Eric Ribeiro: da curiosidade infantil aos sonhos aeroespaciais

Natural de Caieiras, em São Paulo, Eric Ribeiro atualmente cursa Engenharia Aeroespacial na University of Notre Dame, nos Estados Unidos. Aos 19 anos, ele foi um dos selecionados da primeira edição do programa de bolsa de estudos de graduação para estudantes negros do Fundo Baobá, o Black STEM — iniciativa que apoia a presença e a permanência de pessoas negras nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) em universidades internacionais.

Na fotografia, Eric Ribeiro que atualmente cursa Engenharia Aeroespacial na University of Notre Dame, nos Estados Unidos. Aos 19 anos, ele foi um dos selecionados da primeira edição do programa de bolsa de estudos de graduação para estudantes negros do Fundo Baobá, o Black STEM, é
um homem negro jovem aparece sorrindo enquanto fala ao microfone. Ele usa óculos de armação redonda, camisa branca e calça em tom verde oliva. Sobre os ombros, está com um suéter bege, criando um visual elegante e descontraído. Ele está sentado em uma cadeira branca, participando de um painel ou mesa de conversa em ambiente institucional, com fundo azul e telão ao fundo. Sua expressão transmite entusiasmo e segurança, em um momento de partilha e escuta ativa.
Eric Ribeiro, no evento de boas-vindas do Edital Black STEM 2024.

“Desde pequeno, sempre fui apaixonado por máquinas. Foi assim que aprendi a ler, pois queria entender sobre ônibus e carros. Com o tempo, essa curiosidade se voltou para aviões e foguetes. Eu conseguia identificar qualquer avião que passasse no céu. Essa paixão persiste e se transformou no motor que me move até hoje: estudar engenharia aeroespacial”, afirma.

Mergulhado nos estudos, ele transforma a curiosidade da infância em projetos inovadores. Entre cálculos complexos, simulações e projetos de foguetes, destaca-se por sua dedicação e desejo de contribuir com o futuro da aviação e da exploração espacial.

O estudante conheceu o programa de bolsas por meio de uma amiga, que compartilhou a oportunidade. Como já havia sido aprovado na universidade, ele não hesitou em se inscrever. Hoje, a bolsa oferecida pelo Fundo Baobá, em parceria com a B3 Social, garante a estabilidade financeira necessária para que Eric possa se dedicar integralmente aos estudos e à vida acadêmica. Isso também permite que ele participe com mais liberdade de atividades extracurriculares, sem a necessidade de buscar outras fontes de renda durante o semestre.

Nova edição do programa amplia oportunidades

A diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, destaca a importância da iniciativa:

“A presença negra na ciência é relevante para a humanidade. Por isso afirmamos que o Black STEM não é ‘apenas’ um programa de bolsas complementares para apoiar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Ele é a recuperação da memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial.” Ela reitera que, no futuro, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras.

A segunda edição do Programa Black STEM foi lançada em 27 de março e oferecerá três bolsas complementares de R$ 35 mil a estudantes negros aprovados em cursos de graduação no exterior na área de STEM. As inscrições estão abertas até 30 de abril.

Eric deixa uma mensagem para outras pessoas estudantes que também querem estudar no exterior:

“Quando você sonha por você, você também sonha por todos que vieram antes e por aqueles que ainda virão. E quando você realiza, nós todos — eu, você e milhares de jovens negros periféricos — realizamos juntos”, afirma.

Para mais informações sobre a segunda edição do Black STEM, acesse:
https://bit.ly/BS-2edicao 

A força coletiva que mobiliza a Marcha das Mulheres Negras desde 2015

A mobilização para a Marcha das Mulheres Negras de 2025 é construída por mulheres que estiveram presentes desde sua primeira edição, realizada em novembro de 2015, em Brasília. Articuladoras, militantes e lideranças de diferentes gerações e territórios do Brasil marcham na luta por reparação diante das injustiças históricas, contra o racismo e pelo Bem Viver.

Entre elas está Piedade Marques, filósofa, articuladora da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e atual coordenadora do projeto social Eu voto em negras.

“Foi uma militância e uma formação baseada em debate, leitura, informação. Tive a sorte e a oportunidade de fazer parte do Afoxé Alafin Oyó — grupo cultural e religioso de Pernambuco —, que foi meu espaço de ‘aquilombamento’. Era o nosso gueto, onde eu podia ser uma menina preta livre, sem precisar alisar o cabelo. Isso nos dava uma sensação de liberdade”, afirma.

Na fotografia, vemos Piedade Marques, filósofa, articuladora da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e atual coordenadora do projeto social Eu voto em negras. uma mulher negra em pé, sorridente, com os cabelos trançados e presos com um detalhe vermelho. Ela veste uma regata estampada com a imagem de uma figura feminina negra em trajes tradicionais e com uma espada em punho, além de um short branco com bordados. Ao fundo, há um mural artístico em tons de preto e branco, com traços que remetem a elementos culturais e figuras humanas. A expressão da mulher transmite confiança e serenidade, em um ambiente que valoriza a identidade afro-brasileira.
Piedade Marques, filósofa, articuladora da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e atual coordenadora do projeto social Eu voto em negras.

A faísca da Marcha das Mulheres Negras nasceu em 2013, durante a III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, com a formação do Comitê Impulsor Nacional da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. 

O comitê foi composto por organizações como a Articulação Nacional de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Quilombolas (Conaq), a Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) e o Movimento Negro Unificado (MNU).

