Diante da pandemia do novo coronavírus, o Fundo Baobá, em parceria com a Coca-Cola Foundation, o Instituto Coca-Cola Brasil, o BV e o Instituto Votorantim, lançou o edital Recuperação Econômica para Micro e Pequenos Empreendedores/as Negros e Negras em 11 de novembro de 2020. No curto espaço de tempo de lá até o dia 25 de fevereiro deste ano transcorreu um rigoroso processo seletivo, que incluiu entrevistas virtuais e resultou em uma lista de 47 iniciativas que receberão R$30 mil, sendo R$10 mil para cada empreendedor (a). As iniciativas selecionadas podem ser conferidas aqui.
O processo de seleção abarcou 700 propostas recebidas nos 39 dias em que as inscrições estiveram abertas. A primeira triagem era quanto à sua adequação ao que o edital estabelecia. A principal premissa do edital de Recuperação Econômica era o suporte necessário para iniciativas lideradas por empreendedores negros e negras que foram afetadas financeiramente dentro do contexto da pandemia. As iniciativas que poderiam se inscrever no edital deveriam atender as com as seguintes características: Ser compostas por 3 empreendedores(as) negros(as) que atuem no mesmo território; que tenham 18 anos ou mais; disponibilidade real para participar das ações propostas pelo edital; que não tenham sido eleitos para cargos no legislativo ou executivo; que não tenham projetos com objetivos políticos/partidários; que não sejam funcionários, cônjuges ou parentes até segundo grau de colaboradores das empresas que apoiam essa iniciativa (Sistema Coca-Cola e Grupo Votorantim) ou mesmo de membros dos órgãos de governança do Fundo Baobá para Equidade Racial; pessoas que não tenham sido apoiadas pelo Fundo Baobá em 2020 por edital próprio (Doações Emergenciais) ou da Coalizão Editodos.
Ao fim desse processo, 595 inscrições foram validadas, passando para a fase de avaliação das propostas em si. Dessas, 278 seguiram para a etapa de entrevistas virtuais. Elas foram realizadas pela organização FA.VELA, parceira operadora do Fundo Baobá para este projeto. Segundo Ludmila Correa, representante da FA.VELA, as conversas foram fundamentais para seleção de iniciativas empreendedoras para o programa. “Durante as entrevistas pudemos conhecer diversas realidades, ramos e formas de empreender desenvolvidas nas diferentes regiões do Brasil, variando de entrevistas com empreendedores quilombolas, ribeirinhos, da zona rural e do meio urbano. Acreditamos que muitas iniciativas têm perspectiva de expansão, promovendo impacto territorial por meio da geração de renda, desenvolvimento sócio econômico, fortalecimento da atuação em rede, entre outros benefícios. O processo de entrevistas foi fundamental para o diálogo e entendimento da realidade de cada empreendedor, possibilitando verificar a adequação da iniciativa proposta para o programa, selecionando assim participantes de forma mais assertiva e coerente”.
Com esse cuidadoso processo, 141 projetos foram recomendados ao comitê selecionador, que elegeu as 47 iniciativas que serão contempladas com os recursos financeiros e de formação.
Os próximos passos para os empreendedores selecionados é a assinatura do contrato com o Fundo Baobá, que acontecerá em março, além das atividades formativas, nas quais é obrigatória a participação. Planejamento e gestão de negócios, comunicação e marketing, finanças, marco jurídico – regulamentação dos negócios e direitos, estratégias de sustentabilidade, relação com território, ação em rede e parcerias, serão os temas abordados e discutidos nas formações, que acontecerão de março a julho de 2021. Todos estes passos, além do cronograma completo, serão detalhados por e-mail, na próxima semana.