Doadores Individuais do Fundo Baobá

Entrevistados falam da importância de criar uma cultura de doação e unificar a sociedade em prol de causas sociais

Por Ingrid Ferreira

O Fundo Baobá é o primeiro fundo dedicado, exclusivamente, para a promoção da equidade racial para a população negra no Brasil. Ao longo de seus 11 anos de atuação, além de ser apoiado por grandes empresas, tem contado com parcela da população que está abraçando a causa e comprometendo-se em contribuir com essa questão tão crucial.

O Fundo conversou com dois doadores individuais que, ao conhecerem o Baobá, decidiram se engajar para que a sociedade seja mais justa e, para que, através dos editais promovidos pelo Fundo, haja mais qualidade de vida para a população negra.

Uma dessas pessoas é a Ana Maria Assis, ou dona Ana, como ela prefere ser chamada. Dona Ana era funcionária da Justiça Federal e se aposentou há um ano, durante a pandemia ela sentiu a necessidade de auxiliar a população de alguma forma e ao conhecer o trabalho do Fundo Baobá, ela decidiu apoiar a causa por meio da doação para a instituição.

Ana Maria Assis

Ao ser questionada sobre o que a fez interessar-se em dirigir a sua doação para o Baobá, ela diz o seguinte: “Achei interessante a perspectiva de formar lideranças negras, pois acho que esse é o caminho, a educação e organização, para superar a enorme desigualdade do país e as dificuldades enfrentadas pelo povo negro”.

Dona Ana traz pontos de extrema importância em sua fala, como a excelência de criar uma cultura de doação na população brasileira e como isso repercute socialmente. A doadora destaca que, ainda que não seja de imediato, os resultados podem ser observados a curto, médio e longo prazo.

Ela também fala que: “Cada pessoa de condição social e econômica inferior que consegue entrar numa faculdade, completar o ensino médio, ou participar de iniciativas como a do Fundo Baobá, consegue mudar sua vida e a de outras pessoas no entorno, isso representa uma esperança para todos nós”.

As falas de dona Ana destacam a importância do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco cujo objetivo é ampliar a participação de mulheres negras em espaços de poder e tomada de decisão e do Programa Já É que visa apoiar jovens a acessarem o ensino superior e a se manter na universidade.  Em ambos os Programas, pessoas jovens e mulheres têm valorizado e estimulado o direito de sonhar com um futuro melhor e caminhar em direção a ele.

O segundo doador entrevistado é o Thiago Alvim, atualmente Diretor Executivo do Prosas. Thiago conta que não se lembra exatamente quando conheceu o Fundo, mas que uma data muito marcante foi o lançamento da iniciativa em homenagem a Marielle Franco no Congresso do Gife há alguns anos atrás.

Thiago Alvim

Thiago atua na área de investimento social privado e, em sua fala, traz a importância da contribuição para o Baobá: “Acredito que a causa da igualdade racial é um dos temas mais importantes, da atualidade, no Brasil e ainda temos muito para avançar. Somo a isso o formato de atuação do Fundo, que permite que diversas novas vozes sejam ouvidas, valorizando o protagonismo de pessoas negras como parte da solução. Em um país continental e tão diverso, precisamos ampliar o número de atores que conseguem se expressar e ser ouvidos”.

Thiago também fala da importância da coletividade nesse processo de mudança social, o que traz aquele velho ditado do trabalho de formiguinha: apenas uma pessoa doando, pode parecer pouco, mas se cada uma fizer sua parte, contribuindo para o conjunto, grandes coisas poderão ser feitas. 

E como ele disse: “Somando diversas outras pequenas contribuições e contando com a legitimidade e capacidade técnica da equipe do Baobá, milhares de iniciativas em prol da igualdade racial podem ser desenvolvidas pelo Brasil. Problemas complexos, como a desigualdade racial, somente serão resolvidos ou minimizados com a participação de muita gente e, por isso, fico satisfeito de dar minha pequena contribuição. Se valorizo o protagonismo negro, também considero fundamental a conscientização e participação dos brancos na busca de soluções”.

O Fundo Baobá é grato a todas as Donas Anas e Thiagos que acompanham o trabalho que é feito por aqui, enfrentar o racismo e promover a equidade racial no Brasil é um trabalho árduo, porém, contando com o apoio e compromisso de pessoas como vocês, podemos caminhar com mais firmeza, na certeza de que, a cada dia, contribuímos para que mais pessoas negras se desenvolvam e dêem passos à frente.

