No dia 28 de junho comemora-se uma data de extrema importância para que a sociedade seja democrática e trate com respeito às especificidades de cada ser humano: o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Apesar de ter um dia dedicado, às comemorações se estendem pelo mês todo, o evento mais conhecido e com maior número de frequentadores é a Parada LGBTQIA+ de São Paulo.
O Fundo Baobá,um fundo voltado exclusivamente para apoiar iniciativas de promoção da equidade racial para pessoas negras, reconhece as intersecções entre raça, gênero, território e sexualidades. No Brasil e em outros países onde existe racismo, pessoas pretas LGBTQIA+ enfrentam desafios ainda mais complexos para viver com dignidade, respeito e com seus direitos efetivados.
O intuito do Fundo é contribuir para que as pessoas negras cuja identidades de gênero não são heteronormativas estejam próximas e acessem as oportunidades que a instituição oferece seja no campo da educação, comunicação e memória, saúde, enfrentamento à todas as formas de violência, empreendedorismo.
Em um país onde as oportunidades de trabalho, emprego e renda são escassas, o número de pessoas negras que empreendem em busca de autonomia financeira cresce todos os dias.
Como afirma Akuenda Translésbicha, dona da Erzulie Igbalê, apoiada pelo Fundo Baobá no edital Negros, Negócios e Alimentação – Recife e Região Metropolitana: “Eu já vendi várias coisas de diferentes ramos, gêneros e serviços, mas comida é algo que até na guerra conseguimos fazer dinheiro, pois é uma necessidade vital, foi base da colonização e base da economia, está na história de libertação do nosso povo e também é uma forma de consolidar expressões culturais e cosmovisões. Meu negócio entendeu a alimentação como um campo estratégico para propagar uma vivência radical e dissidente, provocando afirmação política, isso faz o diferencial na nossa cozinha.”.
Akuenda também fala sobre a sensação de ter seu empreendimento selecionado em um edital do Fundo Baobá: “Senti que meu negócio é reconhecido por especialistas e que foi avaliado com potencialidade de prosperar, além de que ter outras pessoas acreditando nele, o que me motiva e me faz olhar pra trás e perceber o início dificultoso, mas me sentir recompensada pelo trabalho feito até aqui. Quero sentir essa mesma sensação no futuro, para continuar nesse movimento de construção, alimentando possibilidades de mudança social e pessoal para além das dificuldades com sabor de revolta”.
O donatário Aleff Souza, dono do empreendimento Delícias do Alleff, selecionado também no edital Negros, Negócios e Alimentação – Recife e Região Metropolitana também falou um pouco sobre a sua experiência como empreendedor: “Como dono do meu próprio negócio nesses anos eu não tive nenhum problema referente a discriminação, além de livre me sinto realizado e privilegiado por criar uma rede de contatos que me respeita. Diferente dos meus empregos anteriores, onde sofri situações de racismo e homofobia. Isso também foi um ponto crucial na decisão de trabalhar pra mim mesmo, pra não ter que passar por certas situações traumatizantes”.
Aleff fala como participar do edital tem fortalecido as suas potencialidades emocionais e de sua equipe: “Sem sombra de dúvidas, fazer parte desse edital me fez enxergar o quão bom eu e minha equipe somos no que exercemos. E sendo um negro, de periferia e homossexual, me sinto fortalecido estando à frente de um negócio, onde nenhum tipo de racismo ou discriminação é tolerado e na medida em que for crescendo, será um espaço onde todos, todas e todes terão oportunidades de exercerem suas funções e reafirmarem suas identidades sem nenhuma restrição”.
As falas de Akuenda e Aleff provam como empreender pode significar criar um ambiente de trabalho mais digno para pessoas LGBTQIA+ negras. Além de conversar com a donatária e o donatário, o Baobá também conversou com o Flip Couto, que é um homem negro, gay, produtor cultural e engajado tanto nas pautas do movimento LGBTQIA+ quanto nas pautas raciais, e há pouco tempo colaborou na organização de um evento do Programa Já É: Educação e Equidade Racial.
Ao ser questionado se ele dentro das suas particularidades se sente representado pelo Fundo Baobá, Flip diz que: “Desde que conheci o Fundo Baobá em 2017 através dos editais, eu sempre olhei a organização com admiração pela coerência entre seus projetos e seus fundamentos. Através do movimento pró saúde da população negra, eu me aproximei de Fernanda Lopes (Diretora de Programa do Fundo Baobá) e em 2020 tive a oportunidade de colaborar com o Projeto Já É. Esse processo me fez conhecer as pessoas geniais que semeiam as ações do Fundo Baobá e entendi o diferencial na forma cuidadosa, trazendo olhares amplos em suas ações; além de todo o legado em colaboração com importantes nomes do ativismo negro no Brasil.”
Também foi perguntado a Flip como ele acha que o Fundo Baobá pode ter mais visibilidade entre a população negra LGBTQIA+, e ele respondeu o seguinte: “Infelizmente, pessoas negras LGBTQIAP+ seguem com poucas referências de pertencimento, pois durante décadas nossas histórias foram apagadas e silenciadas. Criar encruzilhadas entre a orientação sexual, diversidade de gênero e negritudes nos abre um leque de possibilidades de diálogo. E penso que é nessas aberturas de diálogo que o Fundo Baobá pode gerar mais visibilidade e aproximações com pessoas negras LGBTQIAP+ de diferentes gerações e esse é um importante processo de equidade racial, pois nos faz refletir sobre a pluralidade dentro de nossa comunidade negra.”
Flip também comentou que como produtor, ativista e artista, o Fundo Baobá é uma grande referência para ele por mostrar possibilidades de fortalecimento da comunidade sem se distanciar de suas bases.
Fundada em 1930 pelo empresário de cereais Will Keith Kellogg para ser uma organização privada e independente, a W.K.Kellogg Foundation completou seu 90o aniversário em junho. Considerada uma das maiores entidades filantrópicas do mundo, é guiada pela crença de que todas as crianças devem ter a mesma oportunidade. Por conta disso, seu foco tem sido atuar nas comunidades criando condições para que elas alcancem o pleno potencial na escola, no trabalho, na vida.
Embora ao longo destas décadas tenha atuado em diferentes frentes, a infância e as comunidades sempre estiveram no centro de seu planejamento. Tanto que, para este ano, estabeleceu como objetivos: aprender com o passado para liderar no futuro; honrar o seu legado, adaptando-o ao presente; alavancar parcerias e redes de aliados; continuar centrando ações nas crianças, suas famílias e comunidades.
Nesta entrevista, Sebastian Frias, oficial responsável pelas iniciativas de promoção de equidade racial na Fundação Kellogg, fala sobre essas metas, que fazem parte do DNA da organização. Acompanhe:
1. Quando a Fundação Kellogg enfrentou a questão da equidade racial nos Estados Unidos e no Brasil?
SF – A Fundação Kellogg tem uma atuação muito ampla no campo da equidade racial. Começou em 1968, no centro dos protestos do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, quando financiamos universidades negras e a diversificação de oportunidades de educação para a população afro-americana. Ao longo das décadas seguintes, esses investimentos se diversificaram para incluir também a representação da população invisibilizada em profissões-chave. Em 1986, a fundação iniciou seus investimentos na África do Sul, em um contexto ainda regido pelo apartheid e com um forte compromisso com o desenvolvimento de estratégias de educação e liderança. Na década de 1990, expandimos nossos investimentos nos Estados Unidos e, finalmente, nos anos 2000 estabelecemos as bases para o que hoje é uma das prioridades para a fundação: a equidade racial.
