O ano de 2023 foi marcante na história do Baobá – Fundo para Equidade Racial. Ao longo dos últimos 12 meses, lançamos editais, firmamos parcerias e aderimos a compromissos cruciais para a equidade racial.

Logo nos primeiros meses de 2023, o Baobá divulgou o resultado do Edital Educação e Tecnologia, que teve como objetivo apoiar organizações e empresas negras que atuassem no desenvolvimento ou ampliação das capacidades técnicas das pessoas negras na área de tecnologia. Com parceria do MOVER – Movimento pela Equidade Racial, foram investidos e destinados R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) para 16 iniciativas negras de educação em tecnologia. Ainda nos primeiros meses, lançamos uma aliança entre o Fundo Brasil de Direitos Humanos e o Fundo Casa Socioambiental, em que foi possível reunir narrativas sobre os primeiros projetos apoiados pelo grupo em 19 estados brasileiros. O objetivo principal foi apresentar resultados da estratégia inédita no campo da filantropia para justiça social. Os resultados podem ser conferidos no site (aliancaentrefundos.org.br). 

Em março, um dos pontos altos do ano: o primeiro encontro de estudantes e mentores do Edital Já É, que visa favorecer a entrada e permanência de adolescentes e jovens no ensino superior. Os estudantes visitaram a sede do MetLife Foundation, apoiadora do edital,e puderam se conhecer pessoalmente, visto que todos os encontros da mentoria realizada pela MetLife ocorreram virtualmente. Conversas sobre ingresso no mercado de trabalho, habilidades socioemocionais e comportamento foram valorosas para os estudantes.

Outro encontro que vale mencionar foi a primeira reunião presencial com os participantes do Edital Educação e Identidades Negras – Políticas de Equidade Racial. O encontro ocorreu em Recife e foi uma excelente oportunidade de conhecer os projetos de perto e apreciar as brilhantes iniciativas de enfrentamento ao racismo e valorização da identidade e cultura negra no campo da educação.

Nos meses de abril, maio e junho o Baobá participou do 12º Congresso GIFE – “Desafiando estruturas de desigualdades”, do Fórum Interconselhos para construção do Plano Plurianual Participativo (PPA) e do evento que reuniu B3 Social e  Pacto de Promoção da Equidade Racial para discutirmos sobre Investimento Social Privado. Ambos foram uma ótima oportunidade para reconhecer as raízes da desigualdade e intervir em favor de oportunidades justas, para que o desenvolvimento seja pleno em sua forma individual, social, econômica, cultural, ambiental e política, como ressalta a diretora de Programas do Baobá, Fernanda Lopes.

Outro ponto alto desse ano foi o fortalecimento de uma instituição centenária que nos ensina, através do seu legado, como fazer filantropia negra no Brasil: a Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD), importante instituição que esteve à frente das principais conquistas da população negra brasileira, recebeu uma doação de R$ 500 mil do Baobá – Fundo para Equidade Racial. “Esta é a primeira vez que o Baobá decide, politicamente, sem edital, fazer uma doação e faz isso com dinheiro próprio. Dinheiro gerado pelas operações do Baobá, que nos propiciam fazer uma doação expressiva”, relata Giovanni Harvey, diretor executivo do Fundo. 

Em 2023 o Baobá aderiu ao Compromisso Internacional da Filantropia sobre as Mudanças Climáticas (International Philanthropy Commitment on Climate Change), movimento global liderado pela WINGS, formado por organizações filantrópicas dedicadas a discutir soluções para os desafios climáticos que a humanidade enfrenta, mas que atinge de maneira desproporcional as populações mais vulneráveis. Desta forma, o Baobá honra seu objetivo por uma vida com dignidade e por um desenvolvimento econômico justo para a comunidade negra. 

Juntamente com a Rede Comuá, o Baobá participou também do movimento dedicado a refletir sobre os contextos e práticas das filantropias comunitárias e de justiça socioambiental, o Mês da Filantropia Que Transforma, na qual foi realizada a live “Transformando com Propósito: Medindo o Impacto na Filantropia Negra”, com o  objetivo de contextualizar as diferentes práticas da filantropia, discutir como a medição de impacto fortalece iniciativas sociais, além de compartilhar as experiências vividas e alcançadas pelo Baobá.

O último trimestre do ano coincidiu com a finalização do projeto Saúde Mental Quilombola; Direitos, Resistência e Resiliência com a exibição de um minidocumentário em Oeiras do Pará, com a participação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Coordenação Estadual das Associações de Comunidades Remanescentes de Quilombo (Malungu/Estado do Pará) e a Associação das Comunidades Remanescente de Quilombo de Igarapé Preto à Baixinha (ARQIB). O audiovisual idealizado pelo Baobá e executado pela Negritar Produções traz reflexões dos quilombolas no que diz respeito a um resgate de autoconhecimento, empoderamento e identidade racial.

A finalização do Edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça,  em outubro de 2023, também proporcionou ao Fundo Baobá  a premiação com o Selo Direitos Humanos e Diversidade,  da Prefeitura de São Paulo. O selo é um reconhecimento anual a iniciativas de empresas privadas, órgãos públicos, organizações da sociedade civil e coletivos de todos os portes que promovam e defendam os direitos humanos e a diversidade na cidade de São Paulo. Para Tainá Medeiros, coordenadora de Programas, a premiação não só demonstra a necessidade de promover ações semelhantes no campo da filantropia, mas também evidencia a carência e necessidade de ampliação de políticas públicas que garantam a interrupção dessas violações de direitos. Além da premiação, o Baobá finda o ciclo do Edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça com um minidocumentário com depoimentos de representantes de algumas das organizações beneficiadas. 

O ano também foi marcado pelo fortalecimento da parceria entre o Baobá e o Mover, que juntos lançaram o Edital Carreiras em Movimento. Ele visa ampliar o acesso de pessoas negras ao mercado de trabalho, através de atividades voltadas para o desenvolvimento ou ampliação de habilidades socioemocionais e comportamentais. Os selecionados foram prioritariamente pessoas negras, com 18 anos ou mais, ensino superior concluído até 2019, e que atuassem ou desejassem atuar nos setores privado, público ou terceiro setor. Além de estarem no início de suas carreiras profissionais ou buscando mobilidade na carreira, incluindo transição ou ascensão. 

Olhar o passado para direcionar o nosso futuro é uma das ferramentas mais utilizadas pelo Baobá no decorrer desses 12 anos de existência. E é assim que chegaremos em 2024, dispostos a observar os aprendizados e experiências do que foi esse 2023.

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