eles têm feito um trabalho excepcional”, afirma.

Para realizar o sonho, ela conta com o apoio da família. A jovem mora com a mãe e mais duas irmãs numa casa de três cômodos; gosta de ficar na cozinha estudando,segundo ela, o local em que encontra menos interrupção da residência que fica  no bairro da Vila Porto, em Barueri, Região Metropolitana de São Paulo.

 A sua irmã mais velha é formada em marketing e a mãe é professora, ambas incentivam a sua escolha. A jovem sabe que terá um desafio gigante, pois o vestibular é bem disputado e são poucas vagas, ainda mais na categoria PPI (Pretos, Pardos e Indígenas). Mas ela não desiste dos objetivos e vai tentar até conseguir, nem que seja em outro estado. “Para o vestibular de medicina preciso me preparar psicológica e fisicamente e entender meus limites.Tenho um pouco de receio, mas creio que vou conseguir, pretendo me manter em São Paulo, caso não seja possível, vou tentar a UFRJ”, diz.

Luiza vê que a área de medicina tem poucos médicos negros e, por isso, não tem muita referência de profissionais na área da saúde. Mas ela quer ser o diferencial e impactar jovens a seguir o seu caminho. Ela conta que tem vontade de, por meio da medicina, despertar o engajamento social  e incentivar outras jovens negras com o seu trabalho.

Fonte de inspiração

Malcolm da Silva Barreto, de 17 anos, inspirou-se na mãe para decidir o curso da faculdade

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Como a maioria dos adolescentes, Malcolm da Silva Barreto, de 17 anos, gosta de passar o tempo livre praticando esportes, como andar de skate e jogar basquete com os amigos. O jovem mora na Cidade Tiradentes, um bairro do distrito homônimo localizado na zona leste de São Paulo, com a mãe, Sarah Rosangele, e o padrasto, Weber Lopes. 

Ele conta que sempre teve uma relação conflituosa com os estudos, mas em casa tinha o apoio do padrasto para ensiná-lo. “Quando era mais novo, os professores não gostavam muito de mim porque eu era disperso e não conseguia prestar muita atenção nas aulas. Mas em casa, minha mãe ou meu padrasto me explicavam a matéria. Eu acho que aprendi mais em casa do que na escola, meu padrasto é professor de faculdade, então ele tinha um pouco mais de paciência para entender o meu lado”, comenta. 

Malcolm conta que uma das inspirações para o curso que pretende seguir na faculdade foi a própria mãe. “Eu quero cursar História ou Ciências Sociais, igual a minha mãe. Ainda não sei qual das duas eu quero, mas penso muito em ser professor”, conta.

Para Sarah, ter sido influência na escolha do curso de seu filho foi algo involuntário. A mãe de Malcolm terminou a faculdade de Ciências Sociais no primeiro semestre de 2020 e matriculou-se recentemente para fazer Serviços Sociais. Ela planeja dar aulas em um futuro próximo também.

“Na verdade, eu gostaria que Malcolm fizesse Medicina, mas eu não posso impor isso, estudar já pode ser complicado, então precisava ser algo da vontade dele. Eu quero que ele voe e outros meninos também”, disse a mãe.

Apesar de se considerar muito novo, o jovem da Cidade Tiradentes já tem alguns planos pré-definidos para o que deseja alcançar no futuro. “Por eu ser adolescente e estar em fase de formação, existe aquele sonho de ser independente. Eu quero muito me formar para conquistar as minhas coisas, ter a minha própria casa e morar sozinho. Basicamente é isso, eu só quero viver e continuar evoluindo cada vez mais”, finalizou.

Força, foco, muitos sonhos e fé: Estes são os ingredientes de quem sonha em conquistar o mundo por meio dos estudos

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

 Mãe de dois filhos, deficiente auditiva bilateral severa, moradora do Grajaú – Zona Sul de São Paulo, Maura Maria de Araújo Ramos, de 25 anos, é a mais perfeita definição de sonho.

Caçula de quatro irmãos, Maura tem na figura da mãe e do ex-marido os melhores amigos. São eles a sua rede de apoio e é com eles que conta para tudo. A jovem, que foi mãe pela primeira vez aos 19 anos, quando deu à luz a Maria Heloisa, hoje com 6 anos, tem nos estudos seu maior prazer. “Se não fossem meus filhos, eu estaria rodando o mundo para estudar”, diz.

A gravidez de Heloísa foi de alto risco, por isso Maura precisou se ausentar durante algum tempo da faculdade. Mas, mesmo atrasada, conseguiu terminar o curso de recursos humanos. Hoje, sonha em cursar psicologia organizacional para complementar a graduação que já tem e assim, trabalhar com recrutamento de funcionários dentro do RH das empresas.

Estudante dedicada, conseguiu a bolsa de estudos para cursar a primeira graduação. A sua deficiência auditiva nunca foi um impedimento para estar nos lugares, ela tem conhecimento de libras e fala muito bem.  

Aos 23 anos, Maura foi mãe novamente, desta vez de Enzo, que hoje tem 2 anos de idade. A relação com o pai do pequeno não é boa e ela tenta na justiça o reconhecimento da paternidade. Quando Enzo começou a frequentar a creche, teve uma infecção intestinal provocada pela alergia ao leite em pó, isso fez com que Maura fosse dispensada do trabalho.

Atualmente, como milhões de brasileiros, ela conta com o auxílio do governo para conseguir pagar o aluguel e as contas da casa onde mora com os filhos. Além da ajuda governamental, ela tem a pensão de Heloísa e pode contar com a mãe para pagar o plano de saúde dos pequenos. Enzo está com suspeita de autismo e o convênio é a forma que ela tem de cuidar bem da saúde dele, pois não poderia arcar com os custos.

Apesar de todas as adversidades, Maura não se abate, sonha alto e planeja o futuro. “Daqui a um ano eu me vejo trabalhando e começando a investir no sonho de ter uma casa própria. Eu vou focar nos meus estudos e vou chegar a gerente de recursos humanos”, fala. 

 Levando autoestima para negros, estudante sonha em cursar marketing digital: Mayara Maria Malta passou a produzir conteúdo nas redes sociais para driblar a ansiedade

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Foi um professor do sétimo ano do ensino fundamental o primeiro a incentivar Mayara Maria Malta, de 17 anos, a planejar o seu ingresso no ensino superior. Uma semente de ingressar na faculdade foi plantada, regada e cresceu ao longo dos anos seguintes. Prestes a começar o ensino médio, a estudante, que mora em em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, não conseguiu esperar o vestibular e falou para sua mãe que gostaria de fazer algo diferente: um curso técnico em administração. Ela conseguiu! No entanto, após alguns cortes, a instituição em que a jovem estuda teve sua carga horária reduzida e concentrou as matérias da formação geral nos dois primeiros anos, deixando para o terceiro apenas a profissional. “A gente aprendeu tudo (do ensino médio) no primeiro e no segundo ano. Foi tudo muito rápido e puxado”, explica. Ciente de que essa mudança atrapalhou seus planos de se preparar de maneira eficiente durante o último ano escolar para o vestibular, Mayara se inscreveu e foi uma das bolsistas selecionadas pelo programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’.

Além das alterações na estrutura do ensino de sua escola, a vestibulanda também teve que lidar com os impactos do isolamento social que a pandemia da COVID-19 trouxe para o sistema de ensino. “Do nado veio uma coisa nova e eu pensei: ‘e agora?’ Foi um momento em que me desesperei”, afirma. Com a mãe desempregada, o pai afastado do trabalho por questões de saúde, as irmãs com seus filhos em casa e a instabilidade do sinal da internet em alguns cômodos da casa, a vestibulanda precisou se reinventar para estudar. “Eu cheguei a estudar na cozinha e é aquele vai e vem de criança correndo e gritando. Foi bem complicado”, conta. 

Mesmo dentro de casa, a sonhadora Mayara não parou. Sem condições financeiras para pagar um serviço de apoio psicológico, ela encontrou na produção de conteúdo para as redes sociais uma maneira de melhorar o seu estado de saúde emocional. “Eu consegui controlar toda essa ansiedade na internet. Acredito que muitos jovens entraram na internet por conta disso. Então eu consegui sair dessa situação não me distraindo, mas produzindo conteúdo para alcançar outras pessoas.” Em seu perfil no Instagram, a estudante ensina os seus seguidores como aumentar o número de visualizações nas redes sociais. O que começou como uma forma de driblar toda a pressão dos estudos no ano pandêmico se converteu na identificação de uma carreira: o marketing digital. “No curso técnico de administração, eu tive contato com marketing. E sabe quando você se apaixona? E aí no ano passado eu fui buscar mais sobre isso. Foi quando eu comecei a falar sobre o assunto no meu perfil no Instagram”, afirma. 

Caminhando para se tornar uma influenciadora digital, Mayara tem consciência da importância do que é produzido na internet. Tanto é que outras temáticas presentes em suas publicações são os cuidados com a aparência e autoestima. “Eu já me autossabotei muito, principalmente no mundo em que a estética é muito importante. Comecei a ir para frente nesse assunto quando comecei a me aceitar, a cuidar de mim e conhecer a Mayara de verdade”, conta. 

Como toda princesa, a coroa – lê-se cabelo – tem um papel importante na vida da vestibulanda. “Eu comecei a ser mais segura quando passei a usar tranças porque o meu cabelo era alisado. Então eu era muito tímida. Quando comecei a usar tranças, a cuidar do meu cabelo e a me maquiar”, afirma com suas tranças balançando de acordo com os seus movimentos afirmativos. 

De fato, Mayara vai aprender, mas tem muito a ensinar. Com apenas 17 anos, a sua maturidade impressiona e nos dá confiança de que ainda a veremos nos trending topics (assuntos mais comentados do momento) não só da internet, mas também o da vida. A semente regada por aquele professor no ensino fundamental está crescendo. Parafraseando o poema de Carlos Drummond de Andrade, a flor furou o asfalto de desigualdades.

Após recuperar o tempo fora da escola, bolsista do ‘Já é’ quer ser advogada: Mesmo com trabalho e um curso técnico em administração, Melissa de Jesus quer aproveitar ao máximo a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Com o celular pendurado em um móvel, Melissa de Jesus Calixto Costa, de 21 anos, deu entrevista para a produção dessa matéria enquanto se arrumava para ir ao trabalho. Correria! É assim a vida da jovem, que mora em Butantã, na Zona Oeste de São Paulo. Ela terminou os estudos recentemente por meio do sistema de supletivo – ensino voltado ao público que, por algum motivo, teve que interromper os estudos e não concluiu a educação básica. “Para chegar até aqui e conquistar essa bolsa de estudos do Baobá para fazer um cursinho pré-vestibular foi corrido”, conta a jovem, que, apesar da pressa, não tirava o sorriso do rosto, demonstrando a sua felicidade em ter sido selecionada pelo programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’.

Em 2019, ano em que concluiu o ensino médio, ela fez o Enem e o vestibular de uma faculdade, mas encontrou dificuldades. “O supletivo não supre toda a necessidade de conhecimento que a gente precisa para prestar uma prova dessa. Eu até tentei estudar sozinha, mas, por conta de estar correndo com a escola e procurando trabalho, foi muito difícil”, lembra.

O atraso nos estudos se deu por conta de problemas familiares que a fizeram se afastar da escola por cerca de três anos. Persistente, ela buscou na internet todo o conhecimento que não conseguiu adquirir no pouco espaço de tempo do supletivo. 

“Agora estou mais estabilizada e correndo atrás. Comecei um técnico em administração no ano passado”, conta. A estabilidade também se deu na moradia, pois, antes de morar na casa do seu pai de criação, a jovem vivia se mudando e não conseguia ter um ambiente propício para os estudos. “Quando morava na casa da minha avó tinha muitas coisas para fazer e o pessoal era muito bagunceiro.”

Bem expressiva, a vestibulanda acredita que o programa do Fundo Baobá a ajudará a recuperar o tempo perdido de estudos e alcançar o seu objetivo de cursar a faculdade de direito. 

“Além do conhecimento que perdi na escola, o ‘Já É’ vai me ajudar no autoconhecimento. Ter esse momento para mim, pois sinto que essa parte (a escola) da minha vida foi perdida. Todo mundo precisa desse momento de estudar. A minha expectativa é que quando terminar esse cursinho eu seja uma pessoa melhor”, arrematou, enquanto saia correndo com o celular na mão para pegar o ônibus e ir trabalhar. O ‘corre’ não para…

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Por Ariel Freitas, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados. Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão.  “Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica.  O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha.  “Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha.  Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior.  “Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

O sabor do tempero baiano: Estudante de São Paulo sonha em cursar gastronomia e se especializar na culinária brasileira

Por Pedro Ribeiro, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá pela Igualdade Racial 

 

“Eu sempre gostei de cozinhar. Nunca fui aquela pessoa que precisa parar e pensar na faculdade que quer fazer. Ficar dentro da cozinha é um prazer e uma facilidade”. A estudante Naomi Brito tem 17 anos e sonha em estudar gastronomia e se especializar na culinária baiana. Seus avós mudaram da Bahia para São Paulo e formaram família na cidade.

“Eu quero me especializar na culinária nacional. Acho que o pessoal foca nas culturas de outros países e esquece do Brasil. Tem tanta coisa rica aqui. Eu quero fazer gastronomia na Universidade Federal da Bahia, porque eu amo a Bahia e a cultura de lá é muito rica, tanto na culinária quanto na história”, conta a jovem sobre o sonho. “É uma meta: eu quero ir para lá no ano que vem para fazer faculdade”, conta, empolgada. 

Ela acredita que fazer uma graduação em outro estado será muito difícil, mas por gostar da área avalia valer a pena. Acontece que a jovem nunca passou nenhum tempo fora de casa ou longe da família. Inclusive, ela mora no mesmo quintal com avó e tias, no bairro do Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo. Ela até tem parentes na Bahia, mas a cidade onde eles moram fica bem longe de Salvador.

Dona Elisângela Brito, pedagoga e mãe da jovem, diz que tem as melhores expectativas possíveis para a graduação da filha. “Ela é muito talentosa e dedicada. Eu acredito muito que essa possibilidade de ela ir para outro estado vai ser um divisor de águas. Ela vai ter uma grande evolução e crescer cada vez mais como pessoa e profissional. Eu acho que ela precisa um pouco dessa independência, de cortar o cordão umbilical”, diz.

Naomi conta que aos oito anos de idade ganhou permissão da mãe temerosa para entrar na cozinha de casa. Com essa idade, ela já se aventurou fazendo brigadeiros. O lamento da garotinha vinha quando ela precisava ficar na casa da avó. “Sabe que em casa de vó a gente não pode fazer nada, né?”, brinca.

O gosto pela culinária cresceu desde então. Ela conta que na quinta série do ensino fundamental já sonhava em ter o próprio restaurante. “Quando eu entrei no ensino médio, primeiro e segundo ano, só precisei pensar para onde eu iria prestar o vestibular”.

Naomi está cursando o terceiro ano do colegial à distância, assim como fez o segundo durante a maior pandemia do século. A experiência de aprender longe das salas de aula não foi nada agradável para ela. “Foi difícil e triste. No primeiro ano eu amadureci muito e tenho certeza de que se tivesse estudado no ano passado presencialmente, teria amadurecido muito mais. 2020 foi um ano perdido. Espero que até a metade deste ano a gente consiga se reunir na escola de novo”, lamenta. 

Após se formar na Federal da Bahia, Naomi tem um objetivo muito claro em mente. “Meu maior sonho é abrir meu restaurante e expandir a marca para vários países e em vários lugares do país. Seria bem legal ir para o exterior e levar a cultura do Brasil. Eu penso sempre nisso: abrir um aqui primeiro e depois ir para fora mostrar como é rica a nossa cultura”. 

Entre cliques e claquetes: Estudante da periferia sonha em trabalhar com audiovisual após se apaixonar por fotografia

Por Pedro Ribeiro, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá pela Igualdade Racial 

 

A estudante Natália dos Anjos de Oliveira, de 18 anos, tem planos de cursar audiovisual por amor à fotografia. Tudo começou quando ela tinha 16 anos e se matriculou em um curso na área. As fotos foram a fagulha que a incentivam a querer trabalhar em diversas áreas: “eu não quero trabalhar só com as fotos, mas com tudo”, explica.

Ela mora com os pais no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo, e sempre recebeu apoio deles para se dedicar aos estudos. “Meus pais não tiveram oportunidade de estudar. Então, quando eu tinha sete anos, eles conseguiram uma bolsa de estudos para me colocar em um colégio particular – lá eu estudei até o 9º ano. Quando eu entrei para o ensino médio, eles não conseguiram continuar pagando, mesmo com a bolsa, então eu saí e fui para uma escola estadual”, conta.

Para tentar compensar as diferenças do ensino público e do privado, ela começou a fazer vários cursos extracurriculares, inclusive o de fotografia. Nesse período, Natália teve que encarar uma pandemia durante o terceiro ano do ensino médio e diz que a experiência foi chocante.

“Quando eu recebi a notícia de que a gente não ia mais sair de casa eu estava fazendo um cursinho promovido pelos professores da escola para ajudar a gente no vestibular. Foi um baque na hora. Todo mundo aqui em casa ficou assustado. Demorou dois meses para as aulas voltarem”, diz a estudante.

Nas horas vagas ela costuma se dedicar a alguns hobbies, como a fotografia, os estudos bíblicos e ficar com a sobrinha. “Eu ainda fotografo com o celular, mas no curso eu trabalhei com a câmera e com o celular, então eu consigo me virar bem com os dois”, explica.

Dentro de casa ela encontra a sua maior inspiração – o irmão Danilo. Ele está cursando a segunda faculdade com bolsa conquistada através do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) – gestão comercial e engenharia, respectivamente. 

Natália diz que o irmão é seu exemplo em tudo e que um dia quer ser como ele. Após concluir os estudos no audiovisual, ela pretende cursar marketing e se especializar em redes sociais.

Para além da graduação, ela quer devolver os frutos do que vier a aprender para a sua comunidade e conta que já faz isso desde o ensino médio. 

“Na escola onde estudei, dei palestras sobre mulheres e ativistas negras. Em quase toda aula de educação física eu estou presente para trazer como exemplo do que eu sou, a minha história. Porque aqui onde eu moro é uma comunidade que tem pouca visibilidade e as pessoas negras também. A gente sofre um preconceito enorme aqui dentro e eu sinto muito isso nas meninas da escola”, diz.

Levanta e anda: Natalini, de 23 anos, sempre sonhou em cursar Química e acredita que, com um pouco de força, tudo vai dar certo

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

“Nem que demore, mas eu vou conseguir”, a frase dita por Natalini Santos de Jesus, de 23 anos, é o retrato de uma jovem guiada por determinação e destemor. 

Natalini é natural de Salvador, mas atualmente mora em Guaianases, na zona Leste de São Paulo, com seus dois filhos: Arthur, o filho mais velho de 7 anos, e Ezequiel, de 11 meses. 

A jovem trabalha como supervisora de uma das lojas da rede de fast-food Burger King. Quando não está no trabalho, procura passar os momentos de lazer com as crianças e também aproveitar, de algum jeito, a própria companhia.

Sua principal rede de apoio é a irmã mais nova, Janaína, de apenas 14 anos. A adolescente assume as responsabilidades da casa enquanto Natalini está no trabalho ou precisa sair para resolver pendências. 

Natalini conta que vê nos estudos uma oportunidade  de mudar de profissão e, dessa forma, ter mais tempo livre para aproveitar com os filhos. “Quanto mais estudo a gente tem, são abertos mais caminhos. Eu vou conseguir ampliar a minha carreira para ficar mais livre, não tomar muito mais do meu tempo. Querendo ou não, fast-food te prende muito e te cansa. Então, focando nisso, estudando mais, vou mudar essa situação na minha vida”, comenta.

