Parceria com foco na equidade racial e no fortalecimento das instituições

Instituto Ibirapitanga, fundação 100% brasileira, optou por investir no Fundo Baobá em função da sua proposta de combater a desigualdade racial

Pense em uma instituição genuinamente brasileira com foco em defender as liberdades civis e aprofundar a democracia nacional: assim é o Instituto Ibirapitanga. De origem tupi-guarani, seu nome é um dos sinônimos de pau-Brasil – a madeira típica do país que existia em abundância por aqui quando os portugueses chegaram.

Quando foi criado em 2017 pelo cineasta Walter Salles, o Instituto Ibirapitanga rapidamente definiu, após discussões iniciais, que um de seus principais eixos de atuação seria manter estreita e sólida parceria com entidades que tivessem como foco, princípio e meta a equidade racial, como explica Andre Degenszajn, diretor-presidente.

“Conheço o Baobá desde que era ainda uma ideia”, relembra. Na época, Degenszajn saíra da Conectas Direitos Humanos para o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE). Então, ele participou de várias discussões sobre a criação do Baobá com entidades e lideranças de movimentos sociais.

Andre Degenszajn (Diretor-presidente do Instituto Ibirapitanga)

Quando o Instituto Ibirapitanga definiu que teria um programa voltado para a equidade racial, a discussão sobre o apoio ao Baobá surgiu naturalmente. “Era uma forma de reconhecer a importância desse fundo que tem como mandato apoiar iniciativas de combate ao racismo.”

O investimento inicial feito pelo instituto no Fundo Baobá foi da ordem de US$ 1 milhão,  a partir de recursos próprios provenientes dos rendimentos de um fundo patrimonial. Com o assassinato de Marielle Franco, há dois anos, esse aporte foi destinado a viabilizar o Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras que leva o nome da vereadora.

Andre Degenszajn explica que o Instituto Ibirapitanga trabalha com duas áreas prioritárias. A primeira é da equidade racial. A segunda é voltada para a construção de um sistema de alimentação saudável, justo e sustentável, considerando, por exemplo, o estímulo à agricultura orgânica.

Instituto Ibirapitanga

No âmbito da equidade racial, há três eixos prioritários. Um deles é ampliar a representação simbólica e política da população negra, com ações que tenham relação com a construção de narrativas, resgate histórico e memória, com afirmação da presença negra na sociedade brasileira.  A segunda linha tem foco em ações afirmativas e debates em torno dessas propostas. E, por fim, fortalecimento de movimentos antirracistas já constituídos e emergentes.

Uma das razões para o Instituto Ibirapitanga definir esses segmentos para aportar recursos foi a necessidade de fortalecer a autonomia de organizações e movimentos que atuam com o foco na equidade racial.

O diretor-presidente explica que, na filantropia, são poucas as instituições dedicadas exclusivamente à promoção da equidade racial, como é o caso do Fundo Baobá, porque essas questões geralmente estão diluídas no campo dos direitos humanos. Outro fato é que, historicamente, os recursos estão concentrados em organizações brancas, tanto nas que doam como nas que recebem apoio.

“Agora, temos a oportunidade de reequilibrar a distribuição de recursos, mas sempre com o cuidado de não criar ou construir uma relação paternalista. Queremos, ao contrário, dar autonomia e buscar construir um diálogo mais horizontal”, finaliza.

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