A Marcha como processo político e social de longo prazo

A construção da Marcha demanda meses — e, muitas vezes, anos — de preparação: encontros regionais, reuniões, estudos, debates e mobilizações nas comunidades. Trata-se de uma expressão coletiva do protagonismo das mulheres negras na luta contra o racismo, o sexismo e outras formas de opressão. Mais do que um ato político, a Marcha afirma um novo projeto de sociedade pautado no Bem Viver.

Valdecir Nascimento, atualmente com 65 anos, também foi uma das protagonistas na concepção e organização da Marcha de 2015. Fundadora do Odara – Instituto da Mulher Negra, sua trajetória se entrelaça com a luta cotidiana das mulheres negras e com a busca coletiva por estratégias de resistência e sobrevivência. 

Na década de 1980, Valdecir encontrou o movimento negro e, paralelamente, começou a questionar narrativas enquanto atuava como catequista (pessoa que leva a fé cristã a crianças, jovens e adultos) — entre elas, a releitura do poema O Deus Negro, de Neimar de Barros.

Desde cedo, passou a refletir e sonhar com um novo caminho para o Bem Viver das mulheres negras e de suas famílias. Filha de um ogã de terreiro (pessoa responsável por tocar e cantar), Valdecir carrega saberes ancestrais ligados à cura física e espiritual proporcionada pelas religiões de matriz africana.

“Em 2012, em Brasília, quando Nilma Bentes propôs um encontro de mulheres negras para discutir articulações que nos fortalecessem, senti que era uma proposta potente, que precisava ser acolhida por todas. Era a chance de nos afirmarmos como sujeitas políticas diante da sociedade brasileira — e assim foi feito, com a realização da Marcha em 2015”, relembra Valdecir.

Para ela, o maior legado daquela Marcha está na metodologia adotada e na capacidade de romper com a subalternidade histórica imposta às mulheres negras. É nelas, acredita, que reside a força transformadora capaz de mudar o país.

Tanto Piedade quanto Valdecir desejam que a Marcha de 2025 seja marcada pela esperança. Elas acreditam na força coletiva e afetiva das mulheres negras para construir um novo mundo — um mundo onde possam ser livres e moldar a realidade de acordo com seus próprios valores, e não segundo as imposições políticas e ideológicas dos opressores.

Para mais informações sobre a Marcha, acesse: https://marchadasmulheresnegras.com.br 

Edital Educação e Identidades Negras provoca transformações significativas nas organizações apoiadas

O edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial foi encerrado com um saldo bastante positivo. Após dois anos de vigência, ele resultou em um impacto de transformação para as 12 organizações que receberam, cada uma, R$ 175 mil para implementar seus projetos. 

As transformações foram possíveis tanto pelo apoio financeiro quanto pelo suporte técnico oferecido nas oficinas organizadas pelo Fundo Baobá. As organizações tiveram acesso a recursos para aquisição de equipamentos e capacitação em gestão, o que gerou aumento da visibilidade de cada uma delas, além do fortalecimento institucional.

Ações antirracistas e fortalecimento institucional

Uma característica comum entre as organizações participantes do processo seletivo foi o desenvolvimento de estratégias para enfrentar o racismo em instituições educacionais — formais e não formais — e promover maior representação de pessoas negras nos espaços de decisão na educação. 

Das 12 organizações apoiadas, 9 nunca haviam recebido qualquer tipo de financiamento para seus projetos. Isso reflete a missão do Fundo Baobá, que realiza uma busca ativa por organizações que atuam em territórios desassistidos.

O papel do Fundo Baobá na descentralização de recursos

A diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, analisa esse cenário:

“Algumas das organizações apoiadas atuam na luta antirracista há uma ou duas décadas e, ainda assim, não haviam acessado recursos da filantropia. Alcançá-las com bons critérios de seleção é um indicador de sucesso. Aos poucos, estamos chegando a organizações de diferentes regiões do país, saindo das capitais dos estados. Descentralizar o acesso aos recursos financeiros e ampliar o acesso às assessorias técnicas que contribuam com o fortalecimento das lideranças, organizações, grupos e coletivos negros é parte da nossa missão”, afirma.

Fernanda Lopes, Diretora de Programa do Fundo Baobá, que é uma mulher negra, com cabelos longos em dreadlocks e óculos de armação clara, sorri enquanto participa de uma conversa em ambiente interno iluminado. Ela veste uma blusa preta sem mangas e calça com estampa colorida. Está sentada em uma cadeira de escritório bege, com postura aberta e expressiva, demonstrando atenção e receptividade. Ao fundo, vê-se uma parede clara e uma planta em vaso, o que reforça o clima acolhedor do espaço. Simulando a fala sobre  edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial
Fernanda Lopes, Diretora de Programa do Fundo Baobá. Crédito: Thalita Novais 

Um dos critérios para seleção das organizações era a atuação na promoção efetiva do que determinam as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. Essas legislações tornam obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena nas escolas, modificando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Apesar da determinação legal, muitas instituições de ensino — tanto públicas quanto privadas — ainda a ignoram, uma realidade que precisa ser transformada.

“As organizações apoiadas no edital contribuíram para reduzir o desconhecimento, subsidiar e cobrar a implementação. Promoveram diálogos que, na maioria das vezes, são incomuns, envolvendo movimento social e unidades formais de educação básica ou universitária. Ver os resultados e saber que mais de 15 mil pessoas tiveram acesso a conteúdos anteriormente vetados em função do racismo é um bom indicador de que estamos no caminho certo de investimento”, completa Fernanda Lopes.