2. E a atuação com o Fundo Baobá?
SF – A fundação trabalha em estreita colaboração com o Fundo Baobá para Equidade Racial desde sua criação, em 2011. A relação é baseada em um legado de trabalho e investimentos da WKKF no Brasil, que se estende por décadas e é consistente com nosso compromisso com o avanço da equidade racial. O principal mote da relação foi a criação e construção de um fundo patrimonial de recursos dedicados a promover a completa inclusão das populações afrodescendentes na sociedade brasileira. Mais recentemente, publicamos diretrizes e estabelecemos um Conselho de Solidariedade para a Equidade Racial que está comprometido com uma visão global para continuar essa agenda.
3.Por que a Fundação Kellogg considera relevante apoiar iniciativas, programas e projetos dessa natureza?
SF – Hoje, mais do que nunca, podemos ver que os sistemas globais de opressão tiveram um efeito histórico na perpetuação da ideia de que algumas pessoas têm maior valor em relação às outras, especificamente por serem racializadas. A maior vulnerabilidade às mudanças econômicas, políticas e ambientais está concentrada nessas comunidades racializadas, principalmente indígenas e afrodescendentes. Sabemos que, hoje, a visão de nosso fundador de garantir que as crianças possam enfrentar o futuro com confiança, depende da transformação desses sistemas desiguais para que as comunidades possam ser colocadas no centro. Por meio do planejamento cooperativo, do estudo inteligente (pesquisa, dados e evidências) e da ação em grupo (entre diferentes setores, faixas etárias e qualquer fronteira que fique no caminho) poderemos garantir uma mudança na vida dessas crianças. Como resultado de tudo o que vem acontecendo em diferentes geografias, do Brasil aos Estados Unidos, particularmente em torno da brutalidade policial, é que nossa presidente emitiu a seguinte declaração: “As comunidades onde trabalhamos intensamente e nossos beneficiários e parceiros, reconhecem a causa raiz neste momento. Pessoas racializadas, imigrantes, a população indígena, as pessoas nas prisões, os pobres – aqueles que sofrem e morrem em maior número – são os mais afetados pela desigualdade racial em todos os sistemas. Seu trabalho, nosso trabalho compartilhado em nome da Fundação W.K. Kellogg, é abordar o racismo estrutural por trás das iniquidades: expô-lo, desfazê-lo e ajudar as comunidades a se curarem de suas feridas”, La June Montgomery Tabron, CEO – Fundação W.K. Kellogg – veja a versão original aqui.
4.Qual é o papel das entidades como a Fundação Kellogg na busca por um mundo mais justo e igualitário?
SF – Do meu ponto de vista, parece-me que hoje é um momento importante para as organizações, instituições e qualquer tipo de entidade coletiva refletirem como chegamos onde estamos, como sociedade global, e no ambiente muito complexo em que vivemos. É preciso avaliar as causas básicas, as profundas desigualdades e as pessoas que deixamos de fora ou em situações de extrema vulnerabilidade. Para isso, penso que é importante pensar nas práticas, políticas e estruturas que vêm antes, como barreiras para mudanças profundas. E nesse sentido é a nossa vez de refletir sobre nossas próprias ações: somos realmente antirracistas? O que fazemos como organizações? Que padrões usamos dentro e fora de nossas organizações para garantir que não estamos reproduzindo as mesmas hierarquias de poder? Quem deve liderar a mudança? Qual é o nosso papel nisso tudo? Parece-me que é a partir de uma profunda reflexão sobre nossa ação, objetivos, identidade e ações futuras que poderemos realmente buscar, coletivamente, justiça e equidade. Essa profunda compreensão da interdependência nos permite entender que todas as organizações têm um papel a desempenhar e um espaço de ação e liderança, mas acima de tudo têm uma dívida histórica com essas comunidades vulneráveis, suas vozes e liderança.
5.Além do apoio que oferece ao Fundo Baobá, no Brasil, que outros países têm iniciativas apoiadas?
SF – A Fundação Kellogg atua em alguns locais geográficos prioritários. Nos Estados Unidos, são: Novo México, Mississippi, Nova Orleans e Michigan (onde nossa sede está localizada). Em nosso programa internacional estamos focados no sudeste do México (Chiapas e na Península de Yucatán) e no Centro e Sudeste do Haiti. Finalmente, temos alguns investimentos legados no Brasil (Fundo Baobá para Equidade Racial) e na África do Sul. Nosso trabalho tem como prioridade três eixos temáticos cruzados pelo nosso DNA: crianças prósperas (apoiamos um início saudável e experiências de aprendizagem de qualidade para todas as crianças); famílias trabalhadoras (investimos em esforços para ajudar as famílias a obter empregos estáveis e de alta qualidade) e comunidades equitativas (queremos que todas as comunidades sejam vibrantes, comprometidas e equitativas).
O Fundo Baobá participou de quatro lives no mês de junho, reforçando a sua trajetória e a importância do seu trabalho na promoção da equidade racial no país.
No dia 4, Fernanda Lopes, diretora de programa, participou do bate-papo “Precisamos Falar Sobre Antirracismo”, organizado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM Floripa), que também contou com a presença da doutoranda e mestra em Antropologia Social, Cauane Maia. Mediada por Mariana Assis, guardiã de relacionamento com a sociedade civil organizada do ICOM, a live foi transmitida no perfil da organização. Fundo Baobá e o ICOM fazem parte da Rede de Filantropia para a Justiça Social, que é um espaço que reúne fundos, fundações comunitárias e organizações doadoras (grantmakers) que apoiam diversas iniciativas nas áreas de justiça social, direitos humanos e cidadania.
Em sua fala, Fernanda Lopes pontuou que o trabalho do Fundo Baobá pode ser considerado antirracista, desde a sua constituição, dado que o Baobá existe como um legado da Fundação Kellogg, em resposta à demanda de lideranças negras, para apoiar exclusivamente iniciativas negras. “Quando o Fundo Baobá investe e faz doações, prioritariamente por meio de editais, pensamos primeiro como apoiar as demandas de transformação e mudança que a sociedade civil negra se propõe a fazer. Mas a gente olha também para as capacidades que precisam estar instaladas ou ampliadas nas organizações, caso contrário sempre estarão na dependência, sempre estarão em desvantagem frente às demais. Nós apoiamos organizações negras e essas são as que menos detêm recursos de doações”, disse.
Levantamento feito em 2018 sob a coordenação do professor Amílcar Pereira, e apoio do Fundo Baobá, envolvendo cerca de 300 lideranças de organizações, grupos e coletivos negros, mostrou que mais da metade dos ouvidos atuava apenas com o recurso dos próprios membros, não havia outros recursos. “Portanto, é preciso investir no desenvolvimento e na ampliação de capacidade dessas organizações e isso é ser antirracista, é trabalhar pela justiça social”. A live completa pode ser assistida diretamente no IGTV do ICOM através desse link.
