Racismo ambiental: saiba o que é e enxergue como ele vem acontecendo

Neste 5 de junho (sábado), o mundo vai comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente. Um dia pela conscientização de toda a população para preservação,  conservação e recuperação das fontes naturais sustentáveis. 

O mundo tem estado atento mas, embora a tônica seja “não deixar ninguém para trás”, há sempre aquelas e aqueles que ficam à margem, vítimas da degradação das fontes de recursos naturais.

Para o ativista afro-americano de direitos civis Benjamin Franklin Chavis Junior, isso constitui o Racismo Ambiental, termo criado por ele  no início dos anos 1980 e que define a desigualdade com que as etnias vulnerabilizadas estão sendo expostas, cotidianamente, aos fenômenos ambientais nocivos ao bem-estar humano. 

Chavis Junior criou a expressão Racismo Ambiental a partir da constatação de que parte da população negra nos EUA estava sendo levada a viver em localidades degradadas de várias formas. Ele define Racismo Ambiental como “a discriminação racial no direcionamento deliberado de comunidades étnicas e minoritárias para exposição a locais e instalações de resíduos tóxicos e perigosos, juntamente com a exclusão sistemática de minorias na formulação, aplicação e remediação de políticas ambientais”. 

No Brasil, 51,9% da população não tem acesso ao saneamento básico. Segundo pesquisa do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), realizada em 2016, 51,6% da população sem acesso ao saneamento básico  é pobre, sendo a maioria negra.  

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em maio de 2020 que o Brasil tem mais de 5,1 milhões de domicílios localizados em favelas, comunidades, palafitas, grotas ou vilas, baixadas ou mocambos (aglomerados subnormais). Estes territórios totalizam 13.151 e estão presentes em 734 municípios do país. Qualquer que seja a denominação há um traço comum: gente vivendo na linha da pobreza ou compondo  os estratos recém nomeados  desamparados. Gente que, pela ausência de políticas públicas de habitação,  planejamento urbano, meio ambiente e políticas sociais em geral, é levada a viver e sobreviver com os piores resultados de um ambiente degradado, ou seja, a coexistir com o pior.

Não há como não associar justiça climática a direitos humanos e justiça social. Já há mais de 500 anos os povos da diáspora negra têm sofrido os impactos negativos do que se denomina desenvolvimento. Em nome desse desenvolvimento é que são promovidas queimadas, desmatamentos e desmantelamentos que vêm despejando opressão sobre o povo preto, indígena e quilombola. 

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