Afoxé Omô Nilê Ogunjá: cultura, autonomia e educação

O edital apoiou organizações, coletivos e grupos negros de nove estados brasileiros. Uma delas foi o Afoxé Omô Nilê Ogunjá, uma associação cultural de tradição afro-brasileira da cidade de Recife, em Pernambuco. Assim como as demais, o Afoxé enfrentou desafios relacionados à gestão de projetos e à prestação de contas. Mas as dificuldades apenas reforçaram o desenvolvimento das habilidades nessas áreas, contribuindo para a autonomia operacional da associação.

Com essa autonomia consolidada, o Afoxé Omô Nilê Ogunjá estabeleceu parcerias para difundir, entre estudantes e educadores da Educação Básica ao Ensino Superior, conhecimentos importantes sobre a cultura afro-brasileira e a história do Brasil, por meio da dança, da música e dos saberes ancestrais.

“Firmamos parcerias com instituições de ensino acadêmico, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e com instituições de educação básica, que são o nosso público-alvo, o nosso grande público. Firmamos também parcerias com quatro escolas do bairro do Ibura, escolas públicas e uma escola de capital misto. Trabalhamos, através da Lei 10.639, aspectos da cultura e identidade afro-brasileira, passando pela questão da educação etnicorracial. Tivemos formações para professores, atividades com estudantes e levantamentos diagnósticos”, relata Manoel Neto, representante da organização pernambucana.

Manoel Neto é um homem negro, com barba cheia e cabelo raspado, veste uma camisa clara de linho com o primeiro botão aberto. Ele usa óculos de armação redonda e sorri levemente para a câmera. Ao fundo, vê-se um mural colorido com figuras humanas e elementos da cultura afro-brasileira, trazendo um ar vibrante e artístico à composição. A iluminação suave valoriza a expressão serena e confiante do retratado. Ele é representante da organização pernambucana Afoxé Omô Nilê Ogunjá
Manoel Neto, representante da organização pernambucana Afoxé Omô Nilê Ogunjá.

Ele também destaca o salto de qualidade obtido com o apoio técnico do Fundo Baobá: “Foi um ganho muito grande para a nossa instituição. Nós tivemos muitas mudanças corroboradas por esse processo de participação no edital. Passamos a ter um planejamento mais institucional. A elaboração desse planejamento, realizada durante a parceria com o Fundo Baobá, foi muito importante para definir os horizontes que agora estamos trilhando — e que são os que gostaríamos de trilhar. Foi importante para definir onde vamos chegar e aonde queremos chegar. Foi importante, inclusive, para conseguirmos uma parceria com uma nova instituição. Conseguimos um financiamento para 2025 de R$ 300 mil para dar continuidade às ações e garantir a permanência das atividades”, conclui.

Parceria com Imaginable Futures e Fundação Lemann

O Fundo Baobá para Equidade Racial contou com apoio financeiro das instituições Imaginable Futures e Fundação Lemann para a realização do edital Educação e Identidades Negras: Políticas de Equidade Racial, que teve um aporte de aproximadamente R$ 2,5 milhões e resultou no apoio a 12 organizações.

A Imaginable Futures participou, pela primeira vez, de uma iniciativa dedicada exclusivamente a organizações negras e reconhece a importância dessa participação:

“Historicamente, organizações negras têm acumulado experiências valorosas que as colocam em um lugar central para propor práticas e políticas públicas para promover a equidade no ensino e melhorar a qualidade da educação. No entanto, elas enfrentam desafios para acessar recursos e recebem apenas uma pequena parcela do capital filantrópico no Brasil. Em razão dessa assimetria, temos nos juntado a iniciativas que destinam recursos para essas organizações. A iniciativa com o Baobá foi uma experiência inaugural e transformadora para a Imaginable Futures — não apenas pela legitimidade que o Baobá já tem no campo, mas porque nos permitiu aprender e evoluir enquanto organização. Foi uma parceria de muita aprendizagem, que fortaleceu a nossa estratégia e nos ajudou a melhorar a forma como atuamos em prol da equidade racial na educação”, diz Samuel Emílio, Gerente de Programa da Imaginable Futures.

Samuel Emílio, Gerente de Programa da Imaginable Futures, pessoa negra, com cabelo volumoso em estilo afro e barba bem cuidada, sorri enquanto olha para o lado, transmitindo leveza e naturalidade. Usa óculos de armação arredondada e brinco geométrico pendente, além de uma camiseta sem mangas em tom terroso. O fundo neutro e levemente desfocado valoriza sua presença e expressão, em uma composição simples e elegante.
Samuel Emílio, Gerente de Programa da Imaginable Futures.

Como apoiar o Fundo Baobá

Para contribuir com ações transformadoras como essa, acesse o site do Fundo Baobá e faça sua doação.

Para saber mais sobre o edital Educação e Identidades Negras, clique aqui.

Fundo Baobá recebe os Selos de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo

Fundo Baobá recebe os Selos de Direitos Humanos e Igualdade Racial da Prefeitura de São Paulo

O Fundo Baobá para Equidade Racial foi reconhecido pela Prefeitura de São Paulo com os Selos de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, reafirmando sua atuação na promoção da equidade racial, na inclusão social e no fomento à educação para a população negra. O anúncio foi feito em dezembro de 2024, destacando a relevância do trabalho da organização.