Desde pequena, a soteropolitana almeja cursar  química. “É uma coisa que vem na minha cabeça desde aquela época em que a professora perguntava ‘o que você quer ser quando crescer?’. Nunca pensei em medicina, direito, sempre foi química. E o engraçado é que não sou tão boa em matemática, nem física, mas acho que não vai ser tão difícil. É uma coisa que eu quero, uma barreira que quero quebrar. Nem que demore, mas eu vou conseguir!”.

Para além da profissão, ela pensa em se tornar uma inspiração para que os outros irmãos continuem no meio acadêmico. Já que o seu maior incentivo para que retomasse os estudos foi a irmã mais velha, Helenice, formada em Direito.

Dentre muitos outros planos, a jovem baiana, moradora de Guaianases, sonha em romper os limites da zona leste para conhecer o mundo, por meio do sucesso profissional que deseja atingir como química. “Antes eu era fascinada por conhecer a Índia, mas agora vejo que o México também tem uma cultura bem legal. Gosto de coisas diferentes”, brinca. 

Empatia para além da obrigação: A doçura e a força de quem sabe que o futuro precisa mais do que apenas querer

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial

“Olha, só deixa eu te avisar que a qualquer momento os meus filhos podem entrar e atrapalhar”, foi assim que começou o bate-papo com Nayara Silva de Oliveira, de 23 anos. A jovem no outro lado da tela disse ser tímida e jurou ter dificuldade para falar, mas em pouco tempo de conversa, parece mesmo querer compartilhar um pouco de sua jornada.

Nayara é agente comunitária de saúde e vive com seu companheiro, Rodrigo Muniz, no quintal onde moram com outros 15 vizinhos, todos da sua família. Aos 14 anos, ficou grávida e desta gestação nasceu Miguel, que atualmente tem 8 anos. Depois engravidou mais duas vezes, aos 17 e aos 21 anos, dando a luz ao Murilo de 5 anos e a Maya de 2. Com o parceiro 12 anos mais velho, divide a vida há 11 anos.

Nascida, criada e residente de Osasco, a agente comunitária que entra nos lares da sua comunidade, se vê sempre na obrigação de alertar as mais jovens sobre os caminhos que conhece muito bem. “Não apenas pela gestação, mas o mercado de trabalho não está pronto para uma mãe jovem, as escolas não estão abertas e não são flexíveis para elas e os concursos públicos também não”, afirma Nayara.

Enquanto a maioria das pessoas faz de tudo para esconder os defeitos, Nayara prefere declarar: “Sou cabeça dura, intrometida, muitas vezes nervosa e estressada, o problema é que eu quero me colocar no lugar das pessoas e às vezes eu passo dos limites”, avalia.

A jovem enfrentou muitas dificuldades para concluir os estudos,  principalmente por conta das gestações, e para voltar a estudar ela contará com uma rede de apoio muito grande e forte. Com as escolas e creches fechadas por conta da pandemia, ela conta com a ajuda de primas, da cunhada, do marido e da vizinha, a quem paga para cuidar das crianças e que considera o seu braço direito.  

A jovem que carrega as marcas da gestação na adolescência, tem como meta decidir por um curso no qual possa ajudar as pessoas, e assim, está em dúvida entre direito, pedagogia e assistência social. As dúvidas que pairam sobre o curso que quer fazer não existem em relação à oportunidade de fazer o curso pré-vestibular pelo “Programa Já É”, pois será a porta de entrada para a sua preparação para a faculdade e possivelmente para empregos melhores, o que permitirá  a conquista do seu maior sonho: “ter uma casa própria”. 

O filho que toda mãe quer ter: Com o sonho de cursar gastronomia, ele não abre mão de agradar quem ama com uma boa comida

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

No churrasco ninguém chega perto da churrasqueira, este serviço é dele, que adora cozinhar para as pessoas que ama. Nicholas Welington Crisologo Gonçalves, 17, se define como: “Um jovem, umbandista, que gosta de cozinhar e que é bom no conserto de eletrodomésticos”. Modesto e divertido, ele brinca que seu defeito é “se achar muito”.

Quando Nicholas tinha por volta dos sete anos, sua mãe, Andreia Candido, se separou de seu pai. Naquele momento, ele e a mãe retornaram para a casa dos avós, onde moraram até o começo de 2021. Hoje, o jovem quase não tem contato com o pai: “Não tem relacionamento, é uma mensagem a cada seis meses e só”.

Já com a mãe, a história é outra. “Eu e minha mãe temos um relacionamento muito próximo, somos uma coisa só. Por exemplo: Se ela sofre, eu sofro. Se eu sofro, ela sofre mais ainda, sabe como é mãe?! A gente é uma dupla infalível, sem igual”, afirma o jovem. Deixar a casa dos avós, abalou Nicholas emocionalmente. Por ser muito ligado à família, o jovem sentiu que eles ficaram tristes, mas mantém seu apoio à decisão da mãe. Sabe que mudaram para crescer e enfrentar uma nova fase na vida.

Do outro lado da câmera, Nicholas parece pequeno, por causa da sua feição e inocência. Porém, quando conta que joga basquete e pingue-pongue, desperta a curiosidade e espanta com seu 1,85 de altura. Além dos esportes, o jovem, que está cursando o terceiro ano do ensino médio, começou o inglês e a busca por uma colocação no mercado de trabalho.

Naturalmente calmo, Nicholas diz que está começando a se descobrir e passou a refletir sobre a vida mais profundamente,  após as entrevistas feitas pela equipe do Perifaconnection. “Eu só pensei sobre as questões quando foi perguntado. Sei lá, não penso nessas coisas. Estou descobrindo muitas coisas sobre mim”, conta o jovem.

O jovem, que sempre amou cozinhar, daqui a um ano se vê cursando gastronomia e trabalhando: “Se Alá quiser, estarei fazendo faculdade e trabalhando. Espero estar bem”, pondera Nicholas. 

Uma história de superação: A estudante Raquel Pinheiro de Carvalho sonha em se tornar engenheira civil e tem como um dos objetivos construir uma casa para sua mãe

Por Kátia Flora, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

“Desde muito nova sonho em ser engenheira civil”, conta Raquel Pinheiro de Carvalho,18 anos, que conheceu essa profissão através da prima que durante a conclusão do curso compartilhava com ela os seus trabalhos e projetos.

Na época ela tinha 10 anos, ficou fascinada, mas como era muito nova não entendia aqueles desenhos. Como se os caminhos confluíssem para o seu sonho, nos primeiros anos de escola viu que tinha mais afinidade com matemática.

“Gosto da área de exatas porque me identifico desde cedo. Quando eu era mais nova, na faixa dos 6 anos, dizia que seria veterinária, por gostar de animais. Mas percebi que tenho mais habilidade com contas de matemática”, comenta.

Carvalho é uma jovem independente desde a adolescência, aos 12 anos foi levada para morar em um abrigo, pois sua mãe não tinha condições de cuidá-la. Ficou neste local por seis meses, sua irmã mais velha assumiu o compromisso da tutela.

Quando completou 17 anos, resolveu morar sozinha e trabalhar. No primeiro emprego, como estagiária de recepcionista, saía de casa às 08h e retornava por volta da meia noite. 

“Era bem puxado, morava sozinha, trabalhava e estudava, além dos afazeres domésticos. Meus professores me ajudaram com trabalhos extras curriculares para ser aprovada no ano letivo”, diz orgulhosa pelo empenho. Depois conseguiu outro emprego como jovem aprendiz numa empreiteira na Avenida Luiz Carlos Berrini, zona sul de São Paulo, região que concentra grandes empresas.

Ela exercia funções no RH (Recursos Humanos), a maioria dos funcionários eram homens brancos engenheiros com poder aquisitivo, tinham poucos negros e apenas uma mulher negra que, na época, era estagiária de engenharia civil. Depois se formou e foi contratada.

“Eram quarenta e dois homens brancos e apenas uma mulher negra na mesma área. Eu ficava no RH, trabalhava com roupa social. Quando chegava na escola reparava que vivia em dois mundos bem diferentes”,relata.

Agora, ela está no terceiro ano do ensino médio e fez inscrição no Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), pois perdeu um ano letivo e deseja terminar logo os estudos.

“Isso me afeta um pouco, eu preciso trabalhar e o mercado de trabalho prioriza bastante quem tem o ensino completo”, avalia.

A jovem mora com o namorado e a cunhada, há cerca de nove meses, numa casa de quatro cômodos no bairro Jardim Itapura, na zona sul de São Paulo. No momento está desempregada, mas tem enviado currículos para trabalhar meio período, pois ganhou um curso técnico de Segurança do Trabalho EAD (Educação a distância) de presente do tio do namorado. ”Ele é uma pessoa incrível, que acreditou no meu potencial”, afirma. 

Para ela, o mercado de trabalho exige muito do jovem que mora na periferia, pois é preciso ter cursos, experiências na função, e nem todos preenchem esses requisitos.

Mas como gosta de estudar e sonha em ter uma vida melhor, a ex-namorada do seu primo sabendo dos interesses dela em fazer uma faculdade, indicou o curso prévestibular do Programa Já é, destinado a  jovens pretos e pardos. Ela fez a inscrição e foi selecionada para o curso.” Fiquei bem feliz por ser escolhida, creio que o ensino será de boa qualidade e vai me ajudar no futuro a prestar o vestibular”.

Raquel quer ser engenheira civil e seu foco é entrar na USP, sabe das barreiras que irá enfrentar, mas como seu lema é “nunca desista de estudar”, ela diz que vai se empenhar  neste ano para conquistar seu objetivo.

“Quero estudar em uma faculdade pública em São Paulo, na área de engenheira, posteriormente  fazer uma pós em arquitetura. Sonho alto, pretendo construir uma casa para a minha mãe e abrir meu próprio negócio”.

Sempre cabe mais um: Assim a jovem Rayane coleciona amigos, livros, filmes e lugares

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Ela ama animes e quando questionada, não pensa duas vezes: “Dragon Ball é melhor que Naruto”. Leitora ávida, não consegue escolher um livro favorito. Essa é a Rayane Jesus Santos, de 17 anos, uma jovem doce, meiga e super expansiva. Como faz questão de dizer: é canceriana, vegetariana e ambientalista. Filha mais velha, Rayane tem dois irmãos, a Raissa, 15, e o Ryan, 7. Juntos, todos moram com os pais, em Embu das Artes, município da Região Metropolitana de São Paulo. 

Há três meses, Rayane conseguiu o seu primeiro emprego. Hoje, é jovem aprendiz no Hospital das Clínicas e atua como auxiliar administrativa. Atualmente, cursa o terceiro ano do ensino médio e conta que estudar durante a pandemia foi muito difícil: “A minha escola não chegou a ter aula on-line, foi só conteúdo e apostila. [Em casa] era o pessoal falando alto e eu tentando me concentrar. Foi uma bagunça, muito difícil mesmo”, afirma a jovem.

Rayane nunca fez nenhum curso pago, ela conta que os pais não têm condições financeiras de arcar com os custos. No entanto, da internet que eles pagam, a adolescente fez bom uso. Por meio dela, já fez vários cursos gratuitos, entre eles: computação, ciência da computação, desenho, administração e até de auxiliar de veterinária. Se for para o campo de idiomas, a lista também é grande: Inglês, espanhol, japonês e alemão.

Desde sempre ela ama pintar. Seu pai, Samuel Santos, que trabalha em obras de construção, certa vez lhe trouxe uma planta de um edifício. Ali, a jovem decidiu que seria arquiteta. Mas sua relação com o pai é agitada. Ela conta que o pai é bastante religioso e até conservador, enquanto ela se define como o oposto e mais progressista. As discussões nesse conflito geracional são frequentes. 

Já sobre a mãe, Jovelina Jesus, declara o seu amor: “É a pessoa que eu mais amo no mundo ”, afirma a jovem. Como uma caixa de surpresa que é, ela conta que tem 20 amigos. Em tempos em que as amizades mal preenchem os dedos de uma mão, a jovem tem o objetivo de chegar a ter 30. Rayane valoriza a amizade e diz que quem não tem amigo “é triste”. Questionada sobre como chegou a essa quantidade, explica: “Sempre aparece um amigo do amigo, que vira amigo. Eu amo fazer piquenique, ir aos parques, conversar e passar o tempo com eles”, explica a jovem. Já em relação a pretendentes e crushes, o número é diferente e ela lida muito bem com a situação, afirmando que “não quer ter”. 

Jovem ajudou crianças com os estudos durante a pandemia: Rayanne Caetano da Silva está dividida entre os cursos de pedagogia e serviço social 

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Mesmo trabalhando de casa, que divide com a mãe e dois irmãos no distrito Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo, a atendente de telemarketing, Rayanne Caetano da Silva, de 24 anos, ajudou crianças de sua vizinhança com exercícios aplicados nas aulas online durante a pandemia. “Nesses últimos tempos, eu fiquei responsável por ensiná-los”, conta. Além de contribuir com o aprendizado dos estudantes em um momento tão delicado, a assistência de Rayanne reforçou desejos: fazer a graduação de pedagogia ou de serviço social.

A vestibulanda conta que, apesar de ter sempre tirado boas notas na escola, foi somente no último ano do ensino médio que aconteceu o “estalo” de estudar com mais foco. Na época, ela teve o seu primeiro contato com a área de pedagogia por meio de um curso de educação social.

Durante a capacitação, Rayanne tentou ingressar na graduação. “Eu não consegui entrar na faculdade. Eu fiz algumas vezes o Enem, mas não atingi uma boa pontuação. Foi aí que comecei a procurar um cursinho ‘pré-vestibular’”, conta. 

Sem ter a possibilidade de pagar um curso preparatório, ela e sua irmã estudaram juntas por meio de vídeos na internet. Apesar da força de vontade, as duas sentiram muita dificuldade de absorver os conteúdos de matemática.

Ciente de sua busca por um cursinho gratuito, um primo disse à estudante que estavam abertas as inscrições do “Programa Já É: Educação para Equidade Racial”. Foi aí que o segundo “estalo” soou .

Por conta de sua timidez, a vestibulanda fez as entrevistas para o processo seletivo da iniciativa do Fundo Baobá sem esperança de ganhar uma das bolsas. Ledo engano! Ela foi selecionada e agora está animada com o preparatório.

“Pessoas próximas têm uma grande dificuldade de ingressar numa faculdade. Essa oportunidade que estou tendo é muito grande porque a gente já tem aquela esperança de atingir uma boa pontuação [no vestibular]. Se todos tivessem essa oportunidade, seria muito bom”, avalia.

Após algumas tentativas, jovem persiste no sonho de ingressar no curso de economia: Ela sonha em contribuir por meio da sua profissão com mudanças significativas para o país

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Tallita Soares de Andrade, de 19 anos, quer fazer faculdade de economia. “Acredito que esse curso abrange o mundo e muitas questões. Se você quiser falar sobre questões ambientais, sociais e tantas outras, precisa de economia. Por estar em vários âmbitos, com a economia eu posso auxiliar na mudança do Brasil”, afirma a estudante que mora em Diadema, município da região metropolitana de São Paulo. Esse desejo ganhou um novo capítulo, pois a jovem é uma das bolsistas do programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’. 

Desde que terminou o ensino médio, em 2018, Tallita vem tentando passar no vestibular. No entanto, o isolamento social para prevenir a COVID-19 impôs muitas dificuldades para a estudante. “Quando você está em casa, as questões emocionais pesam muito mais do que quando você está em um cursinho”, conta. 

Com a bolsa para fazer o curso preparatório oferecida pelo Fundo Baobá, a vestibulanda considera que terá um suporte para driblar esses obstáculos. “Eu acho que vai ser muito mais produtivo e encorajador”, avalia. “Por projetos como o do Baobá que se consegue nivelar algumas questões e transformar aspectos da realidade.”

A mãe de Tallita nasceu no morro do Andaraí, no Rio de Janeiro, e passou por muitas dificuldades antes de se tornar enfermeira. Ciente do esforço da mãe, a estudante sente uma responsabilidade ainda maior em passar no vestibular. 

“Vem da sociedade uma pressão de que ‘ah! Você vai fazer 20 anos e não está na faculdade ainda’. Tem a comparação com seus amigos, colegas e outras pessoas”, afirma. Neste momento, a estudante se emocionou e deixou lágrimas caírem. Um choro necessário.  

Tallita tem motivos de sobra para confiar em si. Além de ter conquistado a bolsa do programa ‘Já É’, a jovem comunicativa já ganhou um intercâmbio de um mês para estudar na Austrália por meio de um aplicativo que testava o conhecimento dos participantes. No jogo da vida, a futura economista pode ter certeza que chegou a hora de começar uma nova fase.

“Uma nova história começou em mim”: É o trecho da música preferida de Taluma, uma jovem que se reinventa em qualquer situação

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

A música “Cicatrizes”, da cantora gospel Bruna Karla, representa a trajetória de vida da Taluma Gabriely Sousa Ferreira, de 21 anos, moradora da Brasilândia, o quarto distrito mais populoso do município de São Paulo, empreendedora e mãe. 

Luma, como gosta de ser chamada, saiu da casa dos pais aos 17 anos para morar sozinha com a filha Valentina, de 5 anos. “Sempre gostei de ter a minha independência. Apesar de ter uma boa relação com meus pais, meu sonho era ter a minha casa para viver com a Valentina”.

Ela conta que a chegada da filha foi um marco importante para saber qual rumo gostaria de seguir. “Ela passou a ser a minha força diária e a pessoa que eu gostaria que tivesse orgulho de quem eu estou me tornando, por quem eu quero cada vez mais ser alguém melhor. Ela é minha parceira da vida e minha estrutura. Nossa relação é inexplicável, uma menina especial, eu agradeço sempre a Deus por ela ter me escolhido como mãe”, comenta.

Após sair do antigo emprego e com a vinda da pandemia, a jovem da Brasilândia decidiu correr riscos em uma nova área para continuar sustentando a casa. Com a marca “Espaço Luma Ferreira” passou a fazer unhas de algumas parentes próximas, conquistando depois outras clientes. Em pouco tempo montouum local na própria casa para fazer os atendimentos.

Hoje, Taluma pretende retomar os estudos para dar continuidade ao curso de Administração. A escolha da formação se deu por influência do tio, Cleison Ferreira, também administrador. “Me inspirei nele porque era muito nova, não sabia o que fazer, saí do ensino médio e fui direto para a faculdade. Não tinha muito conhecimento de outras áreas, porque nos últimos anos de estudo [ensino médio] estava focada na maternidade. […] Então, a minha inspiração foi ele e também já trabalhava na área, os dois empregos que tive eram na área administrativa e eu gostava […]”, conta. 

Ela ainda tem dúvidas sobre qual cargo vai exercer no futuro, se continuará como autônoma ou se trabalhará com registro na carteira. A única certeza é de que, independente da escolha, o bem-estar da filha sempre virá em primeiro lugar. 

O comprometimento em pessoa: Mesmo com a pouca idade, ela não foge das responsabilidades

Por Tâmara Regina, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

De pavio curto e pouca paciência, Taynara Silva Santos, de 21 anos, marca por sua força e determinação. Nascida na cidade de Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador, Bahia, hoje, a jovem vive em Guaianases, zona leste de São Paulo.

Após o aluguel da casa onde morava aumentar em 100 reais, a jovem e sua família deixaram o local para garantir um espaço em uma ocupação e assim, tentar o sonho de ter a casa própria. Para investir em materiais para construção, tiveram que centralizar a renda financeira, proveniente da Taynara, que trabalha em telemarketing, e sua mãe, que é pensionista. A família se dividiu na casa de parentes até conseguirem finalmente erguer a tão sonhada residência. Atualmente, a jovem mora na casa do namorado, enquanto sua mãe está na Bahia e os dois  irmãos mais novos, com a irmã mais velha.

Emocionada, Taynara conta que tem nove irmãos e um deles sumiu. “A gente acha que uma pessoa não pode sumir, a ponto de entrar em um buraco e ninguém achar nunca. Mas essa pessoa existe e, infelizmente, é meu irmão”, conta a jovem.  Dos nove, apenas quatro viviam na mesma casa, sendo dois menores de idade.