No dia 9, foi a vez de Selma Moreira, diretora-executiva da organização, participar da live “Doações e Causas: Entendendo o Momento Atual”, organizada pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR) e transmitida ao vivo no canal do YouTube da associação. O bate-papo, que foi mediado pela conselheira da ABCR, Andrea Peçanha, também contou com a participação da psicóloga e gerente-geral do Instituto Ronald McDonald, Helen Pedroso.
Selma Moreira utilizou o contexto atual da pandemia do coronavírus para falar dos desafios e aprendizados do Fundo Baobá neste período. “O coronavírus é algo absolutamente novo pra todo mundo e nos fez revisitar o nosso plano e o orçamento. E, sendo uma organização de sociedade civil, a gente conta com um corpo de governança que é bastante rígido, mas que é formado majoritariamente por ativistas e acadêmicos, isso facilita”, explicou.
Segundo ela, o primeiro aprendizado foi o de envolver todo mundo necessário num cenário como o atual. “Feito isso, a primeira pergunta foi: ‘Qual é o impacto da Covid-19 para a população negra?’, para que nós, como equipe executiva, pudéssemos pensar em quais movimentos deveríamos fazer e onde seria talvez mais estratégico fazer alguma movimentação no nosso orçamento e no nosso plano”. O vídeo completo pode ser assistido abaixo:
Selma Moreira ainda participou de outra live da ABCR, no dia 30, com o tema “Filantropia Comunitária em Tempos de Covid-19”, o bate-papo fez parte da programação do Festival da ABCR.
No dia 26, Fernanda Lopes foi uma das convidadas da “Webinar Vidas Negras Importam”, realizada pelo Cursinho da Poli em parceria com Fundação Polisaber, que ainda contou com a participação do professor Billy Malachias e mediada pelo professor Giba Alvarez.
Em sua fala de abertura, ao ser questionada se todas as vidas importam, não só apenas as negras, que tem sido uma pergunta feita à exaustão nas redes sociais, Fernanda respondeu: “Essa frase tem sido muito comum, em especial nos últimos dias, e é muito importante reiterar que, sim, todas as vidas importam, mas quando nós falamos que as vidas negras importam, nós falamos pra reiterar a presença e a operação do racismo entre nós”. Além disso, trouxe vários exemplos de iniciativas e manifestações negras contra o racismo, em defesa das vidas e da dignidade negra, as irmandades negras, as marchas ocorridas nos anos de 1973, 1986, 1995 e 2015. Destacou que esta história sempre deve ser contada porque em todos os momentos do passado, eram poucos os aliados e que as vidas negras só importavam para os próprios negros.
O Fundo Baobá para Equidade Racial divulga hoje (30 de abril) a segunda lista de iniciativas de combate à infecção pelo coronavírus em comunidades vulneráveis que foram selecionados pelo edital de doações emergenciais. São projetos de 70 indivíduos e 50 organizações que receberão repasses de R$ 2,5 mil em até cinco dias úteis.
Em apenas doze dias, o edital do Fundo Baobá recebeu 1037 solicitações de apoio a projetos de combate ao coronavírus em comunidades vulneráveis. Desse total, 387 são de organizações e 650 de indivíduos. Ao todo, foram selecionados 220 projetos – sendo 130 pessoas e 90 organizações. Lançado em 5 de abril, o edital (relembre aqui) visa apoiar um amplo espectro de populações em situação de risco.
O total de projetos recebidos até agora superou nossas expectativas. Para dar conta de avaliar e acompanhar os projetos selecionados, suspenderemos temporariamente este edital. Sua reabertura será comunicada por meio de nossas redes sociais.
Conheça a seguir os selecionados da segunda lista:
Nome da pessoa proponente
Cidade/Município
Estado
Onde as ações serão realizadas – Cidade, Bairro, Comunidade/Território e UF
1 – Adaildo
Caetano
Tururu
CE
Comunidade
Rural de Remanescentes de Quilombolas Conceição dos Caetanos
2 – Ana
Claudia dos Santos Lima
Santarém
PA
Santarém
e Quilombo de Saracura
3 – Anna Paula
de Albuquerque Sales
Itaguaí
RJ
Comunidade do Engenho e do Carvão
4 – Antonia
Aparecida Rosa
Uberlândia
MG
Residencial Pequis
5 – Antônia
Marta de Souza
Senador Pompeu
CE
Comunidades
Rurais de Patu e Lima dos Marcelinos
6 – Antonio
Cláudio Martins Guterres
Guimarães
MA
Quilombo
Cumum
7 – Bartolina
Ramalho Catanante
Campo Grande
MS
Diferentes
bairros
8 – Carlos
Alberto Ferreira Guimarães
Itaboraí
RJ
Alcantara,
Mutondo e Praça Zé Garoto (São Gonçalo)
9 – Cláudio
Pascoal Macario de Oliveira
Natal
RN
Pajuçara
10 – Cris
Medeiros
Porto Alegre
RS
Bairro
Bom Jesus (Vila Pinto e Vila Nossa Senhora de Fátima), Bairro Morro Santana
(Vila Laranjeiras, Vila Pedreira e Vila da Nova Chocolatão), Bairro Jardim
Carvalho (Vila Ipê 2, Vila da Colina e Vila Joana D’Arc)
11 – Diego
Fabio Santos de jesus
Duque de Caxias
RJ
Favela
da Magueirinha
12 – Diene
Carvalho Silva
Rio de Janeiro
RJ
Complexo
do Chapadão
13 – Eliane
Silva Lima
Salvador
BA
Bairro 2 de Julho, Comunidade da Preguiça.
14 –
Elisângela Maranhão dos Santos
Olinda
PE
Peixinho,
Alto Sol Nascente, Salgadinho, Alto da Conquista, Rio Doce e Passarinho.