A cerimônia de premiação ocorreu em São Paulo, nos dias 9 e 10 de dezembro, reunindo mais de 400 organizações inscritas. No total, 235 entidades foram premiadas pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, reconhecendo suas iniciativas em prol da diversidade, inclusão e justiça social.

Selo de Direitos Humanos e Diversidade

O Edital Educação em Tecnologia, promovido pelo Fundo Baobá, foi contemplado com o Selo de Direitos Humanos e Diversidade em sua 7ª edição, um reconhecimento concedido a organizações que realizam ações concretas para a inclusão e a promoção dos direitos humanos.

Lançado para fortalecer a inserção da população negra no mercado de tecnologia, o edital Educação em Tecnologia apoia organizações e empresas lideradas por pessoas negras que possam contribuir, por meio de processos formativos, tanto para a entrada de novos profissionais negros no setor quanto para a permanência daqueles que já atuam, desenvolvendo suas competências.

Ao todo, quatro organizações foram selecionadas para receber apoio financeiro, com bolsas que variam entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, permitindo que essas iniciativas expandam seu impacto e capacitem mais profissionais negros para o setor tecnológico.

Selo Igualdade Racial

Além do reconhecimento pelo edital, o próprio Fundo Baobá recebeu o Selo Igualdade Racial, uma certificação concedida a organizações que demonstram compromisso com a diversidade racial e a inclusão no ambiente de trabalho.

Criado pela Lei Municipal 16.340/2015 e regulamentado pelo Decreto 57.987/2017, esse selo é destinado a organizações que possuem, no mínimo, 20% de profissionais negros em diferentes níveis hierárquicos, incluindo cargos de direção, gerência e coordenação.

No Fundo Baobá, a equipe executiva é composta majoritariamente por pessoas negras, reforçando seu compromisso com a equidade racial, o desenvolvimento de lideranças negras e a transformação social.

O impacto do reconhecimento

Os selos conquistados pelo Fundo Baobá não apenas reconhecem suas iniciativas de impacto social, mas também fortalecem o compromisso da organização com a construção de um futuro mais igualitário para a população negra no Brasil.

Com essas premiações, o Fundo Baobá reafirma seu papel na promoção da equidade racial e justiça social, contribuindo para um mercado de trabalho mais representativo.

Fundo Baobá doa R$ 1,25 milhão para a Marcha das Mulheres Negras 2025

Marcha das Mulheres Negras 2025

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver espera reunir um milhão de mulheres negras em Brasília (DF), no dia 25 de novembro de 2025. Esse ato político-social receberá um investimento histórico de R$ 1,25 milhão do Baobá – Fundo para Equidade Racial, garantindo apoio à mobilização, logística, articulação e engajamento de mulheres negras em todo o Brasil, com foco especial nas comunidades quilombolas.

O anúncio foi feito no início de dezembro, durante o Encontro Regional de Mulheres Negras do Nordeste, realizado em Recife (PE). Na ocasião, Caroline Almeida, Gerente de Articulação Social do Baobá, reafirmou o compromisso da organização com a luta das mulheres negras e a mobilização nacional, e destacou:

“Estamos articulando e contribuindo com as diversas frentes envolvidas nesse processo, apoiando tanto a mobilização local quanto a coordenação nacional, com um foco especial nas mulheres quilombolas, que têm um papel central nesta caminhada. Este é um esforço coletivo, com a confiança de que as mulheres negras terão voz ativa em cada etapa do processo até a grande Marcha.”

Apoio financeiro e divisão do investimento

O aporte de R$ 1,25 milhão será distribuído da seguinte forma:

R$ 350 mil – Comitê Nacional para garantir a presença de mulheres na marcha
R$ 25 mil por estado – Destinados à mobilização em todas as 27 unidades federativas
R$ 225 mil – Exclusivamente para a articulação de mulheres quilombolas.

Segundo Fernanda Lopes, Diretora de Programas do Fundo Baobá, esse apoio está alinhado às prioridades da organização, que incluem fortalecer a memória e história da população negra, gerar renda e combater o racismo e o sexismo.

Por que a Marcha das Mulheres Negras é fundamental?

Embora representem 28% da população brasileira, mulheres negras enfrentam os piores índices sociais. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública:

👉🏾 63,9% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras
👉🏾 61,6% das vítimas de estupro têm até 13 anos e 52,2% são negras

Apesar dos desafios estruturais, são elas que estão na linha de frente da luta por justiça social e direitos humanos, enfrentando diretamente a violência do sistema carcerário, a criminalização das populações negras e periféricas e as violações de direitos promovidas pelo Estado.

Sua atuação é essencial em movimentos por moradia digna, saúde, educação e segurança alimentar, além da defesa dos direitos territoriais de comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais. Também desempenham um papel fundamental no fortalecimento da memória e da identidade da população negra, garantindo que as histórias e lutas de seus ancestrais sejam reconhecidas e valorizadas.

História da Marcha das Mulheres Negras

A Marcha das Mulheres Negras teve sua primeira edição em 2015, reunindo 100 mil mulheres em Brasília. O evento foi resultado de quatro anos de mobilização, iniciados em 2011, com ações em diversos estados e a formação de comitês estaduais e municipais. Esse processo fortaleceu a identidade política das mulheres negras, ampliou sua participação na esfera pública e impulsionou o crescimento de organizações femininas negras.