Apesar de todas as adversidades que enfrenta todos os dias, Taynara acredita que pode tudo, que o futuro depende dela e das portas que fará abrir para si. “Se você tem um foco e um objetivo na vida, não há nada que possa te impedir de alcançar ele”, afirma a jovem, que tem como o maior sonho da vida a ascensão financeira.

Mas é na própria família que ela busca forças e inspiração. Sua irmã mais velha, Elenice, se formou em direito e é o seu maior incentivo, sendo a única pessoa na família que tem graduação. “A princípio eu gostava de direito. Cresci querendo ser a Dra. Taynara. Conforme fui crescendo e vendo a sociedade como um todo, queria estudar sobre isso, mais do ponto de vista da história, além de ter política, que eu gosto muito. Mas percebi que as ciências sociais abrangem tudo isso também”, conta a jovem sobre suas dúvidas em relação a o que cursar na universidade.

Sobre a oportunidade de fazer um curso pré-vestibular, conta: “Estudar vai me proporcionar perceber que eu tenho um lugar na sociedade. Eu vou sair um pouco da rotina de trabalhar no centro da cidade e morar no extremo da zona leste. No meio disso, eu vou estudar”.

Sonhos que movem: Thaís Sousa, de 21 anos, tem como objetivo se destacar como uma professora na área de tecnologia

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

“Acho que se fosse para me definir, eu diria que sou determinada e sonhadora”, foi o que disse Thaís Sousa Silva, de 21 anos, moradora do bairro Jardim João XXIII, localizado no distrito Raposo Tavares, zona oeste da cidade de São Paulo.

A jovem conta que sempre foi muito próxima da família e tem a figura do irmão mais velho como fonte de inspiração e motivação. “O meu irmão está um pouco distante, porque agora ele tem a família dele, mas mesmo assim ainda é o meu porto-seguro. Ele é aquela pessoa que fala ‘vai, faz, corre atrás! Você consegue!’, acho que não estaria aqui se não tivesse o apoio dele”, comenta.

Thaís faz da literatura uma ferramenta de informação e possibilidade de conhecer mais sobre a cultura de lugares em que nunca esteve. “Eu gosto muito de ler porque dentro dos livros eu consigo viajar para outros lugares, tanto que nessa semana eu estava em Paris, na França. Também gosto muito da escrita, às vezes me pego escrevendo algumas histórias”, diz.

A jovem sonha em cursar Pedagogia e se tornar professora, mas não pretende trabalhar com crianças ou adolescentes. “Eu notei que não existem muitas mulheres como professoras na área de TI e isso me incomodou muito. Cheguei a conversar com uma professora sobre isso, e ela me falou ‘por que você não se torna essa pessoa?’. Foi por causa desse incômodo que decidi fazer Pedagogia e depois me tornar uma professora de tecnologia”, conta.

A moradora do Jardim XXIII já teve a oportunidade de trabalhar por um tempo na área que almeja seguir na época em que fez o curso de técnico em informática no ensino médio. “Eu sou formada como técnica em informática, tive a oportunidade de fazer um estágio em suporte técnico. Foi um trabalho maravilhoso e aprendi muitas coisas, infelizmente o meu contrato acabou no meio da pandemia”, relata. A jovem também conta que no estágio não havia muitas mulheres, o que a incentivou ainda mais a seguir com o seu propósito.

Para o futuro, Thaís sonha em ter uma vida mais estável financeiramente e realizar alguns projetos pessoais, entre eles, ser escritora. “Um dos primeiros sonhos que quero realizar é ser uma professora de TI, mas também almejo publicar um livro. Outro sonho que eu tenho é de dar uma casa para a minha mãe, não porque ela precise, nós já temos um lugar confortável para morar, mas, porque acho que é um jeito de agradecer por tudo o que ela fez por mim” finaliza.

Aos cuidados de Thauany: eu sempre deixei bem claro que eu não ligaria de me abster da minha vida pra cuidar do próximo”, nos conta uma das próximas enfermeiras que o Brasil há de conhecer.

Por Eduarda Nunes, do Perifaconnection, em parceria com o Fundo Baobá para Equidade Racial

Thauany Souza é uma mulher preta de 25 anos, mãe de Pérola e profundamente focada em cuidar de si, dos outros e do seu futuro. Aos 16 anos, escolheu   construir a carreira na área de enfermagem e, mesmo trabalhando em outra área na época em que tomou a decisão, não deixou que seu objetivo passasse batido.

Ela terminou o ensino médio em 2012 e continuou estudando através do curso de cuidadora de idosos do Senac da  Vila Prudente (Zona Leste). Quando se formou, atuou na área cuidando de crianças com deficiência em escolas públicas. Thauany conta que o curso  foi a estratégia que encontrou para se inserir na área de saúde e cuidados. O intuito era se familiarizar com algumas  características da profissão antes de conseguir ingressar na graduação, ou em um curso técnico de enfermagem. 

A jovem  passou um ano atuando na área, quando engravidou de Pérola, sua filha de 2 anos. E a maternidade, que é mais uma forma das  mulheres existirem no mundo, passou a ser o motivo para que Thauany fosse, aos poucos, deixando de ser escalada na empresa em que trabalhava. Com as novas despesas, foi ficando impraticável continuar trabalhando nos cuidados com idosos e crianças com deficiência e   ela hoje trabalha operando o telemarketing de algumas empresas. Nesse contexto, o “Programa Já É” é uma oportunidade de retomar  o caminho da enfermagem.

Mulher nascida e criada na periferia, Thauany sempre estudou em escola pública e teve que lidar – e deixar se afetar o mínimo – com o racismo, que vinha  disfarçado de brincadeiras e implicâncias aparentemente inocentes da juventude. “Mesmo assim, independente  da dificuldade, sempre gostei de correr muito atrás dos meus objetivos e dar sempre o meu melhor”, conta.

As dificuldades financeiras são  frequentes na história de vida de Thauany. Trabalhar logo após ter terminado o ensino médio não foi exatamente uma escolha, “mas a combinação do útil com o agradável, digamos”.

Em busca do sonho de cursar enfermagem,Thauany pesquisou bolsas de estudo em cursos pré-vestibulares para se preparar para os  exames, mas não conseguiu. A vaga no curso de Jovem Aprendiz era uma das poucas alternativas disponíveis naquele período, que  se somaram à  urgência  de precisar ajudar em casa. 

Com o anseio de mudar a sua realidade por meio do curso dos sonhos, ter encontrado o Programa Já É e ter sido contemplada com a bolsa são motivos de comemoração: “quando eu recebi o e-mail eu falei ‘nossa, gente do céu, que maravilha!’”.

 A jovem acredita que a iniciativa é muito importante “porque hoje em dia, para a gente conseguir muita coisa é muito difícil. Hoje em dia a gente tá sendo um pouco mais visto, né? Mas nem é aquela coisa que deveria ser. Então eu acho isso muito importante, interessante e agradeço por eu ter conseguido participar de um programa desse”, relata. 

Mãe, é inevitável que ela não pense no presente e no futuro de sua cria. O novo objetivo de vida da jovem agora é, também, possibilitar que as conquistas de sua Pérola aconteçam o quanto antes. “O que eu espero para o futuro dela  é que sempre haja oportunidades. O que eu puder fazer pra ela ter oportunidades de conquistar as coisas dela bem mais cedo do que eu, eu vou fazer!”, afirma.

Thauny está bem animada! Afinal, ela já tem certeza do que quer fazer faz tempo. Quem aí não gostaria de ser atendido por uma enfermeira tão determinada como essa?

Talento da periferia, bolsista do ‘Já É’ quer cursar artes cênicas: Com futuro promissor, Victor sempre participou de arte, de dança e de slam na sua comunidade

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

 

Victor dos Passos Moreira, de 23 anos, tinha o sonho de fazer faculdade de jornalismo. “A gente acha que jornalismo é tipo ‘O Diabo Veste Prada’. Que da noite para o dia você vai acordar como assistente do editor-chefe de uma revista ou de um jornal e aí vai começar a aprender tudo. Naquela época, enxergava isso como objetivo, mas, hoje, eu vejo como fantasia porque eu tenho uma concepção totalmente diferente do que é o mercado de trabalho.” Essa mudança de opinião aconteceu com 17 anos, quando o estudante descobriu uma nova paixão: as artes cênicas. Como não conseguiu entrar na graduação depois que terminou o ensino médio, ele fez alguns cursos de teatro e começou a trabalhar numa rede de fast food (comida rápida). Agora, contemplado com uma das bolsas do Programa Já É: Educação e Equidade Racial, Victor se prepara para tentar novamente passar no vestibular.

O vestibulando gosta do universo audiovisual e considera se formar para trabalhar em televisão. Outro desejo do futuro ator profissional é dar aulas como professor de teatro. “Eu sempre tive acesso à arte periférica, ao rap, à arte preta, à dança e ao slam, em que o pessoal faz aquela roda na periferia e declama poesia. Sempre tive acesso a essa arte na minha região”, conta o jovem que mora em Taboão da Serra, município da região metropolitana de São Paulo. “Querendo ou não, a arte é feita para elite. Enquanto a elite está apreciando um quadro, tem aquela pessoa periférica que limpa o museu para essa pessoa poder visitar. Então eu sempre tive essa ligação com a arte entre pessoas periféricas.”

Com percepção madura e crítica às questões sociais, o jovem, que mora com seus avós, se diz muito bem resolvido com relação a sua raça (negra) e orientação sexual (homossexual). Participante ativo de ações e manifestações dos movimentos negro e LGBTQIA+, Victor considera que o Programa Já É é extremamente necessário para que pessoas excluídas da sociedade possam entrar no ensino superior. “O Fundo Baobá vem com essa proposta de equidade e de fazer com que todos tenham acesso à cultura, à educação, ao mercado de trabalho. Eu vejo essa iniciativa como uma forma de trazer oportunidade para essas pessoas que tiveram um ‘não’ como resposta”, avalia. Em suma, Victor enxerga o ‘Já É’ como uma oportunidade de sair dos bastidores para pisar nos palcos da universidade para viver o seu melhor roteiro.

Meu universo: Vinicios, de 23 anos, teve as histórias ficcionais e jogos como inspirações para escolher os cursos de graduação.

Por Mônica Moreira, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial

Livros e games são dois itens importantes no universo de Vinicios Gabriel Salatiel, de 23 anos. O morador de Tremembé, município da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, considerado como Estância Turística do estado de São Paulo, prefere muitas vezes o mundo ficcional do que a realidade.

Quando tinha 15 anos, a mãe de Vinicios decidiu que iria se mudar para Atibaia e viver com a comunidade da igreja que costumava frequentar. Então, o jovem passou a morar sozinho com a irmã, Elizangela Salatiel, com quem dividia as despesas da casa. Três anos depois, após o casamento da irmã, passou a morar sozinho.

“‘Pô’, 18 anos, sozinho… pensei: só festa! […] Se eu soubesse como era não teria aceitado assim tão fácil. Então, comecei a morar sozinho, veio ansiedade e depressão, ainda estou me ‘arrumando”’, comenta o jovem. Apesar dos problemas, ele conta que foi uma experiência importante para que se autoconhecesse e criasse mais responsabilidades.

Enquanto válvula de escape, Vinicios sempre teve a literatura como sua melhor companhia. “Comecei a ler com histórias de quadrinhos, especificamente do Homem-Aranha que sou muito fã. […] Depois disso, eu fiz a transição para livros, lendo Neil Gaiman. Eu adoro ficção, aventura e se tiver mitologia fica melhor ainda. […] Sempre que eu vou escolher um livro, leio a sinopse e falo ‘nossa, chamou minha atenção’, já compro o livro para ler. Se não chamar, nem compro. Então, eu não tenho um gênero favorito”, diz.

Em 2020, o jovem finalizou cinco livros, estando acima da média de leitura dos brasileiros que são de dois livros por ano. Entre os seus títulos favoritos estão ‘Senhor dos Anéis’, de J. R. R. Tolkien, ‘Os Filhos de Anansi’, Neil Gaiman, e ‘Armada’, escrito por Ernest Cline. 

Além da literatura, Vinicios gosta muito de jogos, sua modalidade preferida é Arena de Batalha Multijogador Online (MOBA) e passa bastante parte do tempo jogando ‘League Of Legends’ com os amigos. 

Os games foram uma de suas inspirações para a escolha do curso que pretende fazer na faculdade. “Escolhi Ciência da Computação por causa dos jogos, mas também teve outro fator: meu cunhado. Ainda morava com a mãe e vinha para a minha irmã, às vezes, para mexer no computador. […] Teve uma vez que ele estava desmontando a CPU e fiquei fascinado! […] Ele me ensinou um pouco e pensei ‘, mano, quero fazer Ciência da Computação!’”, explica.

O jovem da Vila Augusta também sonha em fazer outra graduação, por influência dos livros, mas não pensa em seguir na área. “Sou fã de todas as mitologias e quero muito estudar sobre isso. Então, eu vou para História. […] Seria mais como um hobby mesmo”, conclui.

 

Um testemunho vivo: São essas as palavras escolhidas por um vencedor para descrever sua história.

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
E como não ser? Com 23 anos, Vinicius é o caçula de uma família humilde, morador da comunidade de Paraisópolis, entregador de aplicativo, ex-dependente químico e é alguém que superou um quadro depressivo. Hoje, pretende inspirar mais pessoas com sua história. Ao ser questionado sobre a área onde vive, Vinícius diz que “os jovens acabam se perdendo, vão para as drogas, né? Pro crime em busca de saída ali, por essa falta de cultura na favela e eu me perdi também, fui um desses daí”. Drogas, depressão, suicídio. Essas questões que permeavam a sua mente dos 16 aos seus 20 anos foram capazes de marcar sua história, mas não definir sua trajetória. Ele conta que sua aproximação com e vivência religiosa o deu força para a guinada que precisava em sua vida. Além de compartilhar seu testemunho, o jovem busca inspirar outras pessoas através do seu Instagram onde compartilha conteúdos motivacionais com textos, vídeos e imagens produzidos por ele. Em um dos vídeos ele compartilha lições ao falar de suas metas: “chegar ao topo é relativamente fácil, o difícil é se manter lá”. Seu pai estudou até a oitava série, sua mãe até a quinta e sua irmã mais velha concluiu o ensino médio. Vinicius atribui a si a missão de ser a primeira pessoa da família a ingressar na universidade  e continuar a transformar sua vida a partir daí. “Quebrar uma maldição”, “chegar em outro patamar” são expressões que ele usa ao contar sobre esse objetivo.  Vinicius define sua vida como simples, sem muito glamour, sem muita novidade. Não vê a praia há um bom tempo e sente falta de atividades dentro da periferia. Admira pessoas que conseguem focar em um propósito e realizá-lo e por isso tem como referência sua pastora e o grupo de rap Racionais Mc’s. Segundo ele, a transformação de sua vida é o sinal claro da presença de Deus nela. 

Vestibulanda do ‘Já É’ deseja ajudar outros jovens depois de formada: Com o objetivo de cursar Direito, Vitória de Jesus Damasceno quer atuar em ações de antirracismo, feminismo e defesa dos animais

Por Marcos Furtado, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Vitória de Jesus Damasceno, de 18 anos, sempre sonhou com a vaga na universidade, mas precisava trabalhar e não conseguia dedicar tempo para se concentrar nos estudos. Após passar por alguns problemas familiares, a estudante se mudou para a casa do seu tio em Taboão da Serra, município da região metropolitana de São Paulo, para se dedicar ao aprendizado de uma forma que nunca tinha conseguido antes. Tudo parecia estar se encaminhando até que a pandemia trouxe pressões psicológicas para a vestibulanda que viu novamente a dedicação nos estudos ficar em segundo plano. Sem sucesso na última edição do Enem, ela planejava conseguir emprego para pagar um cursinho até que uma amiga a apresentou ao programa ‘Já É: Educação e Equidade Racial’. Como uma das selecionadas pela iniciativa do Fundo Baobá, Vitória já começa a fazer planos sobre a sua futura carreira na área de direito. Uma casa que sete pessoas precisam se dividir em dois quartos não é o melhor lugar para se estudar. No entanto, Vitória é persistente e com a bolsa do Baobá ela consegue visualizar soluções para driblar os obstáculos. “Eu penso em fazer o cursinho e me doar 100%”, afirma. Engajada e planejada, a vestibulanda considera mais de uma alternativa de saídas profissionais após a conclusão do seu curso. “Meu sonho sempre foi estar nesta área do direito. Eu sempre quis ser delegada ou ser das polícias Civil e Federal, mas hoje eu também considero ser uma advogada ‘top’ que possa trabalhar na promotoria”, planeja a estudante que também considera ajudar outras pessoas com sua futura profissão.  “É tão bom ser ajudada que eu tenho que ajudar as outras pessoas com projetos de movimento negro, feminista e em defesa dos animais – que amo.” Por desejar se envolver em projetos com foco em populações minorizadas, Vitória se identifica com as ações do Fundo Baobá. Para ela, o programa ‘Já É’ repara danos deixados pelo racismo estrutural na vida de pessoas negras. “O Brasil é um lugar onde não existe democracia racial. Então admiro muito esses projetos específicos que atende a nós, negros e negras, a chegar lá em cima”, avalia com estusiasmo escorrendo pela voz e pelas expressões do rosto.  Quem sabe, daqui a um tempo, será a futura advogada Vitória a estender as mãos para ajudar outros jovens a chegarem no topo.

 A força feminina: A história de uma jovem pertencente a uma família de fortes mulheres negras. 

Por Edilana Damasceno, do Perifaconnection, em colaboração com Fundo Baobá para Equidade Racial
Vitória Nunes, de 17 anos, vive em uma  casa onde só têm mulheres. Neste ambiente, sua mãe e sua irmã são suas maiores referências e, apesar de ainda não ter decidido o que cursar, enxerga a faculdade como uma oportunidade de homenageá-las e crescer na vida.  Moradora do  Jabaquara, na zona sul de São Paulo, a jovem cursa  o 3º ano do ensino médio. Ela vive com a mãe, que sempre foi doméstica e estudou somente até o ensino fundamental 2 na escola. Além dela, também vive com a sua irmã mais velha, num ambiente que ela descreve como tranquilo, saudável e muito bom.  Além das mulheres da casa, Vitória também tem imensa admiração, gratidão e carinho pelo seu pai. Ela explica que nunca teve muito contato com seu pai biológico, no entanto, o universo a presenteou com um outro pai – o de sua irmã – que sempre se fez presente em sua vida.  “A gente sempre teve contato, nos vemos aos  finais de semana, conversamos, assistimos a  filmes e séries juntos,então, é uma relação muito  boa, que nunca teve problema”, conta. Apesar da indecisão em relação à carreira que pretende seguir, Vitória  já sabe o que quer para si: “um curso que desperte minha criatividade. Eu quero uma coisa que seja diferente, eu nunca me interessei por  cursos burocráticos, muito sérios ou fechados”. Ela também revela  que está tranquila em relação à  pressão para tomar essa decisão e avalia que precisa de mais autoconhecimento para decidir.  Apesar disso, ela sabe que em algum momento encontrará a sua motivação e,  quando o momento de entrar na universidade chegar,  será muito feliz. A jovem dedica todos os seus sonhos à família e quando questionada sobre o que diria a eles quando concluísse a universidade, ela afirma : “Eu diria que eu sou muito grata a eles, que jamais eu esqueceria o que eles fizeram por mim a vida toda e que, sem eles, eu não conseguiria  terminar esse ciclo, essa fase da minha vida e que eles foram sempre essenciais pra isso acontecer”. 

