O grafite e o hip hop são agentes de cultura e cidadania no projeto Cores do Amanhã, que atua há mais de dez anos na Comunidade do Totó, em Recife/PE. O espaço cultural atende crianças, jovens e adultos em mais de 20 oficinas culturais e esportivas, além de desenvolver um trabalho especificamente voltado para mulheres, focado no empoderamento e no combate à violência.
Em novembro de 2018 aconteceu o evento mais importante da instituição, o VII Encontro Cores Femininas, que reúne diversas artistas, grafiteiras e mulheres do hip hop de todo o país. Com a ajuda do edital, foi possível melhorar o espaço e adquirir materiais para os workshops e as vivências planejadas para o evento, que incluem troca de experiências, conscientização para o enfrentamento das várias formas de violência e para adquirir autonomia financeira.
As atividades ocorreram de forma muito positiva, com a participação média de 25 a 30 mulheres, porém com registro de momentos com até 50 mulheres. Houve a participação de uma jovem negra trans e a alegria de poder trocar experiências e fortalecer sua luta.
Como resultado, as participantes das vivências continuam a se encontrar e se apoiam em situaçõ es cotidianas.
“É um projeto político, é uma arte política. A importância de ter só mulher preta na produção e no elenco, acho que fez toda a diferença. A relação interpessoal e o desenrolar também foi único.” Bárbara Assis, atriz e participante do documentário.
“Acredito que o documentário nos ajudou a protagonizar nossas narrativas…. Sem esse apoio o projeto não teria acontecido e não teria ganho o peso e a amplitude que ele ganhou (…). O Fundo foi a primeira instituição que nos concedeu recursos, que confiou no nosso trabalho. Precisou que um Fundo gerido por pessoas negras, preocupado com a luta antirracista, chegasse até nós e à nossa militância, para viabilizar esse projeto.” Quézia Lopes, criadora do documentário Corpos Invisíveis.