Um dos grandes marcos dessa mobilização foi a Carta das Mulheres Negras, documento entregue à Presidência da República e à sociedade brasileira. Nele, foram apresentados dados sobre desigualdade racial e de gênero, além de propostas para um novo pacto civilizatório baseado no conceito de Bem Viver. O documento abrange demandas por direitos urbanos, segurança pública, justiça ambiental, seguridade social, educação, cultura e outras pautas essenciais.

Desde então, as mulheres negras seguem “em marcha”, reforçando suas lutas por justiça e reparação histórica. Para a próxima edição, a expectativa é mobilizar 1 milhão de mulheres na capital federal, consolidando seu protagonismo na luta contra o racismo, o feminicídio, o genocídio da população negra e a negação dos direitos dos povos e comunidades tradicionais.

A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver conta com 11 organizações em seu Comitê Nacional e se baseia em dois pilares fundamentais:

✊🏿 Bem Viver – Um modelo de sociedade que valoriza justiça social, equidade e cuidado coletivo, priorizando o bem comum em vez do individualismo. Defende a diversidade cultural, a autonomia das comunidades e uma gestão descentralizada.

✊🏿 Reparação Histórica – Uma luta por reconhecimento e justiça, exigindo reparação pelos danos da escravidão e do colonialismo. O foco está na restituição de direitos sobre o corpo, a cultura, a terra e a autonomia dos povos negros e indígenas.

A Marcha reafirma o compromisso das mulheres negras com a construção de um Brasil mais justo, igualitário e antirracista, fortalecendo redes locais, nacionais e internacionais de articulação feminista e política.

Fundo Baobá e o compromisso com a equidade racial

Sueli Carneiro, presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Baobá, destaca a relevância desse apoio:

“O Fundo Baobá foi criado com a ambição de ser um vetor fundamental para o fortalecimento da agenda racial no Brasil. Este apoio à Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver reflete nosso compromisso em tornar essa causa uma realidade concreta, reafirmando a necessidade da presença efetiva das mulheres negras nas decisões políticas e sociais. Investir nesse movimento é, para nós, uma ação estratégica rumo à justiça social.”

Além do suporte financeiro, o Fundo Baobá mobiliza outros atores da sociedade civil, ampliando a força da Marcha e garantindo sua realização em 2025.

O apoio à Marcha das Mulheres Negras 2025 representa um avanço significativo na luta por equidade racial, direitos humanos e justiça social. Com esse investimento, a organização reafirma seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a defesa dos direitos das mulheres negras no Brasil.

📢 Acompanhe as atualizações da Marcha das Mulheres Negras 2025 e faça parte dessa mobilização!

Conferência da Diáspora Africana nas Américas elabora Carta de Recomendação da União Africana

Conferência da Diáspora Africana nas Américas

Salvador, a cidade com a maior população negra fora da África, sediou a Conferência da Diáspora Africana nas Américas, que precede a realização do 9º Congresso Pan-Africano, que vai acontecer na cidade de Lomé (Togo) entre 29 de outubro e 2 de novembro. O Brasil é o país com o maior número de afrodescendentes fora do continente africano, por isso, a escolha pela capital baiana foi feita ainda em 2023 pela União Africana e pelo Governo da República Togolesa, país localizado no oeste da África.

O objetivo da Conferência da Diáspora Africana nas Américas foi a elaboração de uma Carta de Recomendação encaminhada a representantes da União Africana que estiveram no Brasil. A carta apresentou os pontos discutidos nos três dias do encontro e que visam promover a união dos povos de origem africana ou da diáspora na luta contra o racismo e a discriminação racial, além do desenvolvimento sustentável dos países africanos e suas comunidades ao redor do planeta, a promoção do intercâmbio de informações e o protagonismo de nações africanas dentro do contexto mundial. 

Várias instituições comprometidas com a causa da Equidade Racial participaram da Conferência.  O diretor executivo do Fundo Baobá, Giovanni Harvey, foi um dos convidados. Participou da elaboração da Carta de Recomendação e acompanhou as discussões da Mesa Reparação e Restituição. “Foram abordados dois temas muito importantes na luta dos negros ao longo da história: pan-africanismo e reparação. Pan-africanismo como uma visão de mundo e reparação como instrumento de enfrentamento às desigualdades raciais historicamente construídas”, diz. 

Harvey exemplificou o que a desigualdade estabelecida de forma estrutural determinou para as populações afrodescendentes. “As políticas de ações afirmativas, por exemplo, são  sempre condicionadas por aferição de mérito e desempenho. Elas são importantes? São! Mas são insuficientes para enfrentar o impacto profundo que a desigualdade historicamente construída impôs no Brasil e no mundo. É preciso dar um passo à frente e trazer o tema das reparações para o centro do debate”, afirma. “O Fundo Baobá acompanha o cenário internacional com o objetivo de manter a sua estratégia alinhada às principais iniciativas em prol da equidade racial no mundo”, conclui. 

Uma das propostas do Congresso que vai acontecer em Lomé, no Togo, é que países africanos alcancem protagonismo dentro do cenário socioeconômico mundial. Embora muitas nações africanas enfrentem questões de pobreza e diversas injustiças sociais, Harvey analisa que o protagonismo não se faz apenas com base na questão financeira. “A África do Sul, pela potência econômica que é, tem condições de ser protagonista. Mas há outros países, de menor poder financeiro, mas de importância histórica e política muito grande, como  Senegal, Nigéria, Guiné Bissau e Togo, que sempre terão um papel importante quando tratamos de restituição e reparação financeira para a população negra”, afirma.  