Das latinhas de tintas e dos sprays nas mãos ao Design Gráfico: O contato com o Hip-Hop e a cultura negra influenciaram os sonhos de Alan David Vieira

 

Com o olhar atencioso de quem carrega a presença do Hip-Hop no seu cotidiano, Alan David Vieira, 20 anos, e morador da Vila Perus – um distrito localizado na zona noroeste de São Paulo que abriga 45 bairros e vilas no seu território –, destaca uma curiosidade a respeito da sua personalidade: a busca do conhecimento para compreender quem de fato é. 

Uma das virtudes compartilhadas pelo jovem está no seu olhar curioso sobre as questões humanitárias e sociais, temáticas que envolvem sua arte e a exploração do seu lado Hip-Hop. São dois indicadores que revelam o seu desejo frequente pela liberdade de expressão. 

Amante do gênero rap, um dos estilos musicais mais crescentes no Brasil, o jovem explica que o desejo de estudar  Design Gráfico surgiu pela paixão por um dos quatro elementos centrais da cultura de rua, o grafite. Das latinhas de tintas e dos sprays nas mãos para a criação de cards, layouts e artes através de softwares de design e fotos. 

“Eu descobri que essa é uma forma de ser e viver livre, confiante e ainda descobrir quem sou. Eu, que não tenho emprego fixo, costumo dizer que meus trabalhos sempre serão mais do que apenas artes”, define. 

Ainda na perspectiva da procura da sua identidade, Alan revela que o contato com o movimento negro repaginou os seus valores e a compreensão sobre a vida. Antes, com medo da repressão racial, o jovem não conhecia o formato natural do seu cabelo, pois mantinha o corte sempre curto para não sofrer com as opressões raciais no seu cotidiano. Agora, com o abraço dos valores negros em sua rotina, o estudante cultiva tranças twists; os cabelos trançados são parte da personalidade do jovem há 5 anos. 

“Depois que conheci e vivi com mais embasamento os valores da cultura negra, eu me permiti me conhecer mais e deixar o meu cabelo crescer. Esse momento significou muito para a minha confiança pessoal e minha autoestima”, destaca. 

Concedendo espaço para a ancestralidade nos seus conceitos de vida, Alan comenta que construiu a sua inspiração profissional em um amigo próximo, que conheceu  no campo da militância, uma parceria que também auxiliou e  fomentou os sonhos do jovem na área da criação de arte.

“Eu vejo o William André, do Afro Perifa, como uma pessoa espelho. Aquela pessoa que tu observas atentamente para aprender”, finaliza. 

Muita energia para ajudar os nossos: Seja no meio jurídico ou no meio estético, Julia quer se dedicar a ajudar os pretos e pobres.

“Uma mulher capoeirista e cheia de energia”, é assim que Ana Júlia Melo de Lucas se define. Cria da Vila das Belezas, periferia da zona sul de São Paulo, ela deseja atuar em áreas muito distintas, mas com o mesmo objetivo: ajudar os pretos e pobres.

Para isso, ela sonha com a carreira de defensora pública e também de especialista em estética negra. Por não acreditar no sistema de justiça nem nos padrões eurocêntricos de beleza, Julia pretende fazer da graduação seu passaporte para transformar a sociedade.

Ela mora com mais 9 pessoas em uma casa na zona sul paulistana, entre elas seus pais, tios e avós. A realidade de casas superlotadas faz parte da rotina das periferias brasileiras e foi intensificada pela pandemia. Segundo Julia, foi muito difícil se concentrar nos estudos nesse período. “Estudando em casa a gente fica aberto a qualquer coisa, meus pais me chamavam e eu tinha que ajudar”.

Ela que estava no último ano do ensino médio em 2020, quando foi decretado o fechamento das escolas,  sentiu o impacto da defasagem nos três meses que ficou sem aulas até que as atividades remotas começassem. 

Julia prestou o Enem recentemente, e contando apenas com o celular para os estudos, sentiu muitas dificuldades. Segundo ela, boa parte do conteúdo da prova não tinha sido passada no seu ensino médio. 

Estudar só pelo celular foi horrível, pelo menos dentro do colégio eu sabia que eu estava lá para estudar. Nas aulas online o acesso com os professores era horrível, não era só eu, tinha mais dezenas de alunos querendo falar, com um professor só, em uma aula de 45 minutos no meet, travava, dava interferência.”

Apesar das dificuldades para o acesso à graduação, Julia tem em mente não um, mas dois cursos. Direito e Estética. O primeiro é um desejo que vem de cedo, ela queria ser Juíza, mas ao crescer e entender melhor a sociedade, ela repensou qual seria a sua atuação dentro do direito. 

“Eu queria ser juíza, mas não acho que a justiça do Brasil se aplica de forma igual a todas as pessoas. Existe uma grande diferença quando quem senta no tribunal é preto e pobre, e isso foi me desmotivando. Eu não quero estudar por anos pra continuar condenando essas pessoas. Eu sei que muitos erraram, mas existe todo um contexto por trás disso que tem de ser levado em conta. Então prefiro defender quem não tem condição. Eu sempre gostei de defender as pessoas, e ter a oportunidade de defender os meus, os pobres e os negros, vou fazer com muito gosto” 

Indo um passo de cada vez, ela também pretende fazer uma graduação em Estética e Cosmética após se consolidar como defensora pública. Sempre com o desejo de cuidar das pessoas, ela acredita que o campo evoluiu, mas precisa de mais profissionais negros. 

“Eu sempre gostei muito de me cuidar, da minha pele, de cuidar das pessoas. E sempre tive o desejo de me especializar em pele negra. Por mais que hoje tenham mais clínicas e produtos especializados em pele negra, ainda sabemos que são poucos. A grande maioria ainda privilegia a pele branca.”

E quando perguntada sobre o que espera para o seu futuro próximo, Julia foi enfática e solidária como de costume. “Me imagino atuando como Defensora e trabalhando muito, pois quero ajudar as pessoas e poder dizer que ajudei mais um”. Ubuntu!

Muita energia para ajudar os nossos: Seja no meio jurídico ou no meio estético, Julia quer se dedicar a ajudar os pretos e pobres.

“Uma mulher capoeirista e cheia de energia”, é assim que Ana Júlia Melo de Lucas se define. Cria da Vila das Belezas, periferia da zona sul de São Paulo, ela deseja atuar em áreas muito distintas, mas com o mesmo objetivo: ajudar os pretos e pobres.

Para isso, ela sonha com a carreira de defensora pública e também de especialista em estética negra. Por não acreditar no sistema de justiça nem nos padrões eurocêntricos de beleza, Julia pretende fazer da graduação seu passaporte para transformar a sociedade.

Ela mora com mais 9 pessoas em uma casa na zona sul paulistana, entre elas seus pais, tios e avós. A realidade de casas superlotadas faz parte da rotina das periferias brasileiras e foi intensificada pela pandemia. Segundo Julia, foi muito difícil se concentrar nos estudos nesse período. “Estudando em casa a gente fica aberto a qualquer coisa, meus pais me chamavam e eu tinha que ajudar”.

Ela que estava no último ano do ensino médio em 2020, quando foi decretado o fechamento das escolas,  sentiu o impacto da defasagem nos três meses que ficou sem aulas até que as atividades remotas começassem. 

Julia prestou o Enem recentemente, e contando apenas com o celular para os estudos, sentiu muitas dificuldades. Segundo ela, boa parte do conteúdo da prova não tinha sido passada no seu ensino médio. 

Estudar só pelo celular foi horrível, pelo menos dentro do colégio eu sabia que eu estava lá para estudar. Nas aulas online o acesso com os professores era horrível, não era só eu, tinha mais dezenas de alunos querendo falar, com um professor só, em uma aula de 45 minutos no meet, travava, dava interferência.”

Apesar das dificuldades para o acesso à graduação, Julia tem em mente não um, mas dois cursos. Direito e Estética. O primeiro é um desejo que vem de cedo, ela queria ser Juíza, mas ao crescer e entender melhor a sociedade, ela repensou qual seria a sua atuação dentro do direito. 

“Eu queria ser juíza, mas não acho que a justiça do Brasil se aplica de forma igual a todas as pessoas. Existe uma grande diferença quando quem senta no tribunal é preto e pobre, e isso foi me desmotivando. Eu não quero estudar por anos pra continuar condenando essas pessoas. Eu sei que muitos erraram, mas existe todo um contexto por trás disso que tem de ser levado em conta. Então prefiro defender quem não tem condição. Eu sempre gostei de defender as pessoas, e ter a oportunidade de defender os meus, os pobres e os negros, vou fazer com muito gosto” 

Indo um passo de cada vez, ela também pretende fazer uma graduação em Estética e Cosmética após se consolidar como defensora pública. Sempre com o desejo de cuidar das pessoas, ela acredita que o campo evoluiu, mas precisa de mais profissionais negros. 

“Eu sempre gostei muito de me cuidar, da minha pele, de cuidar das pessoas. E sempre tive o desejo de me especializar em pele negra. Por mais que hoje tenham mais clínicas e produtos especializados em pele negra, ainda sabemos que são poucos. A grande maioria ainda privilegia a pele branca.”

E quando perguntada sobre o que espera para o seu futuro próximo, Julia foi enfática e solidária como de costume. “Me imagino atuando como Defensora e trabalhando muito, pois quero ajudar as pessoas e poder dizer que ajudei mais um”. Ubuntu!

Muita energia para ajudar os nossos: Seja no meio jurídico ou no meio estético, Julia quer se dedicar a ajudar os pretos e pobres.

“Uma mulher capoeirista e cheia de energia”, é assim que Ana Júlia Melo de Lucas se define. Cria da Vila das Belezas, periferia da zona sul de São Paulo, ela deseja atuar em áreas muito distintas, mas com o mesmo objetivo: ajudar os pretos e pobres.

Para isso, ela sonha com a carreira de defensora pública e também de especialista em estética negra. Por não acreditar no sistema de justiça nem nos padrões eurocêntricos de beleza, Julia pretende fazer da graduação seu passaporte para transformar a sociedade.

Ela mora com mais 9 pessoas em uma casa na zona sul paulistana, entre elas seus pais, tios e avós. A realidade de casas superlotadas faz parte da rotina das periferias brasileiras e foi intensificada pela pandemia. Segundo Julia, foi muito difícil se concentrar nos estudos nesse período. “Estudando em casa a gente fica aberto a qualquer coisa, meus pais me chamavam e eu tinha que ajudar”.

Ela que estava no último ano do ensino médio em 2020, quando foi decretado o fechamento das escolas,  sentiu o impacto da defasagem nos três meses que ficou sem aulas até que as atividades remotas começassem. 

Julia prestou o Enem recentemente, e contando apenas com o celular para os estudos, sentiu muitas dificuldades. Segundo ela, boa parte do conteúdo da prova não tinha sido passada no seu ensino médio. 

Estudar só pelo celular foi horrível, pelo menos dentro do colégio eu sabia que eu estava lá para estudar. Nas aulas online o acesso com os professores era horrível, não era só eu, tinha mais dezenas de alunos querendo falar, com um professor só, em uma aula de 45 minutos no meet, travava, dava interferência.”

Apesar das dificuldades para o acesso à graduação, Julia tem em mente não um, mas dois cursos. Direito e Estética. O primeiro é um desejo que vem de cedo, ela queria ser Juíza, mas ao crescer e entender melhor a sociedade, ela repensou qual seria a sua atuação dentro do direito. 

“Eu queria ser juíza, mas não acho que a justiça do Brasil se aplica de forma igual a todas as pessoas. Existe uma grande diferença quando quem senta no tribunal é preto e pobre, e isso foi me desmotivando. Eu não quero estudar por anos pra continuar condenando essas pessoas. Eu sei que muitos erraram, mas existe todo um contexto por trás disso que tem de ser levado em conta. Então prefiro defender quem não tem condição. Eu sempre gostei de defender as pessoas, e ter a oportunidade de defender os meus, os pobres e os negros, vou fazer com muito gosto” 

Indo um passo de cada vez, ela também pretende fazer uma graduação em Estética e Cosmética após se consolidar como defensora pública. Sempre com o desejo de cuidar das pessoas, ela acredita que o campo evoluiu, mas precisa de mais profissionais negros. 

“Eu sempre gostei muito de me cuidar, da minha pele, de cuidar das pessoas. E sempre tive o desejo de me especializar em pele negra. Por mais que hoje tenham mais clínicas e produtos especializados em pele negra, ainda sabemos que são poucos. A grande maioria ainda privilegia a pele branca.”

E quando perguntada sobre o que espera para o seu futuro próximo, Julia foi enfática e solidária como de costume. “Me imagino atuando como Defensora e trabalhando muito, pois quero ajudar as pessoas e poder dizer que ajudei mais um”. Ubuntu!

Muita energia para ajudar os nossos: Seja no meio jurídico ou no meio estético, Julia quer se dedicar a ajudar os pretos e pobres.

“Uma mulher capoeirista e cheia de energia”, é assim que Ana Júlia Melo de Lucas se define. Cria da Vila das Belezas, periferia da zona sul de São Paulo, ela deseja atuar em áreas muito distintas, mas com o mesmo objetivo: ajudar os pretos e pobres.

Para isso, ela sonha com a carreira de defensora pública e também de especialista em estética negra. Por não acreditar no sistema de justiça nem nos padrões eurocêntricos de beleza, Julia pretende fazer da graduação seu passaporte para transformar a sociedade.

Ela mora com mais 9 pessoas em uma casa na zona sul paulistana, entre elas seus pais, tios e avós. A realidade de casas superlotadas faz parte da rotina das periferias brasileiras e foi intensificada pela pandemia. Segundo Julia, foi muito difícil se concentrar nos estudos nesse período. “Estudando em casa a gente fica aberto a qualquer coisa, meus pais me chamavam e eu tinha que ajudar”.

Ela que estava no último ano do ensino médio em 2020, quando foi decretado o fechamento das escolas,  sentiu o impacto da defasagem nos três meses que ficou sem aulas até que as atividades remotas começassem. 

Julia prestou o Enem recentemente, e contando apenas com o celular para os estudos, sentiu muitas dificuldades. Segundo ela, boa parte do conteúdo da prova não tinha sido passada no seu ensino médio. 

Estudar só pelo celular foi horrível, pelo menos dentro do colégio eu sabia que eu estava lá para estudar. Nas aulas online o acesso com os professores era horrível, não era só eu, tinha mais dezenas de alunos querendo falar, com um professor só, em uma aula de 45 minutos no meet, travava, dava interferência.”

Apesar das dificuldades para o acesso à graduação, Julia tem em mente não um, mas dois cursos. Direito e Estética. O primeiro é um desejo que vem de cedo, ela queria ser Juíza, mas ao crescer e entender melhor a sociedade, ela repensou qual seria a sua atuação dentro do direito. 

“Eu queria ser juíza, mas não acho que a justiça do Brasil se aplica de forma igual a todas as pessoas. Existe uma grande diferença quando quem senta no tribunal é preto e pobre, e isso foi me desmotivando. Eu não quero estudar por anos pra continuar condenando essas pessoas. Eu sei que muitos erraram, mas existe todo um contexto por trás disso que tem de ser levado em conta. Então prefiro defender quem não tem condição. Eu sempre gostei de defender as pessoas, e ter a oportunidade de defender os meus, os pobres e os negros, vou fazer com muito gosto” 

Indo um passo de cada vez, ela também pretende fazer uma graduação em Estética e Cosmética após se consolidar como defensora pública. Sempre com o desejo de cuidar das pessoas, ela acredita que o campo evoluiu, mas precisa de mais profissionais negros. 

“Eu sempre gostei muito de me cuidar, da minha pele, de cuidar das pessoas. E sempre tive o desejo de me especializar em pele negra. Por mais que hoje tenham mais clínicas e produtos especializados em pele negra, ainda sabemos que são poucos. A grande maioria ainda privilegia a pele branca.”

E quando perguntada sobre o que espera para o seu futuro próximo, Julia foi enfática e solidária como de costume. “Me imagino atuando como Defensora e trabalhando muito, pois quero ajudar as pessoas e poder dizer que ajudei mais um”. Ubuntu!

Sem deixar a peteca cair: Uma Jovem  que,  apesar da pressão, não se deixa abalar pela insegurança. 

Ana Maria tem apenas 18 anos, mas sente o peso de cada uma de suas escolhas em suas costas. A moradora de Jardim Arpoador, na zona oeste de São Paulo, ainda não decidiu qual carreira seguir e sente uma grande pressão interna quando o assunto está relacionado aos  estudos e a escolha da profissão. 

Ana mora com os  pais e o  irmão mais novo. A jovem diz que sempre pensou e ainda pensa em sua vida profissional. Apesar da pouca idade, ela demonstra muita perseverança. 

“Eu estudei a vida toda em escolas públicas e sempre gostei de fazer em paralelo algum curso, porque eu sempre foquei muito no mercado de trabalho”. A jovem já participou de uma ONG e de um curso de formação humana. Foi por meio dos colegas que fez nesses lugares que ela  ficou sabendo do programa Já É. 

Segundo ela, a iniciativa é uma grande oportunidade, pois nunca teve condições financeiras para custear um cursinho pré-vestibular. O seu maior sonho é ingressar em uma universidade pública. “Eu acho que quando a gente entra numa faculdade, a gente não impacta só a nossa vida , mas também as pessoas ao nosso redor”, diz. 

A jovem acredita que ao ocupar o ambiente acadêmico terá mais oportunidades em sua vida. Para ela estar neste ambiente significa ter uma chance de mudança, não apenas da  sua vida, mas da realidade em que está inserida. 

 Ana Maria sente grande identificação com as ciências contábeis  e administração, mas diz que esse seu jeito indeciso — e muito focado — às vezes lhe prejudica. De acordo com a jovem do Jardim Arpoador, é normal que uma ideia domine os seus pensamentos e outras atividades sejam colocadas em segundo plano.

No fim, ela sabe que tudo valerá a pena em prol da realização do sonho. “O que me move são  tanto as motivações pessoais, quanto a independência, a construção de carreira e a minha família.  familiares.E quero  me formar  e conseguir falar: ‘ó meus pais, eu  consegui”.

Sem deixar a peteca cair: Uma Jovem  que,  apesar da pressão, não se deixa abalar pela insegurança. 

Ana Maria tem apenas 18 anos, mas sente o peso de cada uma de suas escolhas em suas costas. A moradora de Jardim Arpoador, na zona oeste de São Paulo, ainda não decidiu qual carreira seguir e sente uma grande pressão interna quando o assunto está relacionado aos  estudos e a escolha da profissão. 

Ana mora com os  pais e o  irmão mais novo. A jovem diz que sempre pensou e ainda pensa em sua vida profissional. Apesar da pouca idade, ela demonstra muita perseverança. 

“Eu estudei a vida toda em escolas públicas e sempre gostei de fazer em paralelo algum curso, porque eu sempre foquei muito no mercado de trabalho”. A jovem já participou de uma ONG e de um curso de formação humana. Foi por meio dos colegas que fez nesses lugares que ela  ficou sabendo do programa Já É. 

Segundo ela, a iniciativa é uma grande oportunidade, pois nunca teve condições financeiras para custear um cursinho pré-vestibular. O seu maior sonho é ingressar em uma universidade pública. “Eu acho que quando a gente entra numa faculdade, a gente não impacta só a nossa vida , mas também as pessoas ao nosso redor”, diz. 

A jovem acredita que ao ocupar o ambiente acadêmico terá mais oportunidades em sua vida. Para ela estar neste ambiente significa ter uma chance de mudança, não apenas da  sua vida, mas da realidade em que está inserida. 

 Ana Maria sente grande identificação com as ciências contábeis  e administração, mas diz que esse seu jeito indeciso — e muito focado — às vezes lhe prejudica. De acordo com a jovem do Jardim Arpoador, é normal que uma ideia domine os seus pensamentos e outras atividades sejam colocadas em segundo plano.

No fim, ela sabe que tudo valerá a pena em prol da realização do sonho. “O que me move são  tanto as motivações pessoais, quanto a independência, a construção de carreira e a minha família.  familiares.E quero  me formar  e conseguir falar: ‘ó meus pais, eu  consegui”.

