28 de maio: Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna

Hoje celebramos duas lutas para a saúde feminina, o “Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher” e o “Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna”.

A primeira comemoração foi definida no “IV Encontro Internacional Mulher e Saúde”, que ocorreu em 1984, na Holanda, durante o “Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos”. Nele foi discutida a mortalidade materna como o principal indicativo da qualidade de saúde ofertada para as mulheres fortemente influenciadas pelas condições socioeconômicas da população.

No Brasil, 28 de maio foi declarado pelo Ministério da Saúde como Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, focando na necessidade de melhorar os serviços de atenção ao pré-natal e ao parto, bem como a capacitação dos profissionais de saúde para este atendimento.

Dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostravam no ano de 2016, no Brasil, que 1.829 mulheres morreram por causas relacionadas/agravadas por gravidez, parto ou o puerpério (período pós-parto de 42 dias). No mundo todo, 830 mulheres morreram por dia por essas causas.

Ainda sobre o Brasil, 54,1% das mortes maternas no país ocorrem entre as mulheres negras de 15 a 29 anos. A população negra feminina também tem duas vezes mais chance de morrer por causas relacionadas à gravidez, ao parto e ao pós-parto quando comparadas às mulheres brancas.

No entanto, a partir de 2020, com o avanço da Covid-19 no país, um levantamento realizado pelo Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19), registrou que no ano passado tivemos 453 mortes de gestantes e de mães puérperas, sendo 10,5 óbitos da média semanal. Entretanto, esse número da média semanal dobrou agora em 2021, até o dia 7 de abril, foram 289 mortes (22,2 óbitos na média semanal).

O mesmo estudo mostra que a falta de acesso a tratamentos adequados é apontado com uma das principais causas do crescimento de mortes de gestantes e puérperas. Uma em cada cinco gestantes e puérperas internadas com coronavírus não tiveram acesso a UTI e cerca de 34% não foram intubadas, conforme afirma o OOBr Covid-19.

Contra à Covid-19 não existe tratamento precoce, o que imuniza o vírus é a vacina. Segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, até o dia 23 de abril, foram vacinadas 22.295 gestantes no país, sendo a grande maioria com a vacina Astrazeneca produzida pelo Instituto Fiocruz em parceria com a universidade Oxford. O mesmo órgão apresentou um estudo informando que das três vacinas disponíveis no país, foram notificados 408 eventos adversos em gestantes, entretanto, 397 não são considerados graves, enquanto os 11 restantes, entre eles sete abortos espontâneos em gestantes vacinadas, que não sabiam que estavam grávidas, não teve associação com a vacina.

Sobre a eficiência ou contra indicações da vacina para gestantes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou, no dia 2 de março, um documento científico com informações acerca do tema. Sobre a imunização de mulheres lactantes, a organização se pronuncia da seguinte forma: “A SBP é enfática em recomendar a vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações (imunização e amamentação).” Em relação à administração de vacinas contra a Covid-19 durante a gestação, a posição da SBP é que ela poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor. “As gestantes que eventualmente forem vacinadas inadvertidamente devem ser informadas pelos profissionais sobre a baixa probabilidade de risco e encaminhadas para o acompanhamento pré-natal de rotina”.

A luta diária para redução das mortes maternas e promoção do bem estar das mulheres é uma causa que envolve diversos setores da sociedade e dos governos, focando essencialmente no acesso aos serviços, numa assistência de qualidade e humanizada.

 

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