Educação em Tecnologia: o promissor caminho para a equidade racial

Educação em Tecnologia: o promissor caminho para a equidade racial

Educar para transformar: essa é uma das chaves para fomentar a equidade racial no Brasil. Inúmeras pesquisas, censos e levantamentos comprovam como a falta ou dificuldade de acesso à educação tem sido um dos mecanismos de desigualdade racial no Brasil. Em uma época marcada pela disseminação da tecnologia e digitalização dos processos, lacunas educacionais são ainda determinantes para a qualidade de vida das pessoas.

Um bom exemplo de enfrentamento desse desafio vem do Espírito Santo, onde o Instituto Oportunidade Brasil (IOB) tem desenvolvido um trabalho educacional com forte viés para o digital. O IOB criou o Programa Oportunidade Tech para que, por intermédio da qualificação educacional na área de Tecnologia da Informação, os jovens pudessem entrar e/ou permanecer nos postos de trabalho. 

O instituto foi uma das 16 organizações selecionadas pelo edital Educação em Tecnologia, do Baobá – Fundo para Equidade Racial, que tinha como objetivo apoiar iniciativas e empresas negras que pudessem contribuir, por meio de processos de formação, para a ampliação da capacidade de pessoas negras serem inseridas no mercado de trabalho na área tecnológica.

Mais de um ano após a implementação do Programa Oportunidade Tech, o Fundo Baobá conversou com a diretora do IOB, Verônica Lopes, para saber como estão as atividades e realizações da instituição. 

Que projetos o IOB está tocando que poderão impactar ainda mais positivamente o cenário social no Espírito Santo? 

Em agosto, realizamos o nosso II Fórum, que teve como tema “Educação e Trabalho para Quem? Do Discurso à Ação”. O evento contou com a participação de especialistas e empreendedores locais e nacionais para discutir os desafios e as boas práticas em diversidade, inclusão e combate ao racismo no trabalho e na educação. No dia 29,  tivemos um evento muito especial chamado Inovação Periferia. Nesse evento, os formandos do Oportunidade Tech, após dois anos de intensa dedicação, apresentaram os três aplicativos inovadores que desenvolveram para beneficiar suas comunidades. Recebemos empresários da área de tecnologia, mentores e apoiadores. Além disso, no início do mês, lançamos uma nova turma de Marketing Digital, com o apoio do Instituto Localiza. Em cinco meses, jovens de 15 a 29 anos estarão capacitados a utilizar um celular para criar vídeos, tirar fotos, fazer posts no Instagram, usar o Canva e outras ferramentas digitais. O curso também inclui empreendedorismo e uma trilha de preparação para a entrada no mercado de trabalho.

Dentro da premissa de potencializar as oportunidades para jovens negros alcançarem um futuro promissor, é possível traduzir em números a atuação do IOB? 

Fechamos o ano de 2023 com mais de 1.500 atendimentos a beneficiários. Começamos 2024 com uma jornada formativa em liderança e finanças para mais de 40 mulheres. Atualmente, temos quatro turmas em formação, das quais três são em Tecnologia da Informação.

Recentemente, você ganhou um prêmio dedicado a mulheres empreendedoras que têm contribuído para o desenvolvimento social no estado. Esse reconhecimento a você está relacionado de que maneira ao IOB? 

O prêmio destaca a importância das iniciativas promovidas pelo IOB, evidenciando a relevância do trabalho da instituição na promoção da inclusão e da igualdade racial. Este reconhecimento enfatiza o impacto positivo e a contribuição contínua do IOB para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

No campo das vitórias pessoais, há nomes de jovens apoiados pelo IOB que podem ser citados aqui? Quem são e o que estão fazendo?  

Maylon Viana ingressou na universidade federal este ano e já está desenvolvendo trabalhos como empreendedor na área de tecnologia. Ele é aluno do instituto desde 2021.

Samyla Santana foi contratada como efetiva ainda enquanto cursava o programa do instituto, tem se destacado muito na empresa em que está atuando. Recebemos vários feedbacks positivos da empresa.

Haynnan Seibert, que se formou em tecnologia no IOB, já atua como instrutor na instituição e como empreendedor na área de tecnologia.

No que esse reconhecimento a você como empreendedora contribui para as atividades do IOB? 

O reconhecimento contribui significativamente para as atividades do Instituto Oportunidade Brasil (IOB) de várias maneiras:

 1. Validação do Impacto Social: Valida a importância e a relevância do trabalho que o Instituto realiza na capacitação e inclusão de jovens negros em situação de vulnerabilidade.

2. O reconhecimento aumenta a visibilidade do IOB e reforça sua credibilidade como uma organização comprometida com a transformação social. Isso pode atrair mais parceiros, patrocinadores e apoiadores

3. O prêmio serve como uma fonte de inspiração e motivação para a equipe do IOB e para os jovens beneficiados pelos programas da instituição. Ele demonstra que o esforço e a dedicação têm um impacto real e podem levar a reconhecimentos importantes.

4. Fortalecimento da Missão do Instituto:  O reconhecimento reforça a missão do IOB de promover a inclusão e a igualdade racial, alinhando-se com os valores e objetivos da organização. Ele ajuda a consolidar o compromisso do Instituto com sua causa e reforça a importância de continuar nosso trabalho transformador.