Sem deixar a peteca cair: Uma Jovem  que,  apesar da pressão, não se deixa abalar pela insegurança. 

Ana Maria tem apenas 18 anos, mas sente o peso de cada uma de suas escolhas em suas costas. A moradora de Jardim Arpoador, na zona oeste de São Paulo, ainda não decidiu qual carreira seguir e sente uma grande pressão interna quando o assunto está relacionado aos  estudos e a escolha da profissão. 

Ana mora com os  pais e o  irmão mais novo. A jovem diz que sempre pensou e ainda pensa em sua vida profissional. Apesar da pouca idade, ela demonstra muita perseverança. 

“Eu estudei a vida toda em escolas públicas e sempre gostei de fazer em paralelo algum curso, porque eu sempre foquei muito no mercado de trabalho”. A jovem já participou de uma ONG e de um curso de formação humana. Foi por meio dos colegas que fez nesses lugares que ela  ficou sabendo do programa Já É. 

Segundo ela, a iniciativa é uma grande oportunidade, pois nunca teve condições financeiras para custear um cursinho pré-vestibular. O seu maior sonho é ingressar em uma universidade pública. “Eu acho que quando a gente entra numa faculdade, a gente não impacta só a nossa vida , mas também as pessoas ao nosso redor”, diz. 

A jovem acredita que ao ocupar o ambiente acadêmico terá mais oportunidades em sua vida. Para ela estar neste ambiente significa ter uma chance de mudança, não apenas da  sua vida, mas da realidade em que está inserida. 

 Ana Maria sente grande identificação com as ciências contábeis  e administração, mas diz que esse seu jeito indeciso — e muito focado — às vezes lhe prejudica. De acordo com a jovem do Jardim Arpoador, é normal que uma ideia domine os seus pensamentos e outras atividades sejam colocadas em segundo plano.

No fim, ela sabe que tudo valerá a pena em prol da realização do sonho. “O que me move são  tanto as motivações pessoais, quanto a independência, a construção de carreira e a minha família.  familiares.E quero  me formar  e conseguir falar: ‘ó meus pais, eu  consegui”.

Sem deixar a peteca cair: Uma Jovem  que,  apesar da pressão, não se deixa abalar pela insegurança. 

Ana Maria tem apenas 18 anos, mas sente o peso de cada uma de suas escolhas em suas costas. A moradora de Jardim Arpoador, na zona oeste de São Paulo, ainda não decidiu qual carreira seguir e sente uma grande pressão interna quando o assunto está relacionado aos  estudos e a escolha da profissão. 

Ana mora com os  pais e o  irmão mais novo. A jovem diz que sempre pensou e ainda pensa em sua vida profissional. Apesar da pouca idade, ela demonstra muita perseverança. 

“Eu estudei a vida toda em escolas públicas e sempre gostei de fazer em paralelo algum curso, porque eu sempre foquei muito no mercado de trabalho”. A jovem já participou de uma ONG e de um curso de formação humana. Foi por meio dos colegas que fez nesses lugares que ela  ficou sabendo do programa Já É. 

Segundo ela, a iniciativa é uma grande oportunidade, pois nunca teve condições financeiras para custear um cursinho pré-vestibular. O seu maior sonho é ingressar em uma universidade pública. “Eu acho que quando a gente entra numa faculdade, a gente não impacta só a nossa vida , mas também as pessoas ao nosso redor”, diz. 

A jovem acredita que ao ocupar o ambiente acadêmico terá mais oportunidades em sua vida. Para ela estar neste ambiente significa ter uma chance de mudança, não apenas da  sua vida, mas da realidade em que está inserida. 

 Ana Maria sente grande identificação com as ciências contábeis  e administração, mas diz que esse seu jeito indeciso — e muito focado — às vezes lhe prejudica. De acordo com a jovem do Jardim Arpoador, é normal que uma ideia domine os seus pensamentos e outras atividades sejam colocadas em segundo plano.

No fim, ela sabe que tudo valerá a pena em prol da realização do sonho. “O que me move são  tanto as motivações pessoais, quanto a independência, a construção de carreira e a minha família.  familiares.E quero  me formar  e conseguir falar: ‘ó meus pais, eu  consegui”.

Enfermeiros e médicos inspiram jovem ao cuidarem de sua avó: A avó de Barbara Oliveira sofria de esclerose lateral amiotrófica, uma doença rara e degenerativa

Barbara Oliveira Guimarães, de 23 anos, mora no bairro de Cachoeirinha (Zona Norte de São Paulo) e sempre admirou os profissionais da saúde. Isso porque durante um período de sua vida, Guimarães passou a receber médicos e enfermeiros em sua residência. O motivo era a condição rara e degenerativa de sua avó, portadora de esclerose lateral amiotrófica. 

Ao ver o afeto e dedicação dos profissionais, ela decidiu cursar Enfermagem. “Todo aquele cuidado foi essencial na minha vida, fez toda a diferença. Entendi que era isso que eu queria: ajudar as pessoas através da minha profissão”, conta. Guimarães acredita que, mesmo morando em um país tão corrupto e desigual, ainda assim ela vê potencial em si mesma. 

A jovem, que atualmente mora com sua mãe, irmã e sobrinha recém-nascida, deseja conquistar seu espaço na sociedade, e estuda em casa para alcançar seu objetivo de se tornar enfermeira. Apesar do seu foco, a estudante enfrenta alguns problemas estruturais, pois a falta de privacidade em uma casa pequena com muitas pessoas e pouco silêncio, dificulta sua rotina de estudos. “Eu também tenho dificuldade em aprender algumas coisas sozinha, então fica bem complicado”, diz. 

Foi através do Fundo Baobá que Guimarães se sentiu mais próxima do seu objetivo. Ela conheceu o projeto através do grupo Fórum da Consciência Negra, do qual participa. O link chegou em meio aos posts, e a estudante se interessou. “Confesso que no começo fui pessimista, achei que não passaria, mas fiquei surpreendida com a notícia boa”, diz. “Eu sinceramente não consigo me ver fazendo outra coisa. Já pensei em mudar para outras profissões, mas nada me chama atenção. Acredito que estou no caminho certo”, conclui.

Eu quero aprender mais, mais e um pouco mais: A sede de conhecimento de Beatriz Moreira Passos da Silva que influencia os seus objetivos

O aconchego e a hospitalidade são marcas registradas de uma família negra. Na casa de Beatriz Moreira Passos da Silva, de 22 anos e moradora do bairro Santana, essas características são uma dádiva herdada dos familiares e que contribuem – e muito – para a área que escolheu atuar: gestão hospitalar. Moradora da Zona Norte de São Paulo, a jovem compartilha o ambiente residencial com a sua mãe, um papagaio e uma cadela. Entre latidos e imitações de uma voz humana, ela mantém a concentração em busca do seu sonho. 

Com o olhar atencioso para as questões que envolvem a saúde de uma pessoa, Beatriz revela que teve complicações no seu trajeto escolar, pois a sua mãe teve um câncer de mama que a impossibilitou de lidar com as questões diárias da mesma maneira. A jovem passou a acompanhar todo o processo do tratamento de perto. 

“Infelizmente, eu parei de estudar por questões que vão muito além de mim. Minha mãe teve um câncer de mama e essa doença, com certeza, influenciou nas minhas decisões. Porém, mesmo longe da escola, eu não perdi a paixão e a curiosidade que todo estudante possui. Fico muito feliz pelo meu retorno”, desabafa.

A jornada pelo conhecimento é uma característica forte de Beatriz. Com apenas 22 anos, ela já flerta com o inglês avançado e pretende cursar, em um futuro próximo, a área de letras também. E mesmo com os contratempos na sua vida, a jovem, que trabalha como anfitriã de hospitalidade 9h por dia, realiza uma agenda de estudos diários para ingressar no ensino superior. A partir do projeto do Fundo Baobá, ela enxerga a oportunidade perfeita de aperfeiçoar os seus conhecimentos e conquistar a tão sonhada vaga. 

“As minhas expectativas com o curso é aprender de tudo, se possível. Eu tenho muito interesse em estudar mais, mais e mais. Então estou muito ansiosa para dar o melhor de mim”, complementa. 

Em constante movimento: os sonhos e metas de Bianca Paixão da Silva: A busca pela tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda 

“Eu não consigo ficar parada, eu preciso estar sempre fazendo alguma coisa”, brinca Bianca Paixão da Silva, de 24 anos, ao comentar sobre sua rotina agitada. Moradora do bairro Jardim Princesa, Zona Norte de São Paulo, a jovem concilia a rotina de estudos com os expedientes longos de trabalho desde os 16 anos de idade. Sempre pronta para ajudar, a auxiliar de SAC explica que o projeto do Fundo Baobá possibilita a mudança de realidade das pessoas de origem periférica e negra. 

“Ser uma garota de periferia mostra como o mundo é diferente em outras partes da cidade e em outras áreas, como no mercado de trabalho. Desde cedo, eu sempre lidei com a situação de ser a única negra nos ambientes que frequento”, analisa. 

Em busca de conquistar a tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda, Bianca conta que a diversidade existente dentro da área e no mundo da comunicação é o que mais a encanta, já que, segundo a jovem, aprender de tudo um pouco é o que a mantém em movimento.

“Eu estudei Marketing por um tempo, tranquei e depois finalizei o curso. É uma área um pouco mais ‘engessada’ do que a Publicidade e Propaganda. Nesta eu posso trabalhar em fotografia, em criação de conteúdos e artes e muito mais. Essa pluralidade nas escolhas representa muito quem sou”, comenta. 

A determinação de Bianca nos estudos também a possibilitou adquirir conhecimento sobre as causas sociais e raciais do Brasil. A jovem desabafa que o racismo estrutural no país fez uma parcela da população ser contra ações afirmativas para a população negra.
“Por muito tempo eu fui bolsista na escola, mas não podia revelar que entrei por cotas, pois muita gente era contra. É mais uma das situações constrangedoras que negros passam. Uma vez tive que mudar o meu cabelo para trabalhar, tive que tirar as minhas tranças. Outra vez entrei em uma loja e me senti incomodada por ser o tempo inteiro perseguida…”, desabafa. 

A jovem destaca a sua determinação e vontade em compreender as temáticas raciais brasileiras mais a fundo para poder auxiliar nos debates e movimentos sobre o tema. A partir do ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, e a convivência com outros estudantes que passaram por situações parecidas, ela acredita que enxergará esses assuntos com mais embasamento do que antes.  

Em constante movimento: os sonhos e metas de Bianca Paixão da Silva: A busca pela tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda 

“Eu não consigo ficar parada, eu preciso estar sempre fazendo alguma coisa”, brinca Bianca Paixão da Silva, de 24 anos, ao comentar sobre sua rotina agitada. Moradora do bairro Jardim Princesa, Zona Norte de São Paulo, a jovem concilia a rotina de estudos com os expedientes longos de trabalho desde os 16 anos de idade. Sempre pronta para ajudar, a auxiliar de SAC explica que o projeto do Fundo Baobá possibilita a mudança de realidade das pessoas de origem periférica e negra. 

“Ser uma garota de periferia mostra como o mundo é diferente em outras partes da cidade e em outras áreas, como no mercado de trabalho. Desde cedo, eu sempre lidei com a situação de ser a única negra nos ambientes que frequento”, analisa. 

Em busca de conquistar a tão sonhada vaga no curso de Publicidade e Propaganda, Bianca conta que a diversidade existente dentro da área e no mundo da comunicação é o que mais a encanta, já que, segundo a jovem, aprender de tudo um pouco é o que a mantém em movimento.

“Eu estudei Marketing por um tempo, tranquei e depois finalizei o curso. É uma área um pouco mais ‘engessada’ do que a Publicidade e Propaganda. Nesta eu posso trabalhar em fotografia, em criação de conteúdos e artes e muito mais. Essa pluralidade nas escolhas representa muito quem sou”, comenta. 

A determinação de Bianca nos estudos também a possibilitou adquirir conhecimento sobre as causas sociais e raciais do Brasil. A jovem desabafa que o racismo estrutural no país fez uma parcela da população ser contra ações afirmativas para a população negra.
“Por muito tempo eu fui bolsista na escola, mas não podia revelar que entrei por cotas, pois muita gente era contra. É mais uma das situações constrangedoras que negros passam. Uma vez tive que mudar o meu cabelo para trabalhar, tive que tirar as minhas tranças. Outra vez entrei em uma loja e me senti incomodada por ser o tempo inteiro perseguida…”, desabafa. 

A jovem destaca a sua determinação e vontade em compreender as temáticas raciais brasileiras mais a fundo para poder auxiliar nos debates e movimentos sobre o tema. A partir do ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, e a convivência com outros estudantes que passaram por situações parecidas, ela acredita que enxergará esses assuntos com mais embasamento do que antes.  

                           

Coragem para recomeçar: Filha de mãe solo e semianalfabeta, Camilla passou a acreditar em si e em sua capacidade de conquistar seus objetivos. 

Após uma graduação e um curso técnico, aos seus 24 anos, a jovem moradora de Vila Missionária, Zona Sul de São Paulo, tenta realizar seu antigo sonho de ser uma professora e conta com a universidade pública para isso. Técnica em Marketing, graduada em Comunicação Social, atuante na área da gestão pública, agora busca a comunicação com quem sempre sonhou: seus alunos. 

É com muito orgulho que Camila se apresenta como filha de Dona Damiana,  doméstica, de origem nordestina e mãe de 5 filhos. Ela conta que sua geração e de seus irmãos são a perspectiva da mudança na história de uma família atingida pela desigualdade social. “Minha mãe vem dando passos à frente para tentar sair da situação em que ela foi criada, que era uma situação de extrema pobreza, com histórico de fome, gravidez precoce, então a gente muda o rumo a partir da educação.” 

Foi a partir da história de sua família que percebeu o potencial transformador da educação. “Eu descobri que é muito ruim você ser ignorante, você sempre estar sendo maltratado, passado pra trás, você sempre estar sendo julgado como o que não sabe as coisas, que não tem fala”, relata. Tendo concluído o ensino médio em 2013, confessa que se encantou pela sociologia, por reconhecer seu papel na sociedade e que o curso se tornou seu objetivo. Ela conta que queria principalmente ter o papel importante de fazer com que outros jovens tivessem a mesma consciência social que ela obteve . 

O sonho, mesmo tendo sido adiado, seguiu sendo motivação para suas escolhas. Camilla conta que cursou a graduação motivada além do gosto pelo marketing, também visando aperfeiçoar sua comunicação com os alunos quando fosse professora. “Para entender como eu atinjo esses jovens através da comunicação dentro da sala de aula”, explica. Através de todos os momentos de sua vida, os caminhos se cruzaram para que chegasse até seu atual momento.

Além de tudo isso, a moradora da Vila Missionária também destaca como a falta de base educacional influenciou para que ela adiasse seus sonhos. Ela diz que não sabia da existência da universidade pública como algo possível dentro de sua realidade: “Eu vi o que era universidade pública e que não se pagava e tudo mais, eu fiquei ‘meu Deus do céu, isso existe e eu nunca nem vi isso na minha vida’.” 

Infelizmente, ao tomar conhecimento da possibilidade de cursar uma universidade pública, a jovem também percebeu que não tem condições de alcançar esse espaço pela falta de contato com os conteúdos abordados nas provas.. “Eu perdi essa vontade de prestar [o vestibular] para alguma universidade pública porque eu sempre achei que eu não tinha capacidade”. Ela lamenta o pensamento que tinha no passado e hoje percebe que ao adiar seus sonhos, a distância da realização deles só aumenta.

 

Hoje, é com muita alegria que recupera sua autoestima intelectual, reconhece seu potencial e se sente com coragem o suficiente para recomeçar. Apesar de reconhecer que não será fácil, não lhe falta força de vontade e ela percebe a imensa importância do Edital Já é em suas realizações: “Saber que existe uma oportunidade para eu, pelo menos, falar que tentei fazer e ter essa base que eu não tive na minha educação básica.”

Estudante se aproxima cada vez mais do sonho do diploma universitário: Carlos Eduardo Cerqueira almeja formação na área do Mercado Financeiro

Morador do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, Carlos Eduardo Cerqueira, de 19 anos, sonha com o diploma em uma boa universidade. “Acredito que a Educação é o único canal para mudar a vida de alguém”, conta.

Carlos estava procurando oportunidades de curso pré-vestibular e foi através de um amigo que ele descobriu o edital Já É, do Fundo Baobá. “Achei muito importante colaborar com a equidade racial, de classe e gênero”, diz. O estudante ainda não decidiu qual curso quer, mas se interessa bastante pela área de finanças e conta com o apoio da mãe das irmãs.

Carlos frequentou um fonoaudiólogo durante bons anos de sua vida, pois sua dicção o atrapalhava. Além disso, quando era mais jovem tomou alguns hormônios na infância, por ser muito mais baixo do que a estatura esperada. 

Tais situações desencadeavam comentários na escola, mas segundo o jovem, ele as superou. “Eu amadureci conforme fui ficando mais velho. Fui aprovado em programas sociais como a Associação Obra do Berço, onde aprendi muito com os educadores”, revela. 

Cerqueira acredita que a iniciativa do Fundo Baobá é uma oportunidade para ele chegar mais perto do seu sonho. “O caminho para chegar onde eu quero é através da Educação”, afirma. 

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Tecendo sonhos em realidade: a trajetória de Caroline Cristina Santos: Da evasão escolar à realização do primeiro Exame Nacional do Ensino Médio.

Entre máquinas de costuras, tecidos e reposição de produtos, a vida de Caroline Cristina Santos, de 22 anos e moradora do bairro Ponte Rosa, Zona Leste de São Paulo, sempre priorizou a “correria” de quem tem a vontade de tecer os próprios sonhos em realidade. Acompanhando de perto o crescimento da sua sobrinha e auxiliando na rotina de cuidados, a jovem comenta que busca nos estudos a descoberta dos seus próprios limites e a expansão dos seus valores sobre a vida. 

Com a atenção de quem observa as escolhas do seu passado, Caroline agora compreende que a sua trajetória nos estudos fez parte da realidade de uma parcela da população negra: a que convive com a presença da evasão escolar no seu horizonte. Em números, pesquisas revelam que 71,7% dos jovens que desistem dos estudos são negros (IBGE). 

“Chegou um momento da minha vida que eu perdi totalmente a vontade de estudar. Não tinha ânimo nenhum de ir na escola e isso me fez parar por dois anos. Fiquei em casa cuidando da minha sobrinha e conciliando a rotina com o expediente de trabalho, mas percebi que retornar aos estudos me auxiliaria em serviços melhores e salários mais adequados”, desabafa. 

Após essa compreensão pessoal sobre os caminhos que o conhecimento e o estudo revelam, Caroline seguiu com o sonho de ingressar em uma universidade. Pela primeira vez na vida, a jovem realizará o Enem em busca de concretizar o seu desejo de uma vaga no ensino superior.

“Eu estou me descobrindo, querendo sair da bolha. A minha família ficou muito feliz com a decisão e me apoia muito todos os dias. Depois de ingressar em uma faculdade, eu busco realizar um intercâmbio em outro país”, complementa. 

Para ela, uma das expectativas geradas pelo ingresso no programa Já É, do Fundo Baobá, é a possibilidade de estudar com jovens que possuem trajetórias semelhantes à sua. Com isso, Caroline acredita  que a oportunidade de encontrar sonhos parecidos lhe trará mais inspiração.  

 

Os estudos como ponte de transformação: Uma menina que sonha em mudar seu mundo 

Geovana é a mistura da doçura de uma jovem menina com a determinação de quem sabe muito bem o que quer para si e que pretende conquistar através da universidade: “Buscar um futuro melhor não só para mim mas para a minha família”. 