Baobá na imprensa em Março

Por Ingrid Ferreira

No mês de março o Fundo Baobá para Equidade Racial foi citado em muitas matérias, de diversos veículos, inclusive, veículos de comunicação internacionais, isso decorreu de acordo com a decisão da bilionária Mackenzie Scott, acionista da Amazon, que decidiu doar 3,8 bilhões de dólares a 465 organizações espalhadas pelo mundo, e entre essas, encontra-se o Fundo Baobá.

Na mídia internacional o Baobá foi citado pelo Blog da MacKenzie Scott, Tech Startups, Red Lake Nation News e Spletnik, todos os veículos falando sobre a doação de Mackenzie Scott, já no Brasil, o assunto teve repercussão na Veja, MSN, Meio e Mensagem, Metrópoles, Terra, Isto É Dinheiro, Folha, Suno Notícias, Diário do Centro do Mundo e hojediário.com

Outro assunto que também repercutiu na mídia, foi do Programa Já É, que está no seu segundo ano de execução e dessa vez, contando com a parceria da empresa de seguros MetLife, e o assunto foi tema de matérias no Jornal Empoderado, Valor Econômico, Exame, Sonho Seguro, Segs e Sindseg.

O Guia SP 24 Horas e a Redação RG do Uol falaram sobre um projeto dos artistas “Os Gêmeos”, que criaram uma camiseta para celebrar os 10 anos do selo musical, também chamado de camiseta do bem, 100% do lucro obtido com a venda do produto será destinado às instituições sociais Fundo Baobá e Cambuci Solidário.

A Mixvale e o Yahoo!Notícias falaram sobre o Mover, movimento de empresas pela equidade racial iniciado após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas por seguranças no estacionamento do Carrefour em 2020 e sua parceria com o Fundo Baobá.

O GIFE também citou o Fundo Baobá em sua matéria “Recém lançado, estudo traz histórico e panorama dos fundos patrimoniais no Brasil”, que contou com a fala do atual Diretor Executivo da instituição, Giovanni Harvey, que falou a respeito da criação do Baobá, suas metas e focos enquanto organização voltada a equidade racial no país.

No site Criola, o Fundo foi indicado como apoiador de um projeto que busca informações para ampliar diálogo sobre estratégias para avançar na luta contra o racismo sistêmico, na matéria “Consulta pública de Criola irá mapear movimentos e organizações brasileiras voltadas à justiça racial e criminal”.

Apoiadas (os) do Fundo Baobá

No mês de março, a coluna Coletiva Negras que Movem do Portal Geledés, contou com o artigo Cinco Formas de Exercer seu Antirracismo, em que a escritora Jaqueline Fraga fala sobre como o racismo age de forma diferente no Brasil, levando em conta questões como pigmentação da pele e traços marcantes de pessoas negras.

A autora citada acima também escreveu o artigo Na Paz e na Guerra, Continua-se Negro, em que ela cita o episódio ocorrido na Ucrânia, onde há semanas o mundo todo teve conhecimento através das redes sociais que no processo de fuga do país, pessoas brancas estavam tendo privilégios, mediante pessoas negras, para entrarem nos trens.

A Coletiva Negras que Movem é uma iniciativa de mulheres apoiadas na primeira edição do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas: Marielle Franco. O programa é uma realização do Fundo Baobá para Equidade Racial com apoio da Fundação Kellogg, Fundação Ford. Instituto Ibirapitanga e Open Society Foundations. 

O Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis de Bocaina publicou a matéria “Cooperação entre Fiocruz e Embrapa fortalece comunidades na promoção da saúde e da agroecologia”, e o Baobá foi citado na fala de Laura Braga, liderança do Quilombo da Fazenda, que é apoiado no edital Quilombolas em Defesa: Vidas, Direitos e Justiça, uma iniciativa do Fundo Baobá em parceria com a Fundação Interamericana.

O Correio Nagô mencionou o Fundo Baobá em sua matéria “Projeto “Racismo Religioso: Respeita Minha Fé!” mapeia violência racial contra terreiros na região metropolitana do Recife”, pois o projeto que está finalizando sua primeira etapa, iniciada em dezembro de 2021, com apoio do Baobá por meio do edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça.

O site  Voe News e o gov.br publicaram a matéria “Evento reúne profissionais mulheres do setor aéreo brasileiro para bate-papo sobre gênero e aviação”, que contou com a participação da Laiara Amorim, idealizadora do Quilombo Aéreo e do projeto “Voe Como uma Garota Negra”, além de instrutora no projeto “Pretos que Voam”. Laiara foi apoiada na primeira edição do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco. O evento reuniu profissionais mulheres do setor aéreo brasileiro para bate-papo sobre gênero e aviação.