15 – Fabiana
da Silva
Duque de Caxias
RJ
Favela
Parque das Missões
16 – Fatima
Aparecida Barbosa
Votuporanga
SP
Região
Periférica
17 –
Francilene do Carmo Cardoso
São Luís
MA
Bairros
do Novo Angelim e Vila Embratel
18 – Francisca
Luciene da Silva
Natal
RN
Bairro
Nossa Senhora da Apresentação, Loteamento Jardim Progresso
19 – Francisca
Regilma de Santana Santos
Imperatriz
MA
Na
associação Mãos que cuidam (doação das mascaras e estes farão as entregas às
familias de acordo com a demanda que já possuem); Na sede da Ascamari (onde a
diretoria fará as entregas as catadoras e catadores); Na casa do MST (será o
preparo da alimentação) e a distribuição no calçadão da cidade onde concentra
maior numero de pessoas em situação de rua;
20 – Franklin
Douglas Ferreira
São Luís
MA
Vila
Embratel, área Itaqui-Bacanga
21 – Genilda
Maria da Penha
Niterói
RJ
Favelas
da Coreia, Brasília, Vila Ipiranga, Santo Cristo, Coronel Leôncio e Otto
22 – Gerlan
Pereira de Melo
Peixoto de Azevedo
MT
Bairro
Mãe de Deus
23 – Gisele
Alves dos Santos
Sobradinho
DF
Sobradinho
I e II DF
24 – Gláucio
Pereira de Lima
Jõao Pessoa
PB
Nas
comunidades de João Pessoa
25 – Guilherme
da Costa Maciel
Duque de Caxias
RJ
Duque
de Caxias
26 – Maria
Rosilene Silva Santana
Fortaleza
CE
Barra
do Ceara, Pirambu. Comunidade Campos Novos, Goiabeiras, Jardim Iracema e
Planalto Pici
27 – Iane
Gonzaga dos Santos
Salvador
BA
Comunidade
da Portelinha
28 – Jamile da
Silva Novaes
Cachoeira
BA
Bairro
Cucuí de Caboclo
29 – Janete
Lainha Coelho
Ilhéus
BA
Comunidade
dos Indígenas Tupinambás, Olivença
30 – Jardson
Gregorio Silva
Jaboatão dos
Guararapes
PE
Favela
Bola de Ouro
31 – Jenifer
de Paula Ferreira
Santo André
SP
Recreio
da Borda do Campo e Grande Vila Luzita em Santo André
32 –
Jessicalen conceição de oliveira
Campina Grande
PB
Favela
do Pedregal
33 – Jirlania dos Santos Almeida
Água Fria
BA
Comunidade
Remanescente Quilombola Curral de Fora, Territorio Portal do Sertão
34 – José
Paulo Ribeiro
Nova Lima
MG
Favela
do Moro do Papagoio, Zona Sul de Belo Horizonte e adjacênciaas
35 – Juliana
Bueno de Moraes
Porto Alegre
RS
Comunidade da Serraria
36 – Karina
Lopes
Venâncio Aires
RS
Município de Venâncio Aires
37 – Kelly
Oliveira de Jesus
Salvador
BA
Periperi
38 – Kwame
Yonatan Poli dos Santos
São Paulo
SP
Zona
Sul, São Paulo -SP
39 – Laura
Ferreira da Silva
Nossa Senhora do
Livramento
MT
Mutuca
e outras comunidades quilombolas dos Municípios de Nossa Senhora do
Livramento, Poconé, Barra do Bugre, Chapada dos Guimarães, Cáceres, Porto
Estrela, Várzea Grande, Santo Antônio, Vila Bela da Santíssima Trindade.
40 – Lia Maria
Marcello da Motta
Duque de Caxias
RJ
Jardim
Gramacho
41 – Livia
Lopes Correa
Campo Grande
MS
Favelas
Cidade de Deus, José Teruel Filho, Só Por Deus, Homex, Samambaia e Morro do
Mandela
42 – Maria
Aparecida de Matos
Arraias
TO
Algumas
Comunidade Quilombolas do Tocantins
43 – Maria
Carmencita Pinto Almeida
Manaus
AM
Comunidade dos Buritis
44 – Maria
Clareth Gonçalves Reis
Campos dos Goytacazes
RJ
Comunidade
Donana
45 – Maria das
Graças Barbosa Moura
Macaíba
RN
Comunidade
de Quilombola de Capoeiras
46 – Maria
Eduarda Correia de Santana
Duque de Caxias
RJ
Nas
favelas de Duque de Caxias
47 – Maria
Rosilda Pereira de Azevedo Moreira
Rio de Janeiro
RJ
Comunidade
de Praia da Rosa, Ilha do Governador
48 – Maricéia
Meirelles Guedes
Porto Seguro
BA
Comunidade
Indígena Pataxó Aldeia Velha
49 – Monique Barbosa da Silva
Laranjal do Jari
AP
Agreste
50 – Nádia
Batista da Silva
Ilhéus
BA
Aldeia Tukum – Território Indígena Tupinambá
de Olivença
51 – Natan
Carlos Raposo Duarte
Salvador
BA
Bairro
Baixa do Fiscal
52 – Natercia
Wellen Ramos Navegante
Manaus
AM
Manaus,
Centro Histórico, Nossa Senhora dos Remédios/ Amazonas
53 – Patricia
Borges da Silva
São Paulo
SP
Região
Central de São Paulo
54 – Patricia
lopes de lima
São João de Meriti
RJ
Pontos
de atuação das profissionais do sexo e locais onde se abrigam pessoas em
situação de rua
55 – Prof.
Roberto Carlos de Oliveira
Governador Valadares
MG
Terra
Indígena Maxakali: municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas
56 – Rafael
Cícero de Oliveira
Itapecerica da Serra
SP
Jd
Jacira (Paróquia Santíssima Trindade)
Jd. Ângela
Jd Sonia Regina –
Jd Vera Cruz /CEU Vila do Sol
Vila Gilda/Cidade Ipava
Jardim Ângela – São Paulo
57 – Rafaela
Sousa do Nascimento Affonso
Magé
RJ
Bairro
Maria Conga
58 – Raiana
Venâncio de Souza
Sobral
CE
Bairros
Terrenos Novos, Vila União e Residencial Nova Caiçara
59 – Raimundo
Muniz Carvalho
Santa Rita
MA
Comunidades
quilombolas Nossa Senhora da Conceição, Recurso e Fogoso
60 – Roberto
de Jesus dos Santos
Salvador
BA
Bairros: Pituaçu/Boca do Rio nas comunidades do Baite Facho, Alto do São João, Jardim Imperial, Recanto dos Coqueiros e Barreiro
61 – Romário
Bezerra Dionísio
Boa Vista
RR
Comunidades indígenas da Região Murupu :Morcego, Serra
da moça, Truaru da cabeceira , Truaru da serra e anzol e da
Região Tabaio: Barata , Boqueirão , Sucuba, Raimundão um e dois ,
Mangueira, Pium.
62 – Rosana do
Socorro Pimentel de Freitas
Rio de Janeiro
RJ
Comunidade
do Itacolomi- Vila Juaniza
63 – Samilly
Valadares Soares
Ananindeua
PA
Comunidade Remanescente de Quilombo Oxalá de Jacunday localizada no Território Quilombola de Jambuaçu, Zona Rural, Moju
64 –
Senhorinha Joana Alves da Silva
Recife
PE
Peixinhos
(Olinda) e Brasília Teimosa (Recife).
65 – Sheila
Castro Queiroz
Belo Horizonte
MG
Bairro
Paulo VI, e Ribeiro de Abreu
66 – Tânia
Marisa da Silva Vitola
Porto Alegre
RS
Santa Tereza
67 – Valeria
Gercina das Neves Carvalho
Crato
CE
Setor
Boa Vista (Zona Rural) e Comunidade de
Refugiados Venezuelanos (Zona Urbana)
68 – Wendell
Marcelino de lima
São Francisco
MG
Comunidade Quilombolas Buriti do Meio, Porto Velho.
69 – William
Alexandre Toledo Pinto
Rio de Janeiro
RJ
Território
do Cocobongo, Praça Vila Rangel – Irajá
70 – Yashodhan
Abya Yala
Cachoeira
BA
Área
central
Nome da Organização Proponente
Cidade/Município
Estado
Onde as ações serão realizadas – Cidade, Bairro, Comunidade/Território e UF
1 – Ass. de Agricultores Familiares Remanescente de Quilombo da Lagoa de Melquíedes e Amâncio
Vitória da Conquista
BA
Quilombo da Lagoa de Melquiades e Amancio, Distrito de Veredinha
2 – Assoc dos Amigos dos Portadores do Doencas Graves e Crianças em Vulnerabilidade Social–Casa da Vida
Rio de Janeiro
RJ
Benfica, Manguinhos, Mandela
3 – Associação Agentes da Cidadania – Mulheres da Luz
São Paulo
SP
Bom Retiro
4 – Associação Artístico-Cultural Odeart
Salvador
BA
Estrada das Barreiras, Engomadeira, Beiru, Arenoso
5 – Associação Beneficente, Cultural e Religiosa do Terreiro de Lembá
Camaçari
BA
Parque Real Serra Verde , Terreiro de Lembá, Região Metropolitana, Bahia , Brasil.