Com 17 anos, ela se descreve como uma leonina indecisa, alegre, extrovertida, que gosta de conversar e, ao mesmo tempo, é reservada . A moradora da comunidade do 1010, na Zona Oeste de São Paulo, apesar da pouca idade , transparece maturidade, foco e determinação. Aos seus 12 anos se deparou com a perda da infância  ao ficar responsável pelas tarefas da casa e pelos irmãos mais novos devido às necessidades de sua mãe, com quem não mora mais. 

Hoje, morando com seu pai e sua madrasta, consegue aproveitar  a adolescência e focar no que mais importa para ela: seus estudos.   A jovem considera a comunidade em que vive um ambiente tranquilo. Segundo ela, está vivendo uma fase feliz da sua vida, principalmente,  por poder contar com o apoio de sua família ao seu objetivo. 

A adolescente determinada é  encantada e motivada pelo desejo de melhorar as condições financeiras de seu ciclo familiar, sempre ressaltando sua gratidão pelo momento em que vive e pelas oportunidades que teve. A jovem conta que sempre ouviu que “o estudo muda vidas”. Ela descreve o pré-vestibular como a única oportunidade de construção e mudança em sua vida e que, mesmo assim, se sente tranquila devido ao suporte psicológico que irá receber durante o período de estudo. 

O foco e a obstinação que moldam a personalidade da jovem  surgem a partir de suas grandes referências, que são mulheres negras, assim como ela.  A garota sonhadora se espelha em sua prima, de trajetória inspiradora no meio acadêmico, ela é formada em biologia, mestre e doutora em saúde pública – e sua tia Samara “pela mulher forte que ela é”. Além das mulheres inspiradoras que possui em sua família, Geovana tem grande admiração pela cantora Iza. 

Segundo a leonina,  a sua negritude é um fator importante no processo de preparação e acesso ao ensino superior, pois  acredita que uma menina branca da mesma idade, provavelmente, teria mais oportunidades disponíveis do que as que ela tem atualmente. 

No entanto, as possíveis injustiças não são capazes de freá-la, pelo contrário, ela ressignifica as barreiras raciais em motivação para ir em busca dos seus objetivos. “Me dá um pouquinho mais de gás para seguir em frente, não desistir, e até ser melhor. Estudar mais, aprender mais. Me dedicar mais, fazer melhor, conseguir melhorar, aprender, se precisar fazer de novo, fazer. “

A coragem que constrói um sonho: a determinação de ingressar no Ensino Superior de Geovana da Silva Melo: A jovem busca uma vaga em uma universidade para cursar administração

A definição mais adequada da palavra “coragem” detalha que a expressão significa firmeza de espírito diante de situações ou momentos difíceis que abalam emocionalmente o quadro psicológico de uma pessoa. Do gênero feminino, a palavra define a rotina de quem não desistiu de reverter os preconceitos  idealizados sobre os corpos negros. 

É com essa determinação visível em seus olhos e também no seu livro de cabeceira Coragem, de Rose McGowan, que Geovana da Silva Melo, de 22 anos,  moradora de Osasco, expressa o sentimento de ingressar em uma universidade para combater uma realidade imposta por outros sobre o futuro de jovens afrodescendentes. E para concretizar em realidade os seus desejos, a jovem possuía uma agenda de estudos que exigia sua saída de casa às 6h e  retorno às 20h. 

“É muito difícil ser taxado como alguém que não conseguirá entrar em uma universidade. E esta realidade está sendo redobrada com as mudanças nos Exames Nacionais de Ensino Médio (ENEM)… o conteúdo da prova deste ano foi mais elitizado do que de outras edições. Existem mais oportunidades para as pessoas brancas, que estão mais conceituadas nas classes econômicas do Brasil”, desabafa.
Na busca do seu sonho, Geovana comenta que  estuda em cursinhos populares e  presta as provas do ENEM há bastante tempo. A jovem possui a meta de estudar administração, com ênfase em  gestão de pessoas. No início deste ano, ela foi aprovada com bolsa integral de estudos  do Prouni, mas viu o sentimento de felicidade ser transformado em um momento de frustração, pois, de acordo com ela, os documentos não foram aceitos.

“Apresentei a documentação completa e dentro dos prazos solicitados, mas, mesmo assim, o resultado foi negativo. Eu fiquei decepcionada demais, mas ainda não desisti de ingressar em uma faculdade. Eu vou entrar!”, declara.

 

Sede insaciável de conhecimento impulsiona sonhos de jovem de Franco da Rocha: A inquietação nos estudos influencia o cotidiano de Giovanna Oliveira Correia da Silva

Poucos conceitos definem tão bem a vontade e o espírito de uma pessoa jovem como a palavra “inquietação”. Nesta etapa da vida, a curiosidade é uma amiga íntima que revela a pluralidade do mundo e explora a personalidade de cada um. É com esse olhar inquieto que Giovanna Oliveira Correia da Silva, de 17 anos, destaca seu gosto pela leitura, música, arte e a dedicação frenética aos estudos.

“Eu sei que sou muito nova, mas pretendo estudar muitas áreas ainda! Eu quero cursar Publicidade e Propaganda, depois Letras e me aperfeiçoar em inglês. Acredito que são cursos e profissões que exploram o que tem de melhor no mundo”, explica.

Moradora da Região Metropolitana de São Paulo, em Franco Rocha, Giovanna convive com os pais em um ambiente familiar tranquilo, como ela mesma  define. A tranquilidade do lar possibilitou uma rotina saudável de estudos diários. Ela afirma que a estratégia de estudos que organizou é importantíssima, pois será a primeira vez que vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Eu estudo mais ou menos 3 horas por dia. Quero me sentir preparada para iniciar a minha trajetória no ensino superior”, comenta.

Para Giovanna, a oportunidade de ingressar no projeto do Fundo Baobá representa mais do que apenas a preparação para o vestibular , mas também, a possibilidade de construir uma ponte entre os sonhos e a realidade. A jovem garante que não possui medo de se arriscar e dará tudo de si para conquistar a tão sonhada vaga na universidade .

“As minhas expectativas com o curso são grandes! Enxergo como uma chance de conquistar tudo que desejo”, finaliza.

 

Sede insaciável de conhecimento impulsiona sonhos de jovem de Franco da Rocha: A inquietação nos estudos influencia o cotidiano de Giovanna Oliveira Correia da Silva

Poucos conceitos definem tão bem a vontade e o espírito de uma pessoa jovem como a palavra “inquietação”. Nesta etapa da vida, a curiosidade é uma amiga íntima que revela a pluralidade do mundo e explora a personalidade de cada um. É com esse olhar inquieto que Giovanna Oliveira Correia da Silva, de 17 anos, destaca seu gosto pela leitura, música, arte e a dedicação frenética aos estudos.

“Eu sei que sou muito nova, mas pretendo estudar muitas áreas ainda! Eu quero cursar Publicidade e Propaganda, depois Letras e me aperfeiçoar em inglês. Acredito que são cursos e profissões que exploram o que tem de melhor no mundo”, explica.

Moradora da Região Metropolitana de São Paulo, em Franco Rocha, Giovanna convive com os pais em um ambiente familiar tranquilo, como ela mesma  define. A tranquilidade do lar possibilitou uma rotina saudável de estudos diários. Ela afirma que a estratégia de estudos que organizou é importantíssima, pois será a primeira vez que vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Eu estudo mais ou menos 3 horas por dia. Quero me sentir preparada para iniciar a minha trajetória no ensino superior”, comenta.

Para Giovanna, a oportunidade de ingressar no projeto do Fundo Baobá representa mais do que apenas a preparação para o vestibular , mas também, a possibilidade de construir uma ponte entre os sonhos e a realidade. A jovem garante que não possui medo de se arriscar e dará tudo de si para conquistar a tão sonhada vaga na universidade .

“As minhas expectativas com o curso são grandes! Enxergo como uma chance de conquistar tudo que desejo”, finaliza.

Entre trajetos de ônibus e livros: a dedicação para ingressar no mundo acadêmico: Da Zona Leste de São Paulo aos sonhos de cursar administração e conquistar liberdade financeira e de expressão 

Com a precisão de quem mantém a leitura e os estudos nas páginas de livros enquanto encara a rotina turbulenta da superlotação dos coletivos urbanos da zona leste de São Paulo, Gustavo Jesus Soares, de 17 anos e morador da Vila Yolanda II, enxerga o conhecimento e a disciplina como rotas essenciais para alcançar os seus objetivos: autonomia financeira e de expressão. 

De maneira calma e atenciosa, o jovem explica que esse sentimento que prioriza a busca pela liberdade no ser e no pensar sempre influenciou suas decisões e os caminhos a seguir. A sua força de vontade e a maneira de relacionar-se com o mundo são qualidades compartilhadas entre familiares. Gustavo convive na companhia dos seus pais que o incentivam na concentração dos estudos e metas.  

Nesta perspectiva de independência pessoal, Gustavo, que atuou como atleta da “Guerreiros da Cidade Tiradentes” por 4 anos – uma equipe de basquete formada por jovens periféricos, desenvolvida a partir do projeto social ministrado pela educadora Fernanda M. Matheus –, revela que associou os valores do esporte ao dos estudos. 

“Eu sempre fui uma pessoa calma e de paz. E com o esporte, eu aprendi a conciliar a disciplina e foco nos meus objetivos, nos estudos e também na maneira como eu levo a vida. Eu costumo dizer para os meus amigos, familiares e os conhecidos que somente com o estudo conseguimos alcançar nossas metas”, explica Gustavo. 

Para ele, a determinação sempre foi uma companhia íntima em todas suas conquistas. E, de acordo com Gustavo, ela faz parte do seu planejamento para realizar o seu sonho de estudar o curso de administração em uma universidade e alcançar a estabilidade financeira. Segundo o jovem, é fundamental andar lado a lado com ela, pois o cotidiano agitado que possui, em que precisa conciliar os horários do estágio com os estudos, exige esse foco. 

“Para chegar até onde trabalho, preciso sair de casa muito cedo por causa do trânsito e a demora para realizar o trajeto. É mais ou menos uma hora e trinta minutos de deslocamento. Porém, mesmo com essa demanda, eu encontrei um jeito de estudar e não perder o foco com meus objetivos. Durante o trajeto do ônibus, eu coloco a leitura em dia de temas importantes”, finaliza. 

Com essa força de vontade em conquistar suas metas, Gustavo acredita que o ingresso no projeto do Fundo Baobá auxiliará – e muito – na compreensão dos valores do movimento negro, pois no curso ele conhecerá jovens que compartilham o mesmo sonho.  

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

Arte, herança e fé: Ikaro transforma sua ancestralidade em obras de madeira graças aos ensinamentos dos pais.

“Meus pais mexem com artesanato desde que me entendo por gente”. É assim  que Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira explica o começo da sua relação com a arte. Ele faz esculturas em madeira e as  obras que eram, até a época da escola, apenas uma forma de arrumar o dinheiro do cachorro quente do recreio se tornaram uma das principais renda da casa em que mora com os pais e a irmã caçula na cidade de Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo.

A rotina de Ikaro é dividida entre o trabalho no ateliê com seus quadros  durante a manhã e tarde, e os estudos na parte da noite. Apesar de sempre ter tido claro a ideia de cursar artes, hoje ele pensa na área de produtos como uma possível escolha. “Por ser uma área difícil não de lidar, mas uma dificuldade maior de atingir um sucesso e notoriedade na carreira e eu não quero dar aula, então eu to pensando muito agora na área de produtos. Dei uma olhada na grade da USP que mescla bem com a arte e dá um leque mais amplo de atuação”, explica. 

Quando perguntado sobre suas inspirações, o primeiro nome que é dito é o de seu pai. Ele conta que foi o pai que deu todo o apoio necessário, inclusive foi ele que criou os primeiros moldes de madeira em que Ikaro trabalha. “Meu pai com certeza é uma referência, foi através dele que eu comecei e aprendi. Embora hoje ele não faça mais, ele deixou nas minhas mãos e foi a partir dele que vieram todos os incentivos”, diz.

A religião  tem um papel central não só na arte  e na inspiração de Ikaro mas em todas as esferas de sua vida. Ele conta o quanto o Candomblé, religião de matriz africana, é importante no seu processo de construção subjetiva: “Nasci nesse meio, fui educado dessa forma e o candomblé hoje é o ar que eu respiro, literalmente, porque, mesmo quando eu tô no meu atelier eu to fazendo quadros de orixás, esculpindo deuses, eu tô sempre em contato com o candomblé. É uma relação muito íntima, além de morar em um terreiro”, conta.

“Não tenhamos medo do futuro, o nosso próximo melhor momento está lá”: Sem dar muita bola para as pressões da sociedade, João dita seu próprio ritmo para ser feliz.

As pressões sobre futuro, carreira e sucesso, comuns em nossa sociedade, não afetam tanto João Pedro Araujo da Silva. Hoje, aos 23 anos, o jovem morador do Grajaú, Zona Sul de São Paulo, almeja a carreira na psicologia para ajudar as pessoas, principalmente as crianças e adolescentes de escolas públicas.

“Eu moro no Grajaú, de onde vem o Criolo”, foi assim, orgulhoso, que João traçou uma referência sobre o lugar onde nasceu com o cantor. No distrito mais populoso de São Paulo, o jovem divide a casa com sua mãe e tia, ambas vindas da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. “Aqui é muito grande, lá pro final, já fazendo divisa com outros estados, têm até aldeia indigena”, disse sobre a região onde mora.

João segue uma dinamica um pouco diferente da maioria dos jovens negros de periferia, que muitas vezes são os primeiros da família a entrar na graduação e sentem essa pressão. Sua mãe, Margarida Araújo, é formada em letras, mas não exerce a profissão há muito tempo, se dedicando a casa e ao seu brechó no Grajaú. “A influência da minha mãe na graduação não teve um peso na minha decisão, ela não é de me pressionar. Ela sabe que tem muita gente que fez faculdade e tá desempregado”, conta.

João concluiu o ensino médio há bastante tempo, sete anos mais precisamente, mas só decidiu prestar o vestibular agora. “Eu só vou quando tiver certeza do que quero fazer”, afirma. No meio de sua descoberta pessoal, a vontade de ajudar os outros se sobressaiu, foi aí que a Psicologia fez brilhar os seus olhos. 

“Eu sou muito empático, eu gosto de ver as pessoas bem, não gosto de ver as pessoas ao meu redor se sentindo mal. A psicologia pra mim é meio que a minha missão aqui na terra, acho que com ela eu ajudaria muita gente mesmo a passar por situações difíceis que às vezes elas não sabem como ou não tem condições de agir, ainda mais com essa doença do século que é a depressão e todas as outras doenças que vêm atreladas a ela”, reflete.

Se descrevendo como uma pessoa que gosta de desafios, João tem como meta ingressar na Universidade de São Paulo (USP) esse ano. Mesmo sendo um campo onde a maioria dos profissionais são brancos, ele não acredita que na psicologia a questão racial deve ter um papel unificador. “Eu enxergo a psicologia de uma forma geral, entendo que é normal a gente querer prezar mais pelos negros, mas se a gente ficar colocando essas barreiras, nunca vamos mudar a cabeça, temos que ver todos como um igual. Por mais que muita gente não veja como igual, temos que começar a mostrar que só a pele é diferente, o sangue é a mesma coisa.”

João tem como sonho colocar pelo menos um psicólogo em todas as escolas públicas do país para que os alunos tenham “nem que seja uma sessãozinha de 10 minutos”, como disse, se referindo a uma orientação profissional. Para ele, muitos jovens acabam cometendo erros por necessitarem de atenção e orientação, que às vezes não recebem em casa. “Isso ajudaria demais as pessoas, pois é na infância e adolescência que a gente está formando a mente. E se a gente ajudar esses adolescentes e crianças a ter uma mente boa, quem sabe a gente não consegue mudar esse país, né? Tem que começar da gente, é da gente pra frente”, diz.

 

Uma voz, um violão e uma mala cheia de sonhos: A história de um menino que foi do Ceará para São Paulo tendo a música como motivação 

O músico que há 3 anos deixou Milhã, cidade a cerca de 300 km de Fortaleza, para viver do seu sonho de cursar licenciatura em música, sem nunca esquecer suas raízes. João Gabriel é a personificação do que é ter um propósito de vida.

João sem música é como futebol sem bola: não funciona. Sua paixão hoje faz parte do seu objetivo de vida. O jovem de 20 anos que vive no Bairro do Limão, área periférica da na Zona Norte de São Paulo, deixou seu estado natal em busca de recursos para materializar seus desejos. Diferente de alguns músicos, ele diz não sonhar com fama ou com holofotes: “Pretendo entrar na faculdade de música para fazer licenciatura e poder levar o ensino da música a mais pessoas que não tiveram ou que não têm as mesmas oportunidades que eu tive com ela.”

O músico conta que jamais acreditou realmente na possibilidade de algum dia viver da música e construir sua caminhada em torno dela, no entanto, percebeu que em São Paulo existem mais oportunidades e portas abertas para ajudá-lo: “Aqui encontra-se muito mais fácil um projeto social, como o Baobá, que auxiliam pretos e pobres, moradores da periferia e base da pirâmide social, por meio da educação e fazendo um papel o qual o Estado não faz” 

O jovem fala com carinho da mãe, que segue apoiando, lá do Ceará, a sua trajetória dentro do meio artístico, como sempre fez. Além dela, sempre contou com o apoio de sua irmã, que o acolheu em seus primeiros meses na cidade grande, onde também conseguiu um emprego em uma loja de instrumentos. Seu pai vive em São Paulo e desde então eles vêm construindo uma relação mais sólida um com o outro. 

João mostra seu talento nas redes sociais com interpretações em voz e violão de suas músicas preferidas como Nossa Canção de Luiz Ayrão, Cotidiano de Chico Buarque e Universo ao Meu Redor de Marisa Monte, em que  diz na legenda: “Essa música me inspira demais, espero que inspire você também.” 

O cantor também passou a reconhecer sua negritude após ir embora do Nordeste. “Eu to aprendendo agora a ser negro”, diz. De acordo com o artista, ele costumava naturalizar o preconceito, mas hoje em dia consegue notar a discriminação nos detalhes e busca cada vez mais aprender sobre. Em seu Instagram, mostra seu “black power” em uma foto com a legenda: “Tanto lhe escondi e agora faz sentir-me tão bem”. 

É através da arte e do ensino que João pretende mudar seu mundo e das pessoas ao seu redor. Seu objetivo é ter uma situação financeira estável para ajudar sua família a partir  do seu sonho de mudar vidas ensinando música. Segundo ele, “só a educação e a cultura são ferramentas que podem ser usadas para criar uma sociedade que corra atrás de seus direitos”. 

 

Uma voz, um violão e uma mala cheia de sonhos: A história de um menino que foi do Ceará para São Paulo tendo a música como motivação 

O músico que há 3 anos deixou Milhã, cidade a cerca de 300 km de Fortaleza, para viver do seu sonho de cursar licenciatura em música, sem nunca esquecer suas raízes. João Gabriel é a personificação do que é ter um propósito de vida.

João sem música é como futebol sem bola: não funciona. Sua paixão hoje faz parte do seu objetivo de vida. O jovem de 20 anos que vive no Bairro do Limão, área periférica da na Zona Norte de São Paulo, deixou seu estado natal em busca de recursos para materializar seus desejos. Diferente de alguns músicos, ele diz não sonhar com fama ou com holofotes: “Pretendo entrar na faculdade de música para fazer licenciatura e poder levar o ensino da música a mais pessoas que não tiveram ou que não têm as mesmas oportunidades que eu tive com ela.”