Fundo Baobá divulga a lista de selecionados para Programa Já É: Educação para Equidade Racial

Hoje, 10 de dezembro, celebramos o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Foi também em um dia 10 de dezembro, no ano de  1948, durante a assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), em Paris (França), que foi instituída a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Composta por 30 artigos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos traz os direitos que todo ser humano tem ao nascer e ao longo de toda vida, entre eles, está a educação. No 26ª artigo diz que “Todo ser humano tem direito à educação”, e ainda reforça que “A educação será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais”.

Acreditando na importância da educação para a promoção da justiça social, que o Fundo Baobá para Equidade Racial, com o apoio da Citi Foundation, lançou o Programa Já É: Educação para Equidade Racial.

Lançado no dia 10 de julho de 2020, para apoiar 100 jovens negros, residentes em bairros periféricos de São Paulo e outros municípios da região metropolitana, a acessarem o ensino de nível superior. O programa inclui não só os custos dos estudos em cursinho preparatório para o vestibular e as despesas com transporte e alimentação ao longo do programa.

Ele prevê também atividades voltadas para o enfrentamento dos efeitos psicossociais do racismo e para a ampliação das habilidades socioemocionais e vocacionais e ainda mentoria com profissionais de diferentes formações acadêmicas, experiências profissionais e de vida.

O Programa Já É, teve 245 pessoas inscritas, até o encerramento das inscrições no dia 9 de agosto de 2020. A segunda etapa de seleção do edital foi classificatória e aconteceu dentro do período de 05 de outubro a 10 de novembro. Foram convidados para a entrevista 211 candidatos, no qual 120 participaram da entrevista.

Hoje anunciamos as 100 pessoas selecionadas para participar do Programa Já É: Educação para Equidade Racial. Confira abaixo a lista em ordem alfabética:

1 – Alan David Vieira Hildebrando
2 – Aline Castro
3 – Ana Claudia Rocha de Souza
4 – Ana Júlia Melo de Lucas
5 – Ana Maria Silva Oliveira
6 – Ângela Ferreira da Silva
7 – Antonio Gustavo Ribeiro Da Silva
8 – Aretha Victoria Ramos dos Santos
9 – Barbara Oliveira Guimaraes dos Santos
10 – Beatriz Moreira Passos da Silva
11 – Beatriz Sampaio do Nascimento
12 – Bianca Paixao Silva
13 – Bruna Cypriano da Silva Pacheco
14 – Camila Carvalho Santos
15 – Carlos Eduardo de Castro Cerqueira
16 – Caroline Cristina Santos Gino
17 – Cherisch Dantas Invangelho
18 – Clarissa Beatriz Da Costa Bulling
19 – Eduardo Silva de Souza
20 – Emily Tauany Souza Andrade Pereira
21 – Erick dos Santos Rodrigues
22 – Fernanda Ferreira dos Santos
23 – Flavia Martins de Santana
24 – Gabriel Lima Viana Silva
25 – Gabriella Beltrão Martins Mota
26 – Gabrielly Maria Silva
27 – Geovana de Carvalho Teles de Amorim
28 – Geovanna da Silva Melo
29 – Giovanna Oliveira Correia da Silva
30 – Giovanna Vitória Dos Santos Xavier
31 – Gustavo de Jesus Oliveira
32 – Gustavo de Jesus Soares
33 – Ikaro Ricardo Sampaio Cruz Vieira
34 – Ione Vitor Mendes
35 – Isabella Alcantara dos Santos
36 – Isabella Amaro da Costa Oliveira
37 – Isaque Rodrigues de Oliveira
38 – Izabel dos Santos Neimeir
39 – Jaini Da Silva Macedo
40 – Jakeline Souza Lima
41 – Jefferson Luis Ramos do Nascimento
42 – Jessica Santos Paixão
43 – João Gabriel Ribeiro dos Santos
44 – João Pedro Araújo da Silva
45 – João Victor dos Santos Bezerra
46 – Joyce Cristina Nogueira
47 – Julia Camile Da Silva Santos
48 – Julia Firmino Gabriel
49 – Karine Lopes dos Santos
50 – Kerollyn Silva Alves
51 – Ketlen Leandra Carvalho
52 – Laiza Catarine Ferreira Diniz
53 – Larissa Araujo Aniceto
54 – Laryssa Lorrany Gonçalves de Oliveira/ Leonardo
55 – Laura Tatiana Alves Mendonça Prates
56 – Laysa Stefani de Almeida Brito
57 – Leandro Gomes de Oliveira
58 – Livia Ferreira Estanislau
59 – Luana Silva Santos
60 – Lucca Catherine Ferreira dos Santos
61 – Luiz Benedito Ferreira de Oliveira
62 – Luiz Fernando Muniz Oliveira
63 – Luiz Vinicius Reis Silva
64 – Luíza Firmino Gabriel
65 – Maria Eduarda Da Silva Souza
66 – Mateus Gomes dos Santos
67 – Maura Maria de Araujo Ramos
68 – Max Juan Oliveira Santos
69 – Mayara Maria Malta
70 – Maysa Silva Dias
71 – Melissa de Jesus Calixto Costa
72 – Micheli Karoline da Silva Santos
73 – Murilo Alves de Oliveira
74 – Naomi Brito
75 – Natália dos Anjos Oliveira
76 – Natalini Santos de Jesus
77 – Natan Conceição da Silva Santos
78 – Natanael Teodoro dos Santos
79 – Nayara Silva de Oliveira
80 – Nicholas Welington Crisologo Gonçalves
81 – Paulo Vicco
82 – Raphaela Dos Santos Moura
83 – Raquel Pinheiro De Carvalho
84 – Rayane Jesus Santos
85 – Rayanne Caetano da Silva
86 – Rhasna Neves Ferreira
87 – Rubianne Yasmini de Paula Araujo
88 – Tallita Soares de Andrade
89 – Taluma Gabriely Sousa Ferreira
90 – Taynara Silva Santos
91 – Thais Vieira Costa
92 – Thauany Christina Gabriel Aniceto
93 – Thereza Eliete Oliveira Ribeiro/ Breno Oliveira Ribeiro
94 – Vanessa da Silva Souza
95 – Victor dos Passos Moreira
96 – Vinicios Gabriel Salatiel
97 – Vinicius Ribeiro
98 – Vitoria de Jesus Damasceno
99 – Vitoria Nunes
100 – Wellington Marcelino

