É inegável que a Covid-19 alterou profundamente não apenas o dia a dia profissional das pessoas, mas mexeu também com a estrutura familiar à medida que suspendeu as aulas, reduziu receita, em muitos casos, e isolou todos em casa. Se essas mudanças causam transtorno na vida de quem tem acesso a bens e serviços de qualidade, o que dizer dos que vivem uma realidade inversa, sobretudo as crianças?
Foi pensando nelas que o Fundo Baobá – em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a Porticus América Latina e a Imaginable Futures – lançou um edital com foco na primeira infância neste momento de tantas incertezas.
O objetivo é selecionar iniciativas de apoio a famílias que, em seu núcleo, tenham mulheres e adolescentes grávidas, mulheres que deram à luz e homens responsáveis e corresponsáveis pelo cuidado de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, no contexto da pandemia Covid-19.
Segundo Selma Moreira, diretora-executiva do Fundo Baobá, a pandemia vai aprofundar diferenças econômicas e sociais. “As famílias mais vulneráveis serão as mais atingidas e as crianças desses núcleos também vão sofrer mais em ambientes pauperizados quando a pandemia passar”, disse.
Para as organizações parceiras, o edital é uma ótima oportunidade para apoiar quem mais precisa. “No Brasil, esta é a primeira parceria com enfoque específico na pauta de equidade racial com um olhar para a primeira infância. Nos Estados Unidos, a Imaginable Futures já segue uma estratégia voltada para a primeira infância há dois anos”, fala a gerente responsável pela Imaginable Futures no Brasil, Nathalie Zogbi.
Mirela Sandrini, diretora regional da Porticus América Latina, diz que o apoio é emergencial, mas seu propósito é perene. “Esperamos continuar aprendendo e colaborando neste campo”, afirmou.
A Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, por sua vez, já lançou editais e chamadas de propostas na área de desenvolvimento infantil na primeira infância, com foco nas populações mais vulneráveis em diversas regiões do Brasil. Portanto, para eles a parceria é mais uma oportunidade para fazer a diferença.
“Neste momento de pandemia, esperamos atender as necessidades imediatas da população das comunidades periféricas brasileiras, trazendo o recorte dos cuidados com a primeira infância. Esperamos que os diferentes apoios individuais possam, de fato, proporcionar um impacto coletivo em quem mais precisa”, afirma a analista de conhecimento aplicado, Maíra Souza.
Podem pleitear a doação pessoas físicas que atuem nas áreas de saúde, educação e assistência social, com experiência prévia comprovada em formular e implementar ações dirigidas a essas crianças, em apoio às famílias que vivem em contextos de desigualdades sociais, violência urbana e/ou intrafamiliar, desemprego, fome e outras adversidades agravadas pela pandemia.A doação única, no valor de R$ 2.500,0 (dois mil e quinhentos reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por donatário, será creditada na conta indicada no formulário de inscrição até dez dias úteis após a divulgação dos resultados. Mais informações podem ser obtidas neste link.