O músico conta que jamais acreditou realmente na possibilidade de algum dia viver da música e construir sua caminhada em torno dela, no entanto, percebeu que em São Paulo existem mais oportunidades e portas abertas para ajudá-lo: “Aqui encontra-se muito mais fácil um projeto social, como o Baobá, que auxiliam pretos e pobres, moradores da periferia e base da pirâmide social, por meio da educação e fazendo um papel o qual o Estado não faz” 

O jovem fala com carinho da mãe, que segue apoiando, lá do Ceará, a sua trajetória dentro do meio artístico, como sempre fez. Além dela, sempre contou com o apoio de sua irmã, que o acolheu em seus primeiros meses na cidade grande, onde também conseguiu um emprego em uma loja de instrumentos. Seu pai vive em São Paulo e desde então eles vêm construindo uma relação mais sólida um com o outro. 

João mostra seu talento nas redes sociais com interpretações em voz e violão de suas músicas preferidas como Nossa Canção de Luiz Ayrão, Cotidiano de Chico Buarque e Universo ao Meu Redor de Marisa Monte, em que  diz na legenda: “Essa música me inspira demais, espero que inspire você também.” 

O cantor também passou a reconhecer sua negritude após ir embora do Nordeste. “Eu to aprendendo agora a ser negro”, diz. De acordo com o artista, ele costumava naturalizar o preconceito, mas hoje em dia consegue notar a discriminação nos detalhes e busca cada vez mais aprender sobre. Em seu Instagram, mostra seu “black power” em uma foto com a legenda: “Tanto lhe escondi e agora faz sentir-me tão bem”. 

É através da arte e do ensino que João pretende mudar seu mundo e das pessoas ao seu redor. Seu objetivo é ter uma situação financeira estável para ajudar sua família a partir  do seu sonho de mudar vidas ensinando música. Segundo ele, “só a educação e a cultura são ferramentas que podem ser usadas para criar uma sociedade que corra atrás de seus direitos”. 

 

Uma voz, um violão e uma mala cheia de sonhos: A história de um menino que foi do Ceará para São Paulo tendo a música como motivação 

O músico que há 3 anos deixou Milhã, cidade a cerca de 300 km de Fortaleza, para viver do seu sonho de cursar licenciatura em música, sem nunca esquecer suas raízes. João Gabriel é a personificação do que é ter um propósito de vida.

João sem música é como futebol sem bola: não funciona. Sua paixão hoje faz parte do seu objetivo de vida. O jovem de 20 anos que vive no Bairro do Limão, área periférica da na Zona Norte de São Paulo, deixou seu estado natal em busca de recursos para materializar seus desejos. Diferente de alguns músicos, ele diz não sonhar com fama ou com holofotes: “Pretendo entrar na faculdade de música para fazer licenciatura e poder levar o ensino da música a mais pessoas que não tiveram ou que não têm as mesmas oportunidades que eu tive com ela.”

O músico conta que jamais acreditou realmente na possibilidade de algum dia viver da música e construir sua caminhada em torno dela, no entanto, percebeu que em São Paulo existem mais oportunidades e portas abertas para ajudá-lo: “Aqui encontra-se muito mais fácil um projeto social, como o Baobá, que auxiliam pretos e pobres, moradores da periferia e base da pirâmide social, por meio da educação e fazendo um papel o qual o Estado não faz” 

O jovem fala com carinho da mãe, que segue apoiando, lá do Ceará, a sua trajetória dentro do meio artístico, como sempre fez. Além dela, sempre contou com o apoio de sua irmã, que o acolheu em seus primeiros meses na cidade grande, onde também conseguiu um emprego em uma loja de instrumentos. Seu pai vive em São Paulo e desde então eles vêm construindo uma relação mais sólida um com o outro. 

João mostra seu talento nas redes sociais com interpretações em voz e violão de suas músicas preferidas como Nossa Canção de Luiz Ayrão, Cotidiano de Chico Buarque e Universo ao Meu Redor de Marisa Monte, em que  diz na legenda: “Essa música me inspira demais, espero que inspire você também.” 

O cantor também passou a reconhecer sua negritude após ir embora do Nordeste. “Eu to aprendendo agora a ser negro”, diz. De acordo com o artista, ele costumava naturalizar o preconceito, mas hoje em dia consegue notar a discriminação nos detalhes e busca cada vez mais aprender sobre. Em seu Instagram, mostra seu “black power” em uma foto com a legenda: “Tanto lhe escondi e agora faz sentir-me tão bem”. 

É através da arte e do ensino que João pretende mudar seu mundo e das pessoas ao seu redor. Seu objetivo é ter uma situação financeira estável para ajudar sua família a partir  do seu sonho de mudar vidas ensinando música. Segundo ele, “só a educação e a cultura são ferramentas que podem ser usadas para criar uma sociedade que corra atrás de seus direitos”. 

Abrindo alas para quem vem depois: Joyce é a primeira de sua família a tentar a graduação e quer abrir caminho para os seus irmãos mais novos.

Ser um exemplo para os seus irmãos. Essa é a responsabilidade que Joyce Cristina Nogueira, de apenas 20 anos, assumiu desde cedo. Em busca de uma vida financeira melhor, a jovem, que teve uma infância difícil em Diadema, município do estado de São Paulo, enxerga nos estudos a chance de realizar seu sonho e inspirar sua família. 

Vinda de uma família muito pobre, Joyce perdeu seu pai aos 10 anos e viu sua mãe criar sozinha mais seis irmãos, três biológicos e três adotivos. Todos moravam em uma pequena casa de madeira de 14m² em Jardim Novo Pantanal, periferia da Zona Sul de São Paulo, e que foi erguida graças a ajuda da comunidade que se juntou para comprar o pequeno terreno.

A região, por ser  fronteira com o município de Diadema, garantiu em 2017 que Joyce e sua família ganhassem do prefeito da cidade o material para construir sua casa de alvenaria. A família ainda continua por lá, mas em 2019 Joyce saiu de casa e foi morar com a sua namorada, Andressa, que também tem 20 anos.

A jovem concluiu o ensino médio em 2018 e desde então conciliava o trabalho com os estudos em casa, até a metade de 2020, quando, por conta da pandemia, ela foi demitida do seu emprego como personal shopper na empresa de delivery Rappi. Desde então, ela tem se dedicado aos estudos para o vestibular. “Como a minha namorada consegue manter a casa com o trabalho dela e a gente tem ajuda das nossas mães, eu to podendo focar só nos estudos”, diz.

Dedicada a ingressar em breve na graduação, Joyce tem como meta a Universidade de São Paulo (USP) – universidade dos seus sonhos – e cursar Relações Internacionais. “Eu escolhi RI pela relação que tem com Geopolítica, e eu sou apaixonada por geopolítica. Só que eu não me via fazendo geografia. Eu gosto muito dessa parte empresarial, administração, aí eu encontrei dentro de RI um meio termo entre a geopolítica e essa parte empresarial”, explica.

Joyce já quebrou barreiras sendo a primeira de toda sua família a prestar um vestibular, e desde pequena ela sonha com a universidade. “Quando eu estava na sétima série, meu professor levou a turma para conhecer a USP. Foi uma tarde em que a gente caminhou pela universidade e eu me apaixonei desde o primeiro momento, e desde lá eu venho falando que é onde eu vou estudar”, conta.

Segundo ela, a luta não é apenas por uma melhora financeira e nem por um curso, é principalmente para inspirar seus irmãos a sonharem com algo maior e saber que podem alcançar. “Eu sempre quis ser o melhor exemplo possível para eles, então é também um peso. Mas eu fico muito orgulhosa, porque eu sei que se eu conseguir estudar e ter uma vida melhor eu vou construir uma vida melhor pra minha família”.

Há esperança no Capão: estudante se inspira em professor para cursar biologia: Julia Camile decidiu ser bióloga no Ensino Fundamental

 

O amadurecimento bateu na porta de Julia Camile da Silva Santos, de 17 anos, bem antes da hora. Moradora de Capão Redondo (São Paulo), a estudante frequentou o ensino público durante toda a sua vida e, segundo ela, sua infância foi boa, “apesar de curta”.

No âmbito profissional,  Julia quer seguir os passos do seu ex-professor de Biologia, José Pedro, que a influenciou a tornar-se bióloga com foco na área de zoologia. “Conheço ele desde o 6º  ano do ensino fundamental, e nunca vi alguém tão apaixonado pelo que faz”, conta com o entusiasmo de quem quer seguir os mesmos passos.

Após o divórcio de seus pais, quando ela tinha 5 anos, a relação com a mãe Carla Patrícia Souza, de 38 anos, ficou estremecida. Segundo Julia, a convivência já era conflituosa, mas se agravou após a separação. 

“Eu precisei amadurecer muito cedo, porque sempre fui julgada pelos meus parentes. Senti que precisava provar a eles que eu poderia sim, ter um bom futuro”, conta a jovem. 

Julia  cresceu sem pedir ajuda a ninguém. Aos oito anos, já realizava as tarefas domésticas e, em decorrência das obrigações, julga ter perdido  boa parte da sua infância. “Poderia ter me divertido mais, mas precisei amadurecer”, explica. 

Aos 13, Julia  foi expulsa de casa pelo padrasto durante uma discussão sobre o seu relacionamento com um ex-namorado, onde enfatiza que não tinha o apoio da família.

Mesmo não tendo sido expulsa definitivamente – ela retornou dias depois – naquele momento a estudante percebeu que estava por si só. “Depois dessa situação, me vi decepcionada e percebi que precisava me virar sozinha”. Já aos 15 anos, partiu dela a decisão de deixar a casa da mãe definitivamente, e agora mora com o pai. 

Seu pai, João Joaquim dos Santos, de 47 anos, é sua maior inspiração. “Ele veio para São Paulo aos 16 anos para construir sua vida, e sempre conquistou tudo por mérito próprio”, diz a estudante. 

Julia Camille atualmente trabalha como estagiária em um escritório de  advocacia, na área de finanças. Ela está no terceiro ano do Ensino Médio e vê na iniciativa do Fundo Baobá uma grande oportunidade de crescer profissionalmente. “O edital me abriu portas e hoje enxergo o potencial que antes eu achava que não tinha. Hoje vejo novas perspectivas”, conclui. 

  “O meu objetivo maior é marcar  vidas”: Uma menina que reconheceu sua negritude e agora, por meio da pedagogia, pretende ser instrumento de mudança. 

“Assim como a minha professora marcou a minha vida, eu quero fazer isso com outras crianças, sabe? Marcar a vida delas. Principalmente meninas negras e meninos negros”. É assim que  a moradora de Diadema descreve seu sonho . A menina deixada pela mãe na infância, dedica ao seu pai e à  sua avó todo o seu esforço para se tornar  uma profissional da educação. 

Ariana, negra e crespa. Laysa Stefani, de 18 anos, conta que se reconheceu como pessoa negra de forma não muito positiva durante o ensino fundamental 2. Ela, que sempre gostou muito de conversar e se comunicar, reconheceu em sua pele o motivo que a fazia não ser escutada: “ eu pensava: ‘meu Deus, por que acontece isso?’ Então, foi aí que eu percebi, caraca, eu sou negra.  Dá aquele choque.”

Anos depois, a experiência da jovem com a sua negritude melhorou  no momento em que foi aprovada na ETEC Lauro Gomes onde, atualmente, cursa o 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico de administração. 

“Eu via as meninas com o black extremamente armado andando pelo corredor, sem ligar pra nada e eu pensei: ‘é isso que eu quero pra minha vida.’” Foi neste processo de autoconhecimento que  ela decidiu que queria ser referência de autoestima e superação para os seus alunos

A trajetória da estudante não se inicia de forma fácil: sua mãe biológica decidiu ir embora muito cedo, deixando-a sob os cuidados do pai e da avó. Hoje em dia, esse acontecimento não a entristece, ao contrário, ela ressignifica esse sentimento por carinho e gratidão pela avó, que é quem considera como mãe e é a quem dedica todo o seu esforço. “Me inspiro mesmo é na minha avó, mesmo ela não tendo ensino superior.  Eu acho que o fato de eu ir  atrás dos meus sonhos e conquistar o que eu quero é um jeito de agradecê-la  por tudo o que ela fez por mim”, afirma.

Atualmente, Laysa sonha em ser professora na educação infantil da rede municipal de ensino. Ela almeja ocupar uma vaga  na universidade pública, no curso de pedagogia, para capacitá-la para esse momento. A jovem acredita que o seu sonho será realizado no momento em que pisar em uma sala de aula com o título de pedagoga.  

 “Eu quero falar, quero ser um exemplo para eles verem que vão passar por coisas difíceis. Vão passar por coisas e situações em que vão pensar em desistir,  mas não o vão fazer, porque se eu consegui, eu acho que outras pessoas conseguem. Eu acho que o meu objetivo maior mesmo é marcar  vidas.

Há esperança no Capão: estudante se inspira em professor para cursar biologia: Julia Camile decidiu ser bióloga no Ensino Fundamental

 

O amadurecimento bateu na porta de Julia Camile da Silva Santos, de 17 anos, bem antes da hora. Moradora de Capão Redondo (São Paulo), a estudante frequentou o ensino público durante toda a sua vida e, segundo ela, sua infância foi boa, “apesar de curta”.

No âmbito profissional,  Julia quer seguir os passos do seu ex-professor de Biologia, José Pedro, que a influenciou a tornar-se bióloga com foco na área de zoologia. “Conheço ele desde o 6º  ano do ensino fundamental, e nunca vi alguém tão apaixonado pelo que faz”, conta com o entusiasmo de quem quer seguir os mesmos passos.

Após o divórcio de seus pais, quando ela tinha 5 anos, a relação com a mãe Carla Patrícia Souza, de 38 anos, ficou estremecida. Segundo Julia, a convivência já era conflituosa, mas se agravou após a separação. 

“Eu precisei amadurecer muito cedo, porque sempre fui julgada pelos meus parentes. Senti que precisava provar a eles que eu poderia sim, ter um bom futuro”, conta a jovem. 

Julia  cresceu sem pedir ajuda a ninguém. Aos oito anos, já realizava as tarefas domésticas e, em decorrência das obrigações, julga ter perdido  boa parte da sua infância. “Poderia ter me divertido mais, mas precisei amadurecer”, explica. 

Aos 13, Julia  foi expulsa de casa pelo padrasto durante uma discussão sobre o seu relacionamento com um ex-namorado, onde enfatiza que não tinha o apoio da família.

Mesmo não tendo sido expulsa definitivamente – ela retornou dias depois – naquele momento a estudante percebeu que estava por si só. “Depois dessa situação, me vi decepcionada e percebi que precisava me virar sozinha”. Já aos 15 anos, partiu dela a decisão de deixar a casa da mãe definitivamente, e agora mora com o pai. 

Seu pai, João Joaquim dos Santos, de 47 anos, é sua maior inspiração. “Ele veio para São Paulo aos 16 anos para construir sua vida, e sempre conquistou tudo por mérito próprio”, diz a estudante. 

Julia Camille atualmente trabalha como estagiária em um escritório de  advocacia, na área de finanças. Ela está no terceiro ano do Ensino Médio e vê na iniciativa do Fundo Baobá uma grande oportunidade de crescer profissionalmente. “O edital me abriu portas e hoje enxergo o potencial que antes eu achava que não tinha. Hoje vejo novas perspectivas”, conclui. 

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

  “O meu objetivo maior é marcar  vidas”: Uma menina que reconheceu sua negritude e agora, por meio da pedagogia, pretende ser instrumento de mudança. 

“Assim como a minha professora marcou a minha vida, eu quero fazer isso com outras crianças, sabe? Marcar a vida delas. Principalmente meninas negras e meninos negros”. É assim que  a moradora de Diadema descreve seu sonho . A menina deixada pela mãe na infância, dedica ao seu pai e à  sua avó todo o seu esforço para se tornar  uma profissional da educação. 

Ariana, negra e crespa. Laysa Stefani, de 18 anos, conta que se reconheceu como pessoa negra de forma não muito positiva durante o ensino fundamental 2. Ela, que sempre gostou muito de conversar e se comunicar, reconheceu em sua pele o motivo que a fazia não ser escutada: “ eu pensava: ‘meu Deus, por que acontece isso?’ Então, foi aí que eu percebi, caraca, eu sou negra.  Dá aquele choque.”

Anos depois, a experiência da jovem com a sua negritude melhorou  no momento em que foi aprovada na ETEC Lauro Gomes onde, atualmente, cursa o 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico de administração. 

“Eu via as meninas com o black extremamente armado andando pelo corredor, sem ligar pra nada e eu pensei: ‘é isso que eu quero pra minha vida.’” Foi neste processo de autoconhecimento que  ela decidiu que queria ser referência de autoestima e superação para os seus alunos

A trajetória da estudante não se inicia de forma fácil: sua mãe biológica decidiu ir embora muito cedo, deixando-a sob os cuidados do pai e da avó. Hoje em dia, esse acontecimento não a entristece, ao contrário, ela ressignifica esse sentimento por carinho e gratidão pela avó, que é quem considera como mãe e é a quem dedica todo o seu esforço. “Me inspiro mesmo é na minha avó, mesmo ela não tendo ensino superior.  Eu acho que o fato de eu ir  atrás dos meus sonhos e conquistar o que eu quero é um jeito de agradecê-la  por tudo o que ela fez por mim”, afirma.

Atualmente, Laysa sonha em ser professora na educação infantil da rede municipal de ensino. Ela almeja ocupar uma vaga  na universidade pública, no curso de pedagogia, para capacitá-la para esse momento. A jovem acredita que o seu sonho será realizado no momento em que pisar em uma sala de aula com o título de pedagoga.  

 “Eu quero falar, quero ser um exemplo para eles verem que vão passar por coisas difíceis. Vão passar por coisas e situações em que vão pensar em desistir,  mas não o vão fazer, porque se eu consegui, eu acho que outras pessoas conseguem. Eu acho que o meu objetivo maior mesmo é marcar  vidas.

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

  “O meu objetivo maior é marcar  vidas”: Uma menina que reconheceu sua negritude e agora, por meio da pedagogia, pretende ser instrumento de mudança. 

“Assim como a minha professora marcou a minha vida, eu quero fazer isso com outras crianças, sabe? Marcar a vida delas. Principalmente meninas negras e meninos negros”. É assim que  a moradora de Diadema descreve seu sonho . A menina deixada pela mãe na infância, dedica ao seu pai e à  sua avó todo o seu esforço para se tornar  uma profissional da educação. 

Ariana, negra e crespa. Laysa Stefani, de 18 anos, conta que se reconheceu como pessoa negra de forma não muito positiva durante o ensino fundamental 2. Ela, que sempre gostou muito de conversar e se comunicar, reconheceu em sua pele o motivo que a fazia não ser escutada: “ eu pensava: ‘meu Deus, por que acontece isso?’ Então, foi aí que eu percebi, caraca, eu sou negra.  Dá aquele choque.”

Anos depois, a experiência da jovem com a sua negritude melhorou  no momento em que foi aprovada na ETEC Lauro Gomes onde, atualmente, cursa o 3º ano do ensino médio integrado ao curso técnico de administração. 

“Eu via as meninas com o black extremamente armado andando pelo corredor, sem ligar pra nada e eu pensei: ‘é isso que eu quero pra minha vida.’” Foi neste processo de autoconhecimento que  ela decidiu que queria ser referência de autoestima e superação para os seus alunos

A trajetória da estudante não se inicia de forma fácil: sua mãe biológica decidiu ir embora muito cedo, deixando-a sob os cuidados do pai e da avó. Hoje em dia, esse acontecimento não a entristece, ao contrário, ela ressignifica esse sentimento por carinho e gratidão pela avó, que é quem considera como mãe e é a quem dedica todo o seu esforço. “Me inspiro mesmo é na minha avó, mesmo ela não tendo ensino superior.  Eu acho que o fato de eu ir  atrás dos meus sonhos e conquistar o que eu quero é um jeito de agradecê-la  por tudo o que ela fez por mim”, afirma.

Atualmente, Laysa sonha em ser professora na educação infantil da rede municipal de ensino. Ela almeja ocupar uma vaga  na universidade pública, no curso de pedagogia, para capacitá-la para esse momento. A jovem acredita que o seu sonho será realizado no momento em que pisar em uma sala de aula com o título de pedagoga.  

