Lançado no dia 10 de julho, o programa Já É: Educação para Equidade Racial, é uma iniciativa do Fundo Baobá para Equidade Racial em parceria com a Fundação Citibank para jovens entre 17 e 25 anos da cidade de São Paulo e região metropolitana.

A premissa deste edital é o fato de que o racismo no ambiente escolar é um dos mais severos gargalos à equidade racial do Brasil.  Por isso a educação é um dos quatro eixos nos quais a missão estratégica do Fundo Baobá está focada. 

Em dados apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que no ensino superior, apenas 25,2% dos jovens entre 18 e 24 anos cursam ou concluem a faculdade. Entretanto, quando os dados são desagregados por raça/cor, fica ainda mais evidente a desigualdade racial em nosso país, considerando que o percentual de jovens brancos que frequentam ou concluem o ensino superior (36,1%) é praticamente o dobro do percentual de jovens pretos ou pardos (18,3%) na faixa de 18 a 24 anos.

Para além dos dados citados anteriormente, existem muitas informações que reiteram a ausência de negros nas universidades. O mesmo IBGE apresentou uma pesquisa em 2018 que mostra que um terço dos brasileiros entre 19 e 24 anos não haviam conseguido concluir o ensino médio, naquele ano. Deste número, 44,2% dos homens negros não concluíram esta etapa. Muitos dos motivos que mostram a evasão escolar corresponde ao fato do jovem negro ingressar mais cedo no mercado de trabalho. 

Na mesma pesquisa, dados mostram que o percentual de jovens negros de 15 a 17 anos, que apenas trabalham, sem estudar é de 5,7%, enquanto o percentual de jovens brancos é 4,9%. Ainda tem o caso de jovens que estudam e trabalham, não sobrando espaço para uma preparação adequada ao vestibular: “Quando a gente fala de prestar um vestibular, todo mundo vai prestar a mesma prova, só que algumas pessoas tiveram a chance de se preparar para esse vestibular a vida toda. Enquanto, para outras pessoas, existe a realidade de conciliar a escola com o trabalho”, diz a diretora-executiva do Fundo Baobá, Selma Moreira.

Portanto, o Já É vem para mudar essa realidade. O programa inclui uma bolsa de estudos em um cursinho preparatório para o vestibular, atividades voltadas para o enfrentamento dos efeitos psicossociais do racismo e para a ampliação das habilidades socioemocionais e vocacionais, incluindo programa de mentoria. Além dos itens citados, as despesas de transporte e alimentação também serão custeadas ao longo do programa, que deve ter duração de 12 meses a partir de março de 2021.

Para se inscrever, o jovem tem que estar na faixa etária de 17 e 25 anos, já ter concluído ou estar cursando, em 2021, o 3º ano do ensino médio em escolas públicas e morar na cidade de São Paulo ou nas cidades da região metropolitana (neste link consta quais são os municípios da região metropolitana).

Aberto a jovens de ambos os sexos, o Programa Já É prioriza jovens de sexo masculino, jovens transsexuais, jovens mães, jovens que tenham cumprido medidas socioeducativas, e jovens que residem em bairros, territórios ou comunidades periféricas.

“Nós queremos mais jovens negros nas universidades, portanto esse programa está aberto a todos os jovens negros, mas estamos convidando especialmente quem menos entra na faculdade hoje, que segundo dados estatísticos, são os meninos. Portanto, o Já É convida os meninos negros, e também as meninas que são mães, porque muitas vezes, em função da maternidade, não conseguem voltar pra escola, além de jovens trans. Então, a gente faz esse convite para jovens que fazem parte dos grupos que sofrem inúmeras discriminações e que venham construir conosco novas trilhas na educação”, afirma Selma.


As inscrições estão abertas até o dia 31 de agosto de 2020, para as pessoas interessadas, é só preencher o formulário que se encontra aqui.

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