6 – Associação das Mulheres Pintadenses
Pintadas
BA
Bacia do Jacuipe
7 – Associação de Afro Envolvimento Casa Preta
Belém
PA
São João do Outeiro, Ilha de Caratateua
8 – Associação de Apoio Social de Camaçari
Camaçari
BA
Comunidade do Bairro Jaragua (Lama Preta)
9 – Associação dos Moradores do Parque dos Coqueiros I e II
Feira de Santana
BA
Asa Branca, Residencial Parque dos Coqueiros I e II, Bahia
10 – Associação dos Produtores Rurais de Picada-Aspi
Ouriçangas
BA
Territorio Quilombolas
11 – Associação dos Remanescentes de Quilombo Vila Guaxinim
Cruz das Almas
BA
Comunidade Quilombola Vila Guaxinim
12 – Associação Educadores Populares do Ceará
Tabuleiro do Norte
CE
Comunidades Rurais (que serão acessadas de forma remota).
13 – Associação em Prol da Cidadania e dos Direitos Sexuais – Estrela Guia
Florianópolis
SC
Vila do Arvoredo; Ingleses; Comunidade do Siri; Vila União; Centro
14 – Associação Engenheiros sem Fronteiras Brasil (ESF-BRASIL)
Viçosa
MG
15 – Associação Espirita Lar Maria de Lourdes
Campo Verde
MT
Bairro Jupiara e arredores, cidade de Campo Verde – MT
16 – Associação Luz da Fraternidade
Belém
PA
Cabanagem
17 – Associação Quilombola de Conceição das Crioulas
Salgueiro
PE
Quilombo de Conceição das Crioulas
18 – Associação Rural Comunitária Quilombola de Gavião e Adjacências
Antônio Cardoso
BA
Comunidade Quilombola de Gavião
19 – Associação SEDUP Serviço de Educação Popular
Guarabira
PB
Bairros: Mutirão, Rosário, Nordeste e Nossa Senhora Aparecida.
20 – Associação União Quilombola Araça Cariaca
Bom Jesus da Lapa
BA
Quilombo Cariaca
21 – Casa Azul Felipe Augusto
Samambaia Sul
DF
Samambaia Expansão
22 – Centro Cultural Lá da Favelinha
Belo Horizonte
MG
Aglomerado da Serra. Bairro Novo São Lucas.
23 – Centro de Convivência é de Lei
São Paulo
SP
Bairro: Campos Elíseos, Território – Cracolandia
24 – Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antonio Conselheiro
Senador Pompeu
CE
Senador Pompeu
25 – Centro Projeto Axé de Defesa e Proteção à Criança e ao Adolescente
Salvador
BA
Centro Histório e da Cidade Baixa; Bonfim, Ribeira, Boa Viagem, Calçada, Caminho de Areia, Lobato, Mangueira, Mares, Massaranduba, Roma, Santa Luzia, Uruguai, Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro, Cabula, Beiru/Tancredo Neves, Sussuarana, Saramandaia, São Gonçalo, Pernambués, Mata Escura, Narandiba, Doron, Arenoso, Calabetão.
26 – Colônia de Pescadores Z-25 Jaboatão
Jaboatão dos Guararapes
PE
Piedade
27 – Comunidade Kolping Serra do Evaristo
Baturité
CE
Comunidade Quilombola Serra do Evaristo
28 – Confrem Brasil
São Pedro da Aldeia
RJ
Reservas Extrativistas, APAS e territórios no estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
29 – Cooperativa Múltipla Fontes de Engomadeira
Salvador
BA
Engomadeira
30 – Elas Existem Mulheres Encarceradas
Rio de Janeiro
RJ
Degase (Ilha do Governador) e diversos pontos da cidade onde residem as famílias
31 – Essor Brasil
João Pessoa
PB
Bairro do Pedregal
32 – GOLD – Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade
Vitória
ES
Serra e a Cariacica
33 – Grupo Airmativo de Mulheres Iindependentes do RN – GAMI
Natal
RN
Redinha
34 – Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas
Rio de Janeiro
RJ
Complexo de Favelas da Maré
35 – Grupo de Apoio às Comunidades Carentes
Fortaleza
CE
Conjunto João Paulo II/Barroso, Conjunto Jardim União/Passaré, Antônio Bezerra.
36 – Imagem da Vida
São Paulo
SP
Territorio virtual (whatsapp) dirigio à população Guarani e Kaiowa do Mato Grosso do Sul
37 – Instituto Bezalel
Rio de Janeiro
RJ
Comunidades do Vilar Carioca e Casinhas 1 e 2
38 – Instituto CTE Capoeiragem
Salvador
BA
Em Salvador: Pituaçu, Boca do Rio, Nazaré e em algumas outras comunidades que moram os mestres antigos. Em Camaçar: PHOC III
39 – Instituto de Desenvolvimento Afro Norte Noroeste Fluminense – IDANNF
Campos dos Goytacazes
RJ
Comunidade Quilombola de Aleluia, Batatal e Cambucá – Na associação de ABC- Município Campos dos Goytacazes , Estrada Principal s/n, Fazenda Novo Horizonte . Território
40 – Instituto Nova Amazonia- INÃ
Bragança
PA
Alto Paraíso.
41 – Instituto Raízes
Vitória
ES
Morros da Piedade, Fonte Grande, Capixaba e Moscoso
42 – Instituto Viverde
Itabuna
BA
Jardim Grapiúna e Jaçanã
43 – Instituto Espírita Allan Kardec e Lar Ceci Costa – IEAKLCC
Olinda
PE
Salgadinho
44 – Irmandade Nossa Senhora do Rosário da Comunidade Quilombola dos Arturos de Contagem
Contagem
MG
Comunidade Quilombola dos Arturos
45 – Movimento de Inclusão Social Novo Horizonte
Rio de Janeiro
RJ
Favelas do Morro do Borel e Formiga.
46 – Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas
Humaita
AM
Aldeias Traíra e Pupunha – TI Nove de Janeiro e Aldeia Canavial – TI Ipixuna
47 – Projeto Resgate Coração Solidário
Rio de Janeiro/ Rio de Janeiro
RJ
Jacarepaguá, Campo Grande, Centro da Cidade, Baixada Fluminense, Sul Fluminense, Niterói, Cidade de Deus, Covanca, Rio das Pedras, Comunidade Santa Margarida
48 – Rede de Apoio Humanitário das e nas Periferias
São Paulo
SP
Jova Rural, Filhos da Terra, Jardim Hebrom, Vila Nova Galvão e Jardim Felicidade
49 – Sociedade Recreativa e Cultural Afoxé Filhas de Gandhy
Apoio do instituto foi fundamental para consolidação do Programa Negras Potências
Por Ana Tacite*
O Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB) chega aos 20 anos com sua trajetória focada no objetivo de contribuir para mudar vidas. Criado em 1999, com o intuito de maximizar o investimento social privado realizado pelo Sistema Coca-Cola (fabricantes e Coca-Cola Brasil), trabalhamos para promover a transformação social em larga escala, utilizando as fortalezas do Sistema e de nossos parceiros.