 “Eu quero falar, quero ser um exemplo para eles verem que vão passar por coisas difíceis. Vão passar por coisas e situações em que vão pensar em desistir,  mas não o vão fazer, porque se eu consegui, eu acho que outras pessoas conseguem. Eu acho que o meu objetivo maior mesmo é marcar  vidas.

 

É na cultura que eu me vejo: Inspirada por Eliana Dias, empresária do Racionais MC’s, Karine faz da cultura sua ferramenta de transformação social.

Após um 2020 de reveses, Karine Lopes dos Santos acredita que 2021 vai ser de muita vitória. Embalada pela cultura da Vila Brasilina, Zona Sudeste da capital paulista, a jovem que superou a Covid-19 deseja realizar sua própria pesquisa no segmento da cultura e se sente esperançosa com a oportunidade oferecida pelo Fundo Baobá.

A jovem de 21 anos divide a casa com sua mãe, dona Marli. Por lá aprendeu desde cedo a gostar de cultura nos seus mais diversos tipos, desde ler histórias para crianças até a roda de samba do bairro.

“Eu gosto bastante de onde eu moro, não fico muito na rua até pelo trabalho, mas sempre vou nos eventos que acontecem, o pessoal do bairro gosta bastante de organizar eventos, levar banda, levar cantor, roda de samba”, comenta. 

Ela concluiu o ensino médio em 2016, e desde então vem se especializando com cursos na área da cultura, além de prestar o vestibular duas vezes nesse período. Movida também pelo diferente, Karine até estava cursando francês antes da pandemia.

“Fazia parte de um programa com outros jovens em equipamentos culturais, aí abriu uma vaga no instituto federal, e como eu já tinha um inglês básico, eu queria algo um pouco diferente, pensei até em grego (risos). Só que não ia ter onde eu usar, aí pensei que francês é legal, diferente e muitos países falam”, explica.

O ano passado trouxe mais problemas a Karine além da paralisação do seu curso. Primeiro veio a demissão do seu emprego, fato que a deixou muito abalada e com sintomas de depressão. Pouco depois ela contraiu Covid-19 e perdeu bastante peso por conta disso, mas nada que a fizesse parar de correr atrás.

Recuperada, a jovem seguiu em busca de emprego e especializações, e no fim do ano passado teve uma boa notícia em ambas. Primeiro conseguiu um cargo como caixa em uma loja de roupas, depois recebeu a notícia de que havia sido selecionada no edital Ja É do Fundo Baobá.

“Eu estou muito feliz porque 2020 foi um ano de muita rejeição pra mim, em que eu perdi meu emprego, eu não consegui outras bolsas que eu tinha me inscrito, estudado e tentado. Mas depois que eu vi o meu nome na lista de selecionados no Baobá eu fiquei bem esperançosa e feliz” 

A felicidade também se dá por conseguir focar nos estudos para realizar um de seus desejos, a graduação em Relações Públicas. “Eu sempre quis algo ligado à cultura, então pensei em Produção Cultural, mas aqui em São Paulo só tem tecnólogo. Aí eu pesquisei e vi que RP tinha uma grade muito parecida e dá pra aplicar em muitas áreas”, diz.

Ela se inspira em ninguém menos que Eliana Dias, empresária do grupo Racionais MC’s e da produtora Boogie Naipe, e que apesar de ser formada em direito, atua fortemente na área cultural. “As palestras dela foram divisoras pra mim”, afirma a jovem.

Esperançosa com o ano que começou, Karine sabe que muitas coisas estão por vir. “Espero estar em um emprego no qual me identifique, relacionado à comunicação, ganhando mais, e a longo prazo sendo independente e ajudando a sua mãe.”

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

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Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

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“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

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“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

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“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

 

Estudante encontra, em meio ao caos pandêmico, inspiração para salvar vidas: Paulo Vico sonha em cursar Medicina e ressalta a importância da valorização dos profissionais da área, que se arriscam diariamente

Decidir cursar Medicina em meio à maior pandemia e crise sanitária que a humanidade já viveu requer coragem e amor pela profissão, e Paulo Vico Tavares de Oliveira, que aos 19 anos mora com seus irmãos em Taboão da Serra, município da Região Metropolitana de São Paulo, possui ambas as coisas.

Paulo nos deu essa entrevista a caminho do vestibular da UNIFESP e, “desde que se entende por gente” quer ser médico. “Eu amava ir ao hospital, nunca dava trabalho”, conta em tom bem-humorado. Para ele, a sensação de ver alguém sendo grato a você por ter tido a vida salva, deve ser única. “Quero ser útil às pessoas”. 

Decidiu ser médico no Ensino Médio, mas ainda surgiram dúvidas entre Medicina e Ciência Aeronáutica. No fim, seguiu sua intuição. “Independente das deficiências do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda sim todos os dias tem alguém fazendo a diferença nos hospitais, e eu quero ser essa pessoa”, conta.

A chegada da Covid-19 baqueou Paulo. Além da adequação à rotina com todos os familiares em isolamento social na mesma casa, o nervosismo e a ansiedade também marcaram presença. “Os primeiros meses de estudo foram difíceis”, desabafa. 

O estudante frequentou apenas a escola pública e, apesar de se orgulhar desse fato, ele afirma que o ensino estadual é defasado. “O ambiente não é propício para uma aula proveitosa. Muitos alunos iam à escola para comer, porque estavam passando fome em casa. Isso me deprimia”, divide. 

Além da escassez de conteúdo, a concorrência alta para o curso de Medicina também foi um fator que Paulo considerou. “Em um vestibular da UNESP, havia 1 vaga para 310 candidatos. Eu fiquei realmente inseguro, pois por mais que você estude, nunca vai se sentir suficientemente preparado”. Ele, felizmente, contou com o apoio e acolhimento da família, com quem tem uma boa relação.

Sua maior inspiração é seu irmão mais velho, Vitor Tavares, 25. Vitor trancou o curso de Engenharia da Computação em uma faculdade particular de Sorocaba, para cursar sua verdadeira paixão: Relações Públicas. Vitor ingressou, com êxito, na Universidade de São Paulo (USP). Para Paulo, a decisão de Vitor foi um ato de coragem e inspiração, pois seu irmão seguiu seu sonho sem medo de julgamentos. “Ele reconheceu que não estava feliz e resolveu mudar”, aponta.

Paulo segue sendo um garoto sonhador focado em se tornar médico, e ficou surpreso quando foi aprovado no edital do programa Ja É, do Fundo Baobá. “Estou sempre disposto a correr atrás daquilo que acredito”, conclui. 

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

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Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

Em busca da equidade nos direitos e no tratamento das mulheres : Mais do que um sonho, Micheli Karoline da Silva Santos vê a luta por igualdade como uma meta a ser alcançada

Com a leveza de quem já conhece os caminhos e valores que pretende seguir, Micheli Karoline da Silva Santos, de 24 anos, é  moradora da Vila Nhocune  e define os seus sonhos como, na verdade, objetivos a serem realizados.

Determinada a proporcionar  tratamento adequado às mulheres no âmbito jurídico, a jovem da zona leste de São Paulo pretende abrir um escritório de advocacia especializado em consultoria cidadã. Ela explica que os serviços consistem na introdução dos direitos,  as normas de relacionamento e  obrigações legais do judiciário frente ao cidadão. 

“Eu sempre gostei da ideia de cursar Direito. A minha expectativa com o curso e também com o Fundo Baobá é me tornar uma referência dentro da área para auxiliar as causas femininas. Meu sonho é abrir um escritório de advocacia para mulheres, com consultas gratuitas sobre processos e questões burocráticas”, explica. 

O zelo pelo  próximo é um dos princípios herdados  da infância ao lado dos avós,  quando compreendeu, desde cedo, a necessidade de ser uma criança responsável pelos cuidados dentro de casa – uma característica que a auxiliou na conciliação com os estudos, as cargas horárias de trabalho e da responsabilidade de cuidar das tarefas domésticas já que mora sozinha. 

“Para mim, não é uma novidade trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Faço isso há muito tempo. Atualmente, eu trabalho na área comercial de uma empresa, de segunda a sábado, 8h por dia. Mas, como eu sempre fui ensinada a pensar como “adulta”, eu lido bem com a situação. E o meu jeito  curioso  e focado  sempre me faz querer estudar mais, saber mais”, detalha. 

Micheli destaca que na trajetória pela tão sonhada vaga na universidade, as provas se tornaram tão recorrentes a ponto dela chegar a perder as contas. . Com a entrada no projeto do Fundo Baobá, ela almeja finalmente alcançar o ingresso no ensino superior. 

“Eu moro sozinha e entrar no universo acadêmico é o próximo passo que sonho dar”, define. 

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Uma flor da periferia: Ocupando espaços através da força coletiva

Inspirada pelas narrativas negras e periféricas, e pela força coletiva. Rhasna Neves Ferreira é uma jovem moradora do Jardim Keralux, na zona leste paulistana, que encontrou no coletivo Flores da Periferia — formado por 6 jovens negras periféricas– a determinação e autoconfiança necessárias para buscar a graduação e atingir os seus objetivos.

O bairro onde vive começou como uma invasão, mas hoje está em processo de regularização. É lá que Rhasna mora com a sua mãe e avó, e onde cresceu estudando ao lado da USP-Leste, universidade que rapidamente virou seu desejo, mas que nem sempre se mostrou como algo possível.

“Aqui onde moro tem uma USP e cresci vendo esse contraste de morar em um lugar muito desvalorizado e, ao mesmo tempo, ter uma universidade de nome aqui . Além das pessoas daqui não terem acesso a ela”, diz.

Rhasna sempre pensou em estudar em universidade pública por achar que ficaria muito deslocada em uma universidade particular por conta das discrepâncias sociais que poderia encontrar, mesmo também achando as universidades públicas muito excludentes. Mas foi através do coletivo Flores da Periferia que ela encontrou força e confiança para encarar qualquer desafio. 

“Me senti muito mais potente a partir do momento em que eu consegui ver as minhas próprias narrativas, de pessoas iguais a mim. A partir disso eu consegui confiar mais no meu processo como alguém que merece sim ocupar esses espaços e tá aí mesmo propondo novas narrativas”

O coletivo é formado por 6 jovens negras do Jardim Keralux e “busca o resgate cultural por meio do protagonismo feminino que renasce através da arte” . 

“O coletivo me representa muito, é parte muito importante pra mim. A partir do coletivo eu consegui expor mais a minha poesia, me expor. Eu quero encontrar uma forma de conciliar isso com a faculdade”.

A jovem sempre pensou em cursos de graduação voltados para o social, como direito ou ciências sociais, mas viu no curso de gestão de políticas públicas uma possibilidade de trabalhar em muitas áreas, como segurança pública, uma de suas favoritas. 

“A nossa própria existência nos faz caminhar para a área de segurança pública, ainda mais por morar numa área de periferia né, a gente vê que a segurança não chega aqui.”

Construir as suas próprias narrativas. Esse é o embalo que uma jovem geração de  negros e perifericos tem colocado como central em suas vidas. A partir de uma reconstrução de auto-estima pela força coletiva, Rhasna, as Flores da Periferia e milhares de outras e outros jovens periféricos têm ocupado espaços antes negados com a confiança de quem sempre mereceu estar ali.

Um testemunho vivo: São essas as palavras escolhidas por um vencedor para descrever sua história.

E como não ser? Com 23 anos, Vinicius é o caçula de uma família humilde, morador da comunidade de Paraisópolis, entregador de aplicativo, ex-dependente químico e é alguém que superou um quadro depressivo. Hoje, pretende inspirar mais pessoas com sua história.

Ao ser questionado sobre a área onde vive, Vinícius diz que “os jovens acabam se perdendo, vão para as drogas, né? Pro crime em busca de saída ali, por essa falta de cultura na favela e eu me perdi também, fui um desses daí”. Drogas, depressão, suicídio. Essas questões que permeavam a sua mente dos 16 aos seus 20 anos foram capazes de marcar sua história, mas não definir sua trajetória. Ele conta que sua aproximação com e vivência religiosa o deu força para a guinada que precisava em sua vida.

Além de compartilhar seu testemunho, o jovem busca inspirar outras pessoas através do seu Instagram onde compartilha conteúdos motivacionais com textos, vídeos e imagens produzidos por ele. Em um dos vídeos ele compartilha lições ao falar de suas metas: “chegar ao topo é relativamente fácil, o difícil é se manter lá”.

Seu pai estudou até a oitava série, sua mãe até a quinta e sua irmã mais velha concluiu o ensino médio. Vinicius atribui a si a missão de ser a primeira pessoa da família a ingressar na universidade  e continuar a transformar sua vida a partir daí. “Quebrar uma maldição”, “chegar em outro patamar” são expressões que ele usa ao contar sobre esse objetivo. 

Vinicius define sua vida como simples, sem muito glamour, sem muita novidade. Não vê a praia há um bom tempo e sente falta de atividades dentro da periferia. Admira pessoas que conseguem focar em um propósito e realizá-lo e por isso tem como referência sua pastora e o grupo de rap Racionais Mc’s. Segundo ele, a transformação de sua vida é o sinal claro da presença de Deus nela. 

 A força feminina: A história de uma jovem pertencente a uma família de fortes mulheres negras. 

Vitória Nunes, de 17 anos, vive em uma  casa onde só têm mulheres. Neste ambiente, sua mãe e sua irmã são suas maiores referências e, apesar de ainda não ter decidido o que cursar, enxerga a faculdade como uma oportunidade de homenageá-las e crescer na vida. 

Moradora do  Jabaquara, na zona sul de São Paulo, a jovem cursa  o 3º ano do ensino médio. Ela vive com a mãe, que sempre foi doméstica e estudou somente até o ensino fundamental 2 na escola. Além dela, também vive com a sua irmã mais velha, num ambiente que ela descreve como tranquilo, saudável e muito bom. 

Além das mulheres da casa, Vitória também tem imensa admiração, gratidão e carinho pelo seu pai. Ela explica que nunca teve muito contato com seu pai biológico, no entanto, o universo a presenteou com um outro pai – o de sua irmã – que sempre se fez presente em sua vida.

 “A gente sempre teve contato, nos vemos aos  finais de semana, conversamos, assistimos a  filmes e séries juntos,então, é uma relação muito  boa, que nunca teve problema”, conta.

Apesar da indecisão em relação à carreira que pretende seguir, Vitória  já sabe o que quer para si: “um curso que desperte minha criatividade. Eu quero uma coisa que seja diferente, eu nunca me interessei por  cursos burocráticos, muito sérios ou fechados”. Ela também revela  que está tranquila em relação à  pressão para tomar essa decisão e avalia que precisa de mais autoconhecimento para decidir. 

Apesar disso, ela sabe que em algum momento encontrará a sua motivação e,  quando o momento de entrar na universidade chegar,  será muito feliz. A jovem dedica todos os seus sonhos à família e quando questionada sobre o que diria a eles quando concluísse a universidade, ela afirma : “Eu diria que eu sou muito grata a eles, que jamais eu esqueceria o que eles fizeram por mim a vida toda e que, sem eles, eu não conseguiria  terminar esse ciclo, essa fase da minha vida e que eles foram sempre essenciais pra isso acontecer”. 

 A força feminina: A história de uma jovem pertencente a uma família de fortes mulheres negras. 

Vitória Nunes, de 17 anos, vive em uma  casa onde só têm mulheres. Neste ambiente, sua mãe e sua irmã são suas maiores referências e, apesar de ainda não ter decidido o que cursar, enxerga a faculdade como uma oportunidade de homenageá-las e crescer na vida. 

Moradora do  Jabaquara, na zona sul de São Paulo, a jovem cursa  o 3º ano do ensino médio. Ela vive com a mãe, que sempre foi doméstica e estudou somente até o ensino fundamental 2 na escola. Além dela, também vive com a sua irmã mais velha, num ambiente que ela descreve como tranquilo, saudável e muito bom. 

Além das mulheres da casa, Vitória também tem imensa admiração, gratidão e carinho pelo seu pai. Ela explica que nunca teve muito contato com seu pai biológico, no entanto, o universo a presenteou com um outro pai – o de sua irmã – que sempre se fez presente em sua vida.

 “A gente sempre teve contato, nos vemos aos  finais de semana, conversamos, assistimos a  filmes e séries juntos,então, é uma relação muito  boa, que nunca teve problema”, conta.

Apesar da indecisão em relação à carreira que pretende seguir, Vitória  já sabe o que quer para si: “um curso que desperte minha criatividade. Eu quero uma coisa que seja diferente, eu nunca me interessei por  cursos burocráticos, muito sérios ou fechados”. Ela também revela  que está tranquila em relação à  pressão para tomar essa decisão e avalia que precisa de mais autoconhecimento para decidir. 

Apesar disso, ela sabe que em algum momento encontrará a sua motivação e,  quando o momento de entrar na universidade chegar,  será muito feliz. A jovem dedica todos os seus sonhos à família e quando questionada sobre o que diria a eles quando concluísse a universidade, ela afirma : “Eu diria que eu sou muito grata a eles, que jamais eu esqueceria o que eles fizeram por mim a vida toda e que, sem eles, eu não conseguiria  terminar esse ciclo, essa fase da minha vida e que eles foram sempre essenciais pra isso acontecer”. 

 A força feminina: A história de uma jovem pertencente a uma família de fortes mulheres negras. 

Vitória Nunes, de 17 anos, vive em uma  casa onde só têm mulheres. Neste ambiente, sua mãe e sua irmã são suas maiores referências e, apesar de ainda não ter decidido o que cursar, enxerga a faculdade como uma oportunidade de homenageá-las e crescer na vida. 

Moradora do  Jabaquara, na zona sul de São Paulo, a jovem cursa  o 3º ano do ensino médio. Ela vive com a mãe, que sempre foi doméstica e estudou somente até o ensino fundamental 2 na escola. Além dela, também vive com a sua irmã mais velha, num ambiente que ela descreve como tranquilo, saudável e muito bom. 

Além das mulheres da casa, Vitória também tem imensa admiração, gratidão e carinho pelo seu pai. Ela explica que nunca teve muito contato com seu pai biológico, no entanto, o universo a presenteou com um outro pai – o de sua irmã – que sempre se fez presente em sua vida.

 “A gente sempre teve contato, nos vemos aos  finais de semana, conversamos, assistimos a  filmes e séries juntos,então, é uma relação muito  boa, que nunca teve problema”, conta.

Apesar da indecisão em relação à carreira que pretende seguir, Vitória  já sabe o que quer para si: “um curso que desperte minha criatividade. Eu quero uma coisa que seja diferente, eu nunca me interessei por  cursos burocráticos, muito sérios ou fechados”. Ela também revela  que está tranquila em relação à  pressão para tomar essa decisão e avalia que precisa de mais autoconhecimento para decidir. 

Apesar disso, ela sabe que em algum momento encontrará a sua motivação e,  quando o momento de entrar na universidade chegar,  será muito feliz. A jovem dedica todos os seus sonhos à família e quando questionada sobre o que diria a eles quando concluísse a universidade, ela afirma : “Eu diria que eu sou muito grata a eles, que jamais eu esqueceria o que eles fizeram por mim a vida toda e que, sem eles, eu não conseguiria  terminar esse ciclo, essa fase da minha vida e que eles foram sempre essenciais pra isso acontecer”. 

Selma Moreira

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Nosso impacto

245

Pessoas inscritas

84

Pessoas selecionadas

12

Municípios atendidos

Distribuição dos jovens por região de moradia:

Zona Sul 30%
Zona Leste 21%
Região Metropolitana 20%

Caieiras, Barueri, Franco da Rocha, Francisco Morato, Osasco, Itapevi, Carapicuíba, Diadema, Mogi das Cruzes, Taboão da Serra, Embu das Artes.

Zona Norte 16%
Zona Oeste 13%

Programa Já É na mídia

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