Johnson & Johnson apoia iniciativa de promoção da saúde mental em comunidades quilombolas no estado do Pará

Por Wagner Prado 

O Fundo Baobá para Equidade Racial e a Johnson & Johnson reeditam parceria iniciada em 2017 com o projeto Abordando a Mortalidade Materna entre Comunidades Quilombolas do Estado do Amapá. A iniciativa estendeu para além do eixo sul-sudeste do Brasil a questão do cuidado que merecem ter as populações menos favorecidas. Nesse caso, comunidades quilombolas do estado do Amapá, em especial as gestantes negras. Agora, com a ação Saúde Mental e Resiliência em Comunidades Quilombolas no Estado do Pará  o que se pretende é promover a educação em saúde, com ênfase em saúde mental; contribuir para que estratégias de resiliência sejam estabelecidas; levar esse conhecimento a pelo menos cinco comunidades negras quilombolas; democratizar o acesso a informações sobre direito à saúde e contribuir para que o diálogo entre profissionais da saúde e comunidades quilombolas seja ampliado. 

O projeto está em fase de planejamento, com reuniões envolvendo o Fundo Baobá, a Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará – MALUNGU, e outros atores locais estratégicos. O ano de 2023 vai marcar o início da ação Saúde Mental e Resiliência em Comunidades Quilombolas no Estado do Pará. Sobre ela, o gerente de Impacto na Comunidade Brasil da Johnson & Johnson, Ewerton Nunes, deposita as mais positivas expectativas.  

Ewerton Nunes – Gerente de Impacto na Comunidade Brasil da Johnson & Johnson

Lideranças quilombolas e parceiros locais, em parceria com o Fundo Baobá,  irão implementar a ação Saúde Mental e Resiliência em Comunidades Quilombolas no estado do Pará. O que levou  a Johnson & Johnson a voltar sua atenção para essa localidade e para essas comunidades? 

Ewerton Nunes – A Johnson & Johnson, por meio do seu centro em inovação para trabalhadores da saúde, está comprometida a apoiar o bem-estar e resiliência de enfermeiros e agentes comunitários de saúde em todo o mundo. Assim, a empresa está trabalhando para combater a injustiça racial e social no planeta, especialmente na saúde pública.

A Johnson & Johnson se comprometeu a investir US$ 100 milhões nos próximos cinco anos para promover soluções de equidade racial e social em saúde.

Junto com o Fundo Baobá, identificamos o impacto negativo que a pandemia do COVID-19 teve na saúde mental das comunidades quilombolas e assim co-criamos esta iniciativa de promoção de saúde mental e resiliência com foco na instrumentalização das lideranças comunitários de saúde,  agentes de influência positiva para promoção de saúde e bem estar mental dos residentes destas comunidades.   

A escolha da população quilombola foi realizada pelo próprio Fundo Baobá,  que fez a análise dos dados de vulnerabilidade social e acesso à saúde pela população negra em diversas regiões do Brasil. O Pará foi escolhido tendo em vista ser um dos estados com a maior concentração de populações quilombolas do Brasil, e o estado onde houve maior número de vítimas fatais por COVID-19.

Vocês têm ideia de quantas pessoas serão alcançadas por essa ação no Pará? 

Ewerton Nunes – Esperamos que o projeto promova educação em saúde mental e contribua para estratégias de resiliência em 5 comunidades negras quilombolas rurais localizadas no Pará. Com base nos dados apresentados pelas lideranças locais foi escolhida  a região Tocantina como o foco das atenções do projeto.

Essa iniciativa tem um lado educacional forte, que é promover a educação popular em saúde. Existe carência desse tipo de conhecimento no Brasil?  Essas informações que serão passadas poderão levar as pessoas a lidar melhor, conhecer e talvez evitar que tipos de doenças?

Ewerton Nunes – As práticas de promoção a educação popular em saúde levam em conta a produção de novos conhecimentos e a sistematização de saberes com diferentes perspectivas teóricas e metodológicas, produzindo ações comunicativas, conhecimentos e estratégias para o enfrentamento dos desafios.

Neste sentido, o projeto Saúde Mental e Resiliência em Comunidades Quilombolas no Estado do Pará tem muito a ganhar ao propor espaços para que os usuários da rede de saúde,  junto aos profissionais desse segmento, possam elaborar novas formas de organização em saúde, em práticas que consideram outros saberes de cura e cuidado.  

Os quilombolas descendem dos povos negros escravizados aqui no Brasil. A J&J enxerga essa iniciativa como, também, uma ação reparadora? 

Ewerton Nunes – A Johnson & Johnson entende que ações reparatórias são urgentes e necessárias para alcançarmos a equidade racial e social. Nosso esforço é focado na área da saúde, que como em todas as áreas da sociedade no Brasil e no mundo é também desigual com as populações negras. Por isso, criamos globalmente o programa Our Race to Health Equity (Nossa Corrida pela Equidade na Saúde), que engloba diversas ações que a J&J está executando em diferentes locais do mundo, com foco em gerar mais acesso à saúde a populações afrodescendentes.

Localmente, nós também contamos com outras iniciativas que buscam reparar as iniquidades raciais. Como o nosso grupo de colaboradores que trabalham para implementar processos e políticas de inclusão e equidade para pessoas negras, chamado SoulAfro. Este grupo criou a iniciativa Axé, que tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento educacional e profissional de pessoas negras, oferecendo oportunidade de treinamento, empregabilidade e carreira. O programa está trabalhando com 60 estudantes negros, de ensino médio e universitário, e 30 profissionais negros, que são colaboradores da companhia.

Como a J&J tem trabalhado o tema do Racismo e da Equidade Racial com seu público interno (colaboradores e terceirizados) e com os diferentes públicos externos que alcança? 

Ewerton Nunes – A J&J promove ações e debates internos por meio do SoulAfro, grupo de afinidade da Johnson & Johnson que busca a equidade étnico-racial, atuando nos pilares de cultura, comunicação e carreira.

Em 2022, uma de suas iniciativas foi o lançamento do programa SoulAfro Axé. A iniciativa surgiu como uma forma de enfrentamento ao racismo existente no país e sua proposta é desmontar a pirâmide de desigualdade e promover equidade racial.

O programa é destinado a estudantes de ensino médio e graduação, residentes na cidade de São Paulo, e profissionais negros que são colaboradores da empresa. O intuito é dar todo suporte para que essas pessoas possam crescer no âmbito educacional e profissional. Para isso, a J&J oferece um suporte 360º aos participantes, disponibilizando as ferramentas necessárias para seu desenvolvimento. Os benefícios ofertados são:

Para estudantes: 

Educação e Saúde: reforço escolar, orientação vocacional, aulas de inglês, incentivo à cultura, acompanhamento psicológico e incentivo à atividade física.

Infraestrutura e Segurança: fornecimento de mobiliário, acesso à internet, computador, suporte de TI, auxílio alimentação, auxílio farmácia e auxílio maternidade/paternidade.

Empregabilidade e Desenvolvimento: palestras, mentoria para PDI (Plano de Desenvolvimento Individual), trilhas de desenvolvimento, visita às fábricas da J&J e engajamento em grupo.

Para colaboradores:

Os colaboradores têm direito a passar por uma trilha de aprendizado com foco em aceleração de carreira, desenvolvido em parceria com a área de treinamento da J&J e a Tree, empresa de consultoria e educação em Diversidade e Inclusão.

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