Fundo Baobá apresenta as 47 iniciativas empresariais escolhidas para serem apoiadas pelo seu edital de Recuperação Econômica

Baobá - Fundo para Equidade Racial

8 de abril de 2021

Em evento virtual ocorrido no dia 24 de março, o Fundo Baobá para Equidade Racial reuniu os selecionados para serem apoiados pelo edital de Recuperação Econômica, lançado em novembro de 2020. Estiveram presentes na live de lançamento membros das 47 iniciativas apoiadas, além de representantes da Coca Cola Foundation, do Instituto Coca Cola Brasil, Banco BV e Instituto Votorantim. 

A situação de pandemia que acontece em todo mundo levou o Fundo Baobá a lançar em 11 de novembro de 2020 o edital de Recuperação Econômica para Micro e Pequenos Empreendedores (as) Negros (as). Um rigoroso processo de seleção foi iniciado e concluído no dia 25 de fevereiro, com a divulgação da lista dos escolhidos. O edital teve 700 inscrições, 598 foram validadas, 273 foram para a entrevista, 141 receberam a recomendação para avaliação e, como determinavam as regras, 47 iniciativas foram selecionadas para  receber aporte de R$ 30 mil. As iniciativas teriam que ter composição societária de três empreendedores negros ou negras. 

Na abertura do evento, a diretora de Programas do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, destacou a importância do programa de Recuperação Econômica. “Esse programa é parte da resposta do Fundo Baobá, frente aos impactos da emergência sanitária na vida da população negra. Sabemos que a pandemia do coronavírus acentuou as desigualdades socioraciais no nosso país. Sabemos como o empreendedorismo negro foi afetado, que a saúde financeira dessas empreendedoras e empreendedores foi afetada. Esse programa tem o objetivo de fortalecer o ecossistema de apoio ao emprendedor negro, envolvendo diversos atores que atuam nesse campo, Esse programa se insere dentro de um eixo prioritário de investimento do Fundo Baobá,  que é o desenvolvimento econômico”, disse. 

O presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Baobá, Giovanni Harvey, enalteceu o espírito das pessoas empreendedoras e chamou a atenção para o incentivo que elas precisam ter. “De forma geral as pessoas acham que aqueles que empreendem não precisam de investimento. E é com muita alegria que vejo instituições como Coca Cola e BV se juntarem a esse tipo de iniciativa. Mais do que ter tido coragem de apoiar essa pauta está a coragem de apoiar uma pauta para os invisíveis. São os mais invisibilizados com o discurso ilusório de que quem empreende não precisa de investimento. A ação de empreendedores negros e negras acontece desde antes da abolição”, concluiu. . 

Giovanni Harvey, presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Baobá

Membro do Conselho Fiscal do Baobá, Marco Antônio Fujihara usou uma analogia para se referir ao espírito empreendedor dos apoiados pelo Programa de Recuperação Econômica. 

“Empreender é como soltar uma pipa. A gente vai soltando corda e ela vai voando. E se a gente tiver muita corda, ela vai voando sempre. Façam essa sua pipa voar muito alto. Mas tenham os pés no chão. Só pelo fato de terem participado desse processo vocês já são liderança”, afirmou

Marco Antônio Fujihara, membro do Conselho Fiscal do Baobá

Heloisa Binello, gerente de Comunicação do Instituto Coca Cola Brasil, e Tiago Silva Soares, gerente de Marketing e Sustentabilidade do Banco BV, falaram respectivamente sobre o que motivou a ideia do edital e a determinação que os apoiados terão que ter. “Nós tínhamos que olhar para o que viria com a pandemia, que era a necessidade de recuperação econômica. Então, espero que essa jornada seja tão importante para vocês como está sendo pra gente”, afirmou.

Heloisa Binello, gerente de Comunicação do Instituto Coca Cola Brasil

Tiago Soares, abordando a determinação, lembrou a trajetória de seus pais como empreendedores. “Minha mãe teve uma banca de jornal, uma pequena livraria e vendeu roupa.  Meu pai foi dono de farmácia. Então, cresci vendo os prazeres e as dificuldades que o empreendedor tem. Parabéns por continuarem em um momento tão difícil pelo qual o Brasil e o mundo estão passando. Espero que seja um caminho muito positivo para todo mundo”, afirmou Tiago Soares. 

Tiago Silva Soares, gerente de Marketing e Sustentabilidade do Banco BV

Representando o FA.Vela, parceiro operacional do Fundo Baobá, estavam presentes João Souza, diretor de Futuros Inclusivos, e  Ludmilla Correa, diretora de Projetos e Programas. “Tivemos a oportunidade de conhecer muitas histórias de resiliência. Particularmente, li, vi e ouvi mais de 200 histórias. Conseguimos desenhar várias experiências e necessidades a partir das escutas que realizamos. Agora, começamos uma jornada incrível para o desenvolvimento de vocês”, disse Ludmilla.

Ludmilla Correa, diretora de Projetos e Programas do FA.Vela

A voz das pessoas apoiadas

Entre as histórias de resiliência vistas  por Ludmilla Correa está a de Ana Verônica Isidorio, do Ceará, da iniciativa Atitudes & Negritudes Cariri, juntamente com Luziana Souza e Antonio Carlos Dias de Oliveira. Mulher lésbica, ela falou da satisfação em ter sido selecionada pelo edital de Recuperação Econômica. “Sou preta, pobre, lésbica e moro longe. A sensação de participar desse projeto é inexplicável. Acreditávamos que seríamos escolhidas. Confiávamos muito no nosso trabalho. Somos de uma região que tem o maior índice de feminicídio do Ceará. Estar aqui é uma grande vitória”, disse Ana Verônica.

Ana Verônica Isidorio, da iniciativa Atitudes & Negritudes Cariri (CE)

Tayná Maysa Passos, do Afroitas – Arte,  estética e gastronomia preta, de Pernambuco, falou da sua esperança de vencer com seu próprio negócio, ao lado de Lucilene Ferreira e Maíra de Melo. “É difícil viver de empreendedorismo. Viver do seu próprio negócio. Mas eu tinha muita esperança de vencer. Agradeço Iansã, que jogou um vento para que a gente ganhasse”, agradeceu.

Tayná Maysa Passos, do Afroitas (PE)

Do Amapá, Rejane Soares e suas parceiras Alcimar Guedes e Nadia Correa formaram o Afrolab Virtual. “É gratificante mostrar que o Norte tem população preta. Que tem mulher preta à frente dos negócios. Que tem gente na nossa luta”, disse Rejane Soares. 

Rejane Soares, Afrolab Virtual (AP)

Encerramento

Coube à diretora executiva do Fundo Baobá, Selma Moreira, encerrar o evento com uma exaltação aos parceiros do Baobá e um pedido para que incentivem novos parceiros. “O que estamos vendo aqui é o resultado de uma história com muitas intersecções. Esses parceiros têm histórico de trabalho e investem na temática do empreendedorismo há longa data. Quero agradecer a eles, que acreditaram e investiram. Peço que busquem outros parceiros para que a gente possa fazer esse tipo de projeto acontecer. Vamos fazer as placas tectônicas se moverem. Quando a gente fala em empreender trata-se de como vamos mover nossa teia. Trata-se de justiça também. Acreditamos muito na potência desses conjuntos. No poder desses trios de empreendedores e empreendedoras”, afirmou.

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