Ao nos preocuparmos com a transformação social em larga escala, a causa da equidade racial é muito relevante. A desigualdade social é um enorme desafio no Brasil e as diferenças econômicas e sociais são mais profundas quando relacionadas à raça e ao gênero.
Por exemplo, hoje, os negros são 55,8% da população brasileira, mas essa proporção não se reflete no mercado de trabalho. A trajetória rumo a uma maior igualdade deve ser um esforço coletivo e intencional. Todos precisamos refletir e estar atentos a vieses e estereótipos e facilitar a criação de espaços e oportunidades iguais para negros e mulheres.
As empresas, entre outras ações, precisam olhar tanto para suas práticas internas de recrutamento, seleção, contratação, retenção e promoção, como também procurar contribuir com o fomento de igualdade racial através de seus investimentos sociais.
Precisamente foi nessa procura de realizar investimentos sociais focados nessa temática que iniciamos a parceria com o Fundo Baobá, uma organização que tem a equidade racial como sua causa principal.
Essa parceria tem ajudado a aprender e entender os caminhos que podemos transitar para apoiar organizações e lideranças negras. Juntos, desenvolvemos iniciativas como os editais Cultura Negra em Foco e o Negras Potências, os quais focaram em promover tanto a cultura afro como também contribuíram para fortalecer o trabalho que muitas mulheres negras estão fazendo hoje como ativistas ou empreendedoras, no Brasil.
Contar com a parceria do Fundo Baobá foi crítico também para chamar e identificar as organizações e projetos que seriam apoiados e para desenhar ações apropriadas – no caso dos editais.
(*) Ana Tacite é gerente de Programas Sociais do Instituto Coca-Cola Brasil
Negras Potências
Iniciativas para promover o empoderamento feminino negro por meio de matchfunding foram viabilizadas com colaboração da Coca-Cola
Ver a realidade de mulheres e meninas negras ser transformada por meio de projetos que as capacitem e as incluam na sociedade de forma digna é apenas um dos objetivos do Programa Negras Potências. Ele conta com um fundo de R$ 500 mil para turbinar campanhas de financiamento coletivo por meio de matchfunding (a cada 1 real recebido, mais 2 são automaticamente acrescidos à arrecadação). Esse modelo de financiamento coletivo do Fundo Baobá de Equidade Racial só é possível graças à ação de parceiros como a Benfeitoria, além dos apoiadores Instituto Coca-Cola e Movimento Coletivo.
O biênio 2019-2020 marca o amadurecimento institucional do Fundo Baobá para a Equidade Racial, seguindo o previsto no planejamento estratégico 2017-2027. Embora o cenário político-econômico brasileiro seja desafiador com relação aos direitos humanos, o trabalho realizado concentra esforços para mobilizar agentes da filantropia nacional e internacional na luta em favor da equidade racial.
Um fato marcante de 2019 foi a mobilização de US$ 3 milhões para investir na ampliação das habilidades de lideranças femininas negras e nas capacidades de organizações, grupos e coletivos de mulheres negras e no estabelecimento de um novo formato para alavancar doações captadas. Outra grande vitória foi a repactuação do acordo de sustentabilidade com a Fundação Kellogg: desde o ano de 2018, a cada R$ 1,00 arrecadado no País, a Fundação Kellogg contribui com mais R$ 3,00. E a cada R$ 1,00 arrecadado no exterior, a contribuição será de mais R$ 2,00.
Esse novo formato de captação nos permite olhar com mais otimismo para o futuro, mas também exige o fortalecimento institucional. Todos os esforços do Fundo Baobá têm sido no sentido de reforçar todas as áreas, incluindo as melhoras práticas de governança corporativa para manter-se fiel aos valores institucionais e à nossa missão. Em janeiro de 2019, por exemplo, foi contratada a diretora de programa Fernanda Lopes. Em março, aberto processo seletivo para a contratação de três coordenações: administrativo-financeira, projetos e comunicação e uma assistente executiva.
Em paralelo, o Fundo Baobá também criou o Código de Ética e Transparência aprovado pelo Conselho Deliberativo, que validou a criação de um Comitê de Ética e Conformidade. Essa iniciativa, que conta com a participação de três membros do Conselho Deliberativo e de um assessor jurídico externo, está em sintonia com os mais avançados princípios de compliance para coibir qualquer tipo de fraude ou desvio de conduta. Portanto, caberá a esse comitê acolher denúncias e dar os devidos encaminhamentos.
Para uma maior proximidade com possíveis doadores e parceiros, nossa operação foi concentrada em São Paulo – cujo governo estadual publicou no último dia de dezembro de 2019 três resoluções conjuntas que ampliam de um para três anos o prazo de vigência dos certificados de reconhecimento de instituição e da declaração de isenção do ITCMD (Declaração de Reconhecimento de Isenção do Imposto de “Causas Mortis” e Doações de Qualquer Bens ou Direitos), que renovamos no ano passado. O objetivo agora é obter as mesmas isenções com o governo do Estado do Rio de Janeiro.
Outra conquista importante foi a renovação internacional da qualificação 501C3, para o recebimento de recursos advindos dos Estados Unidos, a partir do enquadramento em uma categoria de isenção tarifária para o doador.
Perspectivas para os próximos anos
O foco do Fundo Baobá tem sido o de mobilizar recursos para “viabilizar canais de investimentos que permitam a sustentabilidade dos movimentos, iniciativas e organizações que atuam na causa de Equidade Racial no Brasil até o ano de 2027”. Essa meta está totalmente em sintonia com o planejamento estratégico feito para a década compreendida entre 2017 e 2027.
Embora seja arrojado, esse ideal segue alinhado com o censo realizado pelo Grupo de Institutos e Fundações Empresariais (GIFE) com seus 160 associados, no ano de 2018. Os resultados do censo ajudam a entender as direções em que o investimento social privado avança. Entre os itens apontados pelos entrevistados estavam: necessidade de execução dos próprios projetos; crescimento de investimento externo de 21% em 2016 para para 35% em 2018 e, por fim, 31% dos que responderam mostraram-se dispostos a apoiar projetos e programas de organizações sociais que defendam direitos, cultura de paz e democracia. Esse segmento precisa ser melhor compreendido pelo Fundo Baobá para que possa se engajar na filantropia pela causa da equidade racial.
Para que o plano estratégico seja implantado com sucesso, o Fundo Baobá percebeu a necessidade de alinhar-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Na verdade, as agendas internacionais ganharam importância para governos e empresas em sintonia com geração de valor.
O principal desafio será apresentar, de forma legítima, as conexões entre a Agenda 2030 e as metas e objetivos traçados pela ONU para a Década dos Afrodescendentes, já que esse é um compromisso pouco conhecido ou assumido com prioridade por parceiros.
Das palavras à ação
A diretoria de programas fez uma rigorosa análise de todos os editais do Fundo. O objetivo desse trabalho foi identificar oportunidades e desafios para gerir melhor os programas e, consequentemente, alcançar resultados mais expressivos ainda, consolidando uma cultura de monitoramento, avaliação e aprendizagem dentro da instituição e entre apoiados.