Parabéns a todas as pessoas selecionadas. O Fundo Baobá para Equidade Racial entrará em contato por e-mail com todos vocês. As aulas começam em março de 2021, mas em fevereiro haverá encontro virtual para orientações gerais. Também nesse mês acontece a assinatura do contrato de bolsa e benefícios.

As e os jovens selecionadas(os) pelo Programa JÁ É serão periodicamente avaliadas por profissionais especializados em relação ao seu desempenho e performance no processo preparatório para o vestibular e, além disso deverão frequentar as atividades obrigatórias e apresentar relatórios periódicos de progresso, seguindo as orientações e formulários disponibilizados pelo Fundo Baobá.

Caso haja desistência, as pessoas que estiverem na lista de espera serão convocadas. A convocação irá acontecer no início de março de 2021.

Confira a lista de espera em ordem de classificação

LISTA DE ESPERA EM ORDEM DE CLASSIFICACAO
1 – Alice Silva Gomes
2 – Anna Beatriz da Silva Garcia
3 – Caroline Vitória Rocha Dos Santos
4 – Kenya Cristina S. Pereira
5 – Karina Leal de Souza
6 – Joselaine Romão Soares
7 – Malcolm Da Silva Barreto
8 – Thiago Nery da Silva
9 – Thaís Lopes de Souza
10 – Thais Sousa Silva
11 – Luiz Felipe Motta da Silva
12 – Heloisa Cristina
13 – Marcos Agostinho da Silva Filho
14 – Ewerton de Jesus Lima
15 – Pietra Isabelle dos Reis

 

A Politização da Imagem

As imagens não são inocentes.
Elas não são meramente ilustrações, elas produzem conteúdos, elas informam.

As imagens precisam ser politizadas e precisamos, enquanto agentes, nos perguntar a cada imagem vista: O que ela quer dizer? Quem a produziu, fez com qual intuito? Qual mensagem ela quer passar?

As imagens produzem memória e como sabemos, um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história é aquele que desconhece seus valores, suas glórias e as lutas pelas quais seus ancestrais passaram, logo essas pessoas não tem do que se orgulhar, não tem onde se inspirar e acabam engolindo como verdade, muitas falácias que são ditas, produzidas e disseminadas por quem está na hegemonia.

Há duas semanas atrás, foi ao ar um comercial do dia dos pais feito por uma grande rede de cosméticos e perfumes. O comercial era simples: Um pai que através de tentativas divertidas, quer se inserir na “turma” dos filhos, demonstrando que é por meio de erros e acertos que se faz necessária a presença paterna na criação dos filhos.

O comercial possui 30 segundos, foi vinculado no youtube e até o presente momento (15 de agosto) esses são os resultados:
Mais de 10 milhões de visualizações
11 mil comentários
128 mil likes
18 mil dislikes


O número alto de negativações se deu por um motivo: A família retratada no comercial é negra. Todos os integrantes, mãe, pai e 3 filhos.

A título de comparação, no comercial de dia dos pais de 2016, composto por uma família toda branca, o número de dislikes foi de pouco mais de 3 mil.

O comercial incomodou tanto porque se propôs a ser inovador, ao trazer como família tradicional uma família composta por pessoas negras. O que não é comum quando falamos de mídias televisivas, onde somente pessoas não negras são retratadas em comerciais de creme dental e aqueles clássicos de café da manhã.

Estendamos um pouco mais a questão de poder da imagem. Quantas famílias negras foram retratadas em novelas, séries, comerciais, filmes, propagandas, fora da questão racial, só existindo, em toda a sua complexidade e situações cotidianas?

Mesmo quando determinada produção televisiva se passa na Bahia, por exemplo, que conta com a maior população de maioria negra fora do Continente Africano, o casting é composto quase que exclusivamente de pessoas não negras.

Chiquinha Gonzaga, que era uma compositora negra, foi interpretada por uma atriz branca.
Machado de Assis, um escritor negro, teve sua imagem num comercial de um grande banco, totalmente embranquecida.

As pessoas negras vêm tendo as suas imagens vinculadas, durante décadas nas mídias em geral, a estereótipos negativos, a famílias desestruturadas, a comportamentos criminosos, a atitudes irresponsáveis.

Isso por si só constitui um imaginário coletivo que afirma que todas as pessoas negras são, agem, pensam e se comportam da forma como as mídias as retratam.

As imagens contam histórias, reforçam padrões, convencionam comportamentos.
Precisamos estar atentas a elas.