Um dos pontos que já se destacou foi o que os editais são a melhor ferramenta para o grantmaking porque é um caminho efetivo para ensinar e aprender. Por isso, sua divulgação deve ser diversificada e alinhada às prioridades de investimento definidas pelo Fundo Baobá. Também os mecanismos de escuta devem ser aprimorados, da mesma forma que a seleção deve ser bem documentada para que não restem dúvidas da lisura de todo o processo. Para isso, em todos os processos seletivos o Fundo Baobá contará com apoio de especialistas, membros de seus órgãos de governança e/ou consultores externos.
A tomada de decisão baseada em evidências é uma prioridade para o Fundo Baobá. Por isso a opção por realizar estudos. Em 2018, no âmbito do projeto “Consolidando Capacidades e Ampliando Fronteiras: fortalecimento de articulações e visibilidade do Fundo Baobá”, financiado pela Fundação Ford, o estudo teve por objetivo mapear, junto a organizações e lideranças do movimento negro brasileiro, áreas prioritárias de atuação, orçamento e temas urgentes/relevantes na atualidade. Os resultados estão sendo utilizados para orientar a captação de recursos para posterior investimento.
O segundo, realizado no âmbito do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, financiado por Instituto Ibirapitanga, Fundação Open Society e Fundação Ford, teve como objetivo mapear necessidades de organizações, grupos e coletivos de mulheres negras para fortalecer sua capacidade institucional e de liderança. Os resultados subsidiaram o processo de elaboração dos editais do Programa.
O foco do Fundo Baobá tem sido o de mobilizar recursos para “viabilizar canais de investimentos que permitam a sustentabilidade dos movimentos, iniciativas e organizações que atuam na causa de Equidade Racial no Brasil até o ano de 2027”. Essa meta está totalmente em sintonia com o planejamento estratégico feito para a década compreendida entre 2017 e 2027.
Para o biênio 2020-2021, os esforços serão no sentido de:
– investir mais e melhor em iniciativas negras em linha com as prioridades institucionais;
– avaliar contextos e instituições;
– realizar uma gestão ainda mais eficiente e transparente;
– fortalecer a capacidade de influenciar e mobilizar doadores para a equidade racial;
– estabelecer uma cultura institucional de monitoramento, avaliação e aprendizagem;
– ampliar as conexões, atuando em rede.
O novo plano de captação 2020-2025 foi elaborado a partir de uma análise criteriosa das boas práticas e lições aprendidas ao longo destes anos pelo Fundo Baobá e das oportunidades atuais. No meio às ondas conservadoras vividas no Brasil, o Fundo Baobá tem sido procurado por várias instituições que reconhecem que, neste País, não haverá justiça social se a equidade racial para a população negra não for real.
Esforços concentrados
Em busca da equidade racial, esforços extras serão empreendidos para obter recursos que permitam ganhar cada vez mais autonomia para investir mais livremente em ações e projetos, de acordo com as necessidades e expectativas detectadas no momento.
Uma atividade que compõe essa nova cultura de monitoramento, avaliação e aprendizagem é o estudo de caso e avaliações de impacto ao final dos ciclos dos projetos. Dessa forma, podemos sempre rever prioridades de investimento, avaliar a sustentabilidade dos resultados alcançados pelos projetos e seu impacto na sociedade.
Pretende-se também estabelecer canais permanentes de escuta e feedback junto aos diferentes atores, quer sejam população negra, movimento social negro ou instituições filantrópicas, entre outros. Esses canais, adaptados a cada segmento, serão estabelecidos até o fim deste ano.
Temos muito trabalho pela frente. Mas estamos atentos aos movimentos políticos e econômicos nacionais e internacionais, e alinhados às melhores práticas de gestão que nos ajudem a construir uma sociedade mais solidária, participativa e sem qualquer tipo de distinção por raça, cor, gênero, filiação religiosa ou outra característica/situação.
Gestão de recursos
O Baobá – Fundo para a Equidade Racial é um Fundo em crescimento, que futuramente vai operar por meio de patrimônio próprio. Esse patrimônio compõe o que chamamos fundo patrimonial e está sendo formado por doações contínuas de empresas, organizações não-governamentais e pessoas físicas. Parte dos rendimentos gerados serão utilizados para apoiar projetos relacionados à equidade racial, arcar com custos operacionais e implantar programas próprios.
Em 2019, o volume de entradas no Fundo Patrimonial cresceu expressivamente em razão do novo formato de contrapartida pactuado com a Fundação Kellogg 1:3 e 1:2. O crescimento se deu, especialmente, em função dos volumes captados para realização do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras – Marielle Franco e da parceria firmada com a Fundação Lemann para concessão de bolsas de pós-graduação para alunos negros brasileiros em universidades estrangeiras parceiras.
O valor resgatado dos rendimentos do Fundo Patrimonial em 2019 e o montante autorizado pelo Comitê de Investimentos (um dos órgãos de governança do Fundo Baobá) para resgate em 2020 irão perfazer a maior parte do volume a ser investido em edital específico para iniciativas da região Nordeste, conforme orientado pelo Conselho Deliberativo.
A primeira reunião do Comitê de Investimentos acontece ainda no primeiro semestre deste ano.
Projetos em andamento
Em 2020, no âmbito do Programa Marielle Franco, firmamos 15 contratos com organizações, grupos e coletivos. Isso corresponde a R$ 1.692.945,79 (um milhão, seiscentos e noventa e dois, novecentos e quarenta e cinco mil, setenta e nove centavos) a serem transferidos. Além do apoio aos coletivos foram selecionadas 63 lideranças femininas negras .
Os investimentos diretos nas lideranças serão da ordem de R$ 2.520.000 (dois milhões, quinhentos e vinte mil reais). Já os indiretos (sessões de coach, curso de formação política e encontros para o enfrentamento aos efeitos psicossociais do racismo) serão da ordem de R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).
Considerando ambos os editais lançados em 2019, o Programa de Aceleração fará um investimento direto na ordem de R$ 4,2 milhões – o que equivale a 70% de tudo o que foi doado pelo Fundo Baobá de 2014 a 2018.
É importante destacar que o Programa Marielle Franco investe em iniciativas individuais e coletivas para impulsionar o desenvolvimento das habilidades entre líderes negras que tenham como meta ocupar espaços de poder nas estruturas do Estado (executivo, judiciário, legislativo), setor privado, organizações internacionais, universidades e organizações da sociedade civil.
Algumas mulheres negras apoiadas são ativistas políticas, outras têm um perfil técnico. São mulheres cis, trans, residentes em áreas urbanas, rurais, de diferentes faixas etárias, níveis de escolaridade e filiação religiosa, todas residentes no Brasil.
No
mês da Consciência Negra, o Baobá – Fundo para Equidade Racial, aproveita para
trazer à discussão temáticas pouco exploradas, mas extremamente relevantes para
a sociedade brasileira, especialmente para a população negras.
Para contribuir com essas reflexões, especialistas respondem
perguntas sobre diferentes temas.
Quem comenta sobre negrxs e empreendedorismo é Giovanni Harvey, executivo, empreendedor, consultor e ativista social com mais de 30 anos de experiência na iniciativa privada, na administração pública e no terceiro setor. Tem expertise em planejamento, formatação e gestão de projetos sociais, vivência na construção de programas estratégicos e sólida experiência na formulação de políticas públicas universais ou orientadas para a redução de assimetrias regionais, de gênero ou de etnia. Fundou a Incubadora Afro Brasileira, em 2004, e foi Secretário Executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, de 2013 a 2015. Atualmente, dentre outras iniciativas, coordena o projeto “Conectora de Oportunidades” e preside o Conselho Deliberativo do Fundo Baobá.
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae em 2018, “Global Entrepreneurship Monitor”, o número de empreendedores negros equivale a 40,2% das micro e pequenas empresas no Brasil. De que forma esse dado se conecta com a vulnerabilidade social e econômica da população negra e também com sua autonomia financeira?
O conceito de empreendedorismo mudou ao longo das últimas décadas, mas é possível afirmar que a população negra empreende no Brasil desde que o primeiro contingente de africanos chegou ao país. Desde então, todas as iniciativas que embasaram a projeção da identidade negra na política, no campo associativo, na religião, na cultura, no esporte e na vida social têm, na capacidade da individualidade negra de empreender, uma das suas dimensões. Os Quilombos, as Irmandades Abolicionistas e os Clubes Sociais Negros são exemplos de empreendedorismo, de foco e de estratégia. Atualmente o conceito de empreendedorismo tem sido empregado de uma forma mais “restrita” e tem sido vinculado ao exercício de atividades empresariais convencionais. Esta concepção atende aos interesses das novas formas de organização do trabalho e aos interesses dos modelos de produção de riqueza alicerçados no uso intensivo da tecnologia digital. O ato de empreender foi e continua a ser uma alternativa, por oportunidade ou por necessidade, ao “teto de vidro” que ainda limita a ascensão funcional das pessoas negras na iniciativa privada e aos sucessivos processos de “reorganização” do mercado de trabalho que resultam em desemprego estrutural. Tendo em vista estes aspectos precisamos distinguir o ato de empreender, numa perspectiva histórica, do uso que tem sido feito do conceito de empreendedorismo como ferramenta para a disseminação de ilusões que tem como objetivo a manter o “status quo” através da substituição do “mito do pleno emprego” pelo “mito do pleno empreendedorismo”. O nosso desafio, mais do que o reconhecimento formal do percentual de pessoas negras que empreendem, é refletir em que medida nós poderemos construir estratégias que aumentem a perspectiva de sobrevivência e promovam a sustentabilidade financeira das pessoas negras que lideram negócios em ambientes cada vez mais complexos, suscetíveis a uma gama de variáveis sobre as quais o(a) empreendedor(a) não tem nenhuma governabilidade.
Que boas práticas podem fomentar o empreendedorismo negro no Brasil?
Eu ainda não enxergo no termo “empreendedorismo negro” conceitos e métodos capazes de resistir ao crivo de uma análise científica. “Empreendedorismo negro” é, até agora, um conceito político, com aspectos positivos e fragilidades. Por esta razão vou basear a minha recomendação sobre as boas práticas nos 30 anos de experiência na iniciativa privada e no conhecimento gerado, ao longo de 15 anos, pela Incubadora Afro Brasileira, pela Incubadora de Empreendimentos Populares e pela Conectora de Oportunidades. As três iniciativas apoiaram a construção de mais de 2.500 Planos de Negócios, além de oferecerem apoio logístico, assistência técnica e consultorias. Com base nestes elementos vou destacar 03 boas práticas:
Analisar o mercado para além das vicissitudes inerentes à questão racial, sem deixar de ter em mente que o tratamento da questão racial será uma variável fundamental na definição da estratégia do negócio, ainda que de forma oculta.
Fazer um Plano de Negócios capaz de dimensionar o real potencial de desenvolvimento, escala de produção, capacidade de comercialização e infraestrutura de distribuição dos seus produtos e dos serviços, considerando as características do mercado no qual o(a) empreendedor(a) atua ou pretende atuar.
Incorporar o uso das tecnologias digitais, desde o início, ao modelo de negócio.
Como o empreendedorismo pode mudar a realidade de pequenxs empresárixs negrxs e do entorno onde atuam?
As pessoas negras que empreendem são, em qualquer circunstância, líderes com capacidade de influenciar a cadeia de valor dos seus negócios e exercem influência sobre o ambiente social no qual os mesmos estão inseridos. Partindo deste pressuposto, as pessoas negras que empreendem tem contribuído há séculos para mudar a realidade do nosso país, nas mais variadas dimensões da vida política, econômica, religiosa, social, esportiva e cultural. Esta contribuição não está associada ao tamanho dos seus negócios pois, diga-se de passagem, não existem “pequenos(as) empreendedores negros(as)”, existem empreendedores negros(as) que lideram negócios de pequeno porte. Com base nesta compreensão é possível afirmar que os empreendimentos liderados por pessoas negras geram resultados (objetivos e subjetivos) e impactos (mensuráveis e não mensuráveis) que já contribuem para mudar a realidade do entorno onde atuam.
Edital “Cultura Negra em Foco” recebeu 900 propostas entre os mais variados temas.
Lançado em janeiro deste ano, o Edital “Cultura Negra em Foco” teve como objetivo selecionar organizações com ou sem fins lucrativos que desenvolvam projetos inovadores na divulgação da cultura e da identidade negras no Brasil.
Ao todo serão destinados R$ 400 mil a dez iniciativas escolhidas pela Comissão de Seleção, formada por representantes indicados pela Coca-Cola Brasil e pelo Fundo Baobá, com base em critérios como: capacidade de promover a cultura e a identidade negra, a presença de afrodescendentes na coordenação e no desenvolvimento dos projetos, o alcance do impacto dos recursos, inovação e sustentabilidade.
O tema que mais recebeu proposta foi Audiovisual. Já os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia foram os que tiveram o maior número de propostas inscritas.
As organizações selecionadas no Edital “Cultura Negra em Foco” foram:
Associação Artística Nóis de Teatro – CE
Associação Burlantins – MG
Associação Comunitária Assentamento Gurugi II – PB
Associação Move Cultura – MG
Casa Preta – PA
Crespinhos S.A.– RJ
Bantu Cultural – SP
Black Brazil Art – RS
Fazendo Milagres Cineclube – PE
Kbra Produções Artísticas – RJ
Parabéns! O Fundo Baobá entrará em contato com as organizações.
Ao longo do mês de julho falaremos sobre cada projeto para que todos e todas possam conhecer um pouco mais cada iniciativa.
E fiquem de olho nas notícias de nosso site e em nossas redes sociais.
O Fundo Baobá e a Coca-Cola Brasil agradecem a todos e a todas que demonstraram interesse e enviaram propostas ao edital “Cultura Negra em Foco”.
A chamada foi um enorme sucesso que resultou no recebimento de mais de 900 propostas. Como prezamos por um processo seletivo rigoroso, precisaremos dedicar um tempo maior do que o previsto para a análise do conjunto de propostas recebidas.
Diante disso, o resultado do processo seletivo será adiado para o dia 30 de junho de 2016. As organizações selecionadas serão contatadas por e-mail ou telefone e seus nomes serão divulgados nas mídias sociais do